segunda-feira, novembro 30, 2009

were you looking for somewhere to be

Conheço alguém pela forma que olha no olho e pela força do abraço. São dois pequenos detalhes que jamais passam desapercebidos. Gosto de pessoas que são feitas de pequenos detalhes, que não se escondem atrás de milhares de aparências só para ser algo que não exija nada. Eu gosto de tudo que me exige verdade, que me faz procurar na bagunça da minha vida uma razão especial para existir, eu gosto dos extremos. Troco noites de sono por um trabalho que me faça sentir viva. Acabo com as obrigações no menor tempo possível para me entregar ao além.

Gosto de tudo que se justifica pelo inexplicável. Quando não existe um porquê definido e quando as definições são pequenas demais, quando é impossível explicar os sentimentos, os sentidos, as vontades.

Em alguns minutos você pensa em desistir, em falar que o mundo ganhou, que não vai dar mais e que as suas cartas foram jogadas naquele monte em cima da mesa. Tem uma hora que o peso do mundo parece ser mais forte do que a vontade. Eu tive tantos desses momentos nesse ano. Tanta vontade de mandar tudo para um lugar bem longe de mim. A faculdade me tira anos em alguns minutos. Algumas dessas pessoas que tem um dom sobrenatural de pesar, de parecer um ponto cinza que deixa da mesma forma tudo aquilo que encosta. Sinto falta do colorido dos meus velhos amigos. Sorrio lembrando do dia que cortei cana com um facão, completamente bêbada e eles falavam "você vai arrancar a perna". As tardes com vinho nas externas enquanto acendíamos cigarros uns nos outros e tossíamos com a fumaça. Daquele dia com violão e todos juntos reclamando de alguma coisa que nem lembro mais.

Foi preciso crescer para notar que são só esses pequenos momentos que vão se tornar lembranças. Algumas, muito boas.

Quero todas as pessoas do bem por perto. A verdade. Triste ou alegre, o que importa é a forma como se olha no olho.