sábado, dezembro 29, 2007
sexta-feira, dezembro 28, 2007
e assim o ano vai estar indo embora
minhas pernas perdidas pelas ruas quentes de são paulo, enquanto a garganta implorava pelo primeiro gole do líquido amargo. sede, sede, muita sede. os lábios secos informam que estou ficando desidratada, ou seja, o sangue precisa de cerveja. minha paz de espírito é financiada pela malboro e minha tranquilidade é gentilmente engarrafada pela skol. só consigo esquecer o calor escaldante da cidade quando sento em uma das cadeiras daquele bar com nome de escritor. guimarães rosa.
o dia de ontem foi daqueles que fazem a vida, por mais miserável e triste que ela possa parecer às vezes, valer a pena. e desde sempre eu tenho consciência de que para isso não é preciso muito; vai ver que por esse motivo, a palavra ambição nunca tenha feito parte da minha filosofia. e ontem eu tive tudo daquilo que mais gosto: umas (duas) pessoas agradáveis, umas (oito) garrafas de cerveja, uns (cinco) maços de cigarros, uns livros, uns textos, um boteco escondido no meio dos prédios velhos da praça, algumas histórias sobre paixões mal resolvidas e o coração feito samba, batendo forte no peito.
e a diferença das garotas que compartilham fumaça comigo é que os caras não são NUNCA o centro da discussão. a gente gosta, é verdade, e fala muito deles, é claro, mas o importante, mesmo, é saber como aquele vídeo do michel gondry foi feito. ou então planejar com os olhos tinindo trincando a viagem do próximo feriado e, com toda a gentileza que nos é familiar, barrar o tempo e qualquer tipo de tristeza na porta do lugar.
_ babe, aqui você não é bem-vinda. apareça, sei lá, na próxima véspera de natal. beijo.
agora, por mim, todas as tardes podiam ser como a de ontem.
É, eu ouço 50 vezes a mesma música. E, penso umas 80 vezes na mesma coisa. Só deixo o passado quieto. Ele vai ficar melhor lá. Vai. EU sei, que vai.
Feliz ano novo.
O meu e o dos meus vai ser. Vou continuar não confiando em gente muito feliz. E fazendo as coisas que faço. Pelos lugares que vou. Tudo diferente, tudo igual. O mundo resolveu cooperar, valeu.
terça-feira, dezembro 25, 2007
Eu tenho dezoito anos e a história acabou de começar. Começou devagar a cair a ficha de todos aqueles livros sobre liberdade que li. Os caras que falam de amor sem usar a palavra. Os sonhos infanto-juvenis e a compreensão da tristeza que senti quando fechei 'Pollyana'. As muitas lágrimas dos 'miseráveis'. Eu sei. É, ainda bem que eu sei ler.
O resto? O resto entra no próximo tempo dessa vida sem fim.
Agora, o Gabriel apareceu me xingando no msn. Nós temos um carinho em forma bruta. Achamos o colar dele. Achamos, o Bruno achou, porque ficou na casa da Liu. Depois do in-cidente fomos tomar banho para trabalhar dali 15 min. Eles rejeitaram minha vontade de comer na Bella Paulista. Eu e o Gabriel queimamos quem salvou nossa vida. Foi graças a eu falar: "Beesha, vai devagar se não derrama tu...". Que ele desacelerou e o carro não capotou. Foi graças ao erro como tudo nessa vida. Como sempre.
É o meu amor correspondido.
Depois de quinta-feira e dos meus erros. E do acerto em falar pra ele andar devagar naquele momento. Eu tenho medo de perder uma coisa. Uma coisa que eu ganhei de graça. Uma pessoa. Pronto, eu tenho medo de perder as pessoas. Carinho. Porque é assim: se você conquistou o meu carinho, fodeu. Fodeu. Eu reviro o mundo para te ver bem. É assim. Então é por isso que eu fico fodida com o Yuri. É por isso que eu falo pro Bruno que o problema dele é insegurança. É por isso que eu bato forte na soulsister. Daí, eles vão lá e fazem umas coisas. Mudam outras. E eu sento na mesa do bar com o copo da amizade. Porque eu sei que o mundo às vezes pode ser muito filho da puta. Mas, tem pessoas que conseguem ser mais. Então, eu só tenho medo de histórias mal-contadas. Só. O resto resolvo do jeito que der para resolver.
Dezembro saiu do trilho.
Tudo mais difícil. Mas, vai ficar melhor. Dezoito anos é pra isso mesmo. A cara no mundo. Sem melindre de merda. As pessoas não podiam ser assim? Por dez minutos? Ein?
ps: eu vou trabalhar daqui até o final da semana. a tarde é dos meus amigos. queria (mesmo) ver algumas pessoas antes do fim desse ano.
segunda-feira, dezembro 24, 2007
2007, não foi um ano ruim
Dezembro é o meu mês da saudades. Os sentimentos apertam devagar o meu corpo e eu só consigo falar "pára, que o maior de todos não mora mais aqui". Sinto tanta falta daqueles natais que fatalmente passaríamos rindo e minhas tias fariam dancinhas ridículas. Eu sentaria achando tudo meio engraçado, feliz, sem saber eu sentava cheia de felicidade.Esse dezembro foi fatalmente ruim. O acidente. Que me tirou duas coisas de uma única vez. O que eu pensei nos três segundos de um barulho ensurdecedor? Ainda não é a hora. E nos outros dias ruins a certeza voltou. Ainda não é hora de desistir.
Ainda terei outras tardes no guimarães rosa. Meu sagrado sorvete de cupuaçu no Soroko. As peças no Satyros, no Parlapatões, nos teatros escondidos cheios de paz e arte. As bandas em porões aqui e fora daqui. Os sons misturados a vozes embriagadas e sobriedade em forma de melodia. Os meus amigos. As piadas com toda a desgraça entalada na garganta. Porque a gente faz piada de si mesmo. Passamos o natal conversando no msn. Juntamos pedaços e escolhemos o presente. Escolhemos presentes na estante da L&PM da livraria cultura. Abaixados procurando aquele cara que um dia mudou a nossa vida e vai mudar a dos nossos.
Os bolsos não estão cheio de vida e nem morte. Os bolsos estão carregados de esperança. Uma esperança juvenil de que tudo ainda pode dar certo.
Eu faço a faculdade e caminho para profissão que foi meu sonho de criança. Desde sempre. Porque eu sou uma romântica desenfreada com as minhas convicções. Eu mordo quando colocam os dedos imundos nas minhas certezas. Só os meus podem. Só os meus enfiam o dedo na minha cara e falam que é isso mesmo. Trabalhar um monte. É isso mesmo, garota. Não lembro do primeiro semestre. Como se ele tivesse se dissolvido do começo de setembro até novembro. Dezembro tem aquelas coisas. Fazia tempo que não me sentia bem com pessoas. Parte de um todo maravilhoso e particular.
Dois mil e oito chega. Quase chega. O natal passa. E o melhor dele foi um telefonema que me deixou sem fôlego de rir das lembranças. Eu AMO Salvador. Eu AMO a Bahia. Eu AMO (parte) da minha família. Eu amo essas pequenas pessoas e as que escolhi. Meus amigos de hoje e sempre. Nas ruas do centro, na praça, no guimarães rosa, no sobrado da Bela Cintra, no lugar indefinível da Frei Caneca, no campus da faculdade, no apartamento da tata, na casa do bruno, na vida e o mais importante: MUITO além dela.
Agradecendo:
Livya, minha soulsista, por não me deixar desistir e isso você sabe o quanto vale.
Lucas pelo cd da nêga e por me devolver o sorriso.
Bruno, meu hermano, meu querido hermano.
Talita por ser a minha menina.
Milla o ser humano de preto mais colorido.
Yuri porque a gente sabe o quanto vale a sua tatuagem.
Toad já passou de só agregado do Susi.
Lee Maria pelas leituras nos botecos, a vida na praça e por carregar o Bukowski desenhado no braço.
Carla pelo zine, pela oportunidade, pelos e-mails matutinos e pela diversão. Um dia Maceió fica mais perto.
Rafa porque eu queria ouvir ele se virar no Canadá. Depois dele ninguém nunca mais perguntou se casa é com 's' ou com 'z'. haha (brinks)
Sabrina porque ela tá lá na Alemanha e ela diz que tudo fica lindo no Natal. Esquia nos Alpes e traz um roxo para vermos.
Martchelo, meu querido, foi graças ao seu aniversário.
Dani, o bourbon street fest foi um ótimo dia, sumida.
Pucca, saudades.
Felipe minha puta.
Letícia sempre sempre sempre desde o 228 e as calcinhas na piscina do hotel.
Juliana pelas baladas e o carinho.
Fernanda dona dos olhos verdes mais sinceros.
Flavinho, sua grosseria não esconde o ser humano.
Toda a família 'Fábrica de Animais': carinho.
Eu vou ser injusta e deixar alguns nomes de fora. Não dá para lembrar de todo mundo. Mas, os agradecimentos ficam nos abraços que eu deixo a cada um de vocês.
Feliz Natal.
sábado, dezembro 22, 2007
Por outro lado, o que faz dos homens seres sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nesta, a si mesmos. Vazio interior e fastio: eis o que os impele tanto para a sociedade quanto para os lugares exóticos e as viagens. O seu espírito carece de força impulsora própria para conferir movimento a si mesmo, o que faz com que procurem intensificá-la mediante o vinho. E muitos, ao tomar esse caminho, tornam-se alcoólatras. Justamente por isso, os homens precisam sempre de estímulo exterior, e do mais forte, ou seja, dos seus iguais. Sem ele, o seu espírito decai sob o próprio peso, prostrando-se numa letargia esmagadora.
Arthur Schopenhauer
"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.
eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.
eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.
você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.
oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.
mas eles
estão lá ...
e eu estou aqui."
Charles Bukowski
a tarde de sábado me reserva a rede no quintal de casa e um livro dele.
No começo da minha adolescência li "Pollyana", senti o peso das palavras e aprendi que ficção e realidade iam ser para sempre diferentes. Um dia a realidade bateu na minha porta e eu não precisei ler sobre morte. Não foi de repente, todos vão falar que perder alguém de repente dói mais. Eu peço a vez para discordar, o susto é maior, mas ver a morte chegar devagar não é melhor. Sem méritos para sofrimento. Sem pedidos para usar o clichê.
