sexta-feira, agosto 24, 2007

UM PEDIDO EM SILÊNCIO

Às vezes só existe esperança na forma de palavras. São nesses momentos que tudo falta e eu me prendo em um enorme vazio . Quase ninguém percebe, eu me escondo aqui dentro tão fundo, de fora só uma leve farsa. Quando achei que tinha encontrado, perdi de novo. Sempre que pulo os buracos do caminho caio dentro deles e quando me acostumo com o aperto e o escuro minha vida resolve simplesmente andar. Porém, meus passos são apertados. Meu amigo me disse e eu me pergunto por que é verdade? Eu não consigo ser sincera comigo. Meus sentimentos são tão frágeis. Parecem as mentiras da fé cega. Se assoprar com força eu caio. Caio de joelhos diante das suas palavras.
Eu preciso admirar as pessoas para gostar delas. Se não as admiro não passa de uma relação vazia, dessas que a gente enche de mentira para passar o tempo. Meu tempo não passa, ou ele simplesmente não chega. Você apareceu quando era época de procurar alicerces e delimitar o meu pequeno lugar no mundo. O suficiente para que tudo seja claustrofóbico e arejado nas mesmas proporções. Os opostos nos quais eu deixo minha vida transitar e me prender. Meus pensamentos vagam enquanto olho algumas pessoas nos olhos. É um misto de felicidade e inveja. Tudo seria mais fácil se não fosse essa a minha vida. As coisas suportáveis e coloridas. Esse escuro e as minhas canetinhas falhas me impedem de escrever com cor. Não consigo viver de outra forma. Aceitar de outra forma. Tirei da sua solidão a minha força. E dela fiz a minha. Da sua vida tirei escolhi os erros e nem pensei que fosse ser assim. Uma estrada estranha e eu resolvi ir pelo acostamento. Sempre mais rápido do que é permitido. Nunca devagar. Agora, aquele guarda ali parado me fazendo sinais para encostar. Penso em seguir em frente e se possível levá-lo junto. Mas, preciso de algo que me pare. Espero que isso seja melhor do que continuar dentro dessa cabeça. Preciso que alguém me prenda e me tire daqui.
Esse carinho descarrilado. Essa montanha-russa. Tudo que essas paredes respiram me fazem mal. Você aí com a sua solidão me faz mal. Me socorre ou me pára. Mas, me ajuda?