terça-feira, janeiro 27, 2009

Por falta de palavras minhas, fica aqui o texto que o Bruno escreveu depois de uma tarde no Ibotirama.



eu começo aqui hoje sem medo. não totalmente, talvez menos que ontem. um pouco mais que depois, quando ler isso em sã consciência. mas é que a vida tem provado seu valor em pequenos gestos. cada dia mais. iniciei minha epifania há pouco tempo. umas horas atrás, antes de dormir.

no silêncio do quarto, eu ouvia milhões de coisas. e foi em uma mesa, daquelas que a gente gosta e sempre marca momentos assim, que eu dei continuidade a tudo isso. pode parecer confuso pra quem vê de fora. mas meu coração não age dessa maneira. e procuro ser sincero, como quando nossos olhos dizem mais que qualquer palavra, quando nos encontramos pela felicidade de termos um ao outro.

a nossa amizade é isso. é assim. poucos dias longe causam sufoco, poucos minutos juntos são necessários. ela me dá uma certa clareza. ela me mostra que amar quem eu amo, é mais do que certo. ela apóia cada passo, suporta cada erro, abre a mente. junto com alguns copos, isso pode parecer óbvio, mas ela é sempre assim.

eu descubro cada vez mais a humanidade nas pessoas. ser humano, é ser diferente de ser pessoa. o ser humano é diferente de ser humano. e a gente se empolga com a possibilidade de um mundo novo. nossa juventude pode transformar. diz a fernanda a ela, diz o marcelo pra mim. e a gente troca confissões guardadas há uma distância que vale menos de um mês, mas que parece uma infinidade pra nós dois.

feliz assim, contar tudo o que há sem medo. eu poderia acabar aqui, porque o texto faria sentido desde o começo. o medo do início se dissipa na conclusão do último medo escrito. mas parece ter tanto mais pra falar, tanto mais pra gesticular e mostrar em detalhes do quanto isso me faz bem que... agora penso com certa convicção. talvez o silêncio fale mais, mesmo. talvez tudo o que eu aprendi com ela, inclusive o valor do silêncio, seja o suficiente.

então deixo aqui, sem mais um ponto, sem mais um pouco. meu silêncio pra você, que me ensinou tantas coisas. em silêncio ou não, com palavras ou gestos. um silêncio de gratidão, que não pode ser completado em palavras, gestos ou algo concreto. um silêncio de sentimento. um tanto de mim que não sabe como faz pra ser sem o seu silêncio, suas palavras, seu gestos. me traí na parte dos pontos, ultrapassei o que o pouco pode ser. mas o pouco é também um tanto. um tanto muito. um tanto maior que que toda a extensão do quer que seja muito.

estouro o silêncio, de novo, pra mandar um beijo. e dizer que é assim. é simples e grande. é forte e mudo. é mais que qualquer algo concreto ou representativo. é a nossa amizade, pra mim.

obrigado.