Eu não gosto de quase nada da nova 'literatura'. Não gosto e mando um vai 'tomar no cu' para quem me pedi para procurar minha turma e geração. Não quero (quase nada) da minha geração. Minha chefe me apresentou pro amigo dela: "nasceu no tempo errado". Achei engraçado. Agora, eu entendo. Mas, eu ainda acho que não era lá. Antes de 90 a coisa já tinha desandado. E, por fim eu nasci no tempo certo, ainda há dias para mudar ou melhorar o curso da nossa história.
Quanto ao jornalismo. Escritor não é jornalista. E não digo isso por falta de um diploma. Nessa profissão que o erro tira honra, caso da escola base, e deixa vida. O diploma vive caindo. Afinal, formação e responsabilidade são duas coisas diferentes. Fazer jornalismo e escrever: você faz uma e quando olha a outra, nem as palavras parecem ser tão amigas assim.
Jornalista olha a vida como jornalista. Escritor como escritor. Os dois precisam olhar a vida. E visão não se dividi. Então, editor da Folha, a menos que você tivesse dado para essa garota uma coluna, você errava. Está errado porque tem pessoas ótimas, escritores um ou outro, que tem faro para falar de música. Se contradizer e falar que o cara não vomita mais no palco, infelizmente. Ou queo cara tem uma barriga peluda. Tudo dá uma história. Falta de que? Tino, faro ou capacidade? Uma amiga dela te responderia.
Jornalista e escritor? Vamos lá. Uma menina de Porto Alegre. Uma mulher: Eliane Brum. Ela tinha uma matéria, a pauta, percebeu quanta coisa existia para contar. Ainda foca, foi falar com o editor. Conseguiu um especial de vários dias e depois juntou o material e fez um livro sobre o outro lado da Coluna Prestes. Saiu por um Brasil sem memória e pouca instrução atrás de personagens. Percepção de jornalista e de ser-humano. Entendeu? Ela escrevia para o Zero Hora, no estado onde até os jornais são pretensiosos. Ainda, se tratam como capital. Tanto que achei estranho quando li há poucas semanas: "o dia da primeira dama na capital". Pensei, nossa que importante sair de POA para ir a Brasília (na minha cabeça é a capital, nenão?) atrás do dia dela. Mas, não, eles falavam de si. Okay, cada um com suas convicções.
Jornalista é jornalista. Escritor é escritor. Eu admiro os dois. Escolhi a primeira opção porque é o jeito que eu sou melhor. 'Groo faz o que groo faz melhor'. Medo, insegurança, certeza vazia e ainda assim a minha certeza. Não permito que enfiem o dedo nas minhas coisas. Só permito quando não tem jeito. E, milagrosamente, sempre tem tido um jeito.
Quando misturam tudo. Nada sai direito e daí eu vejo essas meninas lendo Hell's, Fugalaças e outras coisas que me fogem da memória. Hell é marca. Mas, dessa geração não é o pior. Porque a menina viveu para fazer. Não é só ficção. Se quer falar que escreve realidade e ficção que ao menos EXISTA realidade.
Eu não sou escritora. Ainda não sou jornalista. Mas, eu achei o caminho quando vi que era impossível falar de amor sem citar a palavra como o Bukowski. Deixa para quem sabe. Mesmo que eu veja pouquíssima gente que sabe.
Nova garota: Bruna Beber. Vi pouco, li menos ainda, mas ela tem uma coisa que falta em uma parte dessa nova geração e eu não conto o que é. E para minhas amigas que escrevem: não seriam minhas amigas, se não fossem tudo o que são.
Chega. Tudo isso para falar: 'o resto não me importa em nada'.
ps: o link da Eliane Brum é um link de uma matéria Revista Época. É isso. Jornalismo é fazer recortes precisos da realidade e ir atrás da verdade. É usar as palavras sem a liberdade de criar.
ps2: tem MUITA gente boa na literatura. Mas, homens vivos/mortos e mulheres que largaram os livros na eternidade. De vivas tem gente que eu não falo mais sobre. Chega, já deu.
Por fim, eu recomendo - Tudo no Balaio
pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando
Paulo Leminski
e as músicas continuam na minha cabeça...
pra quem sabe que é:
preciso de vocês hoje, como naqueles dias que não sei explicar como preciso dos meus amigos,
mesmo que eu saiba do silêncio e tudo o mais.
tou naqueles dias que a vontade é dormir a eternidade.
deve ser por isso que eu já dormi 18 horas.
eu sei para onde caminham esses dias e eu não quero estar lá.
beijos, ein.
Tudo poderia ser diferente. Daí não seria eu. Mas, já me basta.
O tempo, o mundo, essas coisas. Me bastam.
O que vem depois, só quando subir a cortina.
Voltar, andar por mais alguns lugares, refazer a minha rota, com a minha banda do brooklyn, garotos de niúork. Garotos. E a negra com voz de Nina e banda da Amy. Na idade dela tudo vai ser diferente. O descontrole é imaturidade e tudo acontecendo muito rápido. Ouvir que você tem talento de quem paga suas contas no fim do mês não tem preço. Festa do estágio: o lado de fora errado e lá dentro tudo certo.
Dormir dezoito horas para curar todas as ressacas que um corpo é capaz de produzir. Mandar um e-mail que te deixa em paz consigo.
O silêncio é sempre o mais importante. Mas, tem que saber usar dele para que ele seja nocivo ou carinhoso. Tem que ter trato com a vida como algumas pessoas tem com as palavras. É preciso cuidar do mundo para que ele não caia sobre as nossas cabeças. Um pedaço de madeira em cada extremo do quarto que forma a minha vida. E as pessoas que eu gosto dentro dela. Os cantos abertos. Os lados recebendo os convidados (in)desejados. Eu nunca vivi em uma bolha porque nunca fechei os caminhos. Sempre aparecem pessoas pelos lados. Algumas entram e derrubam tudo. E aqueles, os amigos, as pessoas que eu amo e me amam de volta colocam as coisas no lugar.
Desde que ela foi, natal tem um significado novo. É o dia que a minha família se veste de saudades e da dor de não ter comemorado o último como deveríamos. É a saudades dela que bagunça todo meu alicerce no fim de ano. É a promessa de que eu irei doar sangue outra vez, mas como só pode entrar no banco de médula em UM lugar dessa cidade inteira e esse lugar é justo o que prometi jamais voltar: adio há dias. Não voltaria porque ele não resolveu, mas eu vou por ela. Como se fosse visitá-la. A simples possibilidade de um líquido salvar uma vida. E não é um líquido embriagante.
Eu já sei que muito pouco vale a pena. Umas certezas, algumas palavras, outras pessoas, os sonhos, a vida leve e a arte.
No estado bruto: viver é saber usar a arte.
ps: título em homenagem a tatuagem do Yuri. tem que entender para gostar de uma pessoa que tatua trauma no braço. tem que olhar pelo outro lado e no contrário ele disse tudo: amu art; tra -uma.
sexta-feira, dezembro 21, 2007
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Dois minutos de uma música e eu notei quais são os meus problema. O meu problema. É o descontrole. A presença do muito. Se eu gosto, eu gosto muito. Se eu quero, eu quero descontroladamente. E isso vale pra tudo, de pessoas a bandas, música a livros. Tem alguns vários livros que estão aqui esperando o ritmo das coisas para serem lidos. Mas, eu queria muito, então comprei tudo de uma vez. Tem algumas pessoas que não entendem de jeito nenhum, o quanto são importantes e desprezíveis com a mesma intensidade. Eu tenho o problema com o muito. Tem o cd novo do Radiohed, rá, não o In Rainbows, esse eu já ouvi de trás pra frente, é a segunda parte porque ele é duplo, pra quem mora em marte. uow. E os livros, bom os livros eu preciso de duzentos para uma pessoa que mora no muito ACHAR que eu tenho tino. Enfia o 'achismo' no meio da sua pretensão.
O problema do descontrole é a raiva se dissolvida rapidamente. Os passos apertados. A vida grande mas e a teimosia em enfia-la no meu mundo. O meu mundo é aquele trabalho, os textos, as palavras, as músicas, os meus amigos, alguns bares e as ruas dessa cidade que eu amo e odeio com a mesma força.
Na base do clichê: a chuva me entregou o sono daqueles dias. Dormi desde a hora que voltei do trabalho. Dormi, sentei, li e ouvi algumas coisas. Achei o problema. Mas, e agora como resolve?
Dearest, I should’ve known better
But I couldn’t say hello, I didn’t know why
But now I think, I think you were sad
Yes you were, you were, you were
papapanpapapanpapapan (o piano parcialmente reproduzido)
uma vez esquisita e boa: Blonde Redhead
Algumas pessoas simplesmente vivem a vida que dá para viver. Andam por onde dá para andar. Comem o que tem para comer. Trabalham com o que sempre quiseram e se matam um pouco a cada dia. Volume de trabalho nunca foi um grande problema. Eu gosto de me perder no meio daquelas coisas, esquecer o começo dessa semana e só pensar que o final tá logo ali. Ainda tenho todas aquelas coisas no canto, um dia foi raiva, hoje é rancor. Péssimo sentimento. Não daqueles que essas minas escrevem em seus livrinhos que se transformam em cortes profundos e cocaína na veia para mamãe ver. Não, não fico pelos quatros mendigando atenção. Não a dela. Não porque ela me deu o que tenho de melhor. A liberdade. Eu sou livre para errar. Errar até a última gota de erro daquele copo fundo.
Tem dias que eu ando com a certeza de que deixo para trás o mundo e todas as coisas. A tarde inteira com o meu amigo e a Fiona naquele bar que tem o nome de escritor. E, depois tudo termina como começou. É um ridículo. Claro, que é ridículo. Fingir que não conhece dá menos trabalho e me evita segurar tudo que ainda tenho para dizer. Um café com meu orgulho, por favor? (ei, lee, adorei a expressão)
Sem café, o bar, as músicas, o orgulho, a pizza , os amigos e no outro dia ainda a é quarta.
Preguiça, eim?
