terça-feira, outubro 16, 2007

CAFEÍNA


Os telhados se desfazem em goteiras. Por todo caminho as gotas molharam as palavras que não consegui dizer. Os medos dos outros parecem não encontrar os meus. Deve ser essa passionalidade filhadaputa que faz a diferença. A vida deles parece maior. Os problemas todos maiores. E eu não acho uma palavra que fale mais do que o meu silêncio. Não entendo essas pessoas que travam a possibilidade. Devo ter faltado na aula de prudência antes de chegar na vida. Sempre me jogo de cabeça no desconhecido e se nunca bati nas pedras devo isso a sorte.
O tempo lá de fora me deixa ainda mais doente. Eu espirro o meu fim-de-semana. Os excessos eu troco pela minha saúde. Não julgo suas lembranças e nem te entrego soluções. Desço a augusta com a sensação de estar pegando um monte de coisas que não são minhas. Daí tem aquele sebo e o cara que lembra de quando passei horas atrás de dois livros. Os cigarros queimam devagar e eu só desejo que no meio dessa confusão você encontre sua paz.