segunda-feira, julho 20, 2009

Don't explain



Quantas vezes eu esperei que fosse ser diferente? E, então, bastava uma mera oportunidade para você me provar que agiria sempre da mesma forma e que pouco importava algo combinado. A proximidade com o cinza da alma de outra pessoa deixa a sua com uma cor desinteressante. Começou naquela palestra que eu queria tanto assistir, afinal, é da pessoa que faz tanta coisa ter sentido, é a pessoa de quem compro livros, leio colunas e me emociono ao pensar que tudo é sempre possível, combinamos que ninguém iria caso as obrigações não estivessem concluídas, você foi. Não devia ter me preocupado e, depois, jamais ter esperado nenhuma promessa sua ser cumprida.

Mas, daí eu te pedi aquilo que jurei ser o último, era simples demais, sinceridade, era só um sim ou não, era só a verdade. E, de novo, você não fez, não quis, não se importou. O que eu senti sempre te pareceu muito pequeno e você nunca teve o menor cuidado. Agora, é a sua vez, é assim que vão tratar os seus sentimentos, você vai ser a salvação momentânea, a droga necessária, as necessidades, o aconchego oportuno, as palavras certas para acalmar os pesadelos. Você vai ser algo que estará ali quando for preciso, como eu estive milhares de vezes e como alguém também está.

Quero, de verdade, que você possa ser feliz sem se entorpecer. Que você tenha conversas esclarecedores sobre coragem e amor. Que você encontre caminhos para se sentir maior, talvez arte, literatura, cinema ou apenas um trabalho incrível. Torço diariamente para que você descubra o valor das pequenas relações. Entenda, em silêncio, que pior do que uma verdade é sempre a omissão. Adoraria que você aprendesse com a raposa que somos responsáveis por aquilo que cativamos.

Quero, torço, adoraria que... Mas, não espero nada de você.


ps. o título e a foto são Cat Power, a música é um cover da Billie Holiday, que a Chanzim canta lindamente.