"Quando Bate Aquela Saudade"
Você surgiu assim de repente. Como se fosse mais um entre tantos e me fez sorrir. Surgiu e me fez sonhar como ninguém e mostrou que não seria mais um. Mostrou que mudaria tudo dentro de mim, mostrou os seus sonhos e os seus medos, mostrou suas vontades e suas dúvidas, mostrou suas vontades e incertezas.
Abriu a porta do apartamento também sem saber como seria, me encontrou na frente da tv e me abraçou, apenas porque se nada fosse seríamos aquele abraço, o do encontro na frente da tv. Mas, nada tinha na tv e construímos um cenário dentro do abraço.
É você que tem os olhos gigantes. É em você que descansei tantas buscas e onde encontrei paz. É em você que ainda vejo tanto de mim e que não me sinto urgente porque sinto que tenho tempo. Queria te guardar no espaço presente e ao mesmo tempo guardarei o melhor de mim para o próximo encontro, enfim.
terça-feira, setembro 03, 2013
terça-feira, agosto 13, 2013
E agora, o que é que vou fazer?
Me sinto como se já te conhecesse a tanto tempo e tivéssemos apenas interrompido o curso do nosso momento. Cada uma das formas como você me sorri e me diz frases soltas. A fórmula exata como você tem algo entre o sonho e o real. Sonhos enormes de quem sabe que para realizar é preciso também caminhar no chão. A sua responsabilidade me apaixonou naquele dia cedo que a nossa vontade era passar o dia todo estendendo nossa preguiça, mas que você levantou contrariando meu abraço que te procurava, usando da responsabilidade que tão bem combina com você.
Te quero fazendo planos cada vez maiores e que eu caiba neles. Quero te ver realizando sonhos e te dar um abraço a cada um deles. Quero criar vida junto a sua criatividade enorme. Quero encontrar harmonia nas nossas diferenças. Compreensão nas nossas falhas. Calma nas nossas discussões. Quero paz e mais amor a cada novo dia.
Me quebrei em duas cidades. Uma parte de mim ficou dentro do último abraço no aeroporto. Outra parte voltou em lágrimas dentro do avião. Não me falta o que deixei, não me dói o que ficou, só que essa é a parte que mais brilha, são alguns sonhos e um querer manso. O que voltou, são vontades precisas e não abstratas. Não me cabe mais os enormes medos de antes. Pode ser que sim, que a gente se perca. Mas, depois de acreditar só nos restar crer e isso você já me deu, a crença em um gostar desse tamanho. Obrigada, amor.
Me sinto como se já te conhecesse a tanto tempo e tivéssemos apenas interrompido o curso do nosso momento. Cada uma das formas como você me sorri e me diz frases soltas. A fórmula exata como você tem algo entre o sonho e o real. Sonhos enormes de quem sabe que para realizar é preciso também caminhar no chão. A sua responsabilidade me apaixonou naquele dia cedo que a nossa vontade era passar o dia todo estendendo nossa preguiça, mas que você levantou contrariando meu abraço que te procurava, usando da responsabilidade que tão bem combina com você.
Te quero fazendo planos cada vez maiores e que eu caiba neles. Quero te ver realizando sonhos e te dar um abraço a cada um deles. Quero criar vida junto a sua criatividade enorme. Quero encontrar harmonia nas nossas diferenças. Compreensão nas nossas falhas. Calma nas nossas discussões. Quero paz e mais amor a cada novo dia.
Me quebrei em duas cidades. Uma parte de mim ficou dentro do último abraço no aeroporto. Outra parte voltou em lágrimas dentro do avião. Não me falta o que deixei, não me dói o que ficou, só que essa é a parte que mais brilha, são alguns sonhos e um querer manso. O que voltou, são vontades precisas e não abstratas. Não me cabe mais os enormes medos de antes. Pode ser que sim, que a gente se perca. Mas, depois de acreditar só nos restar crer e isso você já me deu, a crença em um gostar desse tamanho. Obrigada, amor.
sexta-feira, agosto 02, 2013
Sambinha bom
Adoro o som da sua voz. O volume da sua risada. O seu sotaque e a sua vontade. O jeito que me faz sentir especial. As frases que me diz e as que guarda pra você. A maneira que me deixa segura e como me faz esquecer o depois, as ressalvas, os medos que sempre me acompanharam. Com você não sinto medo porque o nosso agora já vale a nostalgia.
