"Te inventei porque você não existia"
É natural que não tenha sido na nossa cidade. Tenho me sentido cada vez mais cidadã do mundo enquanto me esparramo pelos estados do nosso país. Deixo em cada canto um pedaço. O sorriso da minha família na Bahia. O encanto dos meus amigos no Rio. O aconchego da proximidade e o mais perto de ser raiz em São Paulo. Em cada estado deixo um estado de mim.
Foi no Rio que deixei a graça de ter você. Foi lá que acabou a espera e recomeçou o encanto. No campo do desencontro e da impossibilidade nós demos aula. Na universidade das impossibilidades somos mestres. No universo da poesia nos construímos em rimas pobres. Em prosa fizemos contos e nos encontros desfazemos possibilidades. Foi naquela viagem com o grupo de amigos marcados pelo tempo e por desentendimentos. Nunca fui de fácil tato. Abstraio, mudo, me refaço longe e quase nunca volto. O destino era o Rio e os outros também eram nós.
Neguei o café no restaurante da Lapa porque queria chegar cedo em Santa Teresa, você resolveu me acompanhar e nós subimos a pé. Foi quando me abraçou demonstrando ter o meu mapa em suas mãos, os seus dedos ao redor de mim, brincando com o segredo que guardo nas costas. Te perguntei o que você queria e você me soltou. Me acusou de quebrar o encanto. Destacou erros seus que não existem, nunca existiram, não te cabem. O papel de mártir você nunca desempenhou bem. A fraqueza encobre o seu talento em ser. E nada disso me parece seu. Te fiz olhar nos meus olhos e me dizer o que era aquilo. Você se virou apressando o passo.
Fiquei olhando você ir, de novo. Pensando como nunca fiz efetivamente nada, a não ser estar paciente, te escrevendo em mil textos que sempre foram só meus. Foi quando te parei mais uma vez e te dei um beijo. Daqueles que se perdem no tempo do que ficou para trás e apagam inúmeras certezas. Daqueles que cabem carinho e desejo.
Nós afastamos sem dizer nada enquanto continuávamos subir até Santa Teresa. Notava seu nervosismo e poderia prever que suas pernas tremeriam mais do que o comum. Lembro do seu infinito tique com o qual adoro implicar. Nas aulas da faculdade evitava sentar na sua frente, me irritava o seu all star pendurado na minha cadeira enquanto suas pernas incansáveis e insanas, se mexiam.
Você falou algo sobre certo e errado. Falamos sobre acertos e erros. Te falei mais uma vez sobre o meu tempo estar no agora. Não acredito em uma felicidade plena e eterna. Acredito em momentos felizes plenos e duradouros, me garanto o direito de criar e viver vários, coloco eles na minha história. Chegamos a Santa Teresa... pensamos em descer para conversar com eles e contar sobre nós... Mas, daí, o meu celular tocou e eu acordei...
Foi isso (também) um sonho.
segunda-feira, novembro 26, 2012
domingo, novembro 25, 2012
Muito além do tempo regulamentar
Tenho pensado no tempo faz alguns dias. Foram duas conversas que me levaram a revisitar o meu passado a procura do que me fez ser como sou. Tem dias que me sinto frágil como uma garota de 15 anos e outros que me sinto com a minha idade do tempo. Tem dias que me sinto maior e mais velha. Tem dias que o tempo é o meu tempo.
Tem sido difícil conhecer pessoas novas. Parece que a ausência de horas faz a gente começar mais a cativar do que plantar. O conforto da compreensão dos meus velhos amigos ao invés de descobrir o som de novas risadas (mesmo sabendo como me faz falta)... Conheci alguém que prontamente me falou "gostei do seu estilo" (?) e de imediato fiz aquela cara que prevê o "você é tão alternativa, descolada, blablabla", essas coisas todas que de tão simplistas apenas me mostram que estou diante de quem não... nada. Mas, dessa vez, fui surpreendida e levada a refletir.
Me formei e me fiz jornalista muito cedo, tive que amadurecer rápido pro mundo não me engolir. Tenho uma pose que encobre plenamente a minha fragilidade. Me tornei alguém muito mais prática do que gostaria. Não me entrego, não me abro, não me largo, quase não me deixo. Volto para dentro do meu casulo sempre que alguém ensaia me tocar demais. Confesso que a compreensão me assusta mais do que a incompreensão. Venho andando em círculos porque voltas completas me deixam no mesmo lugar.
Mas, sinto falta, de novos sorrisos, de novidades, de me abrir a possibilidade de encontrar alguém que mude a ordem natural do meu mundo que sempre me leva de volta para quem e para onde não deveria...Quero abandonar os círculos e andar em retas porque é a estrada que me interessa. A que me leva... enfim.
ps. o título uma frase de Um a Um do Tribalistas, clicaqui.
Tenho pensado no tempo faz alguns dias. Foram duas conversas que me levaram a revisitar o meu passado a procura do que me fez ser como sou. Tem dias que me sinto frágil como uma garota de 15 anos e outros que me sinto com a minha idade do tempo. Tem dias que me sinto maior e mais velha. Tem dias que o tempo é o meu tempo.
Tem sido difícil conhecer pessoas novas. Parece que a ausência de horas faz a gente começar mais a cativar do que plantar. O conforto da compreensão dos meus velhos amigos ao invés de descobrir o som de novas risadas (mesmo sabendo como me faz falta)... Conheci alguém que prontamente me falou "gostei do seu estilo" (?) e de imediato fiz aquela cara que prevê o "você é tão alternativa, descolada, blablabla", essas coisas todas que de tão simplistas apenas me mostram que estou diante de quem não... nada. Mas, dessa vez, fui surpreendida e levada a refletir.
Me formei e me fiz jornalista muito cedo, tive que amadurecer rápido pro mundo não me engolir. Tenho uma pose que encobre plenamente a minha fragilidade. Me tornei alguém muito mais prática do que gostaria. Não me entrego, não me abro, não me largo, quase não me deixo. Volto para dentro do meu casulo sempre que alguém ensaia me tocar demais. Confesso que a compreensão me assusta mais do que a incompreensão. Venho andando em círculos porque voltas completas me deixam no mesmo lugar.
Mas, sinto falta, de novos sorrisos, de novidades, de me abrir a possibilidade de encontrar alguém que mude a ordem natural do meu mundo que sempre me leva de volta para quem e para onde não deveria...Quero abandonar os círculos e andar em retas porque é a estrada que me interessa. A que me leva... enfim.
ps. o título uma frase de Um a Um do Tribalistas, clicaqui.
quarta-feira, novembro 21, 2012
Passarinho
É quase ver a vida passar a limpo nossa história. Novos personagens dentro dos mesmos papéis representando diante de um cenário impressionantemente semelhante. Observando tanto desencontro me encontro diante de quem representa você, chorando com os braços envoltos em mim, se segurando nos meus ombros enquanto não sei o que garantir. Vai ficar tudo bem? Acho que sim, para nós, ficou. Ficou mesmo? Se somos praticamente estranhos e quase não nos falamos?
Não digo que tudo vai ficar bem... apenas confirmo que vai passar. Tudo passa. Sempre passa. "Eles passarão, eu passarinho" como sabiamente diria Mário Quintana.
É quase ver a vida passar a limpo nossa história. Novos personagens dentro dos mesmos papéis representando diante de um cenário impressionantemente semelhante. Observando tanto desencontro me encontro diante de quem representa você, chorando com os braços envoltos em mim, se segurando nos meus ombros enquanto não sei o que garantir. Vai ficar tudo bem? Acho que sim, para nós, ficou. Ficou mesmo? Se somos praticamente estranhos e quase não nos falamos?
Não digo que tudo vai ficar bem... apenas confirmo que vai passar. Tudo passa. Sempre passa. "Eles passarão, eu passarinho" como sabiamente diria Mário Quintana.
segunda-feira, novembro 05, 2012
Kriptonita
Hoje passei o dia com saudades de você. Espero dormir e acordar amanhã sem ela. Não foi uma dessas que dá e passa. Nem tão pouco aquela que se revira lembranças boas e se encontra calma. A cada nova lembrança que esbarrei encontrei só mais falta.
A cada nova música da banda que me fez te conhecer reencontrava cada uma das noites e dos shows. Me esquivei dela, ouvi outras e daí lembrei da tarde que passamos mexendo nos seus CDs. Lembrei com um sorriso terno de como você sabia da história da cada um deles. Do seu primeiro emprego e dos que você adquiriu com ele. Dos que se seguiram e da loja que você sempre ia comprar camisetas.
Lembrei das nossas mochilas iguais e do quanto fiquei te irritando falando que era um modelo feminino. Da Fiona Apple no café da faculdade. Do quanto confio e confiava no seu talento, na sua sensibilidade, na sua habilidade para diagramar meus textos e no cuidado que teve com o layout antigo do Claritromicina.
Com cuidado senti falta dos três anos que passamos perto e fiquei triste quando por motivos dispersos passamos três anos voluntariamente longe. Agora, nesse que a distância é enorme, hoje me coube sentir toda falta dos últimos tempos... de você.
Meu amigo, meu querido e talentoso, amigo. Sorte, fé e volta logo!
Hoje passei o dia com saudades de você. Espero dormir e acordar amanhã sem ela. Não foi uma dessas que dá e passa. Nem tão pouco aquela que se revira lembranças boas e se encontra calma. A cada nova lembrança que esbarrei encontrei só mais falta.
A cada nova música da banda que me fez te conhecer reencontrava cada uma das noites e dos shows. Me esquivei dela, ouvi outras e daí lembrei da tarde que passamos mexendo nos seus CDs. Lembrei com um sorriso terno de como você sabia da história da cada um deles. Do seu primeiro emprego e dos que você adquiriu com ele. Dos que se seguiram e da loja que você sempre ia comprar camisetas.
Lembrei das nossas mochilas iguais e do quanto fiquei te irritando falando que era um modelo feminino. Da Fiona Apple no café da faculdade. Do quanto confio e confiava no seu talento, na sua sensibilidade, na sua habilidade para diagramar meus textos e no cuidado que teve com o layout antigo do Claritromicina.
Com cuidado senti falta dos três anos que passamos perto e fiquei triste quando por motivos dispersos passamos três anos voluntariamente longe. Agora, nesse que a distância é enorme, hoje me coube sentir toda falta dos últimos tempos... de você.
Meu amigo, meu querido e talentoso, amigo. Sorte, fé e volta logo!
quinta-feira, novembro 01, 2012
they all want to free the cause
Eu sei que você não esperava de mim, tanto tempo depois, compreensão. Entendo cada um dos seus passos, me peguei repetindo eles, com outro alguém. Me peguei sendo envolta neles, do mesmo jeito, mais uma vez. Me repetindo e te repetindo. Em tanto tempo infinito.
