were you looking for somewhere to be
Conheço alguém pela forma que olha no olho e pela força do abraço. São dois pequenos detalhes que jamais passam desapercebidos. Gosto de pessoas que são feitas de pequenos detalhes, que não se escondem atrás de milhares de aparências só para ser algo que não exija nada. Eu gosto de tudo que me exige verdade, que me faz procurar na bagunça da minha vida uma razão especial para existir, eu gosto dos extremos. Troco noites de sono por um trabalho que me faça sentir viva. Acabo com as obrigações no menor tempo possível para me entregar ao além.
Gosto de tudo que se justifica pelo inexplicável. Quando não existe um porquê definido e quando as definições são pequenas demais, quando é impossível explicar os sentimentos, os sentidos, as vontades.
Em alguns minutos você pensa em desistir, em falar que o mundo ganhou, que não vai dar mais e que as suas cartas foram jogadas naquele monte em cima da mesa. Tem uma hora que o peso do mundo parece ser mais forte do que a vontade. Eu tive tantos desses momentos nesse ano. Tanta vontade de mandar tudo para um lugar bem longe de mim. A faculdade me tira anos em alguns minutos. Algumas dessas pessoas que tem um dom sobrenatural de pesar, de parecer um ponto cinza que deixa da mesma forma tudo aquilo que encosta. Sinto falta do colorido dos meus velhos amigos. Sorrio lembrando do dia que cortei cana com um facão, completamente bêbada e eles falavam "você vai arrancar a perna". As tardes com vinho nas externas enquanto acendíamos cigarros uns nos outros e tossíamos com a fumaça. Daquele dia com violão e todos juntos reclamando de alguma coisa que nem lembro mais.
Foi preciso crescer para notar que são só esses pequenos momentos que vão se tornar lembranças. Algumas, muito boas.
Quero todas as pessoas do bem por perto. A verdade. Triste ou alegre, o que importa é a forma como se olha no olho.
segunda-feira, novembro 30, 2009
quinta-feira, novembro 26, 2009
Nina, sing one for me
A força parece escorrer pelos meus dedos. Queria sentar e chorar algo que nem existe. Como se eu tivesse criado a angústia, ela não me larga.
Não são os outros. É meu, está aqui, me entregando pequenas alegrias contidas. Doses regulares de euforia. Copos largados na mesa enquanto preciso ficar sozinha. Aquela velha mania com a certeza de que só a música e os livros são capazes de me salvar, de mim.
Tranco todas as portas, aumento o volume, desfilo com a angústia enquanto ando descalça e só.
Não compartilho dos ideais pequenos burgueses de algumas pessoas que me cercam. Essa rebeldia enlatada me irrita. As críticas destrutivas criadas a partir da imcompreensão, não me interessam.
Trabalhar com música me fez menos preconceituosa e, até consegui uma dose de tolerância. A capacidade de olhar para dentro antes de reclamar.
As pessoas que admirava morreram. Viraram personagens de um capítulo finalizado. Engraçado ver que a pequena intolerante que só via genialidade no além, agora aceita a arte em pequenas proporções.
Existe aqui uma vontade de gritar bem alto. Pegar no braço das pessoas e perguntar se elas não notam o que está acontecendo ao redor. Substituída. Tenho vontade de gritar bem alto para me deixarem em paz. Me poupem das convenções sociais.
Não suporto a superfície, só no fundo encontro ar e são poucas as pessoas que chegam até lá. Onde quase não tem ar, não existem julgamentos. Não existem obrigações. Não preciso ser inteligente e/ou engraçada. No fundo, as pessoas respiram o ar rarefeito da mesma forma.
A música continua alta, ainda caminho descalça e a angústia é minha fiel companhia. Ainda assim, acho graça na minha amiga que quer uma garrafa de Tru Blood nem que seja cheia de água e corante vermelho. No fundo, ainda existem os iguais, é deles que preciso.
A força parece escorrer pelos meus dedos. Queria sentar e chorar algo que nem existe. Como se eu tivesse criado a angústia, ela não me larga.
Não são os outros. É meu, está aqui, me entregando pequenas alegrias contidas. Doses regulares de euforia. Copos largados na mesa enquanto preciso ficar sozinha. Aquela velha mania com a certeza de que só a música e os livros são capazes de me salvar, de mim.
Tranco todas as portas, aumento o volume, desfilo com a angústia enquanto ando descalça e só.
Não compartilho dos ideais pequenos burgueses de algumas pessoas que me cercam. Essa rebeldia enlatada me irrita. As críticas destrutivas criadas a partir da imcompreensão, não me interessam.
Trabalhar com música me fez menos preconceituosa e, até consegui uma dose de tolerância. A capacidade de olhar para dentro antes de reclamar.
As pessoas que admirava morreram. Viraram personagens de um capítulo finalizado. Engraçado ver que a pequena intolerante que só via genialidade no além, agora aceita a arte em pequenas proporções.