Here's another speech you wish I'd swallow
Another cue for you to fold your ears
Another train of thought too hard to follow
Chugging along to the song that belongs to the shifting of gears
(...)
I just need to be reassured
Fiona Apple
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Uma Palavrinha sobre os Escrevinhadores de Poemas Rápidos e Modernos
é muito fácil parecer moderno
enquanto se é na realidade o maior idiota
jamais nascido;
eu sei: eu joguei fora um material horrível mas não tão horrivel como o que leio nas revistas;
eu tenho uma honestidade interior nascida de putas e
hospitais
que não me deixará fingir que sou
uma coisa que não sou –
o que seria um duplo fracasso: o fracasso de uma pessoa na poesia
e o fracasso de uma pessoa
na vida.
e quando você falha na poesia
você erra a vida,
e quando você falha na vida você nunca nasceu
não importa o que digam as estatísticas nem qual nome que sua mãe lhe deu.
as arquibancadas estão cheias de mortos
aclamando um vencedor
esperando um número que os carregue de volta
para a vida,
mas não é tão fácil assim –tal como no poemas
e você está morto
você podia também ser enterra
de jogar fora a máquina de escrever
e para de se enganar com
poemas cavalos mulheres a vida:
você está entulhando
a saída –portanto saia logo
e desista das
poucas preciosas
páginas.
Charles Bukowski
domingo, dezembro 16, 2007
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Se você me perguntasse, diria que já é a hora de você se perder. Sair dessas linhas retas que você tenta se equilibrar. Você não consegue mais andar por elas. Eu sei, você sabe. Sinto sua falta. Mas, tem tanta coisa que era melhor não sentir. Era melhor não sentir nada. E passamos na frente de todos os lugares fingindo que não é com a gente. Precisa muito pouco até eu perder o chão. E você assopra devagar só pra me deixar longe de mim, de nós, de tudo isso que não vai chegar a ser. Porque não pode. Você não vai poder e eu não quero mais o impossível que sempre aparece quando resolvo andar pelo caminho mais fácil.
Segura sua vida na ponta dos seus dedos. Deixa tudo perto. Mas, me deixa ir para longe dessa confusão. Não inventa mentiras para me convencer a ficar. Me deixa longe de tudo, antes que eu resolva ser ariana, antes que eu resolva escutar o velho. Antes que eu resolva, tentar e ir até o fim. Eu não quero esse jogo e essas coisas recomeçando na minha cabeça. Acho que você entende tudo. Eu sei que em silêncio você consente os seus problemas. O seu encanto é toda essa desgraça, o drama, você ama o drama e eu amo isso em você. Eu amo te ver sentindo sentado em silêncio. Eu gosto tanto dessa mentira que transformo em verdade. Eu deveria deitar, dormir, levantar e ir trabalhar. Não consigo descer as escadas da minha casa, minhas costas doem porque eu carrego o nosso peso nela. And I've been swinging around at nothing, I don't know when you're gonna make your move. Eu continuo por esses dias, nessa cidade, com aquelas coisas. Sem o que eu queria usar junto com você. Ah, garoto, nunca achei que ia ser fácil. Mas, eu juro, nunca achei que fosse ficar tão difícil assim.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
OUTRA VEZ
139948 é o número que destrava o computador. devia ser o número pra me destravar. devia resolver os meus problemas. as palavras deviam devolver a minha sanidade, mas elas tiram mais, me arrancam mais, devolvem mais. e eu vou sempre caindo por todas as sarjetas da vida. trocando morte e vida. trocando o meu trago pela fuga. trocando medo por certeza. tirando verdade e me vestindo de mentira.
comprei aquele livro e eu já li metade. chupo uma bala com gosto ruim que teoricamente me salva da gastrite. me salva da vida. me salva da dor. um vazio tão grande que eu quase consigo enxergar o meu centro. tanta falta de alguma coisa que nem as palavras conseguem me devolver. eu amo só você e você não acredita que é só você.
e as suas palavras me dizem tanto quando tento não ouvir nada. e as suas palavras me entregam vida quando eu queria a morte de presente. os meus presentes todos perdidos, o meu quarto todo perdido. hoje eu dormi e acordei achando que tinha se passado um dia inteiro. doce ilusão de que um dia tivesse simplesmente passado nas minhas duas horas de sono. doce ilusão acreditar que seria assim tão fácil. dor não é dessas coisas que sai fácil. dor não sai fácil. gritos não saem fácil se já não há mais voz aqui.
tudo mentira, a minha verdade. e eu queimei vida naquele papel. achei que o fogo fosse levar umas coisas para longe. doce ilusão achar que o fogo te queimaria. imaculada desgraça. aquela praça e a minha ilusão. as minhas doces ilusões.
então eu leio e ouço ela. me ame ou me deixe. me deixe errar por todos os anos que ainda me faltam. por todos anos que vão se arrastar enquanto eu acho que já consegui dormir por todos eles. quando eu acho que encontrei as respostas. voce que me propõem soluções e as arranca sem aviso prévio. eu te amo por tudo que você consegue ser. por tudo isso que eu tenho um medo filho da puta de me tornar um dia. e todo o seu papo vago e toda sua mentira que eu consigo enxergar só de olhar suas frases. as suas frases todas encaixadas para causar efeito. os seus defeitos. os meus excessos.
a salvação na ponta de um cigarro. vou até o filtro e quase me iludo que consegui liberdade. mentira. mentira. tudo mentira. não existe liberdade. não existe liberdade para mim. estou presa. presa nessa faculdade falsa. queria ser como as frangas que apareceram quando subia até o café. mentira. elas são de mentira. tudo uma fraude e você prefere as farsas. tudo tão mais fácil se eu pudesse só me calar.
a febre voltou. a febre vai e volta. e tudo queima. eu tremo de frio e teimo em tirar as duas jaquetas para sentir. nem precisa. não preciso tirar as jaquetas para sentir. eu sinto sem tirar nada. o frio vem de dentro. sem um isqueiro que ilumine. sem um trago que me empreste calma. sem você notar.
é um novo dia de uma nova vida e eu realmente me sinto bem.
18/10/2007
terça-feira, dezembro 11, 2007
segunda-feira, dezembro 10, 2007
domingo, dezembro 09, 2007
Sabe o que pode ser tudo isso? Eu carrego a coragem que você não teve para continuar. Porque eu carrego os objetivos enfileirados e deixo um de cada vez mostrar a cara. Fucking go. Eu vou me ferrando, com as costas doendo, com broncas de todos os médicos. Com os livros que EU quero ler. Com os amigos que EU quero ter. NADA é calculado pra dar certo. Nada é mentira ou nada pretende agradar ninguém. Comigo, andam os que sabem quanta verdade tem por aqui.
Eu faço faculdade de jornalismo? Ótimo. Thompson, meu caro, que vergonha você também foi jornalista? Mas, você se drogou até a última gota. Aê cara, você é meu orgulho. Brinca de extremos e se mata de tristeza. Você realmente frequentou a Universidade Columbia, puta que vergonha, meu caro. Eu sempre achei que aqueles com alma demais aprendiam TUDO sozinhos. T.U.D.O. Mas, eu respeito quem se mata de tristeza.
A minha época. Desculpa, mas não há centenas de anos nos separando. E nem a morte. A nossa diferença é coragem. E não falo da coragem em se foder e tirar força de qualquer lugar que não me interessa. A época ainda é a mesma. As pessoas, ainda caminham por essa cidade, e o que você faz não deixa minha vida melhor. Quase todas as que se foderam pra abrir essas portas da literatura, já morreram. É ruim ver que quase nada mudou.
As pessoas se julgam tão diferentes. Talvez, ninguém saiba que o Bukowski teve um receio gigante em conhecer o Fante porque ele sabia que era dele aquela fórmula de períodos curtos e capítulos pequenos. Mas, ele sabia que havia mais alguém antes dele. Faz tempo que a revolução só acontece por dentro. E uns cantam com raiva sua dor. Outros cantam devagar a sua própria mágoa. Eles cantam. Eles escrevem. Diferente ou igual.
Alma? Desde quando alma se mede com essa distância? O que as pessoas sabem de mim que eu não queira mostrar? N.A.D.A
As ruas me escolheram e não o contrário. Eu trabalho na oscar freire. Desço pela Augusta. Subo pela Consolação. Caminho pela praça porque os meus fizeram ou fazem isso. Sabe aquele conto do Caio que ele fala de uma puta parada na porta de um bar na Augusta? É, pois é.
São Paulo? Eu NASCI aqui. Eu CRESCI aqui. Eu MORO aqui. Eu sou DAQUI.
Simples.
Não é cantando desvairadamente que você encontra sua voz. Não é ficando rouca que você sabe algo a respeito de si. Cantei desvairadamente até agora. Sem me dar conta que não descobria nada de mim. Porque eu não QUERO ser eu. Eu SOU eu. Não tem tanta diferença? Claro que tem. Não precisei do processo de aceitar ser eu. Aconteceu. Uma hora eu levantei e percebi que tinha uma vida. Umas coisas para pagar, uns sonhos, umas pessoas que eu gosto e me gostam de volta. Tudo fica mais simples quando você não fica por aí achando que precisa SEMPRE achar os botões. Porque eles são como os gatos. Se encontram sozinho e vão embora do mesmo jeito. Tem que sentir a vida. Tem que sentir que cada gota disso vale a pena. E vai valer, vai valer do meu jeito. E eu, realmente, sinto muito. Retas paralelas não se cruzam.
beijo, darlin'
ps: picuinha de internet me cansa. então, na boa, eu só falo quando falam antes. pra me arrancar das minhas certezas, hoje em dia, tem que se esforçar no mínimo, muito.
"eu bebo no copo da saudade"
"give me the first taste, little boy"
"talvez um dia eu fale ou tudo vire SÓ palavras"
"fugir do silêncio é só um jeito de conseguir mais problemas"
"se ele quisesse ouvir TUDO seria diferente"
"que tudo se foda
disse ela
e se fodeu toda" (Leminski)
"e daí, um monte de gente fala. uma porrada de gente acha que sabe. mas, toda verdade está em umas garrafas presas na praça rusvel e nos livros presos na estante deles"
"no copo da saudade queima os dias que tive e acende o que estão por vir"
"MAYBE"
sábado, dezembro 08, 2007
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Eu escolhi que vai ser do meu jeito. Um dia qualquer, acordei, desci a Augusta com a certeza de que tudo seria do meu jeito. O meu jeito vou escolhendo com o passar dessas descidas na Augusta e subidas na Consolação. Continuo todos os dias, procurando a decisão entre dormir mais ou levantar e, encurtar o caminho da minha preguiça.
