segunda-feira, setembro 08, 2008

Quase sem querer

Continuo impaciente e indecisa, só nunca deixei de preferir molho branco, nessas resoluções simples o meu gosto sempre é aguçado e a decisão é quase um riso. Ainda ando confusa, só que agora tranquila e contente.

Notei quanto tempo desperdicei tentando provar que nunca precisei provar nada. Abria o tabuleiro da vida e deixava qualquer um transitar, falava e ouvia, sorria e deixava uma ou outra lágrima molhar meus olhos, era a troca real de uma vida ilusória. Me pego controlando a intransigência, aceitando cada vez mais as diferenças, ouvindo e aprendendo que cada um é único, de um jeito particular duas rosas jamais serão idênticas. Me policio quando vejo que todos se viraram contra um, acredito que toda unanimidade é burra, alguém pensou bonito e todos continuam concordando sem se darem ao trabalho de pensar. Cansa essa mania do idealismo regado de utopia, porque no primeiro obstáculo é hora de recolher as armas, mantenho minha idéia fixa e minha promessa de pé, aquela que a terceira pessoa descobriu hoje em um e-mail ignorado.

Das vezes que me quebro em mil pedaços, o mais difícil sempre foi não ter você para contar dos meus planos, nem ouvir os seus, como eu sempre gostei do modo que seus olhos sorriem quando sonha e como se mexe quando realiza algo sensacional. Sempre procurei explicar o que eu sentia, fiz questão de esquecer, só que mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.

As palavras se repetem linha a linha, mas qual é aquela palavra nunca dita? Quando notava as coisas que te incomodavam, percebia o quanto te queria, era uma forma de proteção ao contrário, preferia te ver batendo a cabeça na parede porque era isso que você queria, era assim que pensava; a ver você desistindo da sua verdade ou escondendo ela em qualquer lugar onde ninguém possa ver, só porque é mais fácil conviver com o cômodo. Talvez seja um tanto idealista pensar que as pessoas vão seguir a sua própria verdade, me irrita ver alguém se perder em um mar de marasmo.


Por fim: eu sei que você sabe, quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você, que eu quero o mesmo...


ps: O texto é baseado na música do título que começou a tocar no rádio quando voltava da faculdade, foi um jeito de me fazer sossegar a indecisão, e um texto pronto, porque o Renato sempre falou demais, ainda que, eu já não seja mais tão teenager e tudo faça menos sentido do que fazia quando tinha quinze anos e sonhos irredutíveis. Agora, uma música dele é real e isso muda tudo. ;)
Os itálicos são trechos quase nada ou não modificados.