Existe aqui uma vontade de gritar bem alto. Pegar no braço das pessoas e perguntar se elas não notam o que está acontecendo ao redor. Substituída. Tenho vontade de gritar bem alto para me deixarem em paz. Me poupem das convenções sociais.
Não suporto a superfície, só no fundo encontro ar e são poucas as pessoas que chegam até lá. Onde quase não tem ar, não existem julgamentos. Não existem obrigações. Não preciso ser inteligente e/ou engraçada. No fundo, as pessoas respiram o ar rarefeito da mesma forma.
A música continua alta, ainda caminho descalça e a angústia é minha fiel companhia. Ainda assim, acho graça na minha amiga que quer uma garrafa de Tru Blood nem que seja cheia de água e corante vermelho. No fundo, ainda existem os iguais, é deles que preciso.
terça-feira, novembro 24, 2009
Filosofia de bar
Assustador. Em uma palavra é possível resumir o saldo dos últimos dias. Dos últimos meses. Dos últimos anos. Quando alguém me pergunta algo e passa na entonação que eu era a esperança, que eu deveria saber a resposta, que confiam em mim mais do que no monte de papeis que podem provar o contrário. Quando criam expectativas absurdas. Quando querem saber minha opinião sobre coisa alguma só porque acham que nos livros que eu li (e nos que nunca ouvi falar) estão as respostas. Mal sabem eles que, no fim das contas, a maior parte do que aprendi está guardado em uma mesa da Augusta ou na sinuca do bar da Bahia. No jogo lógico da bola branca derrubar a ímpar até sobrar uma e só no fim, a oito.
Enganados e tolos acreditam que eu conheço a teoria enquanto me encarrego da prática. Troco muito por uma noite simples na companhia dos meus amigos filosofos ocasionais depois da terceira dose. Me perguntam como se pronuncia aquela frase em grego (como se eu dominasse as línguas). Querem saber quais são os lançamentos dos CDs das bandas que não me interessam. Hoje me perguntaram sobre o disco novo da Britney Spears e da voz (do documentário).
Ninguém nunca percebe quando eu estou apenas tirando onda. Quando carrego na bolsa o sarcasmo e a piada mais sem graça é oportuna para acabar com uma discussão que já vai longe demais. Não é segredo a minha impaciência, não é contida a minha intolerância. Me coloco a inteira disposição de poucos. Uma seleção natural que nem Darwin poderia explicar. Afinal, falta lógica na minha vida e sobra respiração.
Tenho sentido falta de dias como aqueles que já se foram. Das pessoas que me acompanhavam em noites sinceras e me guiavam até dentro de algum lugar. Faz tanto tempo que não saio de mim, que não largo tudo na porta de casa e acordo em um lugar inimaginável. Como se tivesse aceitado todas as perguntas absurdas, as expectativas enormes e o papel que eles deram para mim tenho sido muito menos do que sempre fui.
Eu só estive pensando esses dias que o refrão de "Me adora" - que você me acha foda. Deveria ser: não é minha culpa a sua projeção.
Todo sentido do mundo em uma frase só. Ufa, por fim, é bom se sentir livre e quer saber? cuidado quando for falar de mim e não desonre o meu nome.
ps. uau, meu cabelo nessa época me fazia parecer o primo itt da família addams.
Assustador. Em uma palavra é possível resumir o saldo dos últimos dias. Dos últimos meses. Dos últimos anos. Quando alguém me pergunta algo e passa na entonação que eu era a esperança, que eu deveria saber a resposta, que confiam em mim mais do que no monte de papeis que podem provar o contrário. Quando criam expectativas absurdas. Quando querem saber minha opinião sobre coisa alguma só porque acham que nos livros que eu li (e nos que nunca ouvi falar) estão as respostas. Mal sabem eles que, no fim das contas, a maior parte do que aprendi está guardado em uma mesa da Augusta ou na sinuca do bar da Bahia. No jogo lógico da bola branca derrubar a ímpar até sobrar uma e só no fim, a oito.
Enganados e tolos acreditam que eu conheço a teoria enquanto me encarrego da prática. Troco muito por uma noite simples na companhia dos meus amigos filosofos ocasionais depois da terceira dose. Me perguntam como se pronuncia aquela frase em grego (como se eu dominasse as línguas). Querem saber quais são os lançamentos dos CDs das bandas que não me interessam. Hoje me perguntaram sobre o disco novo da Britney Spears e da voz (do documentário).
Ninguém nunca percebe quando eu estou apenas tirando onda. Quando carrego na bolsa o sarcasmo e a piada mais sem graça é oportuna para acabar com uma discussão que já vai longe demais. Não é segredo a minha impaciência, não é contida a minha intolerância. Me coloco a inteira disposição de poucos. Uma seleção natural que nem Darwin poderia explicar. Afinal, falta lógica na minha vida e sobra respiração.