O meu sentir até então não me mostra nenhuma fórmula, não deixou um precedente, não me ilumina um caminho seguro. Me deixei levar pelas suas mãos, pelos seus sorrisos, pelas certezas inexistentes, por esse agora manso, pelo presente que você me dá de presente a cada um dos últimos dias.
Quero apenas que seja sempre presente, o agora e o depois, o tempo todo. Eu sinto que me reinventei em você, que bom.
Adoro o som da sua voz. O volume da sua risada. O seu sotaque e a sua vontade. O jeito que me faz sentir especial. As frases que me diz e as que guarda pra você. A maneira que me deixa segura e como me faz esquecer o depois, as ressalvas, os medos que sempre me acompanharam. Com você não sinto medo porque o nosso agora já vale a nostalgia.
O meu sentir até então não me mostra nenhuma fórmula, não deixou um precedente, não me ilumina um caminho seguro. Me deixei levar pelas suas mãos, pelos seus sorrisos, pelas certezas inexistentes, por esse agora manso, pelo presente que você me dá de presente a cada um dos últimos dias.
Quero apenas que seja sempre presente, o agora e o depois, o tempo todo. Eu sinto que me reinventei em você, que bom.
segunda-feira, julho 29, 2013
o imponderável você
"Não sei". É essa a resposta para todas as perguntas que tem surgido nos últimos dias. Como começou. Como cresceu desse jeito. Como e quando comecei a fazer planos. Eu que faço apenas planos concretos, com tempo e espaço, com possibilidades reais e impossibilidades que cabe apenas a mim transpor. Eu que sempre fui sentimentalmente objetiva embora de uma forma um tanto quanto subjetiva.
De repente me sinto Monalisa, com seu meio sorriso, sempre enigmático enquanto tento decifrar com qual chave você abriu algum espaço desconhecido em mim. Embora nada seja simples e tenhamos que ponderar o imponderável. Acordo lembrando do som da sua risada no dia anterior, no jeito nervoso que você interrompe os seus pensamentos, na sua ansiedade que surge atropelando palavras e te fazem perder a linha de raciocínio.
E, eu que sempre escrevo sobre o irreal onde tudo sei, apenas sei que não sei e tô indo, até breve.
"Não sei". É essa a resposta para todas as perguntas que tem surgido nos últimos dias. Como começou. Como cresceu desse jeito. Como e quando comecei a fazer planos. Eu que faço apenas planos concretos, com tempo e espaço, com possibilidades reais e impossibilidades que cabe apenas a mim transpor. Eu que sempre fui sentimentalmente objetiva embora de uma forma um tanto quanto subjetiva.
De repente me sinto Monalisa, com seu meio sorriso, sempre enigmático enquanto tento decifrar com qual chave você abriu algum espaço desconhecido em mim. Embora nada seja simples e tenhamos que ponderar o imponderável. Acordo lembrando do som da sua risada no dia anterior, no jeito nervoso que você interrompe os seus pensamentos, na sua ansiedade que surge atropelando palavras e te fazem perder a linha de raciocínio.
E, eu que sempre escrevo sobre o irreal onde tudo sei, apenas sei que não sei e tô indo, até breve.
segunda-feira, julho 08, 2013
Entre o chão e os ares, vou sonhando em outros ares
Quantas pessoas você conhece de verdade? Com quantas pessoas você é de verdade? Somos todos feitos de muitos ainda que sendo apenas um. São diferentes nuances, sonhos escondidos e outros visíveis. Por fim, somos feitos de matéria invisível já que são pouquíssimos aqueles que conseguem tocar o inteiro.
Tem dias que acordamos cheios de sol e outros em que passamos dias inteiros sendo noite. Porque a noite te leva de volta a casa ou ao lar. A noite te leva aos sonhos. Os sonhos te levam a vida. A vida possível e aquela impossível.
Tenho me sentido mais cansada. Menos solar. Menos a vontade dentro da minha pele. Tem dias que queria apenas passar ele inteiro sem ser eu porque o que sou quase não me tem. Represento diversos personagens. Sou filha, sou jornalista, sou amiga, sou muitas. Sou tantas que me sinto dividida e não conjunto de tudo.
Em São Paulo me sufoca a impessoalidade dos dias e no Rio me sufoca as expectativas de que sendo estrangeira de mim encontre a peça que me faz ficar, em algum lugar, qualquer lugar. O ar ficando cada vez mais rarefeito como efeito do quanto me sinto deslocada em qualquer parte. Uma parte de mim perdida, extremamente perdida, descolada do inteiro. Uma parte fundamental que fez (até aqui) tudo parecer possível. Nesse agora, nada fica, nada continua, tudo passa. Tudo passa.