A bolsa carrega meus melhores amigos. Só não consegui colocar a soulsister lá dentro e arrumar do jeito que eu quero. Daí, a gente conversa uma tarde inteira para perceber que as coisas jamais estarão como queremos. Porque a gente realmente precisa viver como dá. O bom, é que do meu jeito sempre dá.
um analgésico pra dor nas costas, porfavor, o que fazer com os anos?
ai, ai, ai.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
domingo, dezembro 02, 2007
Nesses dias que passam se arrastando, percebo o quanto apoio é mais importante do que ombro. Tenho ombros longe demais, então, contenho as lágrimas e encostada em alicerces firmes não desmorono.
O importante em continuar de pé é manter meus olhos na linha dos seus.
da (nova) série "eu converso com pessoas fodas no emêssénê":
linda king says:
TUDO vai começar diferente
menos o que ficar igual
(haha)
metal heart says:
adouro, adouro, adouro. e se bater o bode, não alimenta a cria.
metal heart says:
manda pastar.
linda king says:
HAHAHAHAHA
linda king says:
ótima essa
metal heart says:
hahahahahhahaa =)
metal heart says:
vc é foda, garota.
metal heart says:
vai pra ***** e peloamordedeos, só volte com o morrissey na mochila!
as estrelas é um lugar que fica em off até segundo plano.
linda king, uma das móleres do meu velho safado, a própria.
sou mais ela do que a linda lee, pronto falei.
sábado, dezembro 01, 2007
quinta-feira, novembro 29, 2007
SEM EXPECTATIVA
Talvez você vá passar pelos anos carregando o peso deles todos. Ou diluindo eles em álcool no bar de algum hotel. Depois vai ouvir a minha voz ecoada do outro lado pedindo coisas simples, como mais um dia e até nunca mais. Isso pode levar todos os anos que você terá arrastado. Mas, poderia ser logo, se você resolvesse encurtar o caminho, ou deixar ele ao lado do seu orgulho. O seu orgulho entravando tudo e cortando cada uma das palavras. Me cortando com cada uma delas. Várias navalhas afiadas diretas ao lugar que você sabe qual.
Ninguém vai saber, nunca vai saber o que aconteceu, o que nos dois decidimos juntos, mesmo que a decisão não tenha sido conjunta. Você sabia e dizia me apoiar. Falava em passado, presente, futuro e dizia que pro futuro isso tudo era o certo. Só que as peças mudaram de caminho e eu já não sei se pro futuro é só isso que quero ter. Um avião e a gente reconstruiria uma história inteira. Deixaria tudo cortado no canto. Dois dias pra ver se vale a pena e uma vida inteira pra se arrepender.
Não foi o mais difícil, foi um deles, foi mais um deles e no fim: aceito o seu muito obrigado. De nada, é tudo que eu poderia também. Egoísmo? E o que é isso que você desfila em agressões aí do outro lado? Você tá pensando em quem? Ah, tá. Você é esperto o suficiente pra saber que nada machuca mais do que o massacre da expectativa. A pretensão ficou em alguma esquina, em algum copo, em alguma verdade que já não existe mais. Não esperava nada muito melhor. Talvez, de alguma forma não fosse ficar muito melhor.
Mas, os dias vão passar e o que for acontecer será um misto de alivio e dor. É uma mistura misteriosa que pode se transformar em raiva.
Amor também acaba?
Não que eu saiba
O que eu sei
É que se transforma
Numa matéria prima
Que a vida se encarrega
De transformar em raiva,
Ou em rima.
São Paulo Leminski
domingo, novembro 25, 2007
Desde daqueles dias eu não procuro qualidade nas pessoas. Tem algumas gritantes que me fazem abrir os ouvidos quando algumas pessoas falam. Mas, o resultado da minha equação complexa está sempre nos defeitos. Impressionante como você conseguiu unir todas as imperfeições certas. Tem uma coisa que me irrita profundamente, mas eu sei que você sabe qual é.
Faz um tempo enorme que eu não sentia isso. Meus dias podem parar e eu sei quem invadiu de vez minha cabeça. Parece uma música ruim e existente. Você é como uma música boa tocando em um lugar com gente escrota. Lugar errado, hora errada, companhia, bom, da sua companhia sabe você.
Você fica parado ajeitando os pensamentos, alheio a tudo, com um sonho no olhar e o coração pulsando de fora pra dentro. Você fica parado olhando. E se eu pudesse te arrancar daí, nós ficaríamos parados juntos, olhando o silêncio. Nada é mais precioso e nenhum ponto é mais alto, do que quando a situação permiti o silêncio. As minhas palavras você conhece, o meu silêncio por força da minha inconstância talvez você perceba como é, mas nunca foi com você.
Existe um abismo enorme, mesmo que estejamos do mesmo lado, é assim que é.
os brotcha de niuorkecit:
http://www.youtube.com/watch?v=0IjgjnveI5A
SINCERAMENTE,
Algumas pessoas tem a terrível mania de achar que eu sou muito mais do que eu realmente sou. Normal. Eu tenho sono, fome, vontade de sumir e de ficar perto de algumas pessoas. Admito, todos meus sentimentos são potencializados por uma força que passa, quase sempre, rápido. Não acredito nos limites, eu tenho os meus, algumas resoluções internas que me deixam em paz com meu corpo. Não uso umas coisas porque elas simplesmente não me fariam bem, nada que acelere ou me arranque do centro. Eu gosto da paz e do piano rápido em 'love me or leave me'. Meu discurso vai longe do 'pobre menina rica' por motivos óbvios, posso beirar o piegas mas a classe média é o meu lugar. Sem fazer média, ou seja só por fazer, mas o meu lugar é ali. Nunca passei fome, é verdade. Meus pais sempre trabalharam pra caramba. Estudei em bons colégios, é verdade. Faço faculdade, é verdade. Mas, nada disso me coloca na posição de pobre menina rica, nem pobre muito menos rica.
Às vezes me pergunto quanto estar sozinha é opção ou falta dela. Não me vejo pronta para tantas coisas na vida e a maior necessidade é respeitar o meu tempo, a minha vida, a minha vontade. Nunca tive problema com o eu nos textos e nunca o tive na vida. Porque é pra mim. É assim que é. Ou alguém acha que eu acordo às 4h15 da manhã, pensando no orgulho que minha mãe tem ao pensar que eu sou batalhadora. Não, não penso. Tem uma coisa lá na frente que eu preciso fazer e é isso o que tem para hoje. Eu prometi, eu prometi para ela, e eu sei que ela ouviu e deve estar esperando lá do lado do Cara, repetindo as frases que ela sempre me dizia. Falando que eu não tenho um 'pingo de juízo'.
Eu sorrio de desespero. Eu sorrio de encontro. Eu sorrio pelo abraço sincero que recebi. Sinceridade é o meu maior combustível e a minha arma contra o mundo. Eu não vou fazer média se não gostei da peça, ou do filme, ou do livro, pouco me importa se eu gosto de você. São duas coisas diferentes. E, eu vou gostar ainda mais de você se no fim você falar: vamos lá falar de outra coisa. Eu acho a compreensão e a sinceridade coisas que deveriam andar juntas. Mas, quase ninguém entende a minha sinceridade e eu acho que deixaram a compreensão na mesinha da sala quando recolheram seus copos e os levaram para vida.
Eu grito aos ventos o meu amor pela música, pela literatura, por algumas pessoas, eu grito porque não vou me sufocar com minha própria voz. E se esse sentimento cheio de abandono e um pouco de paz é o preço, eu pago. No fim, eu sempre pago a conta do bar e da vida.
sábado, novembro 24, 2007
Eu volto pra onde nunca sai de verdade. Toda complicação esmurra a porta. Os problemas, aqueles que me fazem olhar admirada pra você, menino. Você carrega todos eles no corpo e algumas coisas nas palavras.
Não sei o que há de errado, deve ser defeito de fabricação.Nas palavras da Fernanda: "quanto mais problema, mais esquema". Por aí.
sábado, novembro 17, 2007
Sentido é muito chato. Houve um tempo que eu procurava sentido atrás da saudades, no fundo dos copos, além dos olhos deles. Por algum motivo, que eu vou ficar devendo a explicação, tudo hoje em dia faz o mínimo de sentido possível. Os fundos dos copos ainda são os mesmos. A saudades continua aqui, e o olhos, esses são mais amigáveis e queridos. É bom trazer pra perto umas coisas que há tempos teimavam em se perder em olhares vagos.
quarta-feira, novembro 14, 2007
Acho que fazia alguns meses que eu não acelerava tanto. Se tivesse um muro na minha frente, eu já teria levado ele junto com o meu carro descarrilado. A montanha-russa. Eu já falei dela. Agora, ela sobe com a velocidade da descida. É aquela coisa que acontece quando surpreendentemente me vem um pressentimento de que tem um turbilhão de coisas importantes esperando os minutos passarem pra chegar. Os minutos estão passando. Eu vou dormir pouco mais de 3h, daí amanhã vai ser um dia insano e promete ser intenso.
E, como confusão é meu nome do meio, eu me fodi de novo. Mas, disso eu vou falar um monte nas próximas entrelinhas dos próximos 577 anos da minha vida.
segunda-feira, novembro 12, 2007
Das poucas coisas que fazem sentido...
Faz dias que eu sinto falta de fazer as coisas que me importam. E isso se resume em dar atenção as pessoas que eu gosto, e se eu gosto de alguém, gosto mesmo. Gosto até doer. Gosto a ponto de dar com o muro na cara, só porque eu vou confiar. Não, não são muitas pessoas. Talvez conte nos dedos das mãos. Umas pessoas novas aparecem e me conquistam em questão de segundos. Não saio por aí falando que tenho saudades delas. Mas, eu tenho. E todas as coisas que importam de verdade ficam para amanhã. O sono, a fome, o caos. Tudo para amanhã. Tem dias que só a ponta de qualquer coisa me empresta paz. A ponta queimada de vida na rua que eu sempre jogo minhas verdades e algumas mentiras.