Tenho sentido falta de dias como aqueles que já se foram. Das pessoas que me acompanhavam em noites sinceras e me guiavam até dentro de algum lugar. Faz tanto tempo que não saio de mim, que não largo tudo na porta de casa e acordo em um lugar inimaginável. Como se tivesse aceitado todas as perguntas absurdas, as expectativas enormes e o papel que eles deram para mim tenho sido muito menos do que sempre fui.
Eu só estive pensando esses dias que o refrão de "Me adora" - que você me acha foda. Deveria ser: não é minha culpa a sua projeção.
Todo sentido do mundo em uma frase só. Ufa, por fim, é bom se sentir livre e quer saber? cuidado quando for falar de mim e não desonre o meu nome.
ps. uau, meu cabelo nessa época me fazia parecer o primo itt da família addams.
domingo, novembro 22, 2009
give me a reason to love you
Quero ouvir as suas razões em silêncio, guardar as suas explicações dadas pelo seu olhar, quero apenas um motivo para ser sua. Para acabar com a espera e consumar esses pecados. A doçura do seu toque e a intensidade do seu desejo trocados em miúdos pela sua forma simples de querer.
Tenho o espaço do vazio. Estou livre do meu passado, já não sinto nada pelos que passaram por aqui, tudo foi aberto para um futuro desconhecido enquanto desenho o prazer no presente.
No dia de hoje algo me incomoda. Fazia meses que não conhecia um instante de paz. Sempre fazendo algo, conversando com milhares de pessoas, ouvindo histórias, assistindo coisas. Sempre envolta em milhares de referências absurdas de diversão, dessa vez, me recolhi a um lugar só meu. Passei um feriado inteiro em companhia de uma paz desconhecida.
Vestida de ficção me derreto em palavras. Meu personagem é outro, já não preciso ser a garota que tem cara de "não quero, não vou". Até o meu lado ariano impulsivo ganha um outro ritmo. Sou a verdade que mostro para poucos quando me troco pelas frases. Quase acredito que alguém consegue me tocar. Mas, nesse momento, só você poderia. "it's all I wanna be, it's all, a woman. for this is the beginning of forever and ever".
ps. título e última frase da música mais sexy do mundo. Glory Box do Portishead. :)
Quero ouvir as suas razões em silêncio, guardar as suas explicações dadas pelo seu olhar, quero apenas um motivo para ser sua. Para acabar com a espera e consumar esses pecados. A doçura do seu toque e a intensidade do seu desejo trocados em miúdos pela sua forma simples de querer.
Tenho o espaço do vazio. Estou livre do meu passado, já não sinto nada pelos que passaram por aqui, tudo foi aberto para um futuro desconhecido enquanto desenho o prazer no presente.
No dia de hoje algo me incomoda. Fazia meses que não conhecia um instante de paz. Sempre fazendo algo, conversando com milhares de pessoas, ouvindo histórias, assistindo coisas. Sempre envolta em milhares de referências absurdas de diversão, dessa vez, me recolhi a um lugar só meu. Passei um feriado inteiro em companhia de uma paz desconhecida.
Vestida de ficção me derreto em palavras. Meu personagem é outro, já não preciso ser a garota que tem cara de "não quero, não vou". Até o meu lado ariano impulsivo ganha um outro ritmo. Sou a verdade que mostro para poucos quando me troco pelas frases. Quase acredito que alguém consegue me tocar. Mas, nesse momento, só você poderia. "it's all I wanna be, it's all, a woman. for this is the beginning of forever and ever".
ps. título e última frase da música mais sexy do mundo. Glory Box do Portishead. :)
"all alone in space and time"
Quero isso de um jeito que não conheço. Quero revirar o certo e errado enquanto aplicamos as teorias dos livros e damos ritmo aos atos pela voz de bandas impressionantes. Quero reinventar essa história do início ao fim enquanto vemos um filme qualquer na tv, que ficará em segundo plano porque você estará brincando com a pintinha que tenho no ombro esquerdo. Quero abrir a porta da minha vida enquanto deixo você revirar o caos. Quero você em segredo para te fazer poesia em silêncio.
Seu corpo está em outro lugar. Seu sorriso se esconde na cara de poucos amigos. Seus sonhos estão guardados em um lugar que não consigo ver. Você reserva sua vida para poucos, deve ser nesse ponto que aconteceu o encontro, o seletivo processo natural de sermos um. Só quem conhece a própria solidão é capaz de dividi-la e sabe que não é assim tão simples.
Talvez seja assustador me imaginar ao seu lado. Sinto que você consegue acabar com a minha proteção enquanto olha nos meus olhos. Chegou assim sem avisar e mudou a ordem das coisas. Me esvaziou do passado enquanto escreve uma nova história. Every me and every you.
Você aqui será só uma questão de tempo?
ps. título e frase solta do Placebo.
Quero isso de um jeito que não conheço. Quero revirar o certo e errado enquanto aplicamos as teorias dos livros e damos ritmo aos atos pela voz de bandas impressionantes. Quero reinventar essa história do início ao fim enquanto vemos um filme qualquer na tv, que ficará em segundo plano porque você estará brincando com a pintinha que tenho no ombro esquerdo. Quero abrir a porta da minha vida enquanto deixo você revirar o caos. Quero você em segredo para te fazer poesia em silêncio.
