sete anos e contando
Basta uma tarde para notar a sorte que tenho. Milhares de pessoas passam. Rostos conhecidos e nomes desconhecidos. Nomes conhecidos e rostos desconhecidos. Todos mudando e alguns me mudando um pouco. Mas são passageiros, efêmeros, como romance que dura uma noite só, como uma música que tem só três minutos, como melodia que cansa depois de ser ouvida demais, como dias que tem apenas vinte e quatro horas e por isso os minutos são contados, a vida é contida.
Eu tenho mais. Tenho uma tarde inteira passando leve na companhia da melhor parte de mim. Da amizade sem limites, da certeza absoluta, das conversas mais produtivas, de concordar e discordar, de querer proteger e querer matar. No nosso xadrez mental uma peça movida é sempre um novo ponto a repensar. É quando eu paro diante do que sou e não gostaria. É quando noto devagar que meus defeitos fazem parte de mim, tanto e com tanta necessidade, que não saberia me desfazer de alguns deles. Penso dentro de tudo que acontece o que é verdadeiramente meu, o que é orgulho, o que é precisão e o que é realidade. O real que me impulsa em sonhos e que abstraio na vida. Vivo dos sonhos fazendo da realidade uma coisa para mais tarde. Mas, tenho sorte, tanta sorte que tenho vontade de estampar o conforto em uma camiseta.
É, eu sei que o mundo pode mudar, milhares de coisas podem acontecer, os limites podem ser testados, os problemas mudarem de proporções, os lugares serem outros, o país e a língua serem diferentes, o futuro ser incerto. Mas, sei também, sem dúvidas, que terei mais milhares de anos dessa amizade. A melhor parte de mim, você é assim. :)