O sorriso dos meus amigos, mundo, me devolve eles?
porque eu não me canso de gostar dele e desse texto:
http://semamorsoaloucura.blogspot.com/2006/09/dama-da-noite.html
domingo, novembro 11, 2007
talvez só eu lembre daqueles dias. Você sempre foi mais esperto, ou sempre trabalhou melhor nessa vida, você atuava e se convencia de que não era com você. E eu parada sentindo tudo sem virar o rosto, porque era comigo. Você mexendo tudo aqui dentro. Mudando as peças. Desfazendo os gostos. Lembra, daquela conversa mais sem pé nem cabeça, e os seus olhos perdidos por causa daquela coisa que você leu e me explicava e falava e eu já tinha desistido de encontrar o seu pensamento. Perdi o meu naquele copo de café. Perdi metade do meu juízo ali. O que aconteceu depois, você sabe, eu sei...
para quem entende:
um dia, depois de ver eles e ela, nada vai ser igual...
sexta-feira, novembro 09, 2007
quinta-feira, novembro 08, 2007
Parece que eu desliguei. Todos aqueles dias de planos e vontades, dão lugar a uma calmaria assustadora e sufocante. Como se as noites fossem agora simplesmente dia. E a vida me cegasse. As coisas me cegassem. Os dias me cegam. Meus ouvidos tomam o lugar dos meus olhos. Não há nada aqui. Talvez aquela dor no peito que eu já me acostumei. Uns sentimentos estranhos e ruins. E aqueles dias foram tão bons. Quando eu atravessava a augusta com a certeza de que aqueles carros jamais chegariam a mim. Que as coisas não podiam me afetar porque eu não ligava para elas. Mas, agora eu só queria um cantinho pra observar a alegria alheia. As vontades alheias, os gostos alheios, vontade nenhuma de me envolver nessa dança de solidão que eles representam. Cansei de atuar ou ela cansou da minha atuação. Parece que a vida cansou da minha atuação. E meu corpo se revolta com esse desestimulo todo. Pressão baixa, vertigens, dores monstruosas de estômago. E nada, nada, nada.Vou sentar aqui e ler até que minha cabeça volte para o lugar ou saia dele para sempre.
O meu passado é um pêndulo. Vai e volta. Vai e se quase se perde. Volta. Volta e vai. E no fim não sei porque ele vive assoprando minhas feridas. Não deixa cicatrizar. Uma festa e a obrigação de repensar no quanto aquilo ficou para trás. Sempre tenho a certeza que te esqueci, naquele segundo em que te pedi para fechar a porta. Depois noto os meus passos para trás quando zerei o nosso placar já tão alterado pela vida. Não sei o quanto é você e o quanto é a minha imaginação. Sem admiração achei que nada pudesse continuar e continua. Ou não. Talvez seja só esse pedaço que impede de ir para frente. É a minha desculpa para sabotagem. Se amar dói. Prefiro o amor que invento. Prefiro a minha verdade. E se amar for tudo aquilo. Vivo com o que tenho hoje. Algum tipo de amor. Adormecido lá dentro. Envolto em uma barreira intransponível. Tomo banho no escuro para não correr o risco de encontrar minhas lembranças pregadas na parede. Limpo o dia, para contabilizar memórias.
O ontem, passou. O hoje, chega. O amanhã, chegará. E será assim até o dia que alguém tornar meus dias uma sucessão de uma sensação boa. Vou sair da fila do kamikaze e habitar o carrossel. Segura minha mão. Segura minha vida. Me segura.
quarta-feira, novembro 07, 2007
Não sei, cara. Acho que é a paciência dando sinais de que não tá com vontade de voltar. Ela queimou na ponta de alguma coisa na minha vida e eu nem percebi que ela ia. Eu juro, teria tentado um pouco mais ter deixado ela por perto. É intolerância demais. É vida demais. É alma demais e o demais ainda me mata.
Então, eu falo do jeito que falaria com qualquer um, só que com ela e ela me pedi pra não falar daquele jeito. O pior, pra ela, é me ouvir falar daquele jeito. Soulsister, acho que o problema todo tá aqui. Vou tirar férias de mim e quando estiver longe e com alguma calma, te mando um postal. O postal mais bonito. Sua burra, você é. Eu não vou cansar de dizer que você é a pessoa mais inteligente que eu conheço. Fala inglês como ninguém, conhece tudo de tudo em todos os lugares, é a única no mundo que dividi silêncios. Você é melhor do que tudo que li junto. E eu gosto bastante do que li. Eu gosto bastante de você. Mas, agora larga a mão disso e começar a fazer as coisas direito.Eu queria todo mundo feliz. Eu disse pra ele aquela vez e isso continua aqui: "vai lá cara, não dá para todo mundo ser feliz ao mesmo tempo". Agora vai, pega aquilo que é seu. Sua vez. Vai ser feliz. E depois? Depois, você sabe que eu vou estar aqui. Sempre vou estar.
Obrigada
A direção
terça-feira, novembro 06, 2007
segunda-feira, novembro 05, 2007
Fica...
A única coisa no lugar naquele apartamento vazio eram as suas costas retas enquanto suas lágrimas silenciosas caiam pela janela. Eu sentada no canto esperando as palavras voltarem a escorrer. Mas, um silêncio me deixava aqui dentro. E eu ficava olhando só a suas costas no lugar e um apartamento revirado pelos sentimentos que a gente experimentou. Pelas coisas na mesinha que a gente experimentou. Pelos mãos que a gente soltou. A minha ira toda enrolada nas minhas pernas que eu abraçava com toda minha pouca força.
Eu queria mais daquilo que eu perdi. Eu queria muito mais de vida. Mas, as suas costas no lugar é tudo. O seu olhar é muito pouco. A minha razão ainda é muito pouca então eu só consigo te pedir para ficar.
domingo, novembro 04, 2007
sexta-feira, novembro 02, 2007
quinta-feira, novembro 01, 2007
quarta-feira, outubro 31, 2007
SEM OS DADOS
O céu é o limite da minha falta de razão. Ontem cheguei lá e você estava na terra. Preso na terra. Você e as algemas reais. Essas coisas práticas que entravam minha vida. E eu me confundo. Eu me confundia com os sentimentos todos embaralhados. Talvez, tudo esteja perdido dentro de mim. Minha vida escorrendo para chegar no lugar que eu já vi um dia. E eu já sai um dia. E já foi díficil aquele dia. Mas, eu sai. Eu passei. Eu olhei pra ele e falei que tudo estava bem. Ele não é você e talvez tudo não passe de medo.Garoto, eu jogo os dados. Eu jogo a vida. Eu mudo o tabuleiro.
Os meus medos foram passear. Os meus gostos mudaram. O tempo correu muito mais do que naqueles dias. Acho que minha vida foi e eu fiquei um passo atrás esperando poder viver. Esperando o dia de cada vez. Tudo foi muito mais rápido do que eu imaginei. Do começo ao fim. Agora, que a esperança, aquela coisa que mantinha umas coisas aqui ligadas, acabou. Eu queria descansar aquelas mentiras. Eu queria uns momentos de volta. Na verdade, eu queria pensar na minha vida com 10 dias para frente de hoje até o 11º desse mês.
Outubro acaba e com ele vai a lembrança de todas aquelas coisas grandes. Todas.
Lançamento do zine. Meu 'lançamento'. A primeira vez, a gente nunca esquece, e essa aí foi a primeira que eu dividi o papel com umas pessoas boas bagarai. E no dia 10, tem o lançamento. Mas, é lá em Maceió e o turbilhão de obrigações me prendem a São Paulo. As obrigações e a grana apertada. Então, eu vou armar uma por aqui, talvez não dia 10, tem festival, mas até o fim do mês, a gente faz. E se for, vai ganhar o zine.
Carla, não espero nada menos do que uma ressaca memorável da sua parte. Idéia ducaralho colocar João Antônio e, eu sei de quem foi. Se quiser o xerox de 'abraçado ao meu rancor' manda e-mail.
É, livro no brasil é caro e, infelizmente com a nossa realidade filhadaputa de estagiário, não dá. Então, rola uns escambos. Se você tiver um muito bom e quiser me presentear com um xerox, só pedir o endereço. Rá.
quarta-feira, outubro 24, 2007
terça-feira, outubro 23, 2007
Faz tempo que tudo mudou. A vida andou. Os sonhos correram. Tudo tomou um ritmo que eu sempre achei que não existiria. O marasmo se desfez em mil obrigações. Os medos e o passado já não me assombram. A vida quase nunca me assombra mais. Sempre estive assustada demais para admitir que acreditava. Sempre acreditei em uma porção de coisas. Sempre desacreditei de tantas outras, algumas que vocês, meus queridos, nem percebem. Entreguei minhas verdades. Perdi. Perdi tanto nesses últimos dias e o que mais me dói é o meu cérebro todo carregado. Pesado. Encharcado em verdades alheias. O dinheiro falando alto como nunca antes. Os meus sonhos custam eles e eu vou pros meus sonhos como alguns vão pra vida.
Sinto falta de coisas que jamais senti. Sinto falta de você como achei que jamais sentiria. Você que vive se pondo nas minhas certezas. Você que enfia verdade na minha mentira. Você que teima em me dizer quando eu não queria escutar. Sinto falta de alguém pra me escutar e só. Esses dias tenho prefirido andar sozinha. Ficar sozinha. Não é tão ruim. Nem é ruim ficar comigo por esses corredores frios. Tenho coisas saindo de dentro do ipobre rosa que me empresta companhia. Tenho as poucas companhias de quem aguenta comigo. Fazia tempo que ninguém aguentava comigo. Fazia tempo que eu não me sentia tão sozinha. ninguém pra falar as coisas certas. Ninguém pra me arrancar de dentro quando grito aos quatro ventos que quero ficar. É mentira. olha todas as minhas mentiras no canto daquele quarto. Olha todas minhas mentiras nessas palavras. Percebe que é você. Percebe que eu escolhi a sua tristeza. Percebe que é você. Percebe.
