terça-feira, julho 24, 2007

MAYBE IT'S RIGHT


Tudo parece minimamente calculado para cair. Na esquina seguinte pode tudo desmoronar. Todo o julgamento só esperando o momento certo para cair de joelhos na minha vida. As coisas pareciam estar no lugar. Os medos todos, em fila indiana, organizados e cada um respirando no seu ritmo medíocre.
E a vida começa a andar na linha bamba. Um passo em falso e tudo deixa de ser como pode ser o momento certo para tudo acontecer. Ou posso me quebrar inteira na queda.
Não quero levantar se não tiver alguém aqui para sorrir e arriscar um "vaificartudobem", mesmo quando tenho certeza que nada fica bem, e o caminho é só passar a manga no rosto e seguir.
Às vezes queria viver sempre como se fosse sábado, quando meu corpo tira férias do meu cérebro, e tudo adquire aquela simplicidade bêbada. Nenhum tipo de problema. Longe da neura da minha mãe. Da diferença indiferente do meu pai. Da claustrofobia que me causa essa casa.
Mas, tem uma semana toda me separando do meu dia. E essa semana me presenteia com coisas absurdas e incompreensíveis. Quando chove sinto mais a sua falta. São lágrimas abafadas lavando o chão dessa cidade. E aquela gosma preta desce a augusta enquanto eu volto de um dia de trabalho. Tenho quase tudo que gostaria de ter. Mas nada, preenche o que ficou aqui. Sabe, a sua falta? Ela grita todas as manhãs. Vira e mexe, me pego olhando a porta, na esperança de você voltar. Mas você nunca volta. Domingos são amargos porque não te tem aqui para dividir. Na sexta à noite você não chega anunciando o fim-de-semana. O escuro não empresta nenhum foco de luz, porque seus olhos, passaram para o lado de lá.
Nunca pensei que essa coisa com cinco letras pudesse me tirar tanto. Nem que a dor ia passar e essa saudade fosse me envenenar dia após dia. Lembro da minha promessa. Do seu corpo inanimado e das lágrimas que se misturavam ao frio daquela noite.
Queria acordar e ver que tudo não passou da minha imaginação trabalhando. Perceber que pude te ajudar. E no fim, os problemas são impulsos. E a chuva, arranca os restos do meu passado.
"fica tão solitário às vezes que até faz sentido"
c.