"ser ou não ser?"
Quantas são as pessoas que sabem tudo aquilo que escondo (até de mim)? Quem seria capaz de tranquilizar os meus medos enquanto traduz no silêncio alguma paz? Me encontro e me perco nas palavras. Vivo nessa roleta russa maluca, a cidade sempre correndo, os meus olhos sorrindo para pequenos acontecimentos do dia-a-dia enquanto as pessoas tratam de transformar a simplicidade em uma equação complexa demais. Não quero ser injusta e nem fazer o papel de Deus, quero o fim dos julgamentos pré-estabelecidos pelo certo e errado dos outros. Deixa a janela aberta, fecha a porta e destrói.
Me conta do seu sonho da noite passada, de como tudo era há exatos dez anos, admite que as projeções falharam e o que de melhor aconteceu na sua vida chama acaso. Me faz acreditar em tudo de novo, mesmo que por algumas horas, faz do mundo lá fora só figuração da cena que você desenha aqui dentro, me transforma em palavras enquanto eu me ocupo com alguma outra coisa. Me questiona sobre as minhas pequenas teorias, me coloca na parede e me transforma em verdade enquanto te levo para fora do que acostumou, do que cansou, de quando era só mais alguém.
Me deixa ser menina, garota, mulher. Aceita certas fraquezas para conseguir reconhecer a força. Constrói, descontrói, faz, refaz, desfaz... Nesse jogo sem regras, o começo pode ser o melhor fim.