Ainda quero te ver dando voltas no mundo. Quero saber da sua última viagem, da língua estranha que você está estudando, da nova vontade que te acometeu. Quero saber dos seus planos e dos seus desenganos.
Gosto de saber que você ainda lembra do meu livro preferido e de sentir o conforto que você me provoca. Você vai ser sempre um fantasma nos meus relacionamentos, o mais alto grau de comparação, o mais sereno grau de reprovação. É e será o medo de quem se aproxima. É e será. Mesmo que já não seja. Mesmo que eu já seja fria demais para te entender. Mesmo que já não me importe mais tanto assim a ponto de ter racionalizado o que senti. Não sinto... Mas, agora, entendo. Finalmente, te entendo.
Eu sei que você não esperava de mim, tanto tempo depois, compreensão. Entendo cada um dos seus passos, me peguei repetindo eles, com outro alguém. Me peguei sendo envolta neles, do mesmo jeito, mais uma vez. Me repetindo e te repetindo. Em tanto tempo infinito.
Ainda quero te ver dando voltas no mundo. Quero saber da sua última viagem, da língua estranha que você está estudando, da nova vontade que te acometeu. Quero saber dos seus planos e dos seus desenganos.
Gosto de saber que você ainda lembra do meu livro preferido e de sentir o conforto que você me provoca. Você vai ser sempre um fantasma nos meus relacionamentos, o mais alto grau de comparação, o mais sereno grau de reprovação. É e será o medo de quem se aproxima. É e será. Mesmo que já não seja. Mesmo que eu já seja fria demais para te entender. Mesmo que já não me importe mais tanto assim a ponto de ter racionalizado o que senti. Não sinto... Mas, agora, entendo. Finalmente, te entendo.
domingo, outubro 28, 2012
No pulso da flor
Faz alguns dias que tenha esbarrado em você. Os shows, os momentos, as frases lidas ou as músicas lembradas. Assisti uma peça que me parecia fazer entender cada momento seu que não compreendi. Não queria a sua presença como não a quero faz meses. A distância que construímos é mais vantajosa que as aproximações destrambelhadas que experimentamos. Entre nós a ponte ruiu. Acabou. É verdade.
Até agora, nesse instante, nunca te contei sobre o que se seguiu depois daquela noite. O quanto eu chorei. Chorei porque senti sair dos meus ombros o amor que não aconteceu. Chorei com a doçura de uma criança que consegue uma cicatriz depois de um tombo. Chorei com a secura de um adulto que reconhece a dificuldade que existirá em se entregar depois de. Chorei sabendo que me tocaria tudo e qualquer coisa que me lembrasse você. Chorei porque você criou em mim certa sensibilidade que não existia. Chorei pela identificação que de nós restou e que me toca a cada novo clichê ou frase feita. Em prantos me entreguei ao abraço do meu travesseiro e ao aconchego dos meus amigos.
Ganhei presentes quando superei você. Um deles, um chaveiro que carrego comigo e olho sempre que fraquejo ou quase esqueço. Quase esqueço que te esqueci.
Sou toda música. Construímos tudo entre elas. Nos escrevemos e escrevemos, como escrevemos, o tempo inteiro. Me vejo representada em frases, melodias e ternos momentos.
"Não tem nada que eu possa te dizer que vá te fazer ficar. Eu não quero também que você fique por mim. Pra não me fazer sofrer, mais. Até porque isso vai me fazer sofrer muito mais..."
Texto livremente inspirado na peça "Música para cortar os pulsos" e no show Dona Flor. (com doses de realidade, hahahaha).
Faz alguns dias que tenha esbarrado em você. Os shows, os momentos, as frases lidas ou as músicas lembradas. Assisti uma peça que me parecia fazer entender cada momento seu que não compreendi. Não queria a sua presença como não a quero faz meses. A distância que construímos é mais vantajosa que as aproximações destrambelhadas que experimentamos. Entre nós a ponte ruiu. Acabou. É verdade.
Até agora, nesse instante, nunca te contei sobre o que se seguiu depois daquela noite. O quanto eu chorei. Chorei porque senti sair dos meus ombros o amor que não aconteceu. Chorei com a doçura de uma criança que consegue uma cicatriz depois de um tombo. Chorei com a secura de um adulto que reconhece a dificuldade que existirá em se entregar depois de. Chorei sabendo que me tocaria tudo e qualquer coisa que me lembrasse você. Chorei porque você criou em mim certa sensibilidade que não existia. Chorei pela identificação que de nós restou e que me toca a cada novo clichê ou frase feita. Em prantos me entreguei ao abraço do meu travesseiro e ao aconchego dos meus amigos.
Ganhei presentes quando superei você. Um deles, um chaveiro que carrego comigo e olho sempre que fraquejo ou quase esqueço. Quase esqueço que te esqueci.
Sou toda música. Construímos tudo entre elas. Nos escrevemos e escrevemos, como escrevemos, o tempo inteiro. Me vejo representada em frases, melodias e ternos momentos.
"Não tem nada que eu possa te dizer que vá te fazer ficar. Eu não quero também que você fique por mim. Pra não me fazer sofrer, mais. Até porque isso vai me fazer sofrer muito mais..."
Texto livremente inspirado na peça "Música para cortar os pulsos" e no show Dona Flor. (com doses de realidade, hahahaha).
terça-feira, outubro 09, 2012
Novo tempo
Hoje vi que estamos sofrendo de tempo, na verdade, da falta dele. Almocei com uma amiga da faculdade, três anos nos vendo todos os dias, e até hoje três anos sem se ver. O encontro foi daqueles que acontecem porque o acaso contribuiu, uma reunião que descobri ontem me colocou ao lado do trabalho dela e mandei um SMS convidando para almoçar. Tinha apenas quarenta minutos. Foi um almoço de quarenta minutos depois de três anos.
E, não é só o tempo palpável, são os sonhos que não cabem mais no tempo que sonhávamos antes. Todas as minhas amigas tem planos grandiosos de serem profissionais incríveis, calculam a carreira e os investimentos com precisão cirúrgica enquanto fogem de um compromisso. Meninas, quero afilhados e sobrinhos que adotarei como meus, pelo simples fato de ter amigas irmãs. Mas, de forma realista, não vejo no tempo nenhuma previsão disso acontecer.
Tenho toda pose e utilizo a credencial de moderna. Mas, a bem da verdade, sou uma romântica irreparável. Ainda acredito que vá encontrar quem vá me fazer encontrar prioridades onde entrem dois. Ainda espero alguém que vá me fazer pensar em ter uma família com cachorro e domingos no parque. Vejo uma criança sorrir e o meu mundo para diante da perspectiva de passar o meu legado a alguém.
Falta a simplicidade que o tempo que já não disponho me permitia. Me falta o sorriso de cantar com alguém especial de olhos fechados ao meu lado. Falta a poesia que um dia pensei escrever e que hoje só me pega de assalto. O tempo me falta e sem ele me falta muito.
Hoje vi que estamos sofrendo de tempo, na verdade, da falta dele. Almocei com uma amiga da faculdade, três anos nos vendo todos os dias, e até hoje três anos sem se ver. O encontro foi daqueles que acontecem porque o acaso contribuiu, uma reunião que descobri ontem me colocou ao lado do trabalho dela e mandei um SMS convidando para almoçar. Tinha apenas quarenta minutos. Foi um almoço de quarenta minutos depois de três anos.
E, não é só o tempo palpável, são os sonhos que não cabem mais no tempo que sonhávamos antes. Todas as minhas amigas tem planos grandiosos de serem profissionais incríveis, calculam a carreira e os investimentos com precisão cirúrgica enquanto fogem de um compromisso. Meninas, quero afilhados e sobrinhos que adotarei como meus, pelo simples fato de ter amigas irmãs. Mas, de forma realista, não vejo no tempo nenhuma previsão disso acontecer.
Tenho toda pose e utilizo a credencial de moderna. Mas, a bem da verdade, sou uma romântica irreparável. Ainda acredito que vá encontrar quem vá me fazer encontrar prioridades onde entrem dois. Ainda espero alguém que vá me fazer pensar em ter uma família com cachorro e domingos no parque. Vejo uma criança sorrir e o meu mundo para diante da perspectiva de passar o meu legado a alguém.
Falta a simplicidade que o tempo que já não disponho me permitia. Me falta o sorriso de cantar com alguém especial de olhos fechados ao meu lado. Falta a poesia que um dia pensei escrever e que hoje só me pega de assalto. O tempo me falta e sem ele me falta muito.
domingo, outubro 07, 2012
todos os tempos o tempo
Tenho andado com mais pressa. Tenho ficado presa, no trânsito e nos lugares, perdi o guarda-chuva essa semana e já não posso sair lá fora, se chove. Meu ar parece rarefeito. Sinto como se minha alma estivesse leve e solta. Como se nada me tivesse, de fato, por tempo nenhum. Sinto saudades do aconchego da minha infância e das certezas quase arrogantes da imaturidade adolescente. No processo de desfazer o caos, revirei infinitas sensações, reencontrei a doçura da lembrança de tudo que aconteceu pela primeira vez e vi que tudo acontece no tempo certo. Nada na minha vida ultrapassou o limite do tempo. Um respeito involuntário com o agora enquanto ele me vale e me leva. Não alongo sofrimento, não perduro dúvidas e não conservo incertezas.
Me refaço e desfaço de tempo. O tempo inteiro.
Tenho andado com mais pressa. Tenho ficado presa, no trânsito e nos lugares, perdi o guarda-chuva essa semana e já não posso sair lá fora, se chove. Meu ar parece rarefeito. Sinto como se minha alma estivesse leve e solta. Como se nada me tivesse, de fato, por tempo nenhum. Sinto saudades do aconchego da minha infância e das certezas quase arrogantes da imaturidade adolescente. No processo de desfazer o caos, revirei infinitas sensações, reencontrei a doçura da lembrança de tudo que aconteceu pela primeira vez e vi que tudo acontece no tempo certo. Nada na minha vida ultrapassou o limite do tempo. Um respeito involuntário com o agora enquanto ele me vale e me leva. Não alongo sofrimento, não perduro dúvidas e não conservo incertezas.
Me refaço e desfaço de tempo. O tempo inteiro.
domingo, setembro 23, 2012
Para nunca faltar a paz...
Meus amigos e as suas risadas sonoras. Meus amigos entre copos, entre lágrimas, entre conselhos, entre tardes no parque, entre almoços e jantares, entre viagens e dias inteiros. Meus amigos e as suas obrigações, seus novos ou antigos relacionamentos, seus novos e velhos compromissos, seus novos ou velhos. Meus amigos que não conseguem nunca sair do trabalho na hora e se dividem em milhares. Os apaixonados e os inquietos. Nós sempre sendo tanto.
