so bring me consciousness and kill my innocence
Se eu tivesse que definir parte desse ano, o fim do passado, encontraria uma única palavra: realização. Em passos pequenos cheguei em lugares que não imaginei, encontrei pessoas que dividiam ideais parecidos, mundos similares e me senti parte. Parte de um todo que construímos juntos.
Saciei minha sede de mundo e me senti satisfeita. Dominei as rédeas da minha vida, encontrei paz e calma no meio do caos. Criei, produzi, dividi e me senti bem. Vivi noites sem dia seguinte, dias sem noites, vivi intensamente. Contive pecados, guardei desejos, reservei pensamentos. Me contive. Entre extremos o principal foi revelado sem palavras.
Mas, encontro uma, a mesma do início: realização.
sexta-feira, julho 30, 2010
quinta-feira, julho 29, 2010
ressaca (i)moral.
Me apaixono, vivo, mentalizo, realizo. Me desapaixono e esvazio. Reencontro os detalhes que incomodam no processo contrário, ignoro eles quando vou e os percebo quando volto. Mas, não me importo, gosto do processo de sentir sem perceber, sem notar, sem querer. Gosto quando algo me toma o controle e segura um pouco a onda que sempre tento manter só minha. É bom sair de mim sem perceber enquanto tudo se faz em simplicidade. Mas, gosto de voltar, de sentir o gosto bom da liberdade e das vontades latentes. Gosto dos extremos e do que encontro entre eles. Gosto das pessoas compatíveis que sabem viver os domingos de ócio e as noites de fúria. Mas, principalmente, de quem divide o dia seguinte cheio de frutas, água, dor de cabeça e a vontade sobrenatural de abraçar alguém só para sentir que ainda é possível... ser real.
Me apaixono, vivo, mentalizo, realizo. Me desapaixono e esvazio. Reencontro os detalhes que incomodam no processo contrário, ignoro eles quando vou e os percebo quando volto. Mas, não me importo, gosto do processo de sentir sem perceber, sem notar, sem querer. Gosto quando algo me toma o controle e segura um pouco a onda que sempre tento manter só minha. É bom sair de mim sem perceber enquanto tudo se faz em simplicidade. Mas, gosto de voltar, de sentir o gosto bom da liberdade e das vontades latentes. Gosto dos extremos e do que encontro entre eles. Gosto das pessoas compatíveis que sabem viver os domingos de ócio e as noites de fúria. Mas, principalmente, de quem divide o dia seguinte cheio de frutas, água, dor de cabeça e a vontade sobrenatural de abraçar alguém só para sentir que ainda é possível... ser real.
sábado, julho 17, 2010
Either way you're wrong
Um mistério, é assim que te vejo, um monte de perguntas sem respostas, um monte de respostas sem perguntas, um monte de coisa que não se reconhece. Ao mesmo tempo que esbanja segurança, parece um garoto carente a espera de alguém que te tome nos braços. Ao mesmo tempo que parece saber sobre tudo, se confunde com as datas e os dados. Seu olhar é triste e profundo, é alegre e sincero, seu olhar me olha de um jeito que incomoda. Me sinto nua a cada vez que vejo você dentro dos meus olhos, sem nenhuma proteção, sem nada para fingir, nada.
Ao mesmo tempo, quero de você apenas distância. Quero manter minha cabeça no lugar, minha vida andando por onde anda, meus problemas longe de serem grandes, proteger os meus pensamentos que não enfrentam os de alguém assim. Você mudou a ordem das coisas. Dentre todas as pessoas que sempre achei babacas, saiu você, compatível e diferente. Sincero. Sinto na sua voz uma sinceridade que não noto nos outros. Eu que já havia desistido dos outros e me entregue a boêmia, me vi procurando calma. Trocando noites de absurdo por dias de calmaria. Trocando tardes de muita coisa por coisa nenhuma. Me peguei, medindo ganhos e perdas, procurando critérios para te incluir ou descartar de mim. Me peguei entre planos que não quero executar e pensamentos que não quero ter.
Outra vez, o acaso rege minha vida. Eu, indomável, sou domada por pensamentos que não se concretizaram (ainda).
Um mistério, é assim que te vejo, um monte de perguntas sem respostas, um monte de respostas sem perguntas, um monte de coisa que não se reconhece. Ao mesmo tempo que esbanja segurança, parece um garoto carente a espera de alguém que te tome nos braços. Ao mesmo tempo que parece saber sobre tudo, se confunde com as datas e os dados. Seu olhar é triste e profundo, é alegre e sincero, seu olhar me olha de um jeito que incomoda. Me sinto nua a cada vez que vejo você dentro dos meus olhos, sem nenhuma proteção, sem nada para fingir, nada.