Seu corpo está em outro lugar. Seu sorriso se esconde na cara de poucos amigos. Seus sonhos estão guardados em um lugar que não consigo ver. Você reserva sua vida para poucos, deve ser nesse ponto que aconteceu o encontro, o seletivo processo natural de sermos um. Só quem conhece a própria solidão é capaz de dividi-la e sabe que não é assim tão simples.
Talvez seja assustador me imaginar ao seu lado. Sinto que você consegue acabar com a minha proteção enquanto olha nos meus olhos. Chegou assim sem avisar e mudou a ordem das coisas. Me esvaziou do passado enquanto escreve uma nova história. Every me and every you.
Você aqui será só uma questão de tempo?
ps. título e frase solta do Placebo.
sexta-feira, novembro 20, 2009
far away from the memories
Agora estou vivendo ao lado do acaso e seguindo pelo rastro do destino. Minha vida ganhou um novo ritmo. Rápido, intenso, forte. Me sinto bem com essas coisas acontecendo, com a possibilidade de proporcionar um caminho para algumas das bandas que ainda estão por aí, criando em silêncio os hinos das próximas gerações. Gosto de encontrar a verdade na música e ver que alguns (poucos) dentro de tudo que só parece, são mais do que todas as aparências. Me sinto bem ao dissolver meus (pré)conceitos na verdade de outra pessoa.
Esse ano eu fui sozinha, não tinha para onde correr, não podia ligar pedindo socorro e um copo em uma mesa de bar qualquer da augusta. A minha fuga está lá do outro lado do continente vivendo um outro momento desse vida gigante. Me protegi do mundo, me guardei de todas as dores previsíveis, fui vivendo devagar até que... mudou. A vida girou rápido ao lado do acaso e de repente, os planos tomaram forma e as cores criaram sons. Eu descobri o valor de ser só. Aprendi a me virar antes de deixar outras pessoas entrarem nessa roda gigante.
Fui deixando cada coisa dentro do seu lugar enquanto o constante sentimento de que pouco não é o bastante me persegue. Um perfeccionismo cruel que me faz querer ser além (sempre), sem importar o tamanho do agora. Não é ruim. É como um impulso que me faz procurar o melhor de mim.
Nesse ano, finalmente, me livrei do passado. Em um momento, sem registro, acordei sem as lembranças que me perturbavam, os sentimentos que me incomodavam, as certezas que jamais existiram. Vazia é melhor do que cheia daquelas coisas com gosto indefinido.
Se pudesse passar 2009 a limpo, faria tudo do mesmo jeito. Fui do frio ao calor. Do sonho a realidade. Da solidão a plenitude da felicidade (momentânea, como só ela pode ser). Cortei os meus erros persistentes sem que eles acabassem com a minha verdade, eles nem se quer eram essenciais. O meu medo de fechar a porta do comodismo estava me condenando a ficar presa. Mesmo que nunca chegue de fato a voar, sinto que já fui capaz de sair do chão, mesmo que apenas alguns centímetros.
ps. o título é starlight do muse e a foto é meu ombro (sem porquê, gosto de tudo que não faz sentido)
Agora estou vivendo ao lado do acaso e seguindo pelo rastro do destino. Minha vida ganhou um novo ritmo. Rápido, intenso, forte. Me sinto bem com essas coisas acontecendo, com a possibilidade de proporcionar um caminho para algumas das bandas que ainda estão por aí, criando em silêncio os hinos das próximas gerações. Gosto de encontrar a verdade na música e ver que alguns (poucos) dentro de tudo que só parece, são mais do que todas as aparências. Me sinto bem ao dissolver meus (pré)conceitos na verdade de outra pessoa.
Esse ano eu fui sozinha, não tinha para onde correr, não podia ligar pedindo socorro e um copo em uma mesa de bar qualquer da augusta. A minha fuga está lá do outro lado do continente vivendo um outro momento desse vida gigante. Me protegi do mundo, me guardei de todas as dores previsíveis, fui vivendo devagar até que... mudou. A vida girou rápido ao lado do acaso e de repente, os planos tomaram forma e as cores criaram sons. Eu descobri o valor de ser só. Aprendi a me virar antes de deixar outras pessoas entrarem nessa roda gigante.
Fui deixando cada coisa dentro do seu lugar enquanto o constante sentimento de que pouco não é o bastante me persegue. Um perfeccionismo cruel que me faz querer ser além (sempre), sem importar o tamanho do agora. Não é ruim. É como um impulso que me faz procurar o melhor de mim.
Nesse ano, finalmente, me livrei do passado. Em um momento, sem registro, acordei sem as lembranças que me perturbavam, os sentimentos que me incomodavam, as certezas que jamais existiram. Vazia é melhor do que cheia daquelas coisas com gosto indefinido.