Quantas pessoas você conhece de verdade? Com quantas pessoas você é de verdade? Somos todos feitos de muitos ainda que sendo apenas um. São diferentes nuances, sonhos escondidos e outros visíveis. Por fim, somos feitos de matéria invisível já que são pouquíssimos aqueles que conseguem tocar o inteiro.
Tem dias que acordamos cheios de sol e outros em que passamos dias inteiros sendo noite. Porque a noite te leva de volta a casa ou ao lar. A noite te leva aos sonhos. Os sonhos te levam a vida. A vida possível e aquela impossível.
Tenho me sentido mais cansada. Menos solar. Menos a vontade dentro da minha pele. Tem dias que queria apenas passar ele inteiro sem ser eu porque o que sou quase não me tem. Represento diversos personagens. Sou filha, sou jornalista, sou amiga, sou muitas. Sou tantas que me sinto dividida e não conjunto de tudo.
Em São Paulo me sufoca a impessoalidade dos dias e no Rio me sufoca as expectativas de que sendo estrangeira de mim encontre a peça que me faz ficar, em algum lugar, qualquer lugar. O ar ficando cada vez mais rarefeito como efeito do quanto me sinto deslocada em qualquer parte. Uma parte de mim perdida, extremamente perdida, descolada do inteiro. Uma parte fundamental que fez (até aqui) tudo parecer possível. Nesse agora, nada fica, nada continua, tudo passa. Tudo passa.
sábado, junho 22, 2013
"Duvidei de mim tanto e quase me perdi"
Depois de um tempo para respirar, voltar me faz sentir tanto e tudo, outra vez. Não encontrava nenhuma razão que explicasse as suas idas e vindas nos meus pensamentos nos últimos dias. Parecia apenas que era você o ponto de partida para todo o bem e mal que se seguiu. Lembrei do seu sorriso, da sua voz, dos seus pensamentos, das inseguranças todas e da segurança que me fazia sentir. Mas, longe de um ideal romântico, é você apenas o elo com a minha inocência e o lugar de onde nunca escolhi sair.
Sinto que agora preciso decidir e o momento de experimentar foi o mesmo que você esteve por perto. De certa forma, me agarro as lembranças como quem se agarra a infância. Me agarro a você como quem se agarra a possibilidade de postergar as escolhas. Estou formada há anos e me sinto pronta para voltar a estudar. Achei que com 25 estaria pós-graduada com um emprego incrível vivendo em um prédio qualquer da Paulista com uma parede de vidro que me fizesse sentir próxima e ao mesmo tempo protegida do caos. Nem pós-graduação e nem o apartamento existem. Achei que com 40 anos ganharia um prêmio e reconhecimento profissional, os dois chegaram aos 22. Meu tempo passa fora das expectativas e os fatos desobedecem sem perdão a ordem cronológica dos planos.
Tenho procurado o verdadeiro sentido das coisas. Olho para dentro e tento encontrar quando foi que comecei a me perder de mim. Quando me desocupei de um agora para viver aos olhos de um futuro incerto. Quais são as raízes que se fincam alguns passos adiante e me impedem de estar plena no instante presente.
Nos corredores das lembranças te encontrei e me esquivei de encarar o que ficou errado, fora do lugar, incompleto e não dito. Recolhi cartas que nunca entregarei e escrevi outras. Tantas coisas que não ditas se tornaram apenas ficção. Sinto falta dos dias que falávamos por horas e depois dormíamos exaustos. Sinto falta de te ouvir me chamando de adolescente sonhadora, quase uma acusação, que diante do seu sorriso me soava doce. Era o seu modo de me fazer sentir os sonhos conservando em mim os ares de menina enquanto misturávamos a nossa pretensão de crescer sem endurecer.
Você me disse uma vez que aprendeu comigo que poderia ser o quisesse. Poderia viver, sonhar, crescer, cantar, escrever, pintar, desenhar ou fazer nenhuma dessas coisas. Poderia e poder é também um estado de graça.
