segunda-feira, setembro 10, 2007

I NEVER GOT TELL YOU WHAT I WANTED TO


A cerração parece denunciar o frio. Talvez as coisas congelem lá fora como acontece aqui dentro. O meu quarto respira minhas pendências. A bagunça e a vida toda enrolada em latas, cinzeiros revirados e roupas, nem todas minhas, denunciam a minha moral questionável. Erros e acertos. E de repente cada pedaço de lembrança congela uma parte do meu corpo. As minhas mãos que brincavam com seu ombro cheio de pintinhas. A gente brincando de ser criança enquanto questionávamos as verdades que essas pessoas compram.Lembra, quando olhávamos o mundo dessa mesma janela, mas era os passarinhos do clube ao lado que víamos. Agora, só o frio e nenhum passarinho para cantar meus pensamentos. Você não sabe, mas eu ainda penso em você, tanto quando disse que estaria com você para tudo. Eu aguentaria as suas lembranças, se esse fosse o preço. Aguentaria seu desespero. Te daria colo e problemas, garoto. Te daria o meu coração para você pregar seus espinhos e depois deixar ele na minha mão todo furado, todo fodido. Mas, você me entregou ele antes, mais furado pela rejeição do que pelos espinhos que você pregaria.
Garoto, você deve estar aí olhando a sua janela e pensando essas mesmas coisas. Talvez, as escreva mais tarde. Garoto, como você consegue ser tantas palavras. Não só palavras, mas tantas e cansáveis palavras. Queria te sentir tão perto que os corações entrariam num mesmo ritmo. Seus olhos me seguindo enquanto escolho a música que iluminará seu rosto na minha cabeça pelos séculos seguintes. Garoto, porque você não aceitou meu coração?
Você me disse uma vez que se sentia parte do meu jogo. O peão que protege o rei e a rainha. Aqueles que estão na frente e são engolidos antes. O que você não sabe garoto, é que te deixei ao meu lado e naquele tabuleiro você era o Rei. Sabe, eu devia ter dito que não, que você não era o peão, e não ter te dado aquela risada complacente. O vento lá fora corta a pele de quem não tem paredes físicas para prender a dor. E aqui dentro o frio me mantém viva. Continuo aqui, trêmula igual o dia que você foi pela última vez.
Garoto, me entrega as suas palavras que eu te entrego a minha vida. Sai da minha cabeça e vem pro meu lado. Esquece os meus sorrisos, o tabuleiro, a vida, os problemas e a política. Garoto, quando você desistir de sofrer sozinho vem comigo que eu te dou colo e divido meus problemas para diminuir os seus. Eu te ensino a transformar dor em amor. Eu te ensino a me amar. Garoto, eu vou estar naquele mesmo bar que nos conhecemos. Aquele com o sofá branco mais confortável. Com a jukebox tocando a minha música enquanto você me explica suas tatuagens e as suas mentiras.
E depois...
Depois, a gente desce até a praça e recomeça na frente da igreja. Vamos selar nossos medos com a fé dos outros. Garoto, eu preciso te dizer tudo que eu sempre quis.
22/08/2007


" I can't get no satisfaction
I try and
I try and
I try and
I try.

I can't get no."



http://www.semgelo.zip.net/
Eu não aprendo nunca. Podecrê.

Fui assistir Roxo. Mas disso falo depois, quando estiver em casa, e não com o Bruno rindo como uma hiena do meu lado na aula de assessoria.
A marcação era boa. Mas, pareceu que era só isso.

Agora, faculdade é ôcaralho.
Um press release sobre chocolate de soja é foda de fazer. Chocolate de soja é ruim até quando é bom. E sem contar que meu texto tá viciado porque o Bruno não consegue parar de falar. E tá fazendo um texto que começa com:
"O chocolate não precisa mais ser considerado um inimigo..."

Tá bom, então.