Se pudesse passar 2009 a limpo, faria tudo do mesmo jeito. Fui do frio ao calor. Do sonho a realidade. Da solidão a plenitude da felicidade (momentânea, como só ela pode ser). Cortei os meus erros persistentes sem que eles acabassem com a minha verdade, eles nem se quer eram essenciais. O meu medo de fechar a porta do comodismo estava me condenando a ficar presa. Mesmo que nunca chegue de fato a voar, sinto que já fui capaz de sair do chão, mesmo que apenas alguns centímetros.
ps. o título é starlight do muse e a foto é meu ombro (sem porquê, gosto de tudo que não faz sentido)
quarta-feira, novembro 18, 2009
Longa divisão
Tenho pensando em tudo que está do lado de fora da minha vida. Nas pessoas que já não vejo mais, dos sorrisos que já não enxergo e dos olhares que já estão tão longes dos meus. Sinto falta de algumas especiais que se perderam no meio do caminho, das pessoas que encontro quase sem querer quando não quero ser eu e me embriago de vida.
Tenho olhado muito mais para dentro. Fechado os olhos para tudo que só parece, procurado e me revirado para encontrar uma verdade qualquer que me faça perder o ar e os medos. Tenho me desfeito de receios quase infantis para me vestir de certezas.
É um daqueles momentos em que você se sente muito mais mulher, como se estivesse pronta para tudo, pode bater forte que alguma coisa no jeito de andar ou de sorrir vai ser capaz de me manter em pé. Quase como se alguma coisa qualquer estivesse potencializando a minha força. Eu, quase sempre, acostumada a viver em um mundo tão meu, cheio de palavras e sons, vou para fora e deixo todos os meus preconceitos guardados em um lugar que gostaria de esquecer.
Cansada de projeções passei a aceitar os outros da forma simples que são. O Caio escreveu uma vez que não sabia se o que gostava no outro era ele ou só a projeção de coisas que tinham dentro dele e que foram transferidas pela afeição. Ou você não se deixe conhecer ou se deixa passar para as mãos do outro. O meio termo é aquela coisa complexa que nesse caos quase ninguém tem paciência de conquistar. O tempo é relativo, podem ser alguns minutos, um segundo ou uma década. Nunca se sabe quando alguém vai ser pego na sua mente assim sem querer.
O ruim é que tenho a impressão de viver em um campo minado, sempre esperando errar um passo e tudo explodir. A minha vida só é organizada na sua desorganização e as minhas certezas só existem pelos segundos de um abraço que parece garantir que nada disso de fato importa.
Tenho pensando em tudo que está do lado de fora da minha vida. Nas pessoas que já não vejo mais, dos sorrisos que já não enxergo e dos olhares que já estão tão longes dos meus. Sinto falta de algumas especiais que se perderam no meio do caminho, das pessoas que encontro quase sem querer quando não quero ser eu e me embriago de vida.
Tenho olhado muito mais para dentro. Fechado os olhos para tudo que só parece, procurado e me revirado para encontrar uma verdade qualquer que me faça perder o ar e os medos. Tenho me desfeito de receios quase infantis para me vestir de certezas.
É um daqueles momentos em que você se sente muito mais mulher, como se estivesse pronta para tudo, pode bater forte que alguma coisa no jeito de andar ou de sorrir vai ser capaz de me manter em pé. Quase como se alguma coisa qualquer estivesse potencializando a minha força. Eu, quase sempre, acostumada a viver em um mundo tão meu, cheio de palavras e sons, vou para fora e deixo todos os meus preconceitos guardados em um lugar que gostaria de esquecer.
Cansada de projeções passei a aceitar os outros da forma simples que são. O Caio escreveu uma vez que não sabia se o que gostava no outro era ele ou só a projeção de coisas que tinham dentro dele e que foram transferidas pela afeição. Ou você não se deixe conhecer ou se deixa passar para as mãos do outro. O meio termo é aquela coisa complexa que nesse caos quase ninguém tem paciência de conquistar. O tempo é relativo, podem ser alguns minutos, um segundo ou uma década. Nunca se sabe quando alguém vai ser pego na sua mente assim sem querer.
O ruim é que tenho a impressão de viver em um campo minado, sempre esperando errar um passo e tudo explodir. A minha vida só é organizada na sua desorganização e as minhas certezas só existem pelos segundos de um abraço que parece garantir que nada disso de fato importa.
segunda-feira, novembro 16, 2009
revisão
Sempre fui a garota que preferia viver no seu mundo a parte. Adorava brincar sozinha e inventar regras diferentes para os meus brinquedos, montava tudo e na hora de brincar percebia que o interessante tinha sido o processo e o resultado era só reflexo das minhas horas pensando em onde colocar a mesa da minha casa de criança.
Quando cresci percebi que meu lugar era a rua, que o mundo ia me mostrar as perguntas e me ajudar a encontrar as perguntas. Eram nos meus amigos que estavam a chave dos momentos felizes. Era o acaso que escreveria as melhores histórias e era com liberdade que guardaria meu segredo.