Sabe, ganhei um bloco novo, um desses de anotações e ele me remeteu diretamente ao assalto onde levaram a minha bolsa. Embora o iPhone perdido tenha me doído no bolso, o que ainda me faz falta é o moleskine levado. Estava nele pensamentos que nunca mais devo conseguir reunir em palavras. Os shows e os festivais, desde o primeiro, que cobri. Algumas frases que não se reescreverão e fatos que não voltarei a viver apenas ao olhar a minha letra corrida ou perdida. Esse bloco novo não é do tamanho exato do moleskine, o com capa preta que cabia dentro do bolso de trás da minha calça com precisão cirúrgica e, isso me faz pensar (sem pesar) que as coisas podem nunca mais ter o tamanho exato. De certa forma, você nos meus pensamentos e tão longe da minha vida, me faz sentir que as escolhas realmente já foram feitas. É apenas vida que segue e eu quero estar nela. Plena e inteiramente viva na minha vida.
ps. esse texto é resultado de um emaranhado de pensamentos acumulados nas férias (no Rio) e de diversos textos realmente escritos como cartas que nunca serão enviadas. Resultado de horas de papo com minha melhor amiga (que além de advogada faz o papel de minha analista nas horas vagas), de muitas músicas ouvidas e do curta da Maria Ribeiro, Vinte e Cinco, que foi a peça do quebra cabeça que me faltava pra entender o que esta(va) acontecendo. Com gratidão a tudo (música, literatura, palavras, conversas e arte) e a todos que jogam luz nas palavras (e na vida).
ps²: o curta da Maria Ribeiro você encontra nesse link: http://goo.gl/8OJv6 e o título é um trecho de Vou Adiante da Luiza Possi.
Depois de um tempo para respirar, voltar me faz sentir tanto e tudo, outra vez. Não encontrava nenhuma razão que explicasse as suas idas e vindas nos meus pensamentos nos últimos dias. Parecia apenas que era você o ponto de partida para todo o bem e mal que se seguiu. Lembrei do seu sorriso, da sua voz, dos seus pensamentos, das inseguranças todas e da segurança que me fazia sentir. Mas, longe de um ideal romântico, é você apenas o elo com a minha inocência e o lugar de onde nunca escolhi sair.
Sinto que agora preciso decidir e o momento de experimentar foi o mesmo que você esteve por perto. De certa forma, me agarro as lembranças como quem se agarra a infância. Me agarro a você como quem se agarra a possibilidade de postergar as escolhas. Estou formada há anos e me sinto pronta para voltar a estudar. Achei que com 25 estaria pós-graduada com um emprego incrível vivendo em um prédio qualquer da Paulista com uma parede de vidro que me fizesse sentir próxima e ao mesmo tempo protegida do caos. Nem pós-graduação e nem o apartamento existem. Achei que com 40 anos ganharia um prêmio e reconhecimento profissional, os dois chegaram aos 22. Meu tempo passa fora das expectativas e os fatos desobedecem sem perdão a ordem cronológica dos planos.
Tenho procurado o verdadeiro sentido das coisas. Olho para dentro e tento encontrar quando foi que comecei a me perder de mim. Quando me desocupei de um agora para viver aos olhos de um futuro incerto. Quais são as raízes que se fincam alguns passos adiante e me impedem de estar plena no instante presente.
Nos corredores das lembranças te encontrei e me esquivei de encarar o que ficou errado, fora do lugar, incompleto e não dito. Recolhi cartas que nunca entregarei e escrevi outras. Tantas coisas que não ditas se tornaram apenas ficção. Sinto falta dos dias que falávamos por horas e depois dormíamos exaustos. Sinto falta de te ouvir me chamando de adolescente sonhadora, quase uma acusação, que diante do seu sorriso me soava doce. Era o seu modo de me fazer sentir os sonhos conservando em mim os ares de menina enquanto misturávamos a nossa pretensão de crescer sem endurecer.
Você me disse uma vez que aprendeu comigo que poderia ser o quisesse. Poderia viver, sonhar, crescer, cantar, escrever, pintar, desenhar ou fazer nenhuma dessas coisas. Poderia e poder é também um estado de graça.