Passo dois dias quieta. Assisto três filmes que me levam as lágrimas. Janto com meus pais. Dou risada com a minha irmã. Deixo o celular acabar a bateria e só me lembro dele nos minutos finais do domingo. Dentro do meu reino encantado de faz de conta parece que nada me falta. Não fosse a insônia e a ausência. Não existe um alguém dentro de todos que me faça querer ser caçadora. Fujo a qualquer sinal de uma reaproximação. Não me interesse nada que se refaça, não me cabe mais linhas tortas, não me fascina nenhum recomeço. A vida é mesmo agora. É aqui. E o meu tempo é daqui pra frente.
Quero a sorte de um amor tranquilo. Quero compartilhar minha preguiça ou acordar cedo para ver o dia brilhar mesmo que ele nós traía e fique nublado. Quero ver e sentir a luz de alguém que queime em vontade e que entregue ao mundo o dobro do que recebe. Quero a sorte de encontrar alguém... ou você.
Meus amigos e as suas risadas sonoras. Meus amigos entre copos, entre lágrimas, entre conselhos, entre tardes no parque, entre almoços e jantares, entre viagens e dias inteiros. Meus amigos e as suas obrigações, seus novos ou antigos relacionamentos, seus novos e velhos compromissos, seus novos ou velhos. Meus amigos que não conseguem nunca sair do trabalho na hora e se dividem em milhares. Os apaixonados e os inquietos. Nós sempre sendo tanto.
Passo dois dias quieta. Assisto três filmes que me levam as lágrimas. Janto com meus pais. Dou risada com a minha irmã. Deixo o celular acabar a bateria e só me lembro dele nos minutos finais do domingo. Dentro do meu reino encantado de faz de conta parece que nada me falta. Não fosse a insônia e a ausência. Não existe um alguém dentro de todos que me faça querer ser caçadora. Fujo a qualquer sinal de uma reaproximação. Não me interesse nada que se refaça, não me cabe mais linhas tortas, não me fascina nenhum recomeço. A vida é mesmo agora. É aqui. E o meu tempo é daqui pra frente.
Quero a sorte de um amor tranquilo. Quero compartilhar minha preguiça ou acordar cedo para ver o dia brilhar mesmo que ele nós traía e fique nublado. Quero ver e sentir a luz de alguém que queime em vontade e que entregue ao mundo o dobro do que recebe. Quero a sorte de encontrar alguém... ou você.
domingo, setembro 16, 2012
everything's exactly what it seems
Não dá. Não posso te pedir desculpas porque não me cabe culpa. É coisa que acontece, invariavelmente, sempre. Minha vontade é fonte esgotável de querer. Quero com precisão cirúrgica. Muito e intensamente. Até que não quero mais. Não existiu nada que me fez mudar. Nada que entre na conta a distância ou o tempo. Nada que se explique em palavras. Nenhum outro alguém, real ou não, que me tirou de onde estava. Nada além do fato de que não existe em mim dificuldade em partir.
É como acordar em um domingo com preguiça de pensar. É como encontrar a vida e o sentir em pleno vazio. Depois de algumas tormentas e diversas dúvidas, o nada me encheu de tudo, sinto plena ausência de algumas vontades reais e, vez ou outra, confesso, sou tomada por elas graças a uma carência mansa.
Domingo. O meu dia de nada, de filmes, de foco e de solidão. O meu dia em que a melodia se faz em silêncio e ouço músicas para preencher de inspiração o dia seguinte, a semana seguinte. Domingo, o dia de falta, que falta porque é calmaria. Não tem urgência de diversão e nem de alforria.
Não dá. Não posso te pedir desculpas porque não me cabe culpa. É coisa que acontece, invariavelmente, sempre. Minha vontade é fonte esgotável de querer. Quero com precisão cirúrgica. Muito e intensamente. Até que não quero mais. Não existiu nada que me fez mudar. Nada que entre na conta a distância ou o tempo. Nada que se explique em palavras. Nenhum outro alguém, real ou não, que me tirou de onde estava. Nada além do fato de que não existe em mim dificuldade em partir.
É como acordar em um domingo com preguiça de pensar. É como encontrar a vida e o sentir em pleno vazio. Depois de algumas tormentas e diversas dúvidas, o nada me encheu de tudo, sinto plena ausência de algumas vontades reais e, vez ou outra, confesso, sou tomada por elas graças a uma carência mansa.
Domingo. O meu dia de nada, de filmes, de foco e de solidão. O meu dia em que a melodia se faz em silêncio e ouço músicas para preencher de inspiração o dia seguinte, a semana seguinte. Domingo, o dia de falta, que falta porque é calmaria. Não tem urgência de diversão e nem de alforria.
Domingo... só até a segunda.
segunda-feira, setembro 10, 2012
i'm all ears to gather clues and look for signs
Quem me conhece sabe a dificuldade que tenho em continuar. Durmo apaixonada e acordo desinteressada. Faço planos e desisto deles ao menor sinal de possibilidade. Me interessa o desafio. Os difíceis demais, os que são demais, os que querem demais, os que tem almas e desejos em excesso. Porém, por pura contradição, a bem da verdade, só quero a simplicidade. Deitar depois de um dia complexo e dividir o silêncio com um filme. Quero chá e companhia nas madrugadas frias. Quero esquecer que o dia seguinte me cobrará as horas de sono perdidas e perdê-las sem culpa.
Quero encontrar as verdades que alguém guarda nas entrelinhas. Quero a sensibilidade latente que se esconde no que só parece. Hoje quero isso. Amanhã, não sei. No meu castelo de quereres, nenhuma pedra é definitiva.
texto de 14/11/2010
Quem me conhece sabe a dificuldade que tenho em continuar. Durmo apaixonada e acordo desinteressada. Faço planos e desisto deles ao menor sinal de possibilidade. Me interessa o desafio. Os difíceis demais, os que são demais, os que querem demais, os que tem almas e desejos em excesso. Porém, por pura contradição, a bem da verdade, só quero a simplicidade. Deitar depois de um dia complexo e dividir o silêncio com um filme. Quero chá e companhia nas madrugadas frias. Quero esquecer que o dia seguinte me cobrará as horas de sono perdidas e perdê-las sem culpa.
Quero encontrar as verdades que alguém guarda nas entrelinhas. Quero a sensibilidade latente que se esconde no que só parece. Hoje quero isso. Amanhã, não sei. No meu castelo de quereres, nenhuma pedra é definitiva.
texto de 14/11/2010
segunda-feira, agosto 27, 2012
A sentença
De mim, eu sei. Sei que tenho uma personalidade complexa, sou feita de enormes exceções e minúsculas regras. Sei que minha prioridade não é a mesma da imensa maioria, meus sonhos são diferentes e minhas vontades mutáveis.
Preciso de silêncio e não me faz mal estar sozinha. Gosto de domingos inteiros de pijama com a companhia de uma série recém descoberta, de um livro que me prende no sofá, de uma música que não consigo parar de ouvir. Gosto das coisas que independem da presença de alguém.
Amo os meus. Meus amigos e minha família. Não confio em quem não tem ao menos um grande amigo, ao menos uma grande pessoa com quem consiga dividir tudo sem o menor receio. Preciso de quem me entende sem julgar e que guarda em si uma risada sonora da piada subtendida que existe na minha vida.
Não sou uma daquelas pessoas que conseguem caber dentro da expectativa de outro. Destrua suas expectativas e conquiste minha admiração. Dê mais para o mundo do que espera dele. Construa seus sonhos e trace planos de como viver o irreal. Faça do irreal um céu que consiga tocar. Toque e me olhe no olho quando falar comigo. Me conte suas posições políticas, sua música preferida, o livro que mudou a sua vida e o filme que te faz chorar sempre na mesma cena. Me deixe te conhecer e me conheça ao mesmo tempo.
"Acho que quando você gostar de verdade de alguém, achará tempo e paciência". De tudo que alguém não entende de mim, essa frase, quase como uma agressão me foi dada como uma sentença. Não nego toda verdade que cabe nela. Até a vírgula é uma possibilidade e depois dela o encontro. Tudo na minha vida acaba por tempo e paciência. O tempo que gasto sonhando, indo de um lado pro outro, fazendo a unha, andando muito mais devagar porque preciso estar de salto. O tempo que não tenho. E a paciência que me falta. Sempre que fica demais, acaba. Sempre que não acho o tom certo, mudo a cadência da minha música. Sempre que não anda, desanda. Falta persistir ou falta achar alguém que eu goste de verdade. É falta. É o que me falta.
Mas, daí, chega um whatsapp que me faz rir pela compreensão que existe de quem divide comigo essa verdade de não caber em estreitos. Ou não caber em lugar nenhum, o que espero que não. Por agora, me vale estar entre os meus, entre o que existe enquanto desenho um irreal... até que.
De mim, eu sei. Sei que tenho uma personalidade complexa, sou feita de enormes exceções e minúsculas regras. Sei que minha prioridade não é a mesma da imensa maioria, meus sonhos são diferentes e minhas vontades mutáveis.
Preciso de silêncio e não me faz mal estar sozinha. Gosto de domingos inteiros de pijama com a companhia de uma série recém descoberta, de um livro que me prende no sofá, de uma música que não consigo parar de ouvir. Gosto das coisas que independem da presença de alguém.
Amo os meus. Meus amigos e minha família. Não confio em quem não tem ao menos um grande amigo, ao menos uma grande pessoa com quem consiga dividir tudo sem o menor receio. Preciso de quem me entende sem julgar e que guarda em si uma risada sonora da piada subtendida que existe na minha vida.
Não sou uma daquelas pessoas que conseguem caber dentro da expectativa de outro. Destrua suas expectativas e conquiste minha admiração. Dê mais para o mundo do que espera dele. Construa seus sonhos e trace planos de como viver o irreal. Faça do irreal um céu que consiga tocar. Toque e me olhe no olho quando falar comigo. Me conte suas posições políticas, sua música preferida, o livro que mudou a sua vida e o filme que te faz chorar sempre na mesma cena. Me deixe te conhecer e me conheça ao mesmo tempo.
"Acho que quando você gostar de verdade de alguém, achará tempo e paciência". De tudo que alguém não entende de mim, essa frase, quase como uma agressão me foi dada como uma sentença. Não nego toda verdade que cabe nela. Até a vírgula é uma possibilidade e depois dela o encontro. Tudo na minha vida acaba por tempo e paciência. O tempo que gasto sonhando, indo de um lado pro outro, fazendo a unha, andando muito mais devagar porque preciso estar de salto. O tempo que não tenho. E a paciência que me falta. Sempre que fica demais, acaba. Sempre que não acho o tom certo, mudo a cadência da minha música. Sempre que não anda, desanda. Falta persistir ou falta achar alguém que eu goste de verdade. É falta. É o que me falta.
Mas, daí, chega um whatsapp que me faz rir pela compreensão que existe de quem divide comigo essa verdade de não caber em estreitos. Ou não caber em lugar nenhum, o que espero que não. Por agora, me vale estar entre os meus, entre o que existe enquanto desenho um irreal... até que.
domingo, agosto 19, 2012
A semana inteira...
