quinta-feira, maio 27, 2010

Sete minutos (ou mais)

A incompreensão é um presente. Aceito sem defeito que não existe um efeito para as causas que você me entregou. Atravesso o continente com uma leve melodia enquanto a música se faz cada vez mais importante. Escrevemos em linhas tortas uma história em letras que nunca são ditas. O grito cada vez mais alto e silencioso. São os ouvidos dos que sentem de forma leve o que não está certo. Certo e errado. Certo e errado. Errado e certo. Inverte a ordem e quem criou isso? Quem afirmou que estar certo é bom ou que estar errado é ruim. Quem definiu céu e inferno. O que é o inferno além daquele lugar na augusta?

Tem horas que a vida me faz sentir minúscula. Em outras, gigante. Não caibo nos estreitos que possuo e me sinto pequena ao olhar inúmeras possibilidades. Sempre quero mais de algo que não conheço, não sei, não tenho. E quero menos. Paz, grama, música boa, vento gelado, a vida passando lenta enquanto me sinto bem. Tenho me sentido bem. Apesar de. Apesar da angústia continuar intacta, dos sonhos se renovarem e serem incompreensíveis, de ter me afastado de várias pessoas, de ter saudades de outras, de esquecer algumas coisas, de lembrar de outras, da falta, das cidades longe, dos países distantes. Apesar, apesar, apesar. Sem pesar, eu repenso e acalmo os monstros enquanto ouço uma música de sete minutos. Sete minutos. Só mais...