Sabe, ganhei um bloco novo, um desses de anotações e ele me remeteu diretamente ao assalto onde levaram a minha bolsa. Embora o iPhone perdido tenha me doído no bolso, o que ainda me faz falta é o moleskine levado. Estava nele pensamentos que nunca mais devo conseguir reunir em palavras. Os shows e os festivais, desde o primeiro, que cobri. Algumas frases que não se reescreverão e fatos que não voltarei a viver apenas ao olhar a minha letra corrida ou perdida. Esse bloco novo não é do tamanho exato do moleskine, o com capa preta que cabia dentro do bolso de trás da minha calça com precisão cirúrgica e, isso me faz pensar (sem pesar) que as coisas podem nunca mais ter o tamanho exato. De certa forma, você nos meus pensamentos e tão longe da minha vida, me faz sentir que as escolhas realmente já foram feitas. É apenas vida que segue e eu quero estar nela. Plena e inteiramente viva na minha vida.
ps. esse texto é resultado de um emaranhado de pensamentos acumulados nas férias (no Rio) e de diversos textos realmente escritos como cartas que nunca serão enviadas. Resultado de horas de papo com minha melhor amiga (que além de advogada faz o papel de minha analista nas horas vagas), de muitas músicas ouvidas e do curta da Maria Ribeiro, Vinte e Cinco, que foi a peça do quebra cabeça que me faltava pra entender o que esta(va) acontecendo. Com gratidão a tudo (música, literatura, palavras, conversas e arte) e a todos que jogam luz nas palavras (e na vida).
ps²: o curta da Maria Ribeiro você encontra nesse link: http://goo.gl/8OJv6 e o título é um trecho de Vou Adiante da Luiza Possi.
sexta-feira, abril 26, 2013
Conjunções
Vamos nos distanciando de nós e indo cada vez mais para um outro lugar. Um novo eu, um novo alguém que não conheço ainda, que nunca vi. A cada novo fim a bagagem de mão pesa menos, largo algumas esperanças, solto alguns hábitos, atravesso um novo espaço de tempo. Nunca fico para ver o que vem depois disso, depois que saio, depois que a porta se fecha. É como se cada chave fosse gastando a fechadura, entre idas e vindas, alguns meses, entre esses meses algumas histórias, vários sorrisos, jantares, trocas e o fim certo. Me enclausura as expectativas, me sufoca as cobranças, me desespera as necessidades. Não consigo precisar, talvez por ter sido só na infância, filha única de pais ausentes, a necessidade me amedronta. Tenho medo de desapontar o outro no seu castelo de sonhos.
Não é por maldade, não é descaso, nem tampouco desinteresse. Mas, preciso de um gostar manso, sem cobranças, com espaços para transitar, uma casa ampla que me abrace a cada volta. Um cachorro doce que pula nas minhas pernas a cada retorno mesmo que me puna com alguma indiferença depois da euforia. Meus relacionamentos sempre estiveram próximos disso, um doce cachorro com indiferença e euforia, tenho trânsito livre entre esses dois extremos.
Só que até então todos foram diferentes. A caminhada dos outros me parecem tão clara, os relacionamentos duradouros tem na sua base a aceitação e a omissão de alguns desejos que a mim são primordiais como o espaço meu para não. A minha necessidade de não. Alguns lugares que são meus como o reino das palavras que não permite a vontade alheia de compreender. Não nasci para esfinge, decifra-me OU devore-te, a conjunção disjuntiva na regra ortográfica da minha vida é adjetiva, decifra-me E devore-te. Me conservar em mistério é o que me faz ficar, em mim, assim...
Vamos nos distanciando de nós e indo cada vez mais para um outro lugar. Um novo eu, um novo alguém que não conheço ainda, que nunca vi. A cada novo fim a bagagem de mão pesa menos, largo algumas esperanças, solto alguns hábitos, atravesso um novo espaço de tempo. Nunca fico para ver o que vem depois disso, depois que saio, depois que a porta se fecha. É como se cada chave fosse gastando a fechadura, entre idas e vindas, alguns meses, entre esses meses algumas histórias, vários sorrisos, jantares, trocas e o fim certo. Me enclausura as expectativas, me sufoca as cobranças, me desespera as necessidades. Não consigo precisar, talvez por ter sido só na infância, filha única de pais ausentes, a necessidade me amedronta. Tenho medo de desapontar o outro no seu castelo de sonhos.
Não é por maldade, não é descaso, nem tampouco desinteresse. Mas, preciso de um gostar manso, sem cobranças, com espaços para transitar, uma casa ampla que me abrace a cada volta. Um cachorro doce que pula nas minhas pernas a cada retorno mesmo que me puna com alguma indiferença depois da euforia. Meus relacionamentos sempre estiveram próximos disso, um doce cachorro com indiferença e euforia, tenho trânsito livre entre esses dois extremos.