Tira as músicas dos meus ouvidos. Troca essas coisas pela sua voz. Troca a melancolia pela sua tristeza. Me tira do meu lugar e me coloca ao seu lado. Tira tudo isso e diz que é verdade. Me garante com um olhar que é verdade. E depois, depois eu encho os seus olhos de fumaça.
Já tentei falar pro meu amigo, daquela vez, a vez que eu tinha muito mais certeza do que agora. mas, você estragou tudo com um gesto. Estragou tudo fazendo piada quando eu não queria. eu não gosto tanto assim de piadas. Muito menos quando eu falo sério. tão sério que arranco tudo nos dentes. Eu tentei explicar pro meu amigo e falhei. daí eu li umas coisas que ele não lembrava, que eu não lembrava. Um ano e tudo tá tão diferente.
Hoje encontrei o cara do meu primeiro beijo no metrô e é impressionante que eu tenha gostado tanto dele. Talvez, daqui a um tempo você seja como ele e nós sejamos dois estranhos esperando o próximo vagão pra eu ir. Eu fui e nunca mais voltei. Eu terminei e ele ficou ali sem entender nada. Depois, me disse que não entendeu e nem esperava. Mas, eu nunca fui de ficar esperando. Eu nunca esperei nada por muito tempo. não queria esperar ele crescer, e eu notei o quanto foi bom não esperar, se passaram uns 4 anos e ele não cresceu. Muito tempo pra quem não consegue ter calma. muito tempo. E agora, quanto tempo você leva pra perceber?
segunda-feira, outubro 22, 2007
domingo, outubro 21, 2007
sexta-feira, outubro 19, 2007
quinta-feira, outubro 18, 2007
139948 é o número que destrava o computador. devia ser o número pra me destravar. devia resolver os meus problemas. as palavras deviam devolver a minha sanidade, mas elas tiram mais, me arrancam mais, devolvem mais. e eu vou sempre caindo por todas as sarjetas da vida. trocando morte e vida. trocando o meu trago pela fuga. trocando medo por certeza. tirando verdade e me vestindo de mentira.
comprei aquele livro e eu já li metade. chupo uma bala com gosto ruim que teoricamente me salva da gastrite. me salva da vida. me salva da dor. um vazio tão grande que eu quase consigo enxergar o meu centro. tanta falta de alguma coisa que nem as palavras conseguem me devolver. eu amo só você e você não acredita que é só você.
e as suas palavras me dizem tanto quando tento não ouvir nada. e as suas palavras me entregam vida quando eu queria a morte de presente. os meus presentes todos perdidos, o meu quarto todo perdido. hoje eu dormi e acordei achando que tinha se passado um dia inteiro. doce ilusão de que um dia tivesse simplesmente passado nas minhas duas horas de sono. doce ilusão acreditar que seria assim tão fácil. dor não é dessas coisas que sai fácil. dor não sai fácil. gritos não saem fácil se já não há mais voz aqui.
tudo mentira, a minha verdade. e eu queimei vida naquele papel. achei que o fogo fosse levar umas coisas para longe. doce ilusão achar que o fogo te queimaria. imaculada desgraça. aquela praça e a minha ilusão. as minhas doces ilusões.
então eu leio e ouço ela. me ame ou me deixe. me deixe errar por todos os anos que ainda me faltam. por todos anos que vão se arrastar enquanto eu acho que já consegui dormir por todos eles. quando eu acho que encontrei as respostas. voce que me propõem soluções e as arranca sem aviso prévio. eu te amo por tudo que você consegue ser. por tudo isso que eu tenho um medo filho da puta de me tornar um dia. e todo o seu papo vago e toda sua mentira que eu consigo enxergar só de olhar suas frases. as suas frases todas encaixadas para causar efeito. os seus defeitos. os meus excessos.
a salvação na ponta de um cigarro. vou até o filtro e quase me iludo que consegui liberdade. mentira. mentira. tudo mentira. não existe liberdade. não existe liberdade para mim. estou presa. presa nessa faculdade falsa. queria ser como as frangas que apareceram quando subia até o café. mentira. elas são de mentira. tudo uma fraude e você prefere as farsas. tudo tão mais fácil se eu pudesse só me calar.
a febre voltou. a febre vai e volta. e tudo queima. eu tremo de frio e teimo em tirar as duas jaquetas para sentir. nem precisa. não preciso tirar as jaquetas para sentir. eu sinto sem tirar nada. o frio vem de dentro. sem um isqueiro que ilumine. sem um trago que me empreste calma. sem você notar.
é um novo dia de uma nova vida e eu realmente não me sinto bem.
quarta-feira, outubro 17, 2007
SEM PAGAR
Ainda tem aquele resfriado que começou no fim da noite boa de sexta-feira. A dor de cabeça que só eu seria capaz de suportar. A dor de quando minha cabeça tá cheia demais. As lentes já ressecavam dentro dos olhos e tudo ainda respirava naquela praça. Fazia tempo que um lugar não me dava uma troca tão justa. Eu ganhei, perdi e quando paro pro balanço, concordo com cada vírgula. Eu assinei um contrato lá em cima, e eles estão me mostrando as cláusulas agora. Cada dia eu aprendo uma coisa nova. E essa vida. O ar-condicionado que me mata mais um pouco. As saudades dos meus amigos. A vaga lembrança daquelas festas bêbadas e vazias que já não são mais minhas. Os shows que eu não fui, os que fui e as lembrança do corpo dolorido. O meu corpo sempre cobra a conta. A parte boa, é que às vezes eu saio sem pagar.
ps: pra quem espera respostas, elas estão nos comentários, debaixo das de quem as espera
terça-feira, outubro 16, 2007
Os telhados se desfazem em goteiras. Por todo caminho as gotas molharam as palavras que não consegui dizer. Os medos dos outros parecem não encontrar os meus. Deve ser essa passionalidade filhadaputa que faz a diferença. A vida deles parece maior. Os problemas todos maiores. E eu não acho uma palavra que fale mais do que o meu silêncio. Não entendo essas pessoas que travam a possibilidade. Devo ter faltado na aula de prudência antes de chegar na vida. Sempre me jogo de cabeça no desconhecido e se nunca bati nas pedras devo isso a sorte.
O tempo lá de fora me deixa ainda mais doente. Eu espirro o meu fim-de-semana. Os excessos eu troco pela minha saúde. Não julgo suas lembranças e nem te entrego soluções. Desço a augusta com a sensação de estar pegando um monte de coisas que não são minhas. Daí tem aquele sebo e o cara que lembra de quando passei horas atrás de dois livros. Os cigarros queimam devagar e eu só desejo que no meio dessa confusão você encontre sua paz.
domingo, outubro 14, 2007
É dia de sentir. É dia de dourar a pele no escuro do quarto. É dia de sentir até a gastrite atacar. É dia. Nesses dias eu sinto tanto e tudo vai se desfazendo e tomando novo fôlego. As mágoas se apagam. as feridas cicatrizam. Eu balanço no ritmo do samba. Reverencio o cartola. Fico feliz com a voz da Roberta Sá. Tenho esperança no futuro dessa minha nação falida. Esqueço os escritores de merda. Esqueço os filhos dos homens. Esqueço os homens. Esqueço você no ritmo manso do samba que enche o escuro do meu quarto.
Um amor, um novo amor para chegar ao carnaval, qualquer coisa. Um sentimento pra me arrastar por esses dias. Pelos novos dias que anunciam a chegada. Os dias mais leve.
Cansada dessa mesmice de vida, eu me visto da verdade anunciada. Eu me visto de trabalho. Eu me visto de mulher e pulo como uma menina. Descanso o braço na cadeira do bar. Levanto a perna dentro da saia preta. Estico o braço. Seguro o queixo e descanso as minhas palavras. Aquelas que deixei escapar enquanto me lia naquele boteco pra minha platéia de duas pessoas. Para minha platéia de muitos. Porque eu sei que tem uns caras. Uns caras que nem estão mais por aqui, mas sabem que é pra eles. Nunca chegarei aos pés deles. Nem quero, pura pretensão ridícula, eles me colocam no lugar de garota. Eles e elas que escreviam ou cantavam como ninguém.
Hoje é dia de sentir até a última gota e depois ir dormir em paz. Amanhã eu acordo de luto e me visto de preto. Vou sentir pela sua ida.
E hoje faz um ano que eu entrei naquele avião pra semana que mudou tudo. A semana em flashs. Ah, aquela semana e todas as incógnitas que ainda estão na minha cabeça. Do passarinho verde fluorescente a como ele foi parar lá. Sem respostas, eu apaguei essas perguntas, e que venham os dias que tornam esses mais longe.
sábado, outubro 13, 2007
Gastei o meu tempo com você. Gastei maquiagem, gastei saliva, gastei vida, gastei tudo pra ficar agora, só com essas lembranças. Você levantou e foi. Você foi enquanto ainda conversávamos, foi e me disse que aquela era minha escolha, a minha fraca escolha. Aquilo foi tudo que eu pude suportar e eu suportei muito pouco. Eles decidiram essas coisas lá, você nem me perguntou se podia, não era pra ser assim. O sol queima lá fora. O calor insuportável me dá vontade de sair por aí buscando algo que refresque minha alma. Carrego o mundo na bolsa. Carrego as lembranças. E como elas pesam quando vem junto da impossibilidade. Como pesam.
OS BOTECOS
Depois de você os papos de boteco jamais serão os mesmos. Você apareceu e mudou tudo. Você mudou tudo, e nem me pergunto se eu queria mudar, nem perguntou. Carrego meus anos grudados na saia. Carrego mentiras, dor, verdade, solidão e a liberdade na bolsa. Te carrego sem que doa. Às vezes, ainda dói, ler aquelas coisas em voz alta, dói. Eu, que não tenho medo dos carros, eu que não tenho medo da vida. As lembranças dançam no escuro da noite, eu lá sentada na sarjeta da minha vida, como ontem, como hoje e como sempre. Larguei meu coração e jurei que você pegaria. Deixa lá pra um cachorro jantar. Me deixa lá pra qualquer um me divertir. Me deixa, porque sem você tudo ficou mais fácil.
terça-feira, outubro 09, 2007
Todo sono do mundo revirando pelos meus olhos. Alguma coisa me incomoda. Incomoda tanto que eu não consigo desligar meu cérebro e sossegar na cama. Eu escrevo para dormir, eu escrevo para tirar de mim o que me mata, e o que me mata são essas 4 horas mal-dormidas por noite. O que me mata é esse monte de gente idiota. O que me mata a cada segundo é o seu pouco caso.
