quarta-feira, maio 16, 2007

PRAZER, SUELLEN.

Amor precisa sair do imaginário das pessoas. Passar a ser uma coisa com dentes. Mãos. Ofegante. Sem suspiros, suspiros mais não. As pessoas acham que no fim aparece uma coisa mágica que as salvam. Tá todo mundo tão doente, a procura de um remédio. Uma pessoa só para isto. Ser o remédio, ser o seu placebo, aquela coisa vazia que você toma com a ilusão de que trata suas doenças todas. Não, não trata. Não existe alguém para tomar que te cure. Não existe cura. Nem salvação. Talvez as músicas, uns textos, alguns amigos. Mas isto é só até a próxima vez que você quebre a cara. E não é bater a cara na porta de um coração. É subir BEM alto e quando olhar pra trás ele não te seguiu. Ficou lá embaixo se embebedando. Sem as suas neuras, sem os seus medos, sem suas verdades. Sem você, sozinha, qie queria apenas dividir o pôr-do-sol. Ele está lá embaixo e você mais uma vez vai na ponta do abismo. Só sobra o salto, você salta. Sempre saltamos. Não há amor, paixão ou o que quer que seja, sem entregar a vida pra morte. Dividir é sempre deixar morrer alguma coisa. Não que seja ruim, algumas pessoas especiais tiram toda a sua parte podre e você nem percebe. Quando chega o fim e aquele ritual belo de coisas que você nem ao menos acredita sendo ditas só porque neste momento a idéia é agredir. O respeito, este mesmo que é a base, se esvai. Dá pra sentir o ódio e o rancor entre pessoas que disseram tanto tempo se amar. Dá pra sentir dó dessas pessoas que não aprenderam o desamor. Não é necessário odiar para deixar de amar. Um pouco de respeito, pelo passado, por aquele passado que vocês ostentaram como a perfeição. O amor não acaba, se transforma. Como na química nada se perde, tudo se transforma. Sem gritos. Sem dor. Sem sofrimento. Sem verdades cuspidas em palavras todas. Com mais dialógo. Conversas honestas. Se não for assim. Amor é coisa chata. É calmaria. É uma calmaria muda. E o que seria de mim sem meus gritos? Pessoas que namoram quase sempre são chatas. Esquecem da vida, do mundo, da política, da nação. Vivem duas vidas quando nem sabem manejar uma. E ainda tem a posse. As ligações desesperadas interrogando lugares. Esquecem os amigos e o que é encher a cara só porque sim. Na primeira briga o mundo cai e elas começam a perceber que existe vida além daquele conto de fadas que criou para si. Se amor é conto de fadas, eu passo. Se amar é esta calmaria frigida, eu passo. Se amar é posse, eu passo. Se amar é ter você só para mim, eu te deixo. Eu acredito em amor. Que isto fique claro. Só não acredito nesta fórmula. Nem nesta e nem em nenhuma delas. Não entendo como as pessoas dizem ter encontrado o amor e o deixa escorrer pelos dedos por questões ideológicas que a bem da verdade não passa do medo de deixar acontecer. Medo, que merda é este medo todo. Vejo vidas travadas e entravadas apenas por isto. Ou eu sou passional demais. Ou eu me permito demais. Ou metade da população tá errada. E pra outra metade: prazer suellen.