Só que até então todos foram diferentes. A caminhada dos outros me parecem tão clara, os relacionamentos duradouros tem na sua base a aceitação e a omissão de alguns desejos que a mim são primordiais como o espaço meu para não. A minha necessidade de não. Alguns lugares que são meus como o reino das palavras que não permite a vontade alheia de compreender. Não nasci para esfinge, decifra-me OU devore-te, a conjunção disjuntiva na regra ortográfica da minha vida é adjetiva, decifra-me E devore-te. Me conservar em mistério é o que me faz ficar, em mim, assim...
i'm not gonna sit around
and waste my precious divine energy
and waste my precious divine energy
trying to explain and being ashamed
of things you think are wrong with me
of things you think are wrong with me
domingo, abril 14, 2013
repetições
Tive que ir embora antes que terminasse. Um pouco antes de transformamos os meses bons que vivemos em mágoas. Nos acusaríamos, procurando culpados, tentando dar ao outro a responsabilidade do fim que era certo desde o dia que nos conhecemos. Somos tão diferentes no presente e nas aspirações de futuro. Nos desentendíamos em conversas simples. Gostar não seria o suficiente daqui pouquíssimo tempo. E, mais uma vez, eu saio um pouco antes do fim. Antes de ficar difícil demais e antes de ver o que viria depois. Suponho que assim evito despedidas dramáticas e mantenho a porta aberta entre nós para que possa surgir algo bom como uma amizade entre pessoas que respeitam o carinho do passado.
Me mantenho a quase uma distância segura, entro nos lugares e procuro logo uma saída, deixo tudo simples para ir e vir. Não crio raiz, não viro fruto, sou quase passarinho. Mas, tem me faltado calma e paz, um lugar para ficar, como você foi nos últimos meses. Me desculpa, mais uma vez, torço e espero que tenhamos a sorte de encontrarmos um amor tranquilo, em algum lugar, já que não em nós.
Tive que ir embora antes que terminasse. Um pouco antes de transformamos os meses bons que vivemos em mágoas. Nos acusaríamos, procurando culpados, tentando dar ao outro a responsabilidade do fim que era certo desde o dia que nos conhecemos. Somos tão diferentes no presente e nas aspirações de futuro. Nos desentendíamos em conversas simples. Gostar não seria o suficiente daqui pouquíssimo tempo. E, mais uma vez, eu saio um pouco antes do fim. Antes de ficar difícil demais e antes de ver o que viria depois. Suponho que assim evito despedidas dramáticas e mantenho a porta aberta entre nós para que possa surgir algo bom como uma amizade entre pessoas que respeitam o carinho do passado.
Me mantenho a quase uma distância segura, entro nos lugares e procuro logo uma saída, deixo tudo simples para ir e vir. Não crio raiz, não viro fruto, sou quase passarinho. Mas, tem me faltado calma e paz, um lugar para ficar, como você foi nos últimos meses. Me desculpa, mais uma vez, torço e espero que tenhamos a sorte de encontrarmos um amor tranquilo, em algum lugar, já que não em nós.
domingo, abril 07, 2013
Você foi crescendo
Penso no som da sua risada, na verdade do seu abraço, na pureza dos seus sentidos. Te conheço pouco e talvez seja esse o grande segredo. Tenho quase medo de me aproximar demais e ser engolida pela realidade.
Queria brincar com os seus dedos enquanto conto que passei os últimos dias organizando meus discos, reencontrando as coisas que gostava de escutar, lembrando de gente que passou pela minha vida e deixou suas marcas aqui. Sem que nada disso tenha me tirado do agora e nenhuma lembrança tenha atormentado o que de você existe no presente. Tenho lido mais e gostado de ficar quieta. Respiro mais devagar enquanto espero algo que me faça sentir.
Estive nos últimos dias realizando sonhos, vendo shows inimagináveis, realizando planos antigos. Faz algum tempo que deixei tudo apenas seguir o rumo das coisas, me soltei nas mãos do destino, leve para que ele também seja. Ah, por leve, lembrei mais uma vez do seu sorriso, dos seus olhos, da sua alma mansa... Lembrei de você.
sexta-feira, abril 05, 2013
Você não sabe, mas eu sempre te esperei
Minhas paixões se renovam também na ausência. Me solta, me deixa voar e me faça sentir vontade de voltar para compartilhar o que vi no tempo que não estávamos fazendo tudo juntos. Não consigo entender os casais que se esforçam para se tornar um, já que para mim o principal é encontrar outro. Um alguém que viva intensamente as suas próprias possibilidades e me conte no fim do dia como ele foi.
