domingo, junho 24, 2012

Eu Não Tenho Um Barco, disse a árvore

Ler, ouvir música, assistir um filme, andar no parque, prestar atenção nas crianças que sorriem para mim no metrô, brincar com o cachorro, dormir na rede, observar o jeito que se move as folhas que caem das árvores do parque sempre vazio que fica ao lado da rádio. Dar valor ao que de pequeno existe no mais sincero das coisas. Me apegar aos detalhes que não percebo porque vivo com pressa enquanto me entorpeço de obrigações. Quando me encontro em caos me encontro no silêncio.

 Já consigo sentir e seguir sem me abrigar na segurança do meu passado. Não acredito nas mudanças, não acredito que vá ser diferente, não acredito em reconstrução da vontade. Acabou porque não sou mais ponto e vírgula. Acabou porque foram muitos anos esperando e a espera também desgasta. A espera amargou o sentimento e da pureza sobraram as palavras. Essas sim... ainda suas.