"É que ele parece todo igual. Que nem chuva"*
Eu já falo para não ser ouvida, porque eu aprendi uma porção de coisas com você e a mais importante delas é que as pessoas só entendem quando estão a fim de, não adianta falar para uma criança comer um prato de cenoura se ela odiar cenoura, imposições não funcionam com a inocência de uma criança e nem com a certeza de um adulto. O máximo que eu faço nas duas oportunidades é abrir a dúvida, para uma criança explico os benefícios daquela coisa que pode até parecer bonita se ela usar a pequena imaginação para tornar tudo melhor e, para você mostro o mundo que eu vivo de uma forma tão diferente e minha.
Sabe, eu senti que vivi tanto tempo em um quarto fechado de dúvidas, já não me mexia com a leveza que preciso para sorrir do mundo. Estava sem forças, sem ar, sem verdade, insistindo em ficar ali, gritando para os meus amigos me deixarem com as minhas incertezas. Foi quando alguém simplesmente apareceu com tanta coisa igual, me mostrando que isso era tão pouco perto do quanto a vida vai me provar, colocando as minhas diferenças tão próximas de uma vida real, como se outra vez eu estivesse na roda, naquela que me retirei, na mesma que me mantive fora e longe, por prazer, por vontade. Abriu as portas e janelas, sorriu e falou "respira, garota".
Cacilda Becker diz:
- Eu sou assim.
o título é do Pela Passagem De Uma Grande Dor dos Morango Mofados, do Caio F.
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