Sempre voltava ao meu paraíso particular, as palavras e as músicas sempre tiveram um espaço especial no meu caos cotidiano e apesar de tudo, poder parar e me recolher a um canto com a história de outra pessoa nas mãos enquanto revisava o meu ponto de vista sempre pareceu o suficiente. Foi quando pouco deixou de ser o bastante.
A música, o caos, a ordem, os livros, as pessoas, tudo andando rápido demais (nunca devagar). Quase ninguém entende a minha mania de poucos amigos, quase ninguém conhece o meu lado que escondo (de mim). Tenho me afastado cada vez mais do meu passado, me desprendido de tudo que mantinha só porque era melhor assim. O comodismo do "porque sim" começou a me incomodar. Se não sinto, se não penso, se não tem razão e se a falta dela não é só uma paixão cega, acabou. São novos finais que sinalizam o meu novo começo, sem nenhum roteiro, afinal é só vida.
Sempre fui a garota que preferia viver no seu mundo a parte. Adorava brincar sozinha e inventar regras diferentes para os meus brinquedos, montava tudo e na hora de brincar percebia que o interessante tinha sido o processo e o resultado era só reflexo das minhas horas pensando em onde colocar a mesa da minha casa de criança.
Quando cresci percebi que meu lugar era a rua, que o mundo ia me mostrar as perguntas e me ajudar a encontrar as perguntas. Eram nos meus amigos que estavam a chave dos momentos felizes. Era o acaso que escreveria as melhores histórias e era com liberdade que guardaria meu segredo.
Sempre voltava ao meu paraíso particular, as palavras e as músicas sempre tiveram um espaço especial no meu caos cotidiano e apesar de tudo, poder parar e me recolher a um canto com a história de outra pessoa nas mãos enquanto revisava o meu ponto de vista sempre pareceu o suficiente. Foi quando pouco deixou de ser o bastante.
A música, o caos, a ordem, os livros, as pessoas, tudo andando rápido demais (nunca devagar). Quase ninguém entende a minha mania de poucos amigos, quase ninguém conhece o meu lado que escondo (de mim). Tenho me afastado cada vez mais do meu passado, me desprendido de tudo que mantinha só porque era melhor assim. O comodismo do "porque sim" começou a me incomodar. Se não sinto, se não penso, se não tem razão e se a falta dela não é só uma paixão cega, acabou. São novos finais que sinalizam o meu novo começo, sem nenhum roteiro, afinal é só vida.
sexta-feira, novembro 13, 2009
there is a light that never goes out
Você só gosta de alguém quando até o que parece estranho é interessante. Você só gosta de alguém quando aceita um pacote de defeitos: o jeito que a pessoa balança a perna instintivamente ou como se apega a todos os pequenos detalhes do mundo. Quando os ideais se medem pela completariedade. Amar o diferente é fácil graças a fascinação que isso exerce. Aceitar a igualdade é muito mais difícil. Aceitar que as ideias se completam e os sonhos caminham na mesma direção é muito mais assustador.
Todas as minhas paixões são momentâneas, acho que só paro quando alguém me fizer sentir única a cada cinco minutos dos meus dias sem fim. Vivo aceitando que sou diferente, que preciso sempre me encontrar, que os pensamentos povoam minha mente de problemas inexistentes, que sou uma pequena dramática, que sou tempestiva e calmaria. Aceito que sou várias embora seja só uma.
Você só gosta de alguém quando até o que parece estranho é interessante. Você só gosta de alguém quando aceita um pacote de defeitos: o jeito que a pessoa balança a perna instintivamente ou como se apega a todos os pequenos detalhes do mundo. Quando os ideais se medem pela completariedade. Amar o diferente é fácil graças a fascinação que isso exerce. Aceitar a igualdade é muito mais difícil. Aceitar que as ideias se completam e os sonhos caminham na mesma direção é muito mais assustador.
Todas as minhas paixões são momentâneas, acho que só paro quando alguém me fizer sentir única a cada cinco minutos dos meus dias sem fim. Vivo aceitando que sou diferente, que preciso sempre me encontrar, que os pensamentos povoam minha mente de problemas inexistentes, que sou uma pequena dramática, que sou tempestiva e calmaria. Aceito que sou várias embora seja só uma.
quarta-feira, novembro 11, 2009
'take me away to nowhere plains'
Eu sou tão feita de mundo que talvez seja responsabilidade minha a forma como me fecho dele. Sempre afasto todos que gostam de mim em troca de qualquer simples carinho sem compromisso. Como a personagem do filme de hoje "não me sinto confortável sendo nada de ninguém", ou pior, tenho plena consciência de que não posso prometer nada, sou feita de pequenas vontades da cabeça aos pés.
Os cabelos me lembraram os seus, a única pessoa no mundo que (ainda) não desistiu de me decifrar. Pareceu piegas a mensagem no meu celular, confesso que ri e fiz piada durante semanas do seu jeito desajeitado de me dizer que ainda está aqui. Eu juro que queria me sentir menos mundo para me sentir uma. Mas, não consigo me soltar, meus pensamentos me prendem a certeza do momento presente.
