domingo, julho 08, 2007

TÁ DIFÍCIL ESCONDER


E esse vazio todo aqui me engolindo. Pregada aos meus pensamentos desconexos. O escuro do meu quarto e o buraco da minha solidão. Essa que escolha a cada vez que mando todo mundo que tenta chegar aqui perto pra fora. Quando expulso com cabo de vassoura em riste as tentativas de aproximação. Pro que der e vier. Não deixo ninguém aqui. Me autosaboto com meus sorrisos e a minha mentira em existir sábado à noite.
E no dia seguinte só esse vazio e eu lá dentro abraçada as minhas pernas. Brinco com vagas lembranças. Tento esquecer você que esteve aqui por alguns minutos. Minhas vontades e o seu sorriso nervoso. Queria atender as expectativas do mundo. Entender as pessoas e encher esse vazio de sentimentos bons. Utopia demais. A solidão é o meu mal necessário. Porto seguro. Aqui eu sei que o mal não se espalha e que não faço nada para ninguém em um raio de 1 bilhão de km. Me isolo das verdades dos outros para engolir minhas mentiras e brigar com minha cabeça. Estamos em curto. Alguma coisa tá espremendo minhas entranhas e comprimindo meu coração. Deixa tudo do tamanho exato de um grão de areia. Queria andar a beira do mar. Com os pés na água fria. Segurando meu cabelo. Correr. Correr. Correr e deixar atrás tudo que aconteceu até aqui.
O mar e as minhas verdades como a realidade absoluta do mundo. Engano todos com meu jeito que destoa das minhas palavras. Falar é um jeito de fugir de mim enquanto enceno pros outros o que preciso viver. Todas as garrafas e os comprimidos jogados no chão do quarto, a solidão e o escuro. Dançando de mãos dadas. O vento uivando lá fora e eu imaginando que tudo está bem. Tudo precisa ficar bem com você. Comigo? É assim que é.

2 dias :)
(L)udov