QUANDO
Não sei quem é você. Temo, mas acho que é um alguém que vive se pondo de maneiras diferentes. Da sua maneira, da nossa maneira que invento quando acho que te encontrei. Penso no seu sorriso quando a noite cai. E no seu olhar quando o dia nasce. Penso em pequenas coisas, escondendo coisas grandes. Penso em beijos e novelas. Em casos e acasos. Penso em nós que nem sei quem são. Naquilo que foi e se perdeu. E no que pode chegar. Em maneiras possíveis de amor e brigas impossíveis de desamor. Nunca tive um desamor grande. Tive amores, variados e diferentes. Platônicos, atônicos, nipônicos. Já briguei por amor ou por aquilo que achei ser amor. Já chorei por amor ou por aquilo que quis o fosse. Já procurei você em músicas e muitas vezes encontrei. Já misturei sentimentos e desfiz confusões. Me meti em confusões por você. É você um culpado, sem culpa. Um maldito sem maldição. Um nunca escondido na terra do nunca, que me repele por ter perdido a doçura de uma criança. Por ter deixado a inocência escapar e a verdade florescer.Sinto você cada vez mais perto e eu cada vez mais longe. Sinto seu cheiro, sua cor, forma, tamanho, sua maneira e a minha falta dela. Vejo um ninguém cada vez mais perto. Ninguém me salva, ninguém me segura, ninguém me apavora, ninguém me assusta. E este ninguém me desespera mais do que alguém. Sinto que tenho o que perder, como jamais senti. Como não senti quando me deixei levar. Quando aceitei os seus lábios. Tenho a vida que neguei possuir. A vejo, posso pega-la, mas ela é escorregadia e teima em se meter em manuais e métodos tolos.
Queria pegar a arte. Viver e respirar isto. Comer e vestir isto. Viver e morrer por isto. Queria ser alguém, mesmo achando o ninguém. Mesmo estando impregnada de um ninguém desesperador. Poderia seguir com minhas verdades até ter 21 e ser uma "adulta". Embora possa responder por meus atos com 18 e esteja a menos de 2 meses disto. Não estou pronta ou talvez tenha passado do ponto.
Quando tenho respostas!?
Quando tudo clareia!?
Quando encontro trabalho?!
Quando leio meus livros num bosque sem fim!?
Quando escuto minhas músicas todas sem ser interrompida por incompreensão?!
Quando viajo e encontro você?!
Quem é você, quem sou é, quem somos nós!?