domingo, novembro 23, 2008

Música, cinema e identificação


A diferença de se encontrar ou parar, é que ninguém se acha sem se perder, é preciso aquele período de experimentar a sensação de 'não saber', para que a arte do encontro seja real. Se não, é só a inércia nos levando até um ponto qualquer. "Ela sabe exatamente o que não quer". A partir daí se desenrolou uma infinidade de coincidências. É estranho como não encontro um porto, porque sigo com a premissa máxima de que só o 'não realizado pode ser romântico' e, eu nem sabia disso até uma conversa em um bar, porque algumas pessoas pensam coisas parecidas, algumas pessoas também são diferentes. Outras se encontram em um conto de fadas e buscam um 'para sempre'. Enquanto aprecio o caminho e o desenho de detalhes. Procuro sorrisos. E vivo em busca de pequenas doses de verdadeiro sentimento. Desprezo quem precisa estar com alguém. Esqueço quem se perde em uma vida vazia. Encontro quem sorri da sua própria loucura. Quem se aceita da cabeça aos pés e enxerga os próprios defeitos. Aqueles que me fazem sorrir e chorar de felicidade.

Quero cantar até perder a voz. Viver até não me sentir estrangeira de mim mesma. Não me prender jamais ao que esperam de mim. Quero uma vida plena. E assim, eu prefiro 'regretting instead of forgetting with somebody else', como canta a Nega.

E ainda existem pessoas que acham tanta contradição, charme. Apesar de acreditar no não realizado, o realizado é bem melhor e me carrega leve por dias sem notar...



-- Nina Simone