Só não se ausente demais. Não me faça sentir que longe é melhor. Não me cobre no retorno. Conserve a possibilidade do trânsito por mais que a cidade quase não ande. Respeite as nossas diferenças e a minha necessidade de estar em lugares que não são seus.
É verdade que espero alguém que me faça rir de problemas pequenos. Busco em frases, em livros, em filmes, em bares, nos cinemas, em uma praça, em shows, nos lugares todos alguém que caiba dentro de algo que não quero definir. Amores platônicos quase me ganham. Eles alimentam os sonhos já que na realidade sempre encontro o que não compreende. Não é fácil aceitar os meus defeitos todos feitos pela liberdade. Não pode, não se aplica. Não vai, não existe. Eu posso e eu vou... Mesmo que só.
Vou passar horas de vida na companhia dos meus amigos. Vou me perder de madrugada. Vou precisar ficar quieta para não escapar de mim. Vou sair de casa para observar pessoas e imaginar histórias. Vou precisar sonhar, sempre, o tempo inteiro. Podemos criar um universo inteiro de possibilidades ou apenas destruí-las... Podemos ir além.
ps. Título e música da Luiza Possi.
Minhas paixões se renovam também na ausência. Me solta, me deixa voar e me faça sentir vontade de voltar para compartilhar o que vi no tempo que não estávamos fazendo tudo juntos. Não consigo entender os casais que se esforçam para se tornar um, já que para mim o principal é encontrar outro. Um alguém que viva intensamente as suas próprias possibilidades e me conte no fim do dia como ele foi.
Só não se ausente demais. Não me faça sentir que longe é melhor. Não me cobre no retorno. Conserve a possibilidade do trânsito por mais que a cidade quase não ande. Respeite as nossas diferenças e a minha necessidade de estar em lugares que não são seus.
É verdade que espero alguém que me faça rir de problemas pequenos. Busco em frases, em livros, em filmes, em bares, nos cinemas, em uma praça, em shows, nos lugares todos alguém que caiba dentro de algo que não quero definir. Amores platônicos quase me ganham. Eles alimentam os sonhos já que na realidade sempre encontro o que não compreende. Não é fácil aceitar os meus defeitos todos feitos pela liberdade. Não pode, não se aplica. Não vai, não existe. Eu posso e eu vou... Mesmo que só.
Vou passar horas de vida na companhia dos meus amigos. Vou me perder de madrugada. Vou precisar ficar quieta para não escapar de mim. Vou sair de casa para observar pessoas e imaginar histórias. Vou precisar sonhar, sempre, o tempo inteiro. Podemos criar um universo inteiro de possibilidades ou apenas destruí-las... Podemos ir além.
ps. Título e música da Luiza Possi.
domingo, março 31, 2013
upside down
Cada vez sinto que pertenço menos. Dou voltas no mundo e conheço pessoas diferentes em credos, em vontades, em formas, em cheiro, em cor, em volume, em sonhos, em som. Esbarro em tantos e não fico, não pertenço, não me sinto parte de quase coisa alguma.
Meu aniversário me faz refletir e me sentir meio certa ainda que tão errante. Já não tento mais fazer ninguém caber no meu sonho e não me prendo no tempo do eterno. Vivo no agora e espero apenas encontrar paz em companhia. Já quis tanto um daqueles amores cheios de ideal que as possibilidades se anulam e se faz sempre platônico. No meu agora só cabe quem me entrega calma, compreensão, sorrisos sinceros, verdades leves e segurança. Troco a tempestade de uma paixão arrebatadora pelo calor de um gostar manso. Troco exageros por compreensão. Troco cobranças por silêncio. Troco preces por prazeres. Troco juras por olhares.
Tem horas que me falta ar, me falta o chão, me falta vontade e inspiração. Um vazio me preenche de nada e quase sufoco por tudo. Busco sempre indo, de onde estou, de quem está comigo. Procuro enxergar de um panorama seguro, talvez próximo de uma saída, a espera de um acidente, de uma frase, de um nada qualquer que me empurre até o fim. De rima pobre, de compasso simples, de forma leve até que o som apenas me leve... Enfim.
Cada vez sinto que pertenço menos. Dou voltas no mundo e conheço pessoas diferentes em credos, em vontades, em formas, em cheiro, em cor, em volume, em sonhos, em som. Esbarro em tantos e não fico, não pertenço, não me sinto parte de quase coisa alguma.