Eu nunca lidei bem com rejeição, nunca.
Essa cidade opressora e o meu amigo é o all star branco, a fumaça e uma coisa rosa que me empresta o barulho que quero ouvir. Os carros nessa avenida, as sombras desses prédios, essas milhares de pessoas indo e vindo, tudo parece estar dentro de mim. Sinto vontade de correr e fugir dela. Largar a minha cabeça. Arrancar meu coração e te tirar de uma vez por todas de perto. Só há vida quando você está, você ou as suas palavras, você de alguma forma. Não há nada sem o seu olhar, e tudo parece estar dentro da minha cabeça.
Os excessos são feitos de segundos bem vividos e há dias eu não consigo viver nada. Sinto a sua falta pregadas na parede do quarto. Sinto sua falta nas paredes dessa avenida.
Preencho meus cadernos da sua falta de sentimento. De dentro daquele café observo as pessoas e anoto só as minhas preocupações. Me excluo dessa roda-gigante pra ver se te encontro no raio que ocupo. Meus medos preenchidos daquelas verdades que você me emprestou.
Falta paz aqui, aquela que você pediu com seus olhos e esqueceu de devolver. Os discos, aquele livro, meu coração, a jaqueta que esqueci na sua casa, essas coisas não importam. De volta, eu só queria a minha paz.
há dias que a vida pesa tanto...
domingo, outubro 07, 2007
Vai demorar pra tudo ser tão bom como antes. Várias pessoas vão ter que aparecer e passar. Vou ter que reconquistar meu medo de carros. Aprenderei mais uma vez a olhar para os lados. Andarei com as mãos fora dos bolsos e a cabeça no lugar. Vai demorar. Vai demorar, porque você não está aqui.
Cada hora a mais é só um monte de minutos casando. É só mais uma delas e você longe. Meu querido, eu jamais fui a mesma desde você. Eu jamais serei a mesma, porque você foi e eu continuo aqui. E as pessoas me ligam, e as coisas acontecem, e tudo é tão pequeno sem você para dividir. Eu não acredito, eu que sempre falei que não acreditava, mentira eu sempre acreditei. Quando vi você, cai de joelhos crente nesses santos todos que eles vêem. E as marcas continuam aqui. Tudo continua aqui, como naqueles dias. Mas eu ando longe, tão longe que não sei como me encontrar. Então, eu vou cada vez mais para longe e talvez um dia nunca volte até essa saudades. Talvez, eu vá e seja para sempre.
tem coisas que eu não conto nem para mim.
sábado, outubro 06, 2007
Os homens tentam, uns quase conseguem. Mas perto dele, perto dele, a perfeição é quase nada. Onde a simplicidade encontra a calma.
Depois do show dele, eu acredito nas impossibilidades.
Daqui 5 dias, faz um ano.
Dia 11, faz um ano.
E como esse um ano me mudou, arrancou e colocou tudo no lugar.
"Você que inventou a tristeza. Ora, tenha a fineza de desinventar."
Chico Buarque
João, saudades.
sexta-feira, outubro 05, 2007
AIN'T LIFE UNKIND?
Eu cansei. Cansei desses dramas baratos e desse povo escorrendo pelas paredes. Cansei de quase tudo e ainda tem tanta coisa pra viver. Tudo negro. O escuro. Muito cansaço. O mundo todo mudado e eu pareço a mesma. Cheia de responsabilidades, vestida de adulta, vestida de mulher, pronta pra atravessar a rua e olhar os carros. Hoje eu quase morri atropelada na augusta, hoje eu quase morri, como em todos os meus dias, eu que disse aquela vez que tinha mais medo dos carros.
Nos finais de semana tudo tem mais cor. Tudo é tão falso nessas festas que as pessoas inventam pra se livrar delas mesmas. Faking life. E talvez eu acorde um dia e perceba que só foi de verdade nos finais de semana que eu inventei. Mas, dessa vez eu vou ter a extensão da semana na forma de trabalho. Eu faço tudo isso valer meu esforço. Os segundos superados, os problemas, as matérias que deveriam estar na pasta x e por um motivo celestial elas não estão. Trabalho. Um monte de jornal pra todo lado. Tanta vida despregada naquelas tintas. Tanta vida nessas palavras, e hoje eu só quero dormir.
quarta-feira, outubro 03, 2007
Aí o sol brilha assim?
Porque a moda é se mandar. É se mandar, pra qualquer lugar e a Alemanha é um deles.
Tudo bem, porque menos dia mais dia, me mando pra Londres.
Mas, enquanto isso é só um plano, eu seguro a saudades.
Parabéns Sabrina.
Eu já notei que nunca falo o suficiente o quanto gosto das pessoas. Mesmo com nossas milhares de diferenças. Mesmo com a minha implicância. Eu só implico com quem gosto, caso contrário, eu não ligo. Te espero com a paciência no lugar, saudades da minha lerda preferida. (rárá)
na foto: sabrina e eu, há nem tanto tempo assim, o suficiente pra eu já ter perdido o capuz laranja dessa jaqueta.
Tudo demais. Eu sinto tudo demais e multiplico as lembranças, divido cada pedaço do que senti entre as pessoas do meu passado, e me pego voltando no tempo. A minha cabeça em curto e tudo potencializado. Uma última dose esquecida naquele bar que volta a cada ano para cobrar a sua conta. Como será o ano que vem, quando estes festejos mais uma vez chegarem, quando mais uma vez os sentimentos esmurrarem a porta do meu quarto.
A minha saudade preferi ficar guardada no armário junto com aquelas coisas. Queria colocar tudo em uma garrafa e beber de uma vez. Um último porre e depois só um esquecimento tonto.
Os meus excessos estão me sufocando. Este excesso de vida e esta mania chata de fazer tudo que eu quero, como eu quero, mesmo que o eu quero seja do outro lado da cidade e dure 10 minutos. Estes excessos estão me comendo o coração. Meu cérebro me agride enquanto alguém toca uma música ruim e alta na minha cabeça. Enxaqueca. Puta dor de cabeça do inferno. Me deixa curtir a minha dor de cabeça em paz, eu te pedi isso uma vez. Você, o único que entende o quanto eu preciso do meu tempo. Bebida. Cigarro. Amores inventados ou não. Desgraças de verdade ou a ficção. Mas, só os excessos.
Acordei mais cedo do que o comum. Tem alguma coisa na minha cabeça impregnada querendo sair, mas eu coloquei um travesseiro na cara dela e vou apertar até ela parar de se debater. Não aguento mais me debater e ir afundando mais e mais. Minha vida é como areia movediça. Preciso parar e esperar. Se começar a me mexer muito afundo mais, e mais rápido.
E hoje, não importa quantos cappuccinos eu tomar. Hoje, quase nada importa.
Tô no inferno da minha vida e o paraíso está fechado para reforma, até amanhã, só, até amanhã.
ps: hoje sai a nona edição do susi. E o bruno me mandou um texto fodidamente bonito. Um dia, eu quero escrever que nem ele, um dia.
Te adoro fodidamente também, cara.
Agora, vou trabalhar enquanto todo mundo dorme, enquanto o mundo dorme. 6h45 da manhã e eu já ouvi um cd inteiro da Amy. Nem tudo é ruim.
terça-feira, outubro 02, 2007
Eu não me meto com meu passado, porque gosta das lembranças do jeito que elas estão. Eu gosto daquele zero a zero. Eu gosto de porto seguro estragando tudo. Eu gosto de tudo estragado do jeito que tá. Não vou me abaixar pra recolher nada do caminho. Vocês ficaram pra trás como tinha que ser.
Chega desse passado querendo encostar em mim. Faz um ano. Um ano. Dia 11 de outubro faz um ano que eu chorei no show do Chico Buarque. Dia 14 faz um ano que eu fui e não voltei igual. Sinto falta daquela irresponsabilidade toda. Sinto falta de umas pessoas e umas coisas que eram fáceis e hoje são impossíveis. Sinto falta de parte da minha sinceridade que me roubaram. Fui dura com a vida e ela resolveu ser de volta. Faz 3 anos que você foi, e eu já desisti de voltar a acreditar.
O único problema em não se meter com o passado é viver derrubando os potinhos e se cortando inteira. O único problema é que eu preciso organizar essas coisas. Organizar a minha vida. Meus discos. Meus livros. Organizar vocês, nas estantes do meu passado.
homem-chato-implicante eu chego atrasada
mas, eu apareço.
fui, que já vão me xingar o suficiente.
Nem tudo é fácil nessa minha vida.
O texto com começo, meio e fim. Sem fim, porque nada termina, recomeça, só que diferente.
Não dou um mês pra entrar em curto. Ou eu mudo a vida, ou ela me muda, e não é hora de mudar, agora não.
" We all have a sickness
That cleverly attaches and multiplies
No matter how we try"
segunda-feira, outubro 01, 2007
THE BEST OF YOU
Tem horas que eu só queria conseguir conversar comigo. No silêncio da minha cabeça só você produz som. E eu fico aqui, tentando preencher tudo isso de barulho, de música, de gente. Mas, só queria preencher tudo isso de você. Você e os seus olhos tristes. Nem tudo bem, porque nunca tá tudo bem. Mas, os segundos bons ao seu lado produzem a mentira que eu preciso pra alimentar meus dias. E são doze horas de trabalho. E são sete dias esperando aquelas coisas que me deixam feliz acontecer. E eu me sinto realizada. Quase feliz. Queria sentir você mais perto, mas você tá tão longe achando tudo fora do lugar demais, longe demais, estranho demais. E eu só te queria, demais.