Lembro do número sem fim de vezes que você me salvou de ser atropelada na Augusta. Mantinha a sobriedade enquanto eu me perdia na embriaguez. Lembro de como você cuidava de mim enquanto pedia para me deixar em paz. Das ligações que não atendi, dos recados que não respondi. Pode parecer ridículo, mas o problema sempre foi eu. Tinha medo do que você esperava de mim e certeza de que não poderia ser.
Fui capaz de te afastar quando você me disse: "você é o enigma que vou passar a vida tentando decifrar". Talvez, precise de mais alguns anos dessa vida imprevisivel ou alguém vá mudar o meu destino enquanto continuo tentando fugir...
ps. imagem do filme 500 days with summer :)
ps²: título dessa música do pixies.
Eu sou tão feita de mundo que talvez seja responsabilidade minha a forma como me fecho dele. Sempre afasto todos que gostam de mim em troca de qualquer simples carinho sem compromisso. Como a personagem do filme de hoje "não me sinto confortável sendo nada de ninguém", ou pior, tenho plena consciência de que não posso prometer nada, sou feita de pequenas vontades da cabeça aos pés.
Os cabelos me lembraram os seus, a única pessoa no mundo que (ainda) não desistiu de me decifrar. Pareceu piegas a mensagem no meu celular, confesso que ri e fiz piada durante semanas do seu jeito desajeitado de me dizer que ainda está aqui. Eu juro que queria me sentir menos mundo para me sentir uma. Mas, não consigo me soltar, meus pensamentos me prendem a certeza do momento presente.
Lembro do número sem fim de vezes que você me salvou de ser atropelada na Augusta. Mantinha a sobriedade enquanto eu me perdia na embriaguez. Lembro de como você cuidava de mim enquanto pedia para me deixar em paz. Das ligações que não atendi, dos recados que não respondi. Pode parecer ridículo, mas o problema sempre foi eu. Tinha medo do que você esperava de mim e certeza de que não poderia ser.
Fui capaz de te afastar quando você me disse: "você é o enigma que vou passar a vida tentando decifrar". Talvez, precise de mais alguns anos dessa vida imprevisivel ou alguém vá mudar o meu destino enquanto continuo tentando fugir...
hmmm, sabemos: não vai ser você.
ps. imagem do filme 500 days with summer :)
ps²: título dessa música do pixies.
segunda-feira, novembro 09, 2009
and you search your heart
Estranho lidar com esse vazio: vontade nenhuma de coisa alguma. Apenas dançar, cantar e pular sem ser incomodada, sem incomodar. Estudar as minhas coisas, ler os meus livros, ouvir as minhas músicas. Me tranquilizar com as minhas ferramentas. Não ouvir e não falar com ninguém que só seja capaz de entender o óbvio. Quero o além, o maior, quero a cabeça pensando, quero sentir que existe uma troca maior e real, quero perder horas na mesa do mesmo bar pela incapacidade mútua de dizer: tchau.
Queria sair de São Paulo e rodar o país, revirar os segredos dos quatro cantos de cada cidade e me encontrar em cada um dos que cruzarem pelo caminho. Queria ir até o aeroporto sem destino, queria não me irritar com avião. Mas, meu ouvido dói, o nariz arde com o ar condicionado e eu gosto da (falsa) estabilidade do chão.
A vida inteira feita de pequenas coincidências. Me desfaz, se refaz, entende que eu não conheço outro jeito de ser eu, que preciso sempre procurar mais fundo em mim, me revelar, me descobrir, me conhecer, me representar. Me deixa falar uma besteira qualquer enquanto acredita que todos os outros são iguais e eu sou diferente. Não se envergonhe se eu chorar no meio de um filme bobo ou se fizer uma piada sobre algo sério. Não me leve a mal se não ligar, se sumir e voltar com um sorriso dizendo que nada aconteceu. Desculpa, esse é só um jeito maluco de ser eu.
ps. o título é uma música do cd da Scarlett Johansson (*.*) com o Peter Yorn.
Estranho lidar com esse vazio: vontade nenhuma de coisa alguma. Apenas dançar, cantar e pular sem ser incomodada, sem incomodar. Estudar as minhas coisas, ler os meus livros, ouvir as minhas músicas. Me tranquilizar com as minhas ferramentas. Não ouvir e não falar com ninguém que só seja capaz de entender o óbvio. Quero o além, o maior, quero a cabeça pensando, quero sentir que existe uma troca maior e real, quero perder horas na mesa do mesmo bar pela incapacidade mútua de dizer: tchau.
Queria sair de São Paulo e rodar o país, revirar os segredos dos quatro cantos de cada cidade e me encontrar em cada um dos que cruzarem pelo caminho. Queria ir até o aeroporto sem destino, queria não me irritar com avião. Mas, meu ouvido dói, o nariz arde com o ar condicionado e eu gosto da (falsa) estabilidade do chão.
