domingo, novembro 30, 2008
Uma vez por mês eu entendo toda a humanidade, o jeito que todo mundo anda sem fé ou esperança no futuro, que banalizam o amor, que esquecem a simplicidade do sorriso de uma criança. Uma vez por mês eu entendo e sou como todos os outros. Me falta esperança, fé e vontade. Nesse mês, o meu dia de me sentir igual, veio depois de um em que me senti diferente. Esperança de que toda vida se encaixaria naquele melhor sorriso, que nada importaria tanto assim, que todo esse desencontro era armadilha da vida para armar algo maior e mais bonito. Um dia antes do meu dia de todos os outros, me senti feliz e acolhida por um lugar que já reconheci como parte da minha rotina, que fez de algum dos meus dias os melhores, perto de quem fez de toda diferença, equilíbrio. Um dia antes do meu dia de todo mundo, eu consegui dormir uma noite inteira calma, com sonhos doces dos quais não me lembro, mas eram doces, isso eu sei.
Depois do meu dia de todo mundo. Dormi poucas horas um sono agitado e cheio de pesadelos. Um maldito rato, que a maldita pessoa que estragou tudo apareceu para brincar, uma cobra e um leopardo em um restaurante moderno demais, todas essas coisas que sendo hippie o suficiente para pesquisar o significado dos sonhos, simboliza falsidade. Uma vez por mês, eu sinto medo, não só de mim, como é habitual, dos outros, sinto medo de todos que não entendem absolutamente nada das diferenças, dos que banalizam os sentimentos, da indiferença que você se veste. Uma vez por mês eu sinto algumas coisas, ruins.
Uma vez por mês, eu sinto uma vontade absurda de ouvir Cranberries até o mundo acabar. Sabe, o que é? Uma vez por mês eu quero que o mundo acabe. Meus sentimentos se explodão. A verdade caia como uma luva nas suas mãos. Os sonhos se desfaçam. E a esperança morra. Devia querer isso todos os dias, mas eu li Pollyanna demais, percebi cedo que só os riscos valem a pena na vida e viver sem eles, é a inércia que torna os dias previsíveis, demais, para mim, que não sei viver assim. Mas, uma vez por mês, eu sei.
Eu continuo, dia após dia, testando os limites das palavras. Confissão, impulso, uma falta completa de razão, uma vida inteira de emoção, uma das nossas eternas diferenças é que eu não sei esconder o coração, eu já te pedi para me ensinar, mas essa é uma das coisas que você me negou com um sorriso. Uma vez por mês, eu queria ser diferente, só para não ser assim todos os dias. Uma vez por mês, eu tenho tpm e canso da fé. Sempre, uma vez por mês.
ps. o turbilhão de pesadelos dessa noite foderam a vida. =\
ps2. primeira mixtape =)
terça-feira, novembro 25, 2008
after all this time i don´t know why*
Sinto falta de como você me equilibrou. De como todo meu impulso era controlado pela sua razão. E nossas mãos se perdiam em lutas sem ganhadores. O seu sorriso sempre disse mais do que as suas palavras. Era com ele que você se vestia sempre que não queria responder ou perguntar. Era assim que você se limitava a conhecer do mundo apenas o essencial. Talvez você nunca tenha saído muito da sua rota. Medo de olhar para dentro e notar que diferente de tudo isso, algo te move, como a lágrima da fênix que cura todo o mal, o fim dos seus medos te curariam. Seria um dia após o outro como aqueles que vivemos. Uma frase solta grudada na outra. Um sorriso guiado pelo outro. Sonhos coloridos e confessados baixinho. Sem o medo de não ser bom o suficiente, seriamos um, pelo tempo do eterno, mesmo que não seja para sempre.
Quando eu era muito mais garota do que hoje. Eu acreditava que encontraria alguém para me completar, alguém que formasse tudo que eu imaginei, mas o tempo passou e o mundo mostrou que eu encontraria alguém que me equilibrasse e eu seria o desequilíbrio da vida dele. Nossas visões de mundo seriam diferentes porque era necessário aprender também. Nossos sonhos seriam parecidos, nossas vontades seriam semelhantes, nossa capacidade de ouvir seria igual. Nesses pequenos detalhes encontrei você.
