Sem planos
Nunca soube ao certo como se deixar levar, era uma mulher com a alma de uma menina, uma adulta presa em outro tempo. Sempre quis do amor algo além dos sorrisos programados, dos olhares ajustados, do romantismo convencional. Viveu a frente do seu tempo guiada pela liberdade e guardada em outra época, entre aquelas com vestidos longos, tudo isso, convenções que a deixaram fora do agora.
Viveu amores não consumados, guardou desejo e deixou sair de si aquilo que nunca foi de ninguém. Sempre achou estranho aqueles que falam o tempo inteiro e, se sentia confortavel quando estava com alguém onde o silêncio não fosse incomôdo. Era como se tudo fosse estranho demais e, o seu passado fosse só um rascunho esperando uma nova página em branco para acabar com o impossível, gostaria de escrever a história com uma caneta azul para não confundir o colorido dos dias com o do seu caderno, ainda, em branco.
Levaria um tempo até tudo se transformar mais uma vez, não queria pensar em caminhos nem escolher um lado, sabia que tudo se encontraria em um instante chamado: inevitável.
Por falta de planos, apenas viveu.