A vida inteira feita de pequenas coincidências. Me desfaz, se refaz, entende que eu não conheço outro jeito de ser eu, que preciso sempre procurar mais fundo em mim, me revelar, me descobrir, me conhecer, me representar. Me deixa falar uma besteira qualquer enquanto acredita que todos os outros são iguais e eu sou diferente. Não se envergonhe se eu chorar no meio de um filme bobo ou se fizer uma piada sobre algo sério. Não me leve a mal se não ligar, se sumir e voltar com um sorriso dizendo que nada aconteceu. Desculpa, esse é só um jeito maluco de ser eu.
ps. o título é uma música do cd da Scarlett Johansson (*.*) com o Peter Yorn.
sábado, novembro 07, 2009
oh yeah, I guess it makes me smile'
Acho que essa é a geração "peter pan" ninguém percebe que os anos passam ou simplesmente aceitam que os ideais mudam. As pessoas não aceitam que os outros não querem levantar bandeiras ou carregar apitos, esses, na visão da rebeldia infantil, são os acomodados. São outros tempos, não vivemos a ditadura, não fomos para as ruas pedir pelas diretas, não fizemos nenhum movimento importante. A nossa revolução é silenciosa, a nossa mudança tem que começar dentro de cada um, os nossos sonhos tem que ser mais do que só ideal. Acho tão bonito alguém defender os mais fracos e na menor oportunidade foder com a vida de alguém porque a pessoa é mais frágil, porque a pessoa não escreve bem, porque a pessoa simplesmente não compartilha da genialidade que o infeliz acredita possuir.
É tão contraditório defender a bandeira e o lado do mais fraco, MAS jamais abrir mão do seu baseado. Ideologia pequeno burguesa. Vamos todos admitir que não somos isso? Vamos admitir que compramos discos e vinis enquanto quase ninguém tem acesso a livros, que rodamos ao lado do capitalismo, que movimentamos as engrenagens desse sistema fálido? Vamos viver lá fora e sair dessas salas pintadas de ideal envoltas em ideias. Vamos discutir essa crise no senado, vamos pensar sobre essas pessoas que estão nas ruas, vamos pensar em quem votar nas próximas eleições. Vamos ser efetivos ao invés de ridículos?
Esses últimos meses me tiraram anos em segundos. mas, é visível que acabou com mais de outras pessoas, a personalidade se dissolveu. um show do faith no more para quem não sabe quem é mike patton ou jamais ouviu falar do fantômas, um ingresso para segurar com unhas e dentes o que não percebe ser só uma mão no volante. pior do que se perder, é largar o controle da sua vida. perdi anos para manter a minha personalidade intacta, para defender o que acredito, para me manter fora dessa roda.
ontem me falaram "você ainda gosta". não tenho medo de afirmar que não. gosto de algo que não existe mais, de alguém que conheci há muito tempo atrás ou simplesmente de alguém mais interessante que fui capaz de inventar. o meu personagem era inteligente, tinha uma personalidade doce e ao mesmo tempo decidida, o meu personagem tinha coragem. o meu personagem nunca existiu e aquela pessoa não passou da projeção das minhas palavras. as minhas mais doces palavras entregues a ninguém. foi assim.
fim!
segunda-feira, novembro 02, 2009
ok computer
descer as ruas do centro, me sentir parte de um todo, acolhida pelas conversas sobre como preferimos segurar a ansiedade e assistir uma série só depois que todos os episódios já estiverem disponíveis. ouvir a única pessoa que tem permissão para me lembrar de tudo que ainda não aconteceu. registrar a cidade à noite pelos meus olhos, fotografar cada pedaço de um dia inteiro, sorrir das diferenças, encontrar velhos conhecidos, dividir a mesa do meu bar de sempre com novas pessoas...
e no fim, me recolher com o melhor cd de todos os tempos, me guardo com a minha banda preferida e os fones de ouvido que me permitem ouvir cada pedaço de cada pequeno acorde ou instrumento usado para modificar o que todos absorvem. a angústia sorri na janela, faz tempo que a euforia e a falta de tempo, o pequeno espaço entre descanso e trabalho, entre obrigação e diversão, as faltas do silêncio, da casa vazia, a falta do escuro e da cabeça desligada. as faltas que que não me deixavam ver além do próximo instante. de repente: uma pequena sensação de paz. a minha paz é diferente, misturo a felicidade com o nó na garganta da incompreensão. penso em como tudo ainda é tão complicado, como quase ninguém entende enquanto sussurro ao invés de gritar. falo baixo, para dentro, de dentro saindo aos poucos para fora, falo rápido quando quero me livrar dos pensamentos. escrevo mais quando não entendo a reação dos meus medos. queria a diversão, queria estar rodeada de pessoas queridas, queria não parar e assim ficar sem a angústia. quis isso por muitos dias, hoje agradeço ter a casa vazia, a lua linda pela janela e a lente me lembrando que estive com ela o dia inteiro.
it's always best when the light is off. it's always better on the outside...
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