DEIXA, ME DEIXA
Preciso me mandar. Sair deste quarto. Desta cabeça. Deste corpo. Vagar com minha alma de mãos dadas. Estou pressa. Jogada no canto de uma cela suja. Pregada a pensamentos desconexos. Medo. Eu tenho medo, assim com todas as letras, eu tenho. Não me nego. Nem vontades, nem feitos, nem nada. Simplesmente assumo. Cada passo em falso. Cada amor passado. Cada loucura que me monta inteira de verdades inventadas.
Mas já chega. Chega de inventar. Não é assim, não vai poder ser assim para sempre . Não terei este teclado a vida inteira e nem esta vontade de escrever. Não releio. Coloco o corretor automático pra tapear os acentos que como nesta gana por pregar palavras na vida. Queria impregnar ela inteira de palavras. Escolher só as que quero usar. Não dá pra ter tudo. Para, volta, começo da fita. Uma menina sozinha, sempre sozinha, é o mal de ser filha única tanto tempo. Você se acostuma a fantasia de ser só. Adolescente rodeadas de pessoas. Pessoas mutáveis. Grupos. Pessoas. A quem eu engano? Quem acha que estar rodeada de gente é estar completa? Quem queria ser como eu?
Esquece. Pode ser que você se encaixe, se enxergue, pense igual a um ou dois textos. Mas tem muito mais aqui que é tão meu que não abro nem para mim. O inconsciente inteiro cheio de passado. Passado. Passado.
Saudades só sobra ela. Elas preenchem os buracos todos. Como algodão. Como algodão que colocam nos buracos das pessoas antes de enterra-las. Vou arrancando os algodões no dente e deixando doer. Deixa. Me deixa.
*importante:
Subi os três últimos textos às 3h30 da manhã ao som de main theme da trilha de requiem for a dream no repeat. Eu não vou reler, mas não vou, mesmo. Então, qualquer erro pede-se seja perdoado.
Obrigada
A direção
eu vou morder o insert. EU VOU! Inferno de tecla.