Faz dias que encontrei alguns sorrisos que me mostram um novo caminho ou iluminam o antigo. É como se caminhasse no meio de uma estrada e o destino estivesse ao lado, um dos dois lados, mas eu continuo no meio, seguindo sem notar que quanto mais caminho, mais a estrada se afunila e ali no fim dela, os dois virão um único. Como se fosse inevitável chegar a um lugar que se escreveu nas estrelas, no dia que você notar a existência delas e deixar que todo peso do que é obrigado, se vá. Não é preciso mudar, não era, mas você fez. Adequou-se e virou isso que eu não reconheço mais...
Até o fim da estrada, ainda não consigo enxergar os pontos, e me deparo com os dois lados. Escolhas?
-- * Girl - The Beatles
domingo, novembro 23, 2008
A diferença de se encontrar ou parar, é que ninguém se acha sem se perder, é preciso aquele período de experimentar a sensação de 'não saber', para que a arte do encontro seja real. Se não, é só a inércia nos levando até um ponto qualquer. "Ela sabe exatamente o que não quer". A partir daí se desenrolou uma infinidade de coincidências. É estranho como não encontro um porto, porque sigo com a premissa máxima de que só o 'não realizado pode ser romântico' e, eu nem sabia disso até uma conversa em um bar, porque algumas pessoas pensam coisas parecidas, algumas pessoas também são diferentes. Outras se encontram em um conto de fadas e buscam um 'para sempre'. Enquanto aprecio o caminho e o desenho de detalhes. Procuro sorrisos. E vivo em busca de pequenas doses de verdadeiro sentimento. Desprezo quem precisa estar com alguém. Esqueço quem se perde em uma vida vazia. Encontro quem sorri da sua própria loucura. Quem se aceita da cabeça aos pés e enxerga os próprios defeitos. Aqueles que me fazem sorrir e chorar de felicidade.
Quero cantar até perder a voz. Viver até não me sentir estrangeira de mim mesma. Não me prender jamais ao que esperam de mim. Quero uma vida plena. E assim, eu prefiro 'regretting instead of forgetting with somebody else', como canta a Nega.
E ainda existem pessoas que acham tanta contradição, charme. Apesar de acreditar no não realizado, o realizado é bem melhor e me carrega leve por dias sem notar...
-- Nina Simone
terça-feira, novembro 18, 2008
As coisas só começaram a fazer sentido quando eu aceitei que seria diferente. Meus sonhos não responderiam as expectativas dos outros. Minhas vontades seriam particulares. Meu gosto estaria extremamente ligado a liberdade. Quando aceitei que poderia sentir falta de quem quisesse no show de quem fosse. Quando as coisas finalmente fizeram sentido...
Com uma dose extra de sorte encontrei amigos maravilhosos e pessoas que vivo revendo pelo mundo. Fora os meus amigos, lembro com carinho de alguns outros, porque as pessoas deixam mais do que marcas no meu corpo. Escrevem a sua história em um, ou mais, capítulos da minha. E se hoje, tudo é assim tão impreciso, é porque resolvi que mais vale observar os passarinhos voarem livres....
Um beijo,
Carinho...
* título dessa música
Could we
Take a walk
Could we
Have us a talk alone
In the afternoon
(...)
-- da Cat Power
segunda-feira, novembro 17, 2008
Um monte de músicas, um monte de frases, um monte de coisas sem sentido concreto que fariam mais sentido com você, que nem sei quem é. Uma pessoa que eu espero para me deixar quieta quando eu teimar em falar. Para olhar nos meus olhos e descobrir que eles podem esconder tanta coisa, menos de você, que eu nem sei quem é. Alguém capaz de desmontar todas as minhas armadilhas sem cair em nenhuma. Que não se deixe ser boicotado pela minha mania de ficar sozinha. Que note a diferença entre necessidade de silêncio ou capricho.
Sabe, você, pra quem eu entregaria algumas coisas que nunca deixei ninguém tocar. Só você, que nem existe, porque não tem mais um alguém atrás do meu você. Não precisa mais tentar fazer eu te esquecer, porque eu já esqueci, você foi um produto maravilhoso da minha imaginação que não funcionou no jogo da vida real.
Sabe, eu continuo esperando você com meu guarda-chuva para te proteger da água e com um sorriso para te proteger do mundo. O resto a gente faz funcionar, dar certo, acabar. Com um toque de leveza nessa vida cinza, da chuva, do dia a dia...
domingo, novembro 16, 2008
Queria te pedir para não iluminar demais os meus dias. Não sorrir nos momentos certos e nem saber exatamente o que falar. Queria te pedir para não preencher espaços com a sua vida e nem deixar a minha mais leve. Queria te pedir para nunca, jamais, em hipótese alguma pensar em ser especial.
