domingo, agosto 16, 2009

O prédio do Banespa e a cidade inteira vista de cima. O alto de uma montanha e todas as árvores aos meus pés. O alto da CN Tower e Toronto 500 metros abaixo. O telhado da bolsa e o centro de São Paulo todo misturado com o meu centro. Tudo isso e o silêncio me fazendo me sentir gigante. Como se uma outra de mim estivesse ali em baixo carregando todos os problemas na bolsa, procurando soluções na arte, sou eu sendo vista lá de cima. Distante dos meus problemas e perto do topo do mundo. A versão de mim que está no chão é engolida pelos arredores enquanto a do alto engole o mundo e encosta os dedos no céu.

Tem horas que sinto vontade de me jogar de cabeça e voltar para os problemas e outras que peço, em silêncio, que eu nunca precise voltar a pisar no chão. Mas, a hora passa, a noite chega, as semanas de distância necessárias e preciosas, acabam. Daí vem a realidade acabar com tudo outra vez. Uma hora é preciso descer e encarar os problemas, os mesmos que pensei ter deixado com a garota aqui em baixo. Doce ilusão, eles estavam lá comigo, o tempo todo.

A minha melhor amiga escreveu "porque você pode se distanciar, mas uma hora tem que descer e encarar, saca?".

Foi dada a largada...

de novo!



(o texto é todo de uma conversa com a melhoramiga)