Ao mesmo tempo, quero de você apenas distância. Quero manter minha cabeça no lugar, minha vida andando por onde anda, meus problemas longe de serem grandes, proteger os meus pensamentos que não enfrentam os de alguém assim. Você mudou a ordem das coisas. Dentre todas as pessoas que sempre achei babacas, saiu você, compatível e diferente. Sincero. Sinto na sua voz uma sinceridade que não noto nos outros. Eu que já havia desistido dos outros e me entregue a boêmia, me vi procurando calma. Trocando noites de absurdo por dias de calmaria. Trocando tardes de muita coisa por coisa nenhuma. Me peguei, medindo ganhos e perdas, procurando critérios para te incluir ou descartar de mim. Me peguei entre planos que não quero executar e pensamentos que não quero ter.
Outra vez, o acaso rege minha vida. Eu, indomável, sou domada por pensamentos que não se concretizaram (ainda).
quarta-feira, julho 14, 2010
sonho para dormir acordada
Sempre tive alguma coisa com os sonhos. Quando criança vivia neles, em um mundo paralelo cheio dessa coisa complexa demais para se resumir em uma palavra. Os anos se passaram, me vi entre o da padaria e o da psicologia, sempre adorando os dois. A diferença é que um me enche de culpa e e outro me isenta dela. Me sinto levemente traindo o movimento feminino quando como um sonho sem dó, me culpo por não sentir culpa e dessa forma, me sinto culpada. E nos sonhos, no reino encantando onde o meu subconsciente dá o tom, não conheço o significado dos limites, da moral, ignoro a existência da culpa.
Essa noite sonhei como se estivesse acordada. Me vi realizando os desejos reprimidos, era real porque provocou sensações e irreal porque o toque era imaginário. As palavras se fizeram em silêncio e eu senti as suas mãos na minha cintura. Pressa e calma, urgência e cumplicidade, extremos e diferentes. Você ali a espera de um sinal meu que dissesse sim ou não. Encostei meu corpo no seu, deitei minha cabeça no seu ombro, te concedi uma passagem para o pecado. E, então, sem mais delongas você me tomou para si. O jogo continuou com detalhes que não se revelam enquanto mudávamos entre risos o papel de caça e caçador. Sempre gostei do jeito que você me olha decidido a acabar com minha indiferença. Gosto do meu jeito de nunca te dizer nada ou de dizer te dando sempre o privilégio da dúvida. Nunca trocamos uma palavra se quer sobre o que existe para provocar essa tensão. No sonho, nesse momento cheio de detalhes que não se confessam, continuamos sem falar. Só aceitamos que o abraço não dura mais por acaso, que os olhares não se cruzam sem razão, que as ideias não batem por coincidência. Dividimos as águas e criamos um segredo.
Uma pena, era um sonho e agora percebo que preciso evitar... você.
Sempre tive alguma coisa com os sonhos. Quando criança vivia neles, em um mundo paralelo cheio dessa coisa complexa demais para se resumir em uma palavra. Os anos se passaram, me vi entre o da padaria e o da psicologia, sempre adorando os dois. A diferença é que um me enche de culpa e e outro me isenta dela. Me sinto levemente traindo o movimento feminino quando como um sonho sem dó, me culpo por não sentir culpa e dessa forma, me sinto culpada. E nos sonhos, no reino encantando onde o meu subconsciente dá o tom, não conheço o significado dos limites, da moral, ignoro a existência da culpa.
Essa noite sonhei como se estivesse acordada. Me vi realizando os desejos reprimidos, era real porque provocou sensações e irreal porque o toque era imaginário. As palavras se fizeram em silêncio e eu senti as suas mãos na minha cintura. Pressa e calma, urgência e cumplicidade, extremos e diferentes. Você ali a espera de um sinal meu que dissesse sim ou não. Encostei meu corpo no seu, deitei minha cabeça no seu ombro, te concedi uma passagem para o pecado. E, então, sem mais delongas você me tomou para si. O jogo continuou com detalhes que não se revelam enquanto mudávamos entre risos o papel de caça e caçador. Sempre gostei do jeito que você me olha decidido a acabar com minha indiferença. Gosto do meu jeito de nunca te dizer nada ou de dizer te dando sempre o privilégio da dúvida. Nunca trocamos uma palavra se quer sobre o que existe para provocar essa tensão. No sonho, nesse momento cheio de detalhes que não se confessam, continuamos sem falar. Só aceitamos que o abraço não dura mais por acaso, que os olhares não se cruzam sem razão, que as ideias não batem por coincidência. Dividimos as águas e criamos um segredo.