Reconheço que nesse momento me deixei ser vista, sorrio mais e falo do meu passado com doçura e certeza de que o melhor é andar para frente. Penso nas coisas que seriam dele, só dele, as minhas mãos cuidando do seu presente, meus dedos escrevendo broncas para ele notar que não pode andar sem guarda-chuva e depois a minha voz meio brava, meio compreensiva perguntando se não seria melhor eu ir socorre-lo com o meu guarda-chuva vermelho. Lembro de pequenas e bobas frases para o fazer sorrir. Das minhas canetas com ele, esperando uma nova história ser escrita.
Cansada do marasmo fui naquele lugar sentir saudades. Trocar passos com os sonhos marcados, os medos retidos, as palavras guardadas. Me vesti do silêncio e sorri para a compreensão. De repente existe identificação em algum lugar de um sorriso. Cantei de olhos fechados todas aquelas músicas com letra demais, vida demais, verdade demais e a melodia que movia cada um dos meus dias passados, demais. Esperava o tempo inteiro uma música que me denuncia da cabeça aos pés, que encaixa cada uma das frases na minha vida e me faz sorrir. No fim, encaixadas as diferenças, subia a Augusta outra vez, com um sorriso no rosto. As coincidências representam o acaso de uma das minhas frases que transformei em clichê na vida: "os melhores dias chamam acaso". E esse foi, por acaso... carinho.
quinta-feira, novembro 13, 2008
Se escrevo menos, talvez seja a necessidade de guardar, doar os meus pedaços apenas para quem escolho. Minhas palavras desenham um caminho. Minhas vontades sorriem dos meus medos. A sensação de dever cumprido apaga todo o meu cansaço. E felicidade pode ser um sorriso quando você precisa de um;
em alguém.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Achei o necessário. Hoje eu preferi demorar horas pra chegar em casa, porque eu tinha um livro e um cd no ipobre que chama 'cd mulherzinha', passei dois dias encaixando as músicas, escolhendo a ordem, pensando no ritmo que um cd gravado com esse nome teria e agora demoro um mês para gravar. Enquanto isso tenho um livro e ele no ipobre para me deliciar com minha própria companhia silenciosa. Olho para as pessoas no ônibus, arrisco um sorriso para senhora que me olhou sentada com o livro em um canto estratégico que não chegou a ser um banco. Não queria ouvir as pessoas e nem falar com elas. Preferi o silêncio e voltar para casa mais cedo do que a interação na faculdade. Ficar com meu pijama da hello kitty rosa que beira o rídiculo depois de passar pelo infantil e uma ou duas pessoas com as quais troco palavras nesse computador, o msn fechado e o gtalk escolhendo pequenas letras. Cansada.
O difícil é encontrar alguém que entenda as diferenças. Que não critique por eu gostar de Nina Simone e não esquentar por viciar em uma música daquele filme adolescente. A que pode amar um filme do Woody Allen, saber de cor todas as falas de Closer ou assistir mil vezes Brilho Eterno só para ver aquela cena onde ela diz ser uma garota ferrada procurando sua própria paz de espírito; a mesma que pode passar um fim-de-semana fazendo maratona High School Musical com a irmã de onze anos. Posso ficar semanas lendo a mesma coisa do Caio só porque ele me envolve demais e achar o livro novo do escritor russo do momento um porre, continuar a mesma ainda que tenha esperado pelo lançamento do último livro que fechou a minha infância junto com J. K Rowling. Sendo essa contradição inteira, sem deixar de ser eu. Posso me apaixonar perdidamente por um sorriso e desapaixonar pela forma que não olha nos olhos daquele garoto que te pede atenção.
O mais importante é saber que eu sou capaz de esquecer do mundo por um só. Mesmo que eu pareça a garota inquieta demais, inconstante demais, irritada demais. Demais, é o que os outros vêem. Todos eles.
Enfim...
L’essentiel est invisible pour les yeux.
domingo, novembro 09, 2008
Se eu fosse uma garota com um manual de instrução, ele seria cheio de letras minúsculas descrevendo as minhas pequenas particularidades. Eu não preciso ouvir coisas bonitas, porque elas me cansam com a mesma intensidade da ausência delas. Me assusta certas palavras e eu fujo só para não ter que enfrentar uma coisa andando mais rápido do que eu. Essa é a mesma garota que pode gostar e deixar de gostar com a mesma intensidade. No mesmo ritmo das atitudes infantis, porque o Caio disse uma vez algo como se "amar fosse conseguir enxergar, e não mais amar, deixar de". A essência era essa, mas a frase nem de longe parece com isso, porque ele sempre esteve muitos passos a frente.