O problema deve ser esse: eu quero tudo demais nessa vida.
essa faculdade me irrita profundamente.
eu sou melhor quando as coisas acontecem.
domingo, setembro 30, 2007
LOOKING FOR THE COMPLICATION
Tenho refeito os meus amigos e resolvido os problemas com a minha cabeça. Durante esse tempo todo, eu só precisava de calma. Eu, que nunca tive nada parecido. E ontem, depois de queimar o céu da boca, percebi que era hora de mudar de lugar e observar. Olhei tudo. Sentei na porta da minha vida e fiquei perguntando o que cada um queria ao ultrapassar o limite.
Caminho mais confusa do que o habitual. E as pessoas tem parecido mais interessantes. Acho que consigo olhar as marcas dos outros. Enxergar os outros. Procurar dentro deles o que tanto já faltou aqui. E eu ando, por todas essas ruas com a certeza de que levo minha vida pro lugar certo. Eu escolhi, ou fui escolhida por essas coisas, e agora eu preciso de calma pra elas acontecerem.
Tomei banho e coloquei uma roupa branca para dividir a minha paz. Para multiplicar o meu desespero. Refletir tudo nessa cor que absorve.
Na sexta passei o dia tentando lembrar a palavra, sem lembrar que você a tinha tatuada no corpo. Eu passei todo o dia perguntando pros meus amigos qual palavra que refletia o meu medo em beber desde a funhouse. Desde o conhaque e de tudo aquilo que eu sei, você sabe. Olhei a tatuagem do meu amigo e lembrei. Mas, continuei conversando enquanto minha cabeça começava a descer. E eu ia me perdendo. Eu já estava perdida. E você estava ali, com ela e eu com todos eles. Os meus amigos e a felicidade estranha que está tomando conta dos meus dias.
O trabalho me distrai, como já não era sem tempo, como sempre foi e como vai ser. E eu continuo tentando entender cada coisa dessa confusão. Você deu um nó nos caminhos dos meus pensamentos. Converteu tudo a poucas palavras. Você me deixa tonta e eu só preciso saber que você respira. Eu tenho te esperado pela eternidade e por que você apareceu assim? Eu nunca desejei a paz. Mas, agora você conseguiu mudar minhas vontades.
Corre pra longe e volta com a cabeça baixa e mais problemas, que eu te acolho. Pergunta pro diabo qual é a senha pra minha vida. Que eu negocio com Deus a sua entrada. Olha as minhas feridas abertas e os meus medos escondidos. Olha nos meus olhos e me segue quando eu mudar de bar. Procuro no céu a paz, procuro mais complicação, procuro porque cansei de mentir. Eu queria aprender a voar, mas você me prende ao chão e a todas impossibilidades. É uma série de fatores e você aparece em cada um deles.
Eu respiro a solidão como não fazia antes. Respiro porque cansei de dividir essas coisas todas com mentiras. Te queria de verdade, te queria mas você não pode hoje, assim como não pôde aquele dia. E eu continuo com o meu quarto adolescente e as músicas tocando e fazendo sentido como nunca.
Uma fumaça encheu o ar e eu encontrei a paz. Encontrei um pouco dela. E depois eu queria fugir de lá. Você queria ir, porque você falou que iria e eu quase cheguei a te esperar quando avistei a porta do bar quase fechado. Mas, já era tarde demais. Tarde demais para aquelas coisas todas e eu queria minha casa. Queria a porta fechada e tudo pra fora. Eu queria mudar, eu queria, mas tudo vai continuar sendo como antes. A minha roupa branca não engana ninguém. Nem a mim, e como queria conseguir me enganar. Eu admito, tem acontecido coisas estranhas aqui.
"Wish I were with you, but I couldn't stay
And every direction leads me away
Pray for tomorrow, but for today
All I want is to be home"
ps: troco minha gratidão por um cd com tudo do foo fighters.
sexta-feira, setembro 28, 2007
Eu bati o olho e soube ali que as coisas sairiam do rumo. Devia ter evitado as nossas palavras. Os cafés compartilhados. E as coisas que me levavam direto a ponta do abismo. Minha cabeça anda em círculos e as minhas breves paradas são sempre aos seus pés. Às vezes, ando com a certeza de que nada consegue me derrubar. Cheia de sono, cheia de medo, cheia de mentira. Cheia dessas coisas ruins que me derrubam aos seus pés.
E eu sabia só de te olhar. Garoto, você me ganhou com os seus problemas como sempre vai ser. Eu estava melhor. Andava melhor desde daquela vez. Mas, nunca nada dessa espécie tinha acontecido. Tem muito coração para esburacar nesse peito. Muita saudade para conquistar. E aquela dor que só vocês sabem me dar.
Meu coração apertado e os prédios me engolindo. De dentro do centro cultural sentia os prédios ao redor me engolir. Parada, me matando sozinha. Respirando devagar e eu te queria ali. Uma das coisas que você entenderia. Com os olhos calmos me olhando e a cabeça perdida. Suas frases truncadas. Seu jeito esquisito. Tudo mentira, minha verdade. E eu sei que você entenderia.
Ando trocando os passos com a solidão. Alterno a vida com meu pensamento sempre longe. Minha cabeça anda em círculos ao seu redor. Ela anda e eu não sei como mudar. Me tira daqui que eu consigo alguém melhor para mim.
Preciso de alguém para me ajudar. Preciso sair do trilho. Perder a linha. Procuro no céu mais confusão e eu só estou cansada. Parece que tudo aquilo está prestes a se repetir, e eu sei que quando a hora chegar, eu pulo e entrego a minha vida ao mais completo caos. Lá no fundo deve ter alguém que troca segundos de felicidade por dor. Minhas palavras voltam quando eu sinto. Tudo faz mais sentido quando ouço as músicas tristes.
E se é assim que vai ser: que seja. Eu aceito a condição, eu te aceito e você?
Garoto, vou subir no céu essa noite, lá eu posso ficar com você e me esconder.
Tudo meio caótico, mas eu resolvo, eu me resolvo.
Hoje, a ordem é sair e ir sorrir.
Festival Fábrica de Animais apresenta: F
ábrica de Animais
Boêmios Errantes
Alex Valenzi & The Hideway Cats
Cuelho de Alice
Maldito sejam os correios do Brasil. Malditos. A gente comemora sem o zine, fazer o que?
quinta-feira, setembro 27, 2007
E quanto mais louco melhor
Deve ser só o sono travando tudo. Deve ser. Tem que ser.
Eu e a minha cabeça.
" I'm a war, of head versus heart,
And it's always this way
My head is weak, my heart always speaks,
Before I know what it will say"
terça-feira, setembro 25, 2007
Quando sai as minhas palavras e chegam a de algumas poucas pessoas, tudo simplesmente volta ao lugar que não existe e fica bem.
Eu só preciso de um pouco de calma. Além de começar a fazer as 65 idéias que tive na última semana e eu sei que umas 2 delas vão virar, o que no mundo real é um bom número.
"Canta que eu quero ouvir"
Quinta-feira tem show do Fábrica de Animais no CCSP.
É só chegar junto, mesmo se você não tiver um puto, começa às 19h.
Ainda quinta tem Roberta Sá no Teatro Fecap às 21h.
Pretendo ver os dois antes do final de semana acabar, não na quinta, porque murphy está confortável no meu colo essa semana.
Sexta tem comemoração paulistana do "o gaveta", acabei de inventar mesmo. Vai ser no Festival do Fábrica, que eu já ia mesmo, e meus amigos já iam mesmo e a gente vai comemorar mesmo. Correio, acho bom você me ajudar. Carla, beberemos ao seu zine.
FAÇA COM QUE TENHA A CORAGEM DE ME ENFRENTAR
O amor dói. Todas as suas formas. Desde as mais simples até as necessárias. E o amor me tira do trilho. E o amor me arranca a paz. E ele vai navegando por toda minha vida só porque eu não consigo esquecer, como falei no telefone hoje. Eu durmo pensando nisso. Eu acordo querendo tudo no lugar. Mas, que lugar? Faz tempo que tudo é uma mentira enorme e eu finjo que um dia tudo esteve bem.
E a morte. E a dor. E a doença que levou ela pela mão. O câncer. Aquelas malditas células fora do lugar. Sinto falta do sorriso dela e do olhar, da certeza de que tudo ficará bem. Não tem mais ninguém aqui para esperar comigo. Não tem. E eu vou sozinha esperando os quatro dias disso tudo passar. Não sei para onde ele foi. Faz tempo que ele deixou de ser como antes. Noto a preocupação nos seus olhos. Vejo os fantasmas rondando sua cabeça. O abraço com a ilusão de passar essas coisas dando certo na minha vida para ele. Daria minha vida para ele. Daria. Mas, ele foi e eu não sei pra onde. Eu iria com ele. Mas, ele deve ficar melhor sozinho. Ele precisa ficar com ele, assim como eu preciso ficar comigo naqueles momentos. Os meus momentos. Deve ter alguma coisa grande que o preocupa e arranca o sono. Entro no quarto de manhã e tenho a forte impressão de que ele acabou de adormecer. Hoje falei com o meu amigo. Precisava falar. Precisava tirar daqui de dentro e tentar entender. Cansei. Cansei de todo esse tempo. Das brigas e das mentiras que vocês gritavam. Cansei dos gritos. Queria paz, deve ser por isso que passo tanto tempo dentro do meu quarto. É por isso que vocês não me conhecem. Sinto tanto por vocês não me conhecerem.Meus sonhos e minhas vontades se realizando e vocês não sabem. Não sabem das minhas palavras. Não conhecem meus milhares de blogs. Não sabem o que eu quero dessa faculdade. Não sabem. Vocês são estranhos dentro do mesmo lar. Não sei mais o que sinto. Talvez eu esteja anestesiada.A cada novo segundo canso mais dessa falsidade em forma de vida. E eu só queria paz. E aquela casa só me suga mais. Me tira a alegria conseguida com meus amigos. Os meus amigos e como eles fazem diferença. Como só essas pequenas coisas fazem diferença.
Mas, amanhã é um novo dia. E eu sei que vocês vão esquecer o mal que vocês se fazem. E vão continuar no mal coletivo. Mãe, esquece e vai sorrir.
Esquece e vai sorrir.
Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços o meu pecado de pensar.
Clarice Lispector
calma na forma de turbilhão.