quinta-feira, maio 20, 2010

o meu você pra mim

Notei que ao meu lado existe um vazio que preencho com nada. Me coloco tão distante de todos, protejo minha solidão, reconheço uma canção, lembro de um filme, leio um livro e me reservo. Conservo um pedaço de mim intocável, escondido, guardado até que ele seja tomado por alguém que entra sem pedir licença. Os olhos sorriem, as palavras se formam, cada vez mais perto, perto, perto. Longe. Por proteção, por certeza, por medo.

Queria segurar a sua mão e garantir que tudo vai dar certo, que certo e errado é só uma variante insignificante e que o futuro é realmente agora. Desejo, impulso, perto, perto, perto. Longe. Me seguro, te seguro e desenho um novo momento.

"Viver é não ter que transplantar, doar, sangrar, trocar, chamar, pedir, mentir, falar, justificar no caixa". Tulipa Ruiz, aqui.