domingo, setembro 07, 2008

Sweeter,


Sempre procurei a montanha mais alta, o sorriso mais belo, o olhar mais profundo; apreciava na beira de um abismo, desses abismos, a queda livre. Voar sempre foi possível diante da minha história. Escrevi uma narrativa em pequenos detalhes. Percorri distâncias inimagináveis em segundos. Demorei dias para dar poucos passos. Vivi em lados opostos e refiz, a cada momento de compreensão, uma vida inteira. Tudo é só uma questão de respeito, falar aquelas coisas que de tão difíceis permanecem caladas. Manter o passo firme mesmo quando o chão se mover. Remexer o acaso com a vida que escolhi me escolheu para ela.

Bastava só me concentrar para transformar tudo que havia em volta. Como a um pássaro voar sempre significou liberdade. Não era, genuinamente feliz presa, mas podia cantar ainda assim. Me adaptava por dias a condições ridículas e bastava um sopro de vida ou a porta aberta para levantar vôo. Olhar tudo do alto. Crescer e renascer das cinzas como uma fênix. Tentei curar pessoas com lágrimas, mas não tinha todos os poderes desse pássaro de fogo, meu poder era inverso, eu só curava com o riso. Era a maior força que poderia emprestar alguém e era desse alguém que vinha a minha. O meu riso sempre foi provocado por coisas que não sei nomear de tão pequenas.


Por fim, sempre soube: "eu quero um punhado de estrelas maduras, quero a doçura do verbo viver".