Os domingos e a sua capacidade especial de me fazer sentir falta. O vazio que se abre nesse dia me faz voltar a sonhar com o encontro que vai me presentear com companhia. Alguém para ver o dia passar em preguiça ou para ir brincar com os cachorros que se espreguiçam no Villa Lobos. Alguém para andar de bicicleta e me fazer tropeçar no riso. Alguém com quem cozinhar ou mudar a ordem do dia. Alguém que agradeça o garçom e o olhe no olho do segurança. Alguém que seja gente e olhe no olho de todas as pessoas, sem distinção. Alguém que me olhe no olho e veja meus medos. Alguém que desfaça os nós do meu passado para me ter, por completo, naquele agora.
Alguém que seja generoso com o mundo e consigo. Que veja piada nos próprios defeitos e se perdoe pela ausência de perfeição. Alguém que ame os dias e cada pequena possibilidade de renovação. Alguém que se permita e me permita ser, infinitamente e indefinidamente. Que não me espere e não me cobre. Aquele alguém capaz de me soltar para voar e me ajudar a querer voltar. Que não seja complicado demais a ponto de me dar preguiça e nem simples demais a ponte de me desinteressar.
Alguém que me encante com seus mistérios e com o tom da voz. Com o sorriso alto, com o olhos sinceros, com vida no corpo e na alma. Alguém me faça perder a calma e contar os dias até um próximo dia.
Mas, amanhã é segunda, uma das 48 segundas chances e dias desse do ano. Quarenta e oito, todo ano, a cada ano. A garantia de 48 dias que acordo feliz. Mais uma segunda(feira)chance.
Os domingos e a sua capacidade especial de me fazer sentir falta. O vazio que se abre nesse dia me faz voltar a sonhar com o encontro que vai me presentear com companhia. Alguém para ver o dia passar em preguiça ou para ir brincar com os cachorros que se espreguiçam no Villa Lobos. Alguém para andar de bicicleta e me fazer tropeçar no riso. Alguém com quem cozinhar ou mudar a ordem do dia. Alguém que agradeça o garçom e o olhe no olho do segurança. Alguém que seja gente e olhe no olho de todas as pessoas, sem distinção. Alguém que me olhe no olho e veja meus medos. Alguém que desfaça os nós do meu passado para me ter, por completo, naquele agora.
Alguém que seja generoso com o mundo e consigo. Que veja piada nos próprios defeitos e se perdoe pela ausência de perfeição. Alguém que ame os dias e cada pequena possibilidade de renovação. Alguém que se permita e me permita ser, infinitamente e indefinidamente. Que não me espere e não me cobre. Aquele alguém capaz de me soltar para voar e me ajudar a querer voltar. Que não seja complicado demais a ponto de me dar preguiça e nem simples demais a ponte de me desinteressar.
Alguém que me encante com seus mistérios e com o tom da voz. Com o sorriso alto, com o olhos sinceros, com vida no corpo e na alma. Alguém me faça perder a calma e contar os dias até um próximo dia.
Mas, amanhã é segunda, uma das 48 segundas chances e dias desse do ano. Quarenta e oito, todo ano, a cada ano. A garantia de 48 dias que acordo feliz. Mais uma segunda(feira)chance.
segunda-feira, agosto 13, 2012
Como é grande, o meu amor, por você...
Tem horas que quase sufoca. Que eu sinto tudo e tanto. Que me emociono com fotos, com lembranças, com o cheiro, com a cerveja que sempre tomamos lá, com os sorrisos que eles sempre guardam estampados em seus rostos mansos. Eles, os meus amigos, os cariocas. O cheiro da cidade, as fotos que cada um que conhece e se encanta, compartilha nas infinitas redes sociais (sempre tão impessoais). Me sinto mais humana quando desembarco no Rio. Me sinto plena e sou. Sou com a certeza que a vida continuará me esperando na minha também querida selva de pedra, o Rio é suspiro e São Paulo respiro. O Rio é manso, é respirar fundo, é sentir o que existe de bonito e como é bonito.
O Rio é ponto e vírgula, é uma pausa mais longe, é um sentir mais manso. Os cariocas que me encantaram, os abraços, os sorrisos, os encontros. As tardes na praia, o pôr do sol no Arpoador, o como ainda acho engraçado marcar com alguém na praia, entre um posto e outro, em Ipanema, sempre Ipanema que em poucos minutos dá nas pedras do Arpoador. O Rio é democracia. É shorts, camiseta e chinelo. É biquini sempre pronto para alterar a rota. O Rio é sorriso espontâneo e gargalhada garantida. O Rio é sonoro e eu gosto do som das pessoas.
O Rio é encanto e eu sempre me encanto... por você, cidade maravilhosa.
Tem horas que quase sufoca. Que eu sinto tudo e tanto. Que me emociono com fotos, com lembranças, com o cheiro, com a cerveja que sempre tomamos lá, com os sorrisos que eles sempre guardam estampados em seus rostos mansos. Eles, os meus amigos, os cariocas. O cheiro da cidade, as fotos que cada um que conhece e se encanta, compartilha nas infinitas redes sociais (sempre tão impessoais). Me sinto mais humana quando desembarco no Rio. Me sinto plena e sou. Sou com a certeza que a vida continuará me esperando na minha também querida selva de pedra, o Rio é suspiro e São Paulo respiro. O Rio é manso, é respirar fundo, é sentir o que existe de bonito e como é bonito.
O Rio é ponto e vírgula, é uma pausa mais longe, é um sentir mais manso. Os cariocas que me encantaram, os abraços, os sorrisos, os encontros. As tardes na praia, o pôr do sol no Arpoador, o como ainda acho engraçado marcar com alguém na praia, entre um posto e outro, em Ipanema, sempre Ipanema que em poucos minutos dá nas pedras do Arpoador. O Rio é democracia. É shorts, camiseta e chinelo. É biquini sempre pronto para alterar a rota. O Rio é sorriso espontâneo e gargalhada garantida. O Rio é sonoro e eu gosto do som das pessoas.
O Rio é encanto e eu sempre me encanto... por você, cidade maravilhosa.
domingo, agosto 05, 2012
"Calma, tudo está em calma"
Da última vez que te pedi, no meio da noite, para me encontrar, te contei um dos meus segredos: sou toda agora. Minha vida é feita de urgência. Me conquista quem vive no momento presente. Porque depois a gente vê, depois a gente pensa, depois a gente racionaliza, depois a gente paga as parcelas, depois a gente acerta a conta, depois medimos o peso do envolvimento irracional.
Já fui depois, já senti conforto, já me apaixonei por ideais, já me encantei por ideias, já fui embora, já fiquei, já naufraguei, já me afoguei e já aprendi a nadar. Não me passou tudo porque ainda me falta muito. Quero dar pro mundo o dobro do que ele me devolve. Quero paz, música, arte, poesia, literatura, calmaria. Quero calmaria do fim de tarde dentro de um abraço que me guarde do mundo. Queria ser menos urgente sem de deixar de ser agora.
Quero só paz e que essa nunca me falte.
Da última vez que te pedi, no meio da noite, para me encontrar, te contei um dos meus segredos: sou toda agora. Minha vida é feita de urgência. Me conquista quem vive no momento presente. Porque depois a gente vê, depois a gente pensa, depois a gente racionaliza, depois a gente paga as parcelas, depois a gente acerta a conta, depois medimos o peso do envolvimento irracional.
Já fui depois, já senti conforto, já me apaixonei por ideais, já me encantei por ideias, já fui embora, já fiquei, já naufraguei, já me afoguei e já aprendi a nadar. Não me passou tudo porque ainda me falta muito. Quero dar pro mundo o dobro do que ele me devolve. Quero paz, música, arte, poesia, literatura, calmaria. Quero calmaria do fim de tarde dentro de um abraço que me guarde do mundo. Queria ser menos urgente sem de deixar de ser agora.
Quero só paz e que essa nunca me falte.
quarta-feira, julho 18, 2012
we are accidents (waiting) waiting to happen
Leve. Me sinto assim. Existe cor nos meus dias cinzas na cidade que não para e onde não paro. "Não crio raiz", como escreveu alguém que conheci por acaso no acaso dos dias. Não me prendo, não finco, não fico. Saio leve pela madrugada fria, pela tarde vazia, pela casa em companhia do silêncio que esquenta. As sensações não me incomodam. Nem o frio, nem a chuva, nem as três mil blusas que me protegem.
Me perdi e me reencontrei. Me perdi quando me permiti e voltei refeita. Voltei a me apaixonar de forma simples pelas coisas que não se tocam. Fiz as pazes com a angústia da minha banda preferida. Fiz as pazes com o poderia ter sido. Fiz as pazes com o que tem a possibilidade de ser. Fiz as pazes com a leveza.
Me interessa a poesia, me interessa aprender, me interessa o que de novo existe depois da linha que ainda não escrevi nesse enorme livro que chamamos de vida.
Áries com ascendente em escorpião e lua em gêmeos. Fogo, terra e ar. Ardo como um ariano arde na sua urgência de vida, me movimento como o bicho de terra e sinto com o devaneio do ar. Os anos me mostraram que fugir da essência sempre me levou para longe, de mim, e sou tartaruga que precisa do casco para existir onde é só seu no mundo.
Já dei tantas voltas, já corri enormes maratonas, já fugi de sentir, já já já. Já cansei também. O meu tempo é agora e ele está, espero que o verbo passe para o infinit(iv)o e se torne ser, leve.
Leve. Me sinto assim. Existe cor nos meus dias cinzas na cidade que não para e onde não paro. "Não crio raiz", como escreveu alguém que conheci por acaso no acaso dos dias. Não me prendo, não finco, não fico. Saio leve pela madrugada fria, pela tarde vazia, pela casa em companhia do silêncio que esquenta. As sensações não me incomodam. Nem o frio, nem a chuva, nem as três mil blusas que me protegem.
Me perdi e me reencontrei. Me perdi quando me permiti e voltei refeita. Voltei a me apaixonar de forma simples pelas coisas que não se tocam. Fiz as pazes com a angústia da minha banda preferida. Fiz as pazes com o poderia ter sido. Fiz as pazes com o que tem a possibilidade de ser. Fiz as pazes com a leveza.
Me interessa a poesia, me interessa aprender, me interessa o que de novo existe depois da linha que ainda não escrevi nesse enorme livro que chamamos de vida.
Áries com ascendente em escorpião e lua em gêmeos. Fogo, terra e ar. Ardo como um ariano arde na sua urgência de vida, me movimento como o bicho de terra e sinto com o devaneio do ar. Os anos me mostraram que fugir da essência sempre me levou para longe, de mim, e sou tartaruga que precisa do casco para existir onde é só seu no mundo.
Já dei tantas voltas, já corri enormes maratonas, já fugi de sentir, já já já. Já cansei também. O meu tempo é agora e ele está, espero que o verbo passe para o infinit(iv)o e se torne ser, leve.
