quarta-feira, maio 23, 2007

QUALQUER SEMELHANÇA PODE NÃO SER MERA COINCIDÊNCIA


Estou presa a arquivos de uma outra pessoa. A pessoa que escreve tudo que eu seria incapaz de colocar em palavras. A pessoa que conheci numa quarta feira como qualquer outra. Não era como qualquer outra, eu tava com os nervos fervilhando depois de ficar fazendo a progressiva do inferno. Peguei um ônibus, fiquei sentada nele mais de uma hora. Quem tem a brilhante idéia de ir do interlagos até a vergueiro de ônibus, além de mim? Ninguém. Mas lá ia eu, andando naqueles ônibus que jamais chegava a lugar algum. Passei do ponto, que novidade, passei e tive que pegar outro ônibus. Cheguei até o começo da vergueiro. Eu e minha cabeça andando por ali. Até lembrei que minha prima faz uma faculdade ali perto. Lembrei, porque não queria vê-la. Cheguei cedo, era muito cedo ainda. Fui tomar cappuccino e ouvir os meus pensamentos sussurrando algo como: "vai pra faculdade, é aula do faro, vai pra faculdade sai daí, corre" não ouvi, nunca ouço. Continuei ali com uma grande xícara de cappuccino vendo alguns rostos conhecidos. Ali.
Ela entrou exatamente como eu achei que fosse. Não tinha uma fantasia. Eu odeio fantasiar as coisas. Era ela. Só ela. E ela começou a falar e procurar os rostos. Observar. As pessoas fazem isto. Ela faz isto. Fazíamos isto. Mas daí eu caguei no pau como sempre e pronto. Chega de romance. É vício, é medo, é estranho mas é real. Alguém já escreveu tudo que eu penso. Mundo injusto.
Ela ou eles todos. Alguém já escreveu. Mas eu não sou nada original. NADA mesmo. Então foda-se em fila indiana quem me censura. UHU!