segunda-feira, novembro 16, 2009

revisão

Sempre fui a garota que preferia viver no seu mundo a parte. Adorava brincar sozinha e inventar regras diferentes para os meus brinquedos, montava tudo e na hora de brincar percebia que o interessante tinha sido o processo e o resultado era só reflexo das minhas horas pensando em onde colocar a mesa da minha casa de criança.

Quando cresci percebi que meu lugar era a rua, que o mundo ia me mostrar as perguntas e me ajudar a encontrar as perguntas. Eram nos meus amigos que estavam a chave dos momentos felizes. Era o acaso que escreveria as melhores histórias e era com liberdade que guardaria meu segredo.

Sempre voltava ao meu paraíso particular, as palavras e as músicas sempre tiveram um espaço especial no meu caos cotidiano e apesar de tudo, poder parar e me recolher a um canto com a história de outra pessoa nas mãos enquanto revisava o meu ponto de vista sempre pareceu o suficiente. Foi quando pouco deixou de ser o bastante.

A música, o caos, a ordem, os livros, as pessoas, tudo andando rápido demais (nunca devagar). Quase ninguém entende a minha mania de poucos amigos, quase ninguém conhece o meu lado que escondo (de mim). Tenho me afastado cada vez mais do meu passado, me desprendido de tudo que mantinha só porque era melhor assim. O comodismo do "porque sim" começou a me incomodar. Se não sinto, se não penso, se não tem razão e se a falta dela não é só uma paixão cega, acabou. São novos finais que sinalizam o meu novo começo, sem nenhum roteiro, afinal é só vida.