PRECISO
Hoje eu acordei e percebi que ainda precisava dormir. Tenho os olhos ressacados e a cabeça toda embaralhada. Sem respostas. Não acho as respostas das minhas perguntas. Nem nos finais daqueles copos todos de ontem à noite. Ninguém entende. Ninguém além da minha cabeça entenderia o que vai se formando aqui. É um turbilhão. E tudo estava bem. Mentira. Nunca esteve tudo bem. Nunca está tudo bem. Mas estava melhor do que agora. Te encontrar me tirou do meu centro. Se bem que acho que nunca estive muito perto do meu centro. Mas era mais perto do que estou agora. Completamente perdida. Com todos meus dezoito anos fazendo valer os dias. Até a minha pose está prejudicada pelas olheiras e pela cara de quem não dorme. Meu sono é agitado. Quando tenho sono. Ele é agitado e vai me matando enquanto meu corpo viaja e te encontra. Te encontro todas as noites. Conversamos, bebemos e rimos. É assim que tem sido. Deve ser por isto que acordo com fragmentos de vida que não são meus e bêbada. Acordo sempre bêbada. E com vontade de dormir mais quinze minutos. Quero mais quinze minutos de você. E depois? Depois, eu prometo que aprendo. Me prendo a todos os livros que não li. Ouço meus discos. Paro no canto do bar e deixo você ir lá com seus amigos e as suas verdades. Me ajuda. Me pára. Me cega. Me guia. Eu preciso. Preciso de um guia para não cair em nenhum buraco da vida e não conseguir levantar nunca mais. Preciso.