sábado, novembro 07, 2009




'and i forget just why i taste
oh yeah, I guess it makes me smile'


Acho que essa é a geração "peter pan" ninguém percebe que os anos passam ou simplesmente aceitam que os ideais mudam. As pessoas não aceitam que os outros não querem levantar bandeiras ou carregar apitos, esses, na visão da rebeldia infantil, são os acomodados. São outros tempos, não vivemos a ditadura, não fomos para as ruas pedir pelas diretas, não fizemos nenhum movimento importante. A nossa revolução é silenciosa, a nossa mudança tem que começar dentro de cada um, os nossos sonhos tem que ser mais do que só ideal. Acho tão bonito alguém defender os mais fracos e na menor oportunidade foder com a vida de alguém porque a pessoa é mais frágil, porque a pessoa não escreve bem, porque a pessoa simplesmente não compartilha da genialidade que o infeliz acredita possuir.

É tão contraditório defender a bandeira e o lado do mais fraco, MAS jamais abrir mão do seu baseado. Ideologia pequeno burguesa. Vamos todos admitir que não somos isso? Vamos admitir que compramos discos e vinis enquanto quase ninguém tem acesso a livros, que rodamos ao lado do capitalismo, que movimentamos as engrenagens desse sistema fálido? Vamos viver lá fora e sair dessas salas pintadas de ideal envoltas em ideias. Vamos discutir essa crise no senado, vamos pensar sobre essas pessoas que estão nas ruas, vamos pensar em quem votar nas próximas eleições. Vamos ser efetivos ao invés de ridículos?

Esses últimos meses me tiraram anos em segundos. mas, é visível que acabou com mais de outras pessoas, a personalidade se dissolveu. um show do faith no more para quem não sabe quem é mike patton ou jamais ouviu falar do fantômas, um ingresso para segurar com unhas e dentes o que não percebe ser só uma mão no volante. pior do que se perder, é largar o controle da sua vida. perdi anos para manter a minha personalidade intacta, para defender o que acredito, para me manter fora dessa roda.

ontem me falaram "você ainda gosta". não tenho medo de afirmar que não. gosto de algo que não existe mais, de alguém que conheci há muito tempo atrás ou simplesmente de alguém mais interessante que fui capaz de inventar. o meu personagem era inteligente, tinha uma personalidade doce e ao mesmo tempo decidida, o meu personagem tinha coragem. o meu personagem nunca existiu e aquela pessoa não passou da projeção das minhas palavras. as minhas mais doces palavras entregues a ninguém. foi assim.

fim!