terça-feira, outubro 20, 2009

"perder-se também é caminho"



me sinto presa em um espaço/tempo que não me interessa. o presente está mais sem graça do que o passado e o futuro próximo também não promete nada demais. os grandes planos, os sonhos maiores, a simplicidade só deve chegar depois do fim desse ano e no fim dos planos. sinto falta de ter tempo para ficar descobrindo nuances na arte dos outros, procurar uma cor no escuro de uma alma enigmática, perdi tanto tempo buscando algo no vazio, devo ter perdido outros sorrisos, outros olhares, devo ter perdido e me perdido. penso naquele abraço simples, no som que você fez ao sentir o cheiro do meu pescoço e de como as suas mãos se prendem as minhas para me dizer, sem palavras, que está prestando atenção. fazia um tempo que não queria alguém, que todos não passavam de uma mera conquista para quem eu dedicava uma dúzia de palavras e alguns sorrisos. aqueles que duram os intantes de uma noite e que me fazem acordar querendo sair de lá, o que me interessa em você é justamente o que ninguém vê.

são poucos reais que me levariam direto para o meu paraíso, sentir calor na bahia, dormir na rede na casa dos meus avos e acordar com o cheiro bom daquele estado que me tira desse estado de cansaço. e a minha vida? tudo aqui, acontecendo, correndo, me pedindo para ficar e me segurando na porta. é o preço que eu pago para sonhar. fique em são paulo, minha querida, mais um dia.


ps. Clarice no título