O título é de There There do Radiohead aka banda da vida.
quarta-feira, julho 11, 2012
(so)RIO
Dias para fugir do caos e me encontrar na calma que me falta. Dias para encontrar amor em simplicidade e carinho em gestos pequenos. É fim de tarde olhando o mar, dia chuvoso em euforia, madrugada fria em festa.
É uma cidade que cabe o mundo inteiro e me renova enquanto inova no meu sentir. São abraços, é colo, é carinho e encontro. Uma tarde inteira na praia enquanto o vento tenta nos expulsar. É o mar me envolvendo em calma enquanto as crianças correm ao redor e os casais sorriem na preguiça do colo que um empresta ao outro. É tudo mais verdade e mais simples, as pessoas são mais coloridas e os dias menos pesados. É uma festa com música boa, pessoas incríveis, risadas sonoras e no fim dormir no colo do amigo envolvida em paz e cansaço.
Um domingo no supermercado, fazendo pasteis, tentando jogar sinuca em uma sala apertada, rindo de besteiras, cantando músicas bonitas e sorrindo até o rosto ficar dolorido. É um encontro depois de anos e o conforto da presença do outro.
É simples porque lá as pessoas sorriem, se abraçam, se ajudam e se gostam. É simples porque voltar ao Rio sempre me renova e me mostra algo de novo... Como sentir de novo... em paz.
Dias para fugir do caos e me encontrar na calma que me falta. Dias para encontrar amor em simplicidade e carinho em gestos pequenos. É fim de tarde olhando o mar, dia chuvoso em euforia, madrugada fria em festa.
É uma cidade que cabe o mundo inteiro e me renova enquanto inova no meu sentir. São abraços, é colo, é carinho e encontro. Uma tarde inteira na praia enquanto o vento tenta nos expulsar. É o mar me envolvendo em calma enquanto as crianças correm ao redor e os casais sorriem na preguiça do colo que um empresta ao outro. É tudo mais verdade e mais simples, as pessoas são mais coloridas e os dias menos pesados. É uma festa com música boa, pessoas incríveis, risadas sonoras e no fim dormir no colo do amigo envolvida em paz e cansaço.
Um domingo no supermercado, fazendo pasteis, tentando jogar sinuca em uma sala apertada, rindo de besteiras, cantando músicas bonitas e sorrindo até o rosto ficar dolorido. É um encontro depois de anos e o conforto da presença do outro.
É simples porque lá as pessoas sorriem, se abraçam, se ajudam e se gostam. É simples porque voltar ao Rio sempre me renova e me mostra algo de novo... Como sentir de novo... em paz.
segunda-feira, julho 02, 2012
Bem que se quis
Depois de tudo ainda ser feliz
Muito obrigada por tudo que você me mostrou. Pelo jeito simples que se tornou sentir. Eu que nunca fui de me permitir, me vi, sozinha, no meio de um monte de sentimentos desconexos. Sentindo tudo e muito. Conversas que nos fizeram girar no centro do que deixou de ser pela minha distância e pelo jeito que você colocou alguém entre nós. Declaro a ausência de culpados e só hoje percebo que sempre existiram alguns e nunca nós. Éramos a sombra da nossa vontade de acertar depois de tantos erros. Eu passei os últimos anos da minha vida persistindo na história que criei para viver. Passei os últimos anos me enchendo de obrigações, de outras prioridades, de trabalho e da ausência de tempo. Mas, obrigada, você me mostrou que existe tempo e vida em mim, mostrou que posso sentir coisas bonitas de forma real.
Ouço todas as músicas que me fazem voltar no tempo. Dido, Marisa Monte, Elis Regina, Radiohead, Feist, Regina Spektor, Luiza Possi, Legião Urbana, Cat Power e tantos outros que embalam em melodias doces alguns pesares. Seguro o último respiro do que vivemos para te conservar sem pesar no meu passado.
Não existe um depois para o que não é agora. Não posso e nem vou te esperar, como diz a música no repeat infinito. Nas nossas últimas conversas lembro da esperança de um novo tempo, de um novo momento, de nós. Só que prefiro te levar enquanto não existem grandes mágoas. Sigo, leve e difusa, leve e profusa, leve e confusa. Sigo porque seguir é a melhor forma de continuar. Sem você, sem nós, sem o fim que foi caos.
Ao mesmo tempo, obrigada, por ter me feito notar os sorrisos ao lado. As frases e a ternura dos outros. De uma forma simples, obrigada por me deixar e me fazer continuar... sem você.
Depois de tudo ainda ser feliz
Muito obrigada por tudo que você me mostrou. Pelo jeito simples que se tornou sentir. Eu que nunca fui de me permitir, me vi, sozinha, no meio de um monte de sentimentos desconexos. Sentindo tudo e muito. Conversas que nos fizeram girar no centro do que deixou de ser pela minha distância e pelo jeito que você colocou alguém entre nós. Declaro a ausência de culpados e só hoje percebo que sempre existiram alguns e nunca nós. Éramos a sombra da nossa vontade de acertar depois de tantos erros. Eu passei os últimos anos da minha vida persistindo na história que criei para viver. Passei os últimos anos me enchendo de obrigações, de outras prioridades, de trabalho e da ausência de tempo. Mas, obrigada, você me mostrou que existe tempo e vida em mim, mostrou que posso sentir coisas bonitas de forma real.
Ouço todas as músicas que me fazem voltar no tempo. Dido, Marisa Monte, Elis Regina, Radiohead, Feist, Regina Spektor, Luiza Possi, Legião Urbana, Cat Power e tantos outros que embalam em melodias doces alguns pesares. Seguro o último respiro do que vivemos para te conservar sem pesar no meu passado.
Não existe um depois para o que não é agora. Não posso e nem vou te esperar, como diz a música no repeat infinito. Nas nossas últimas conversas lembro da esperança de um novo tempo, de um novo momento, de nós. Só que prefiro te levar enquanto não existem grandes mágoas. Sigo, leve e difusa, leve e profusa, leve e confusa. Sigo porque seguir é a melhor forma de continuar. Sem você, sem nós, sem o fim que foi caos.
Ao mesmo tempo, obrigada, por ter me feito notar os sorrisos ao lado. As frases e a ternura dos outros. De uma forma simples, obrigada por me deixar e me fazer continuar... sem você.
sexta-feira, junho 29, 2012
Roda gigante
Dói pela ausência e pelo fim da cumplicidade. Faz falta o abraço no meio da madrugada. O jeito que você me olhava de manhã e as manhãs que se enrolavam em preguiça enquanto as obrigações entravam por debaixo da porta. Faz falta.
É por falta que começo viver uma vida inteira pra fora. Saio, dou risada, conheço pessoas, encontro conhecidos por acaso no meio da Avenida Paulista, esbarro com um ex-caso na Livraria Cultura, sorrio para senhoras e crianças no metrô. É quando me importo menos, penso menos, vivo menos porque vivo demais.
Lembro do "eterno retorno", Nietzsche e a sua teoria que me desespera e conforta, os sentimentos todos se repetindo, o tempo inteiro, em situações diferentes. Não querer perder, dar um jeito simples de me ter por perto, ir e voltar, quantas vezes e quantos. Todos os que se apegam a aparência de que pouco me importo. É, verdade, parece que estou sempre ocupada demais com outras coisas e que sentir não é exatamente o meu forte. Sempre me visto de frieza para não me entregar com franqueza. Sempre saio antes de criar raiz.
Me enrolo, me divirto, me autosaboto, me culpo, me machuco, me perco até que me encontro em um novo sorriso e aí...
Dói pela ausência e pelo fim da cumplicidade. Faz falta o abraço no meio da madrugada. O jeito que você me olhava de manhã e as manhãs que se enrolavam em preguiça enquanto as obrigações entravam por debaixo da porta. Faz falta.
É por falta que começo viver uma vida inteira pra fora. Saio, dou risada, conheço pessoas, encontro conhecidos por acaso no meio da Avenida Paulista, esbarro com um ex-caso na Livraria Cultura, sorrio para senhoras e crianças no metrô. É quando me importo menos, penso menos, vivo menos porque vivo demais.
Lembro do "eterno retorno", Nietzsche e a sua teoria que me desespera e conforta, os sentimentos todos se repetindo, o tempo inteiro, em situações diferentes. Não querer perder, dar um jeito simples de me ter por perto, ir e voltar, quantas vezes e quantos. Todos os que se apegam a aparência de que pouco me importo. É, verdade, parece que estou sempre ocupada demais com outras coisas e que sentir não é exatamente o meu forte. Sempre me visto de frieza para não me entregar com franqueza. Sempre saio antes de criar raiz.
Me enrolo, me divirto, me autosaboto, me culpo, me machuco, me perco até que me encontro em um novo sorriso e aí...
segunda-feira, junho 25, 2012
Somebody That I Used To Know
Hoje acordei e decidi me sentir melhor. Corri os quatro quilômetros dos meus últimos todos dias ouvindo o disco que não consigo largar. Coloquei um blazer alinhado e a touca que me faz sentir uma estudante da Sorbonne. Me maquiei e me senti bem. Fui observada pelo rapaz ao meu lado no metrô e por uma garota alguns bancos a frente. Me senti bem pelos olhares.
Tenho pensado em Paris e em Londres. Tenho pensado em fugir para algum lugar na bela companhia de um livro. Tenho fugido e me encontrado nas linhas tortas do meu passado. Encontrei textos que me fazem sentir as mesmas coisas de quatro anos idos. Pensei em voltar a escrever para você e tentar entender o que ele me disse naquela noite. Pensei em esquecer o passado e simplesmente continuar. Passei o dia entre as minhas velhas conhecidas obrigações, falei futilidades e das promoções que acabaram com o meu orçamento.
Passei o dia me sentindo bem e daí chegou a noite... quando já não sei mais o que sinto.
Hoje acordei e decidi me sentir melhor. Corri os quatro quilômetros dos meus últimos todos dias ouvindo o disco que não consigo largar. Coloquei um blazer alinhado e a touca que me faz sentir uma estudante da Sorbonne. Me maquiei e me senti bem. Fui observada pelo rapaz ao meu lado no metrô e por uma garota alguns bancos a frente. Me senti bem pelos olhares.
Tenho pensado em Paris e em Londres. Tenho pensado em fugir para algum lugar na bela companhia de um livro. Tenho fugido e me encontrado nas linhas tortas do meu passado. Encontrei textos que me fazem sentir as mesmas coisas de quatro anos idos. Pensei em voltar a escrever para você e tentar entender o que ele me disse naquela noite. Pensei em esquecer o passado e simplesmente continuar. Passei o dia entre as minhas velhas conhecidas obrigações, falei futilidades e das promoções que acabaram com o meu orçamento.