Eu estou perto de coisas que são verdadeiras, intensas, diferentes. Deixo as coisas acontecerem e noto que eles não acertam os lugares que me deixam sem ar, sem chão, sem pensar em consequência.
Eu sinto por tudo que jamais chegou a ser. Pelos dias pela metade que vivemos. Pelos sonhos atravessados que sonhei. Pelos sorrisos cúmplices que se completavam e agora sorriem sem sentido. Pelo carinho que se trocou. Sinto que meus passos não poderiam esperar o diferente ser banal. Não gosto de esperar, a vida leva, me leva. E agora, eu tenho a opção de caminhar devagar, sorrindo com os cabelos soltos e o sol queimando meu nariz. Sorrindo dos meus dias passados e fazendo planos silenciosos enquanto procuro o sol em um outro olhar. Posso fazer tudo isso e me encontrar. Mas prefiro continuar sozinha com a intensidade certa de quem não precisa jogar a mão na vida de outro. Quem pode viver a sua própria vida. Quem suporta seus próprios problemas. Sustenta seu próprio castelo.
Naquele meu Manual de Instrução estaria escrito: "Cuidado frágil - capaz de mudar pela ausência da palavra certa ou pela insistência das erradas".
Opa, queb...
quinta-feira, novembro 06, 2008
Quando percebi que meu inglês finalmente era usual entendi Beatles e todas as palavras pareciam fazer parte do meu cotidiano. Não que eu as usasse sempre, mas os jovens garotos de Liverpool cantaram algumas das minhas histórias antes mesmo delas acontecerem. Esperei até o momento chegar e Help! deixar de fazer sentido, inverti a ordem das histórias e criei a minha própria. Meu maior presente foi hoje poder estar com alguém sem precisar. With a little help from my friends.
Penso em Eleanor Rigby e me pergunto se seria uma das pessoas solitárias que nunca se sabe de onde vem. Penso como contrario o I'll be back, te deixei com algo melhor para fazer e fui viver. Mesmo que odeie te deixar. Eu precisava voltar a sorrir e não posso ser uma peça do seu jogo. Minha prudência repentina me faz ir devagar, se apaixonar pelas idéias e não pelos ideais, pela essência e não pela força, pelo sorriso e não pela ausência.
Toda vez que ouvir 'and i love her', vou lembrar de você e de como um dia achei que bastaria 'bright are the stars that shine dark is the sky'.
Só sei que enquanto corro e faço tudo caber nos próximos, observo devagar os modos, as neuras, os medos e tudo que me apaixonaria por existir serem medidos dentro de todo esse valor que desconhecia existir. Sempre me senti sozinha entre muita gente; até então...
Compreensão.
E tudo isso é porque finalmente tenho a discografia dos garotos de Liverpool.
Obrigada pelo presente =)
terça-feira, novembro 04, 2008
Quando vejo a cena da garota com um livro naquele mesmo banco marrom, com as árvores de companhia, lembro de como eu gosto de me sentir daquele modo. Algumas letras e o banco esquecido no meio do nosso lugar de sempre. Deixei toda incerteza me levar a beira de um abismo. Até que alguém me agarrou pela blusa e mostrou que longe dali existia a minha vida inteira, a mesma esquecida durante todos aqueles sonhos.
Em um momento qualquer finjo que a vida não tem peso e consigo me sentir feliz. São os sorrisos e a verdade que não encontro nos olhos de quase ninguém. Tenho medo de me decepcionar e ao mesmo tempo não sei me entregar pela metade. Descobrimos o nosso ponto fraco. Sabemos onde tocar. Sentimos, enquanto respiramos devagar aquilo que nos convida a viver. Se eu me perder, procure dentro de uma palavra que escrevi para você, toda minha verdade existe em palavras.
Os jogos imaginários só tem graça quando os dois lados conhecem as regras sem que elas nem se quer existam. As brincadeiras só são grandes quando o sorriso é inexplicável. Os sonhos só são reais, quando é muito para ser verdade, vivemos sempre do que é muito para nós.
Eu só quero, não sentir medo nenhum. I'm beginning to find that when I drive myself my light is found.
drive - incubus*