Meu aniversário me faz refletir e me sentir meio certa ainda que tão errante. Já não tento mais fazer ninguém caber no meu sonho e não me prendo no tempo do eterno. Vivo no agora e espero apenas encontrar paz em companhia. Já quis tanto um daqueles amores cheios de ideal que as possibilidades se anulam e se faz sempre platônico. No meu agora só cabe quem me entrega calma, compreensão, sorrisos sinceros, verdades leves e segurança. Troco a tempestade de uma paixão arrebatadora pelo calor de um gostar manso. Troco exageros por compreensão. Troco cobranças por silêncio. Troco preces por prazeres. Troco juras por olhares.
Tem horas que me falta ar, me falta o chão, me falta vontade e inspiração. Um vazio me preenche de nada e quase sufoco por tudo. Busco sempre indo, de onde estou, de quem está comigo. Procuro enxergar de um panorama seguro, talvez próximo de uma saída, a espera de um acidente, de uma frase, de um nada qualquer que me empurre até o fim. De rima pobre, de compasso simples, de forma leve até que o som apenas me leve... Enfim.
quinta-feira, março 07, 2013
Faltam horas nos meus dias e quanto mais de mim se vai menos fica aqui. Corro quase em fuga do que sou enquanto cumpro os compromissos, as responsabilidades, quando sigo gastando os dias que vão em vão. Todos morrendo de tempo.
São raros os dias de nada quando tocamos o vazio em paz. A vontade de tudo é tanta que até a diversão ocupa um espaço parecido com obrigação. A gente tem que sair, se divertir, se entorpecer de alguma forma mesmo que de alegria. Mas, dentro de tudo isso, lembro que faz alguns dias que você me apresentou novos domingos, alguns momentos coloridos e dias que parecem ter mais horas... de paz.
São raros os dias de nada quando tocamos o vazio em paz. A vontade de tudo é tanta que até a diversão ocupa um espaço parecido com obrigação. A gente tem que sair, se divertir, se entorpecer de alguma forma mesmo que de alegria. Mas, dentro de tudo isso, lembro que faz alguns dias que você me apresentou novos domingos, alguns momentos coloridos e dias que parecem ter mais horas... de paz.
2 meses
quinta-feira, janeiro 03, 2013
Time will bring the real end of our trial
Absolutamente nada. É mais ou menos isso que sinto faz vários dias. Nem conforto, nem raiva, nem carinho, nem mágoa, nem euforia, nem tristeza. É só uma felicidade mansa e um vazio que termina em paz.
Na minha mente nada fica, os pensamentos sumiram e os questionamentos do depois já não me encontram. O agora é o momento certo. Aqui, em movimento, no vazio. É como se tivesse limpado os armários, arrumado a casa, tirado o que não importa e liberado espaço. Sorrio mesmo quando o trânsito não colabora. Não me irrito de chegar molhada no trabalho (porque esqueci o guarda-chuva em casa). Vejo flores onde não tem. Não dependo de companhia porque já não me importa as ausências. Não que tenha endurecido, mas cresci, valorizo o que chega e não me pede compreensão para estar.
É ano de planos possíveis, sonhos grandiosos, encontros harmônicos e alegria mansa (porque essa dura depois da euforia).
No mais, ao acaso estou, plena e vazia.
ps. o título é de Pretty Wings do Maxwell, nada mais caberia tão bem. :)
Absolutamente nada. É mais ou menos isso que sinto faz vários dias. Nem conforto, nem raiva, nem carinho, nem mágoa, nem euforia, nem tristeza. É só uma felicidade mansa e um vazio que termina em paz.
Na minha mente nada fica, os pensamentos sumiram e os questionamentos do depois já não me encontram. O agora é o momento certo. Aqui, em movimento, no vazio. É como se tivesse limpado os armários, arrumado a casa, tirado o que não importa e liberado espaço. Sorrio mesmo quando o trânsito não colabora. Não me irrito de chegar molhada no trabalho (porque esqueci o guarda-chuva em casa). Vejo flores onde não tem. Não dependo de companhia porque já não me importa as ausências. Não que tenha endurecido, mas cresci, valorizo o que chega e não me pede compreensão para estar.
É ano de planos possíveis, sonhos grandiosos, encontros harmônicos e alegria mansa (porque essa dura depois da euforia).
No mais, ao acaso estou, plena e vazia.
ps. o título é de Pretty Wings do Maxwell, nada mais caberia tão bem. :)
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