Uma pena, era um sonho e agora percebo que preciso evitar... você.
segunda-feira, julho 12, 2010
Don't leave me high, don't leave me dry
A irritação, a sensibilidade, a vontade de gritar e a necessidade de ficar quietinha. Tudo oscilando e mudando. Vontades absurdas e certezas absolutas trocados pela inconstância. Não sei lidar com o que acho, em um momento enxergo genialidade e no outro, insegurança e babaquice. Como diria o Caio, vivo cansada de sedes afetivas insaciavéis. Me encontro e desencontro nas noites, me perco e preciso me recolher para juntar os pedaços. Vivo vivo vivo e morro por um dia inteiro. Não aguento lidar com meu próprio mau humor, fico em silêncio virando páginas ou mudando a faixa. Fico tentando encontrar a paz, os remédios paliativos para angústia, o placebo que já não me faz mais efeito. Minha cabeça já não constrói cenas, meus pensamentos já não mais perseguem os seus mistérios, os meus sonhos nem sequer sonham. Tudo diferente e tão igual. Nenhum ponto que tenha mudado tudo. Nenhum lugar para chamar de começo ou fim. Tudo em suspenso, revelado entre silêncios, escondidos entre palavras, reservado em pequenas trocas.
E nada mais me alarma, nada mais me surpreende. Achei que os anos iam tirar de mim essa birra juvenil, iam me tornar mais receptiva, mais afetiva. Mas, não. Fui entrando cada vez mais na vida de cada vez menos. Me sinto plena com poucas pessoas. Me sinto segura dentro de poucos braços. Me sinto feliz em pequenos momentos. Eu, sentada aqui, esperando que ainda possa...
A irritação, a sensibilidade, a vontade de gritar e a necessidade de ficar quietinha. Tudo oscilando e mudando. Vontades absurdas e certezas absolutas trocados pela inconstância. Não sei lidar com o que acho, em um momento enxergo genialidade e no outro, insegurança e babaquice. Como diria o Caio, vivo cansada de sedes afetivas insaciavéis. Me encontro e desencontro nas noites, me perco e preciso me recolher para juntar os pedaços. Vivo vivo vivo e morro por um dia inteiro. Não aguento lidar com meu próprio mau humor, fico em silêncio virando páginas ou mudando a faixa. Fico tentando encontrar a paz, os remédios paliativos para angústia, o placebo que já não me faz mais efeito. Minha cabeça já não constrói cenas, meus pensamentos já não mais perseguem os seus mistérios, os meus sonhos nem sequer sonham. Tudo diferente e tão igual. Nenhum ponto que tenha mudado tudo. Nenhum lugar para chamar de começo ou fim. Tudo em suspenso, revelado entre silêncios, escondidos entre palavras, reservado em pequenas trocas.
E nada mais me alarma, nada mais me surpreende. Achei que os anos iam tirar de mim essa birra juvenil, iam me tornar mais receptiva, mais afetiva. Mas, não. Fui entrando cada vez mais na vida de cada vez menos. Me sinto plena com poucas pessoas. Me sinto segura dentro de poucos braços. Me sinto feliz em pequenos momentos. Eu, sentada aqui, esperando que ainda possa...
terça-feira, julho 06, 2010
someone to hold my hand
Uma vida recheada de clichês desses de filme, de música, de teatro, de literatura, de arte que transpira e respira a sensibilidade dos seus iguais. Os da vida real, os que criam e recriam formas diferentes de fazer a mesma coisa.
Tantas vezes não mudo por preguiça, refaço a rota de hábitos me esquivando das lembranças. Tento escrever uma história diferente a cada novo personagem. Mas, sempre me encontro com aquela teoria maluca que ainda vou levar na pele, "eterno retorno".
São as mesmas sensações, os mesmos medos, os mesmos clichês. Me desfaço do que passou, abro espaço para o novo e, de repente, me pego igual ainda que diferente. Mudam as companhias, os horários, as vontades. Mudam e são iguais.
Quanto ainda vou precisar escrever até acabarem as palavras? Queria encontrar conforto no silêncio. Não sei se é busca ou espera. Busco apenas o momento de esperar. Mas, não quero nada de definitivo com poucos letras como amor ou fim. Queria apenas sentir as sensações desconhecidas. Busco busco busco e canso.
