All of me
Ah, o frio. O conjunto do acaso com a minha preguiça me prendem ao meu fone de ouvido escutando a Billie Holiday perguntando porque ele não leva tudo dela? Perguntando, sentida mesmo, cheia de amor e alguma dor se ele não nota que sem ele, ela não é boa. Mendigando um pouco de atenção na arte para evitar fazer isso com a vida, mendigar qualquer coisa que seja não está entre as coisas possíveis para quem faz da história, algumas palavras. O platonismo, o erro e a verdade ficam muito bem numa estante. Acho que de alguma forma, elas, assim como algumas de nós, não aceitavam o meio termo, não queriam pouco da vida. Sempre soube com quem queria ficar, era urgente, emergencial e rápido e alguma dúvida sobre com quem não queria. Algum ponto dele é bom para mim. O jeito que ele é bobo me faz rir. A vida certa que ele leva me faz ter para onde voltar. Ou o jeito que o outro me beijou aquela vez, embora ele fosse melhor, muito melhor, mudo, me faz querer outra vez. Não tenho certeza de não querer. Ah, mas quando quero, sei. De imediato.
Graças ao frio estou presa a essas palavras tristes e bonitas da Billie. O adeus deixou meus olhos chorando e como poderia continuar, sem sem sem sem, você. Já que ele levou uma parte do coração dela porque não a levou? Ah, Billie, o que seria de nós se não fosse você, o que seria da música se o seu coração não tivesse sido partido e o que seria de mim nessa tarde de sábado fria, without you?