domingo, junho 03, 2007

EU PRECISO EXISTIR

Chega um momento na vida que a única necessidade básica é a solidão. Ficar sozinha com seus monstros. Trancados e presos num quarto escuro. Se enfrentando em uma gincana que você inventa enquanto pula algumas verdades. Não há alguém. NEm que esteja ali e nem que você queira. Simplesmente você quer ficar sozinha. Sem que alguém venha querer entrar neste buraco que é só meu. Este buraco que eu cavo com minhas unhas e tenho medo de entrar nele tão fundo que jamais encontre a saída. Mas foda-se o medo. Eu quero errar. Eu vou errar e parecer idiota o quanto for. Eu vou. Porque bater a cabeça na parede diminui minha enxaqueca. Viver não dói.
Esta sensação de encontro me desespera mais do que estar perdida. Eu gosto de vagar. Sair sem saber onde chegar. Andar que nem uma filha da puta. Parar em um bar e acender um cigarro. Não, fumar não é bonito. Não é legal. Não é cool. Mas eu me mato um pouco para não matar alguém. Tá. Nunca tinha falado isso. E nem queria que ninguém soubesse. Mas é, é verdade. O mundo. Essa verdade. Me desespera tanto quanto o irreal que eu crio a cada segundo. A minha capacidade criativa brincando de dança das cadeiras.
Não quero respostas. Muito menos para perguntas que não sei fazer. Não crio expectativas. Não mais. Larguei a mão da vida e ela me leva.É você parado na frente da minha janela. Esperando eu cuspir minhas verdades e destruir a janela. É você esperando os meus cacos. É só você esperando eu voltar atrás nos meus pensamentos todos. Não, não volto. Eles são meus, assim como as verdades que vivo para inventar. Não espero resoluções mágicas e nem finalidade pras minhas palavras. Elas saem e vão ao mundo para existir. Se ninguém lê não existiu e eu preciso existir. É, eu preciso.