Uma vida recheada de clichês desses de filme, de música, de teatro, de literatura, de arte que transpira e respira a sensibilidade dos seus iguais. Os da vida real, os que criam e recriam formas diferentes de fazer a mesma coisa.
Tantas vezes não mudo por preguiça, refaço a rota de hábitos me esquivando das lembranças. Tento escrever uma história diferente a cada novo personagem. Mas, sempre me encontro com aquela teoria maluca que ainda vou levar na pele, "eterno retorno".
São as mesmas sensações, os mesmos medos, os mesmos clichês. Me desfaço do que passou, abro espaço para o novo e, de repente, me pego igual ainda que diferente. Mudam as companhias, os horários, as vontades. Mudam e são iguais.
Quanto ainda vou precisar escrever até acabarem as palavras? Queria encontrar conforto no silêncio. Não sei se é busca ou espera. Busco apenas o momento de esperar. Mas, não quero nada de definitivo com poucos letras como amor ou fim. Queria apenas sentir as sensações desconhecidas. Busco busco busco e canso.
domingo, julho 04, 2010
sete anos e contando
Basta uma tarde para notar a sorte que tenho. Milhares de pessoas passam. Rostos conhecidos e nomes desconhecidos. Nomes conhecidos e rostos desconhecidos. Todos mudando e alguns me mudando um pouco. Mas são passageiros, efêmeros, como romance que dura uma noite só, como uma música que tem só três minutos, como melodia que cansa depois de ser ouvida demais, como dias que tem apenas vinte e quatro horas e por isso os minutos são contados, a vida é contida.
Eu tenho mais. Tenho uma tarde inteira passando leve na companhia da melhor parte de mim. Da amizade sem limites, da certeza absoluta, das conversas mais produtivas, de concordar e discordar, de querer proteger e querer matar. No nosso xadrez mental uma peça movida é sempre um novo ponto a repensar. É quando eu paro diante do que sou e não gostaria. É quando noto devagar que meus defeitos fazem parte de mim, tanto e com tanta necessidade, que não saberia me desfazer de alguns deles. Penso dentro de tudo que acontece o que é verdadeiramente meu, o que é orgulho, o que é precisão e o que é realidade. O real que me impulsa em sonhos e que abstraio na vida. Vivo dos sonhos fazendo da realidade uma coisa para mais tarde. Mas, tenho sorte, tanta sorte que tenho vontade de estampar o conforto em uma camiseta.
É, eu sei que o mundo pode mudar, milhares de coisas podem acontecer, os limites podem ser testados, os problemas mudarem de proporções, os lugares serem outros, o país e a língua serem diferentes, o futuro ser incerto. Mas, sei também, sem dúvidas, que terei mais milhares de anos dessa amizade. A melhor parte de mim, você é assim. :)
Basta uma tarde para notar a sorte que tenho. Milhares de pessoas passam. Rostos conhecidos e nomes desconhecidos. Nomes conhecidos e rostos desconhecidos. Todos mudando e alguns me mudando um pouco. Mas são passageiros, efêmeros, como romance que dura uma noite só, como uma música que tem só três minutos, como melodia que cansa depois de ser ouvida demais, como dias que tem apenas vinte e quatro horas e por isso os minutos são contados, a vida é contida.
Eu tenho mais. Tenho uma tarde inteira passando leve na companhia da melhor parte de mim. Da amizade sem limites, da certeza absoluta, das conversas mais produtivas, de concordar e discordar, de querer proteger e querer matar. No nosso xadrez mental uma peça movida é sempre um novo ponto a repensar. É quando eu paro diante do que sou e não gostaria. É quando noto devagar que meus defeitos fazem parte de mim, tanto e com tanta necessidade, que não saberia me desfazer de alguns deles. Penso dentro de tudo que acontece o que é verdadeiramente meu, o que é orgulho, o que é precisão e o que é realidade. O real que me impulsa em sonhos e que abstraio na vida. Vivo dos sonhos fazendo da realidade uma coisa para mais tarde. Mas, tenho sorte, tanta sorte que tenho vontade de estampar o conforto em uma camiseta.
É, eu sei que o mundo pode mudar, milhares de coisas podem acontecer, os limites podem ser testados, os problemas mudarem de proporções, os lugares serem outros, o país e a língua serem diferentes, o futuro ser incerto. Mas, sei também, sem dúvidas, que terei mais milhares de anos dessa amizade. A melhor parte de mim, você é assim. :)
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