Passei o dia me sentindo bem e daí chegou a noite... quando já não sei mais o que sinto.
domingo, junho 24, 2012
Eu Não Tenho Um Barco, disse a árvore
Ler, ouvir música, assistir um filme, andar no parque, prestar atenção nas crianças que sorriem para mim no metrô, brincar com o cachorro, dormir na rede, observar o jeito que se move as folhas que caem das árvores do parque sempre vazio que fica ao lado da rádio. Dar valor ao que de pequeno existe no mais sincero das coisas. Me apegar aos detalhes que não percebo porque vivo com pressa enquanto me entorpeço de obrigações. Quando me encontro em caos me encontro no silêncio.
Já consigo sentir e seguir sem me abrigar na segurança do meu passado. Não acredito nas mudanças, não acredito que vá ser diferente, não acredito em reconstrução da vontade. Acabou porque não sou mais ponto e vírgula. Acabou porque foram muitos anos esperando e a espera também desgasta. A espera amargou o sentimento e da pureza sobraram as palavras. Essas sim... ainda suas.
Ler, ouvir música, assistir um filme, andar no parque, prestar atenção nas crianças que sorriem para mim no metrô, brincar com o cachorro, dormir na rede, observar o jeito que se move as folhas que caem das árvores do parque sempre vazio que fica ao lado da rádio. Dar valor ao que de pequeno existe no mais sincero das coisas. Me apegar aos detalhes que não percebo porque vivo com pressa enquanto me entorpeço de obrigações. Quando me encontro em caos me encontro no silêncio.
Já consigo sentir e seguir sem me abrigar na segurança do meu passado. Não acredito nas mudanças, não acredito que vá ser diferente, não acredito em reconstrução da vontade. Acabou porque não sou mais ponto e vírgula. Acabou porque foram muitos anos esperando e a espera também desgasta. A espera amargou o sentimento e da pureza sobraram as palavras. Essas sim... ainda suas.
sábado, junho 23, 2012
Melhor parte de mim
Quase dez anos, um ano longe, muitos meses sem se encontrar, um trabalho de conclusão de curso, os e-mails cada vez mais resumidos dentro de uma série de obrigações, a garantia do abraço necessário e o depósito dos melhores conselhos. É quase sempre como voltar para o lar, segurança e compreensão, é o sentimento de pertencer e ter tido a sorte de ter encontrado a amizade no seu estado mais puro e raro.
Cada uma é um. São profissões, anseios e problemas diferentes. Em comum as risadas, os shows divididos, as lágrimas confidenciadas, os medos confessados e os planos divididos. É amizade no bar, no café e em todos os lugares de toda vida. É sempre o meu lugar para voltar. Meu porto seguro móvel. Minha melhor amiga, minha enorme amiga, minha amiga de alma, minha irmã que a vida me deixou escolher.
LUV, GOR!
Quase dez anos, um ano longe, muitos meses sem se encontrar, um trabalho de conclusão de curso, os e-mails cada vez mais resumidos dentro de uma série de obrigações, a garantia do abraço necessário e o depósito dos melhores conselhos. É quase sempre como voltar para o lar, segurança e compreensão, é o sentimento de pertencer e ter tido a sorte de ter encontrado a amizade no seu estado mais puro e raro.
Cada uma é um. São profissões, anseios e problemas diferentes. Em comum as risadas, os shows divididos, as lágrimas confidenciadas, os medos confessados e os planos divididos. É amizade no bar, no café e em todos os lugares de toda vida. É sempre o meu lugar para voltar. Meu porto seguro móvel. Minha melhor amiga, minha enorme amiga, minha amiga de alma, minha irmã que a vida me deixou escolher.
LUV, GOR!
domingo, junho 17, 2012
Olhos luz
Como faço para acalmar as lembranças? Como apago o seu riso de mim? Como apago a luz dos seus olhos claros que ilumina as minhas noites e não me deixa dormir? Eu sei que fui eu, foi a minha ausência que deu espaço para tantos maus entendidos, foi a minha ausência que abriu o espaço que alguém preencheu.
Te avisei muitas coisas, te contei (antes de tudo) do meu problema em ficar e em como escrever era um exercício de ficção. Te pedi perdão, de antemão, pelo meu constante sentimento de abandono e pelo de fato de que por proteção (ou medo) me afasto de tudo que poderia me fazer criar raiz. E sinto, sinto muito e sinto tudo. Você me chama de marrenta e me faz rir lembrando do quanto você fazia tudo para me dobrar. Me faz rir da última viagem, da companhia, de me ajudar a cozinhar pros nossos amigos e me atrapalhar no mesmo nível.
"As horas andam com pressa, eu ando devagar". Tá tudo passando, tá dolorido como um dia depois que fui do Parque do Ibirapuera ao Parque Villa Lobos de bicicleta, a sensação de superação do circuito completo e o corpo dolorido, tá tudo emocionalmente parecido com o que me fez sentir o desafio físico. Foi uma semana sem conseguir me envolver com nenhuma atividade que não fizesse parte das obrigações, foi uma semana difícil e dolorida, foi uma semana que me devolveu o meu passado. Foi uma semana sentindo muito e sentindo tudo, foi uma semana para apagar os seus olhos claros de mim, o mais difícil de tudo. Os seus olhos claros. Seus...
Como faço para acalmar as lembranças? Como apago o seu riso de mim? Como apago a luz dos seus olhos claros que ilumina as minhas noites e não me deixa dormir? Eu sei que fui eu, foi a minha ausência que deu espaço para tantos maus entendidos, foi a minha ausência que abriu o espaço que alguém preencheu.
Te avisei muitas coisas, te contei (antes de tudo) do meu problema em ficar e em como escrever era um exercício de ficção. Te pedi perdão, de antemão, pelo meu constante sentimento de abandono e pelo de fato de que por proteção (ou medo) me afasto de tudo que poderia me fazer criar raiz. E sinto, sinto muito e sinto tudo. Você me chama de marrenta e me faz rir lembrando do quanto você fazia tudo para me dobrar. Me faz rir da última viagem, da companhia, de me ajudar a cozinhar pros nossos amigos e me atrapalhar no mesmo nível.
"As horas andam com pressa, eu ando devagar". Tá tudo passando, tá dolorido como um dia depois que fui do Parque do Ibirapuera ao Parque Villa Lobos de bicicleta, a sensação de superação do circuito completo e o corpo dolorido, tá tudo emocionalmente parecido com o que me fez sentir o desafio físico. Foi uma semana sem conseguir me envolver com nenhuma atividade que não fizesse parte das obrigações, foi uma semana difícil e dolorida, foi uma semana que me devolveu o meu passado. Foi uma semana sentindo muito e sentindo tudo, foi uma semana para apagar os seus olhos claros de mim, o mais difícil de tudo. Os seus olhos claros. Seus...
sexta-feira, junho 08, 2012
o universo inteiro numa casca de noz
É quando me olho no espelho e tiro a maquiagem do dia que foi. É quando tiro a bota e a camisa que me irritaram o dia inteiro. É quando prendo o cabelo em um coque e tiro o relógio. É quando me encontro sozinha e me vejo inteira em mim que sinto e me sinto.
Vejo as marcas que o meu passado me deixou. A minha dificuldade de lidar com o que os outros sentem por mim e a minha própria em sentir muito tempo. O que vivi me endureceu e me fez o que sou.
Carrego a necessidade de transformar a minha solidão em poesia e fazer da ausência minha vontade frágil de estar. Faço da vida minha própria criação e de vários motivos errados tiro o que me impulsa a sentir. Seria bonito, não fosse o fato de que algo nessa equação sempre me decepciona. Somos responsáveis por todos que cativamos e eu sempre faço questão de cativar alguns para me assombrar por algumas madrugadas frias. Não é voluntário, não penso e não escolho, até arrisco dizer que não quero. Chego a conclusões óbvias como a que posso ter transformado a rotina em um hábito. Me empolgo, admiro, faço planos, divido cafés e vida, acredito que finalmente encontrei alguém vibrando em uma sintonia parecida. Até que... não.
Sofro sem fazer alarde. Escrevo e-mails que nunca vou enviar, textos que nunca vou publicar, me desfaço apenas do número do telefone para que o que não foi dito não venha a ser escancarado por impulso. Me preservo, me reservo, tiro a maquiagem, a camisa e botas que incomodaram, prendo o cabelo em um coque, tiro o relógio, coloco uma música alta, converso com a minha melhor amiga, deito na companhia de um livro e amanhã é mais um dia. Da roda viva do viver, só preciso tirar alguns da minha, até nunca mais.
"Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito..."
Shakespeare
domingo, junho 03, 2012
Inegável
Sou eu. É a minha grande e conhecida inconstância. Sou eu que não consigo ficar. É o que alguns admiram e o que o mundo não compreende. É uma necessidade quase infantil de ficar na ponta dos pés tentando ver o que está acima dos meus olhos ou abaixo da proteção segura de uma ponte. Olho para o horizonte e é nele que sinto conforto, me fascina e intriga o infinito, me empresta paz o que ainda não conheço.
Deve ser feliz quem não conhece a angústia. Deve ser calmo quem não se preocupa com o que há além. Quero tantas coisas, quero olhar no fundo do olho das pessoas e encontrar verdade, quero noites com a lua de testemunha e manhãs frias em boa companhia. Quero conseguir ter o que já tive e não soube ter. Quero deixar de repetir erros e vontades. Quero um encontro que preencha a minha necessidade de infinito e me faça estar. Quero um aqui e agora que seja suficiente. Quero calma nos meus sonhos e vontades. Quero saciar minha busca sem embriagar meus sentidos. Quero cumplicidade no sentir, no pensar e nos planos. Não precisamos e nem é complementar querermos as mesmas coisas... Mas, se nossas vidas não estão dispostas, elas sempre estarão opostas.
Dos meus amores passados... um leve gosto de saudades e a culpa porque não pude, não posso e não poderia ficar... Eu preciso, realmente, encontrar quem me ajude a voar.
Deve ser feliz quem não conhece a angústia. Deve ser calmo quem não se preocupa com o que há além. Quero tantas coisas, quero olhar no fundo do olho das pessoas e encontrar verdade, quero noites com a lua de testemunha e manhãs frias em boa companhia. Quero conseguir ter o que já tive e não soube ter. Quero deixar de repetir erros e vontades. Quero um encontro que preencha a minha necessidade de infinito e me faça estar. Quero um aqui e agora que seja suficiente. Quero calma nos meus sonhos e vontades. Quero saciar minha busca sem embriagar meus sentidos. Quero cumplicidade no sentir, no pensar e nos planos. Não precisamos e nem é complementar querermos as mesmas coisas... Mas, se nossas vidas não estão dispostas, elas sempre estarão opostas.
