quinta-feira, novembro 30, 2006

RODA

Cheguei agora de perto da vida que muitos queriam ter. Era longe, suja vazia e divertida. Frágil como algo que dura o suficiente para ser inesquecível e só. Prazos, validades, horários, regulamento. Vida regrada como para quem não sabe o que isto significa.Corri pela praia como quem procura uma vida que se perdeu, areia grudada, amigos sentados beira mar juntos ao vinho. O vinho me fazia achar que tinha achado o que procurava. E todas as vezes que o vinho me encontrava a sensação voltava, mais forte mais precisa e mais ilusória. A ilusão de quem vive se embebedando pra procurar uma verdade impossível, uma verdade que vive se pondo. Uma pessoa que vive por aí, tão dentro de si que fica difícil se colocar numa posição confortável. Será que eu já fui isto pra alguém? O que será isto? Eu realmente não entendo, confusa como uma criança de 5 anos brincando com o cubo mágico. Tudo esta misturado, cada cor é uma parte da minha vida e eu vou tentando arrumar um lado esquecendo o outro, porque eu sou uma criança que vive cada lado de uma vez, que esquece que não necessariamente as cores tem encaixe perfeito no fim. Vivo sempre procurando o fim e com uma vontade enorme que ele não chegue.
Vivo num liga e desliga eterno. Numa roda viva. E que rode a roda até que eu canse demais dela, e mude, só que de direção.