segunda-feira, novembro 10, 2008

Silêncio

Achei o necessário. Hoje eu preferi demorar horas pra chegar em casa, porque eu tinha um livro e um cd no ipobre que chama 'cd mulherzinha', passei dois dias encaixando as músicas, escolhendo a ordem, pensando no ritmo que um cd gravado com esse nome teria e agora demoro um mês para gravar. Enquanto isso tenho um livro e ele no ipobre para me deliciar com minha própria companhia silenciosa. Olho para as pessoas no ônibus, arrisco um sorriso para senhora que me olhou sentada com o livro em um canto estratégico que não chegou a ser um banco. Não queria ouvir as pessoas e nem falar com elas. Preferi o silêncio e voltar para casa mais cedo do que a interação na faculdade. Ficar com meu pijama da hello kitty rosa que beira o rídiculo depois de passar pelo infantil e uma ou duas pessoas com as quais troco palavras nesse computador, o msn fechado e o gtalk escolhendo pequenas letras. Cansada.

O difícil é encontrar alguém que entenda as diferenças. Que não critique por eu gostar de Nina Simone e não esquentar por viciar em uma música daquele filme adolescente. A que pode amar um filme do Woody Allen, saber de cor todas as falas de Closer ou assistir mil vezes Brilho Eterno só para ver aquela cena onde ela diz ser uma garota ferrada procurando sua própria paz de espírito; a mesma que pode passar um fim-de-semana fazendo maratona High School Musical com a irmã de onze anos. Posso ficar semanas lendo a mesma coisa do Caio só porque ele me envolve demais e achar o livro novo do escritor russo do momento um porre, continuar a mesma ainda que tenha esperado pelo lançamento do último livro que fechou a minha infância junto com J. K Rowling. Sendo essa contradição inteira, sem deixar de ser eu. Posso me apaixonar perdidamente por um sorriso e desapaixonar pela forma que não olha nos olhos daquele garoto que te pede atenção.

O mais importante é saber que eu sou capaz de esquecer do mundo por um só. Mesmo que eu pareça a garota inquieta demais, inconstante demais, irritada demais. Demais, é o que os outros vêem. Todos eles.


Enfim...



L’essentiel est invisible pour les yeux.