Dos meus amores passados... um leve gosto de saudades e a culpa porque não pude, não posso e não poderia ficar... Eu preciso, realmente, encontrar quem me ajude a voar.
quarta-feira, maio 30, 2012
mais alegria no meu jeito de me dar
Não ser por simplicidade, por qualquer coisa, para qualquer momento. Não ser tudo de uma vez só e reservar os detalhes ao mínimo do mistério. Admitir fraquezas e confessar vontades.Trocas mútuas de admiração e respeito. Fins de tarde olhando o mar regados por conversas silenciosas.
Me falta as poucas linhas acima e muita compreensão. Não me encontro mais nos assuntos que existiram. Não faço mais os mesmo planos. Não caibo mais nos mesmos espaços. Não encontro mais companhia na presença do meu passado. Estou mudando, mais uma vez, e ficando cada vez mais sozinha. Não bebo para esquentar, não bebo para esquecer, não bebo porque não me interessa lidar com o vazio e o incomodo da ressaca. Quero viver lúcida e conseguir enxergar graça nas pessoas sem trapacear, sem embriagar meus sentidos e sentimentos.
"Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria no meu jeito de me dar". Faz dias que tenho pensado nessa música, nas frases prontas, no violão dedilhado, na poesia que pode fazer folia e como tenho sentido só no meio da multidão. Ainda existem os meus amigos, os de sempre e os que vão e vem, os que cabem cada um em uma situação e os que são universais. Existem pessoas que me fazem pensar e eu tenho tentado evitar ao máximo o momento que pensar vai ser inevitável. É como o cara que pulou do carro em movimento, no filme bobo que assisti hoje, apenas para não enfrentar a conversa pós-separação. É fuga, nossas imensas e constantes fugas, essas que podem ser pular do carro em movimento ou evitar as pessoas que sabem exatamente como colocar em prova as minhas certezas, nesse momento, tão vazias.
De repente, me falta gente. Gente que cala e sorri. Gente que chora e fala. Gente que arde. Gente que grita. Gente que é gente na sua mais doce complexidade. Gente que é bicho no amor pelas coisas todas. Gente que enxerga. Gente que se envolve. Gente que é como gato e se acostuma. Gente que é como cachorro e se apaixona. Gente que é vida. Gente que separa as coisas, que consegue me levar de forma mansa, que me faz querer parar os minutos antes que eles se tornem horas e me tirem o tempo. Me falta gente de verdade. Me falta um querer genuíno qualquer que me envolva em um fim de tarde. Me falta... e agora consigo admitir.
ps. a música, o título e a vida por Sonhos na voz do Caê.
Não ser por simplicidade, por qualquer coisa, para qualquer momento. Não ser tudo de uma vez só e reservar os detalhes ao mínimo do mistério. Admitir fraquezas e confessar vontades.Trocas mútuas de admiração e respeito. Fins de tarde olhando o mar regados por conversas silenciosas.
Me falta as poucas linhas acima e muita compreensão. Não me encontro mais nos assuntos que existiram. Não faço mais os mesmo planos. Não caibo mais nos mesmos espaços. Não encontro mais companhia na presença do meu passado. Estou mudando, mais uma vez, e ficando cada vez mais sozinha. Não bebo para esquentar, não bebo para esquecer, não bebo porque não me interessa lidar com o vazio e o incomodo da ressaca. Quero viver lúcida e conseguir enxergar graça nas pessoas sem trapacear, sem embriagar meus sentidos e sentimentos.
"Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria no meu jeito de me dar". Faz dias que tenho pensado nessa música, nas frases prontas, no violão dedilhado, na poesia que pode fazer folia e como tenho sentido só no meio da multidão. Ainda existem os meus amigos, os de sempre e os que vão e vem, os que cabem cada um em uma situação e os que são universais. Existem pessoas que me fazem pensar e eu tenho tentado evitar ao máximo o momento que pensar vai ser inevitável. É como o cara que pulou do carro em movimento, no filme bobo que assisti hoje, apenas para não enfrentar a conversa pós-separação. É fuga, nossas imensas e constantes fugas, essas que podem ser pular do carro em movimento ou evitar as pessoas que sabem exatamente como colocar em prova as minhas certezas, nesse momento, tão vazias.
De repente, me falta gente. Gente que cala e sorri. Gente que chora e fala. Gente que arde. Gente que grita. Gente que é gente na sua mais doce complexidade. Gente que é bicho no amor pelas coisas todas. Gente que enxerga. Gente que se envolve. Gente que é como gato e se acostuma. Gente que é como cachorro e se apaixona. Gente que é vida. Gente que separa as coisas, que consegue me levar de forma mansa, que me faz querer parar os minutos antes que eles se tornem horas e me tirem o tempo. Me falta gente de verdade. Me falta um querer genuíno qualquer que me envolva em um fim de tarde. Me falta... e agora consigo admitir.
ps. a música, o título e a vida por Sonhos na voz do Caê.
segunda-feira, maio 14, 2012
Meio tudo e nada inteiro
O que existe depois do lugar em que já estive? O que está escrito no livro que ainda não li? O que filmou o meu diretor favorito no filme que ainda não vi? O que escreveu um compositor que eu admiro e o que ele guardou nas entrelinhas da melodia? Quais foram as músicas que nunca ouvi? Quais são as pessoas que ainda não conheci? Quantas serão as experiências que ainda não tive? Como acorda alguém com quem nunca dormi? A interminável e angustiante busca pelo desconhecido.
Sou doce e sou muitas. Sou variante e invariável. Ao contrário das aparências tenho a meu favor uma rotina. Por segurança, me prendo ao que é só meu, ao que consigo preservar simples. Do chá de toda noite a ler a timeline inteira antes de levantar.
Me fascina o desconhecido. Esse que só se conhece uma vez e que em seguida se renova. E como é difícil encontrar algo que se renove saindo do mesmo. Consigo isso com filmes e encontro isso na música. São as únicas duas fontes de desconhecido, que para mim, nunca secam.
Sempre responsabilizo os astros pela minha incoerência. Sol em áries, ascendente em escorpião e lua em gêmeos. Mas, dos responsáveis meus, encontro a variável de tantos outros. Vivemos presos ao desconhecido. Guardamos livros que nunca lemos na esperança de encontrar novas respostas. Nos iludimos na desesperança de encontrar um com a justificativa de que existem seis bilhões de pessoas diferentes infinitas em suas particularidades.
O que me irrita no conhecido se explica com a necessidade inconsciente de desconhecer. Como uma praga da atualidade: tudo tão rápido, tudo tão intenso, tudo tão agora que para pensarmos em algo para daqui algum tempo precisa ser concreto. Tenho planos no trabalho e pretendo coisas matérias no futuro. Mas, de tanto depois, negligencio o agora de forma rasa. Vivo na superfície de um tempo que deveria ser aqui. Mas, de tudo, o que mais me falta é o que me sustenta e por isso sigo meio bamba, meio mambembe. Meio Chico, meio Caetano, meio Radiohead, meio Caio Fernando Abreu, meio Clarice Lispector, meio Woody Allen, meio Hitchcock, meio tudo e nada inteiro.
O que existe depois do lugar em que já estive? O que está escrito no livro que ainda não li? O que filmou o meu diretor favorito no filme que ainda não vi? O que escreveu um compositor que eu admiro e o que ele guardou nas entrelinhas da melodia? Quais foram as músicas que nunca ouvi? Quais são as pessoas que ainda não conheci? Quantas serão as experiências que ainda não tive? Como acorda alguém com quem nunca dormi? A interminável e angustiante busca pelo desconhecido.
Sou doce e sou muitas. Sou variante e invariável. Ao contrário das aparências tenho a meu favor uma rotina. Por segurança, me prendo ao que é só meu, ao que consigo preservar simples. Do chá de toda noite a ler a timeline inteira antes de levantar.
Me fascina o desconhecido. Esse que só se conhece uma vez e que em seguida se renova. E como é difícil encontrar algo que se renove saindo do mesmo. Consigo isso com filmes e encontro isso na música. São as únicas duas fontes de desconhecido, que para mim, nunca secam.
Sempre responsabilizo os astros pela minha incoerência. Sol em áries, ascendente em escorpião e lua em gêmeos. Mas, dos responsáveis meus, encontro a variável de tantos outros. Vivemos presos ao desconhecido. Guardamos livros que nunca lemos na esperança de encontrar novas respostas. Nos iludimos na desesperança de encontrar um com a justificativa de que existem seis bilhões de pessoas diferentes infinitas em suas particularidades.
O que me irrita no conhecido se explica com a necessidade inconsciente de desconhecer. Como uma praga da atualidade: tudo tão rápido, tudo tão intenso, tudo tão agora que para pensarmos em algo para daqui algum tempo precisa ser concreto. Tenho planos no trabalho e pretendo coisas matérias no futuro. Mas, de tanto depois, negligencio o agora de forma rasa. Vivo na superfície de um tempo que deveria ser aqui. Mas, de tudo, o que mais me falta é o que me sustenta e por isso sigo meio bamba, meio mambembe. Meio Chico, meio Caetano, meio Radiohead, meio Caio Fernando Abreu, meio Clarice Lispector, meio Woody Allen, meio Hitchcock, meio tudo e nada inteiro.
terça-feira, maio 01, 2012
Museu de tudo
Quase uma coleção de marcas. Uma coleção de passado, de permissões, de intromissões, de gente que entra sem pedir licença, de gente que entra de forma mansa, de gente que invade todas as certezas e transforma a vida em dúvidas. Um museu de ilusões. Um museu de crenças que mais eram fé do que verdade. Acho que é isso, nos iludimos na esperança de ser, na esperança do outro não ser apenas a projeção do que nós esperamos de alguém, na esperança da cumplicidade existir na tarde fria em uma cena completa de alegria e paz. Esperamos companhia para existir, para ser, para continuar. Conhecemos alguém e projetamos vontades. Estamos tão profundamente presos ao que nos falta que fazemos planos, criamos frases, idealizamos gestos. Do presente seguimos direto ao fim, calculamos formas, esquecemos de sentir o gosto de um agora que pode durar um dia ou uma vida.
Vivemos nos desiludindo, é verdade, porque pura e simplesmente vivemos a nos iludir.
São os filmes, as músicas, são os românticos. São e somos o combustível para continuarmos sonhando já que "somos feito das mesma matéria que são feito os sonhos". Por (falta de) opção aceito a ilusão e faço da desilusão o meu passaporte para começar de novo.
O meu único pesar é a forma como deixo você voltar a ser igual. Acredito por um momento que vai ser diferente até notar que você sempre foi apenas a projeção do que jamais seria. Nesse eterno retorno, uma vez por ano, você na minha vida.
"os magnetismos das pessoas cruzam-se e descruzam-se, acho, meio que aleatoriamente, por algum tempo, por nenhum tempo, por muito tempo. é mais complexo que isso, mas anyway: não deve doer. e não deve porque no fundo não tem importância, como todo o resto. é puro maya, ilusão".
Caio Fernando Abreu, por acaso, no livro que passei o dia lendo.
Quase uma coleção de marcas. Uma coleção de passado, de permissões, de intromissões, de gente que entra sem pedir licença, de gente que entra de forma mansa, de gente que invade todas as certezas e transforma a vida em dúvidas. Um museu de ilusões. Um museu de crenças que mais eram fé do que verdade. Acho que é isso, nos iludimos na esperança de ser, na esperança do outro não ser apenas a projeção do que nós esperamos de alguém, na esperança da cumplicidade existir na tarde fria em uma cena completa de alegria e paz. Esperamos companhia para existir, para ser, para continuar. Conhecemos alguém e projetamos vontades. Estamos tão profundamente presos ao que nos falta que fazemos planos, criamos frases, idealizamos gestos. Do presente seguimos direto ao fim, calculamos formas, esquecemos de sentir o gosto de um agora que pode durar um dia ou uma vida.
Vivemos nos desiludindo, é verdade, porque pura e simplesmente vivemos a nos iludir.
São os filmes, as músicas, são os românticos. São e somos o combustível para continuarmos sonhando já que "somos feito das mesma matéria que são feito os sonhos". Por (falta de) opção aceito a ilusão e faço da desilusão o meu passaporte para começar de novo.
O meu único pesar é a forma como deixo você voltar a ser igual. Acredito por um momento que vai ser diferente até notar que você sempre foi apenas a projeção do que jamais seria. Nesse eterno retorno, uma vez por ano, você na minha vida.
"os magnetismos das pessoas cruzam-se e descruzam-se, acho, meio que aleatoriamente, por algum tempo, por nenhum tempo, por muito tempo. é mais complexo que isso, mas anyway: não deve doer. e não deve porque no fundo não tem importância, como todo o resto. é puro maya, ilusão".
Caio Fernando Abreu, por acaso, no livro que passei o dia lendo.
domingo, abril 22, 2012
you as were you
Você sempre esbarra nas minhas certezas. Deixa tudo um pouco fora do lugar, como um vento que arrasta as folhas do jardim para dentro de casa. Como um vento que passa (sempre passa). Depois basta arrumar a desordem e fechar as janelas. Faz tempo que acabou. Os seus olhos já não me dizem palavras silenciosas. O seu encontro não me encanta e o seu cotidiano não caminha com o meu. Somos estranhos. Estamos estranhos e é simples assim.
Tem estado tudo bem. Me encontrei dentro de mim. Consigo pensar em planos para o futuro. Quero viajar e conhecer pessoas. Esvaziei a mente e o coração. Destranquei a porta da frente para alguém entrar sem esbarrar em nenhuma mágoa. Comecei a meditar e a respirar. Voltei a ler mais e me dedicar a ouvir música. A literatura, a música e o cotidiano. O acaso jogando comigo e eu apenas deixando a vida estar. Voltei a me dedicar ao agora e me interessar pelas pessoas que são plenamente tudo que desejam ser no espaço de tempo presente.
Sem um milhão de frases feitas, a verdade, pura e simples, é que voltei a me interessar pelas pessoas... além de você.
Você sempre esbarra nas minhas certezas. Deixa tudo um pouco fora do lugar, como um vento que arrasta as folhas do jardim para dentro de casa. Como um vento que passa (sempre passa). Depois basta arrumar a desordem e fechar as janelas. Faz tempo que acabou. Os seus olhos já não me dizem palavras silenciosas. O seu encontro não me encanta e o seu cotidiano não caminha com o meu. Somos estranhos. Estamos estranhos e é simples assim.
Tem estado tudo bem. Me encontrei dentro de mim. Consigo pensar em planos para o futuro. Quero viajar e conhecer pessoas. Esvaziei a mente e o coração. Destranquei a porta da frente para alguém entrar sem esbarrar em nenhuma mágoa. Comecei a meditar e a respirar. Voltei a ler mais e me dedicar a ouvir música. A literatura, a música e o cotidiano. O acaso jogando comigo e eu apenas deixando a vida estar. Voltei a me dedicar ao agora e me interessar pelas pessoas que são plenamente tudo que desejam ser no espaço de tempo presente.
Sem um milhão de frases feitas, a verdade, pura e simples, é que voltei a me interessar pelas pessoas... além de você.
domingo, abril 15, 2012
Entre cafés e domingos
Sinto falta do que era. Do que éramos antes de ser. Do passado manso, do mundo infinito em possibilidades, do tempo que o agora bastava e realmente era presente. Presente em te encontrar no café de sempre para ouvir como foi o seu dia. Presente em contemplar as suas dúvidas em longas conversas. Presente em te entregar as músicas da minha vida e a tranquilidade dos meus dias. Se fazia especial em estar. Era tudo antes de tudo desmoronar. Antes do castelo de possibilidades se transformar em frases truncadas, em verdades nunca ditas, em declarações nunca feitas. Você transformou minhas certezas em dúvidas e depois eu fugi. Mudei a rotina, desfiz o cotidiano, me reencontrei em outros lugares para encontrar algo que até hoje não sei.
Muito pouco ainda me muda inteira. Muito pouco ainda bagunça o meu dia. Muito pouco ainda é muito. Muito mais do que poderia ser. As notícias do seu cotidiano aparecem em pequenas doses, você aparece com um sorriso calmo e me faz pensar que o passado ainda não acabou. Que a vida não passou daquele momento até agora. Cresci, encontrei o meu lugar em mim, fiz as minhas coisas. Passei de menina a mulher ignorando as marcas que ficaram aqui. Mudei, mudamos, ficamos mais fortes e menos crédulos. Mas, admito, ainda lembro de todas as suas manias, do seu gênio, da primeira música que você ouve todo dia no mesmo dia do ano, das suas inseguranças e me sinto bem por não ter insistido em me manter no seu universo. Me sinto bem por ter aberto mão do pesar para te observar voar.
Acompanho a sua vida. Observo o seu trabalho. Fico feliz a cada novo passo dado ao encontro dos seus sonhos. Me faz bem observar a serenidade dos seus movimentos e o modo como pequenas desventuras não te atingem. A verdade é que você me faz falta, me faz bem só que também me faz...
Sinto falta do que era. Do que éramos antes de ser. Do passado manso, do mundo infinito em possibilidades, do tempo que o agora bastava e realmente era presente. Presente em te encontrar no café de sempre para ouvir como foi o seu dia. Presente em contemplar as suas dúvidas em longas conversas. Presente em te entregar as músicas da minha vida e a tranquilidade dos meus dias. Se fazia especial em estar. Era tudo antes de tudo desmoronar. Antes do castelo de possibilidades se transformar em frases truncadas, em verdades nunca ditas, em declarações nunca feitas. Você transformou minhas certezas em dúvidas e depois eu fugi. Mudei a rotina, desfiz o cotidiano, me reencontrei em outros lugares para encontrar algo que até hoje não sei.
Muito pouco ainda me muda inteira. Muito pouco ainda bagunça o meu dia. Muito pouco ainda é muito. Muito mais do que poderia ser. As notícias do seu cotidiano aparecem em pequenas doses, você aparece com um sorriso calmo e me faz pensar que o passado ainda não acabou. Que a vida não passou daquele momento até agora. Cresci, encontrei o meu lugar em mim, fiz as minhas coisas. Passei de menina a mulher ignorando as marcas que ficaram aqui. Mudei, mudamos, ficamos mais fortes e menos crédulos. Mas, admito, ainda lembro de todas as suas manias, do seu gênio, da primeira música que você ouve todo dia no mesmo dia do ano, das suas inseguranças e me sinto bem por não ter insistido em me manter no seu universo. Me sinto bem por ter aberto mão do pesar para te observar voar.
Acompanho a sua vida. Observo o seu trabalho. Fico feliz a cada novo passo dado ao encontro dos seus sonhos. Me faz bem observar a serenidade dos seus movimentos e o modo como pequenas desventuras não te atingem. A verdade é que você me faz falta, me faz bem só que também me faz...
terça-feira, abril 10, 2012
Três anos e quatro meses. Da paixão ao ódio. Do amor a indiferença. Da euforia ao marasmo. Do caos a ordem. Dos extremos ao meio. Todas as minhas relações são de amor e você me fez sentir, tudo, sempre, por três anos e quatro meses. Foi com você que conheci algumas pessoas incríveis e estive em festas improváveis. Foi ao seu lado que passei de uma menina assustada, estudante de jornalismo sonhadora, a uma mulher realista ainda que com ares de sonhadora. Por você me envolvi da cabeça aos pés, estive de corpo e alma, vivi intensamente cada pequeno momento.
Foram três anos e quatro meses acordando para sentir o gosto do dia sabendo que encontraria você. Foi o tempo de viver dias inteiros de euforia e caos. Foi intenso e duradouro. Sou uma pessoa de relacionamentos longos, de sentimentos conturbados, é verdade, porém verdadeiros. Não sei viver metade, sou tudo ou inteiro, nunca apenas pequena parte. Quero do início ao fim e adoro saborear o meio. Quero cada um dos dias, cada uma das sensações, preciso da sensação de conforto de um jogo ganho e da instabilidade de um novo desafio. Preciso sentir o sangue correndo e ouvir o coração pulsando no pulso da minha vida. Foram três anos e quatro meses ao seu lado, muito da minha pouca idade e bastante de uma vida, foram várias das mais intensas sensações.
Foi você quem me mostrou a importância de preservar os amigos, os poucos e bons, aqueles que te entendem no silêncio e choram com as suas conquistas. Foi você que me mostrou a importância de ser e como o mundo entende quem é de verdade.
Três anos e quatro meses.
Sinto que continuamos unidos por algo muito vago. Sinto meus olhos encherem de mar na iminência da despedida. Preciso partir e crescer, te deixar e me reconhecer, encontrar as mudanças e tudo que você vai me deixar de bom. Só levo o bem. Só levo o bom. Serei companheira aflita de uma saudades que não sei se um dia irei matar. Mas, sei que quando as novidades me encontrarem, serei forte e combativa porque é esse o seu legado na minha vida. Não mais tão menina. Não tão mulher. Você me manteve ingênua e crédula, lá fora, muitos podem tentar se aproveitar... Mas, de tanta rudez, prefiro a calma. Serei forte, serei ingênua, serei sagaz e serei crédula... Graças aos nosso três anos e quatro meses. Longos e ternos.
Sua,
Sue.
Foram três anos e quatro meses acordando para sentir o gosto do dia sabendo que encontraria você. Foi o tempo de viver dias inteiros de euforia e caos. Foi intenso e duradouro. Sou uma pessoa de relacionamentos longos, de sentimentos conturbados, é verdade, porém verdadeiros. Não sei viver metade, sou tudo ou inteiro, nunca apenas pequena parte. Quero do início ao fim e adoro saborear o meio. Quero cada um dos dias, cada uma das sensações, preciso da sensação de conforto de um jogo ganho e da instabilidade de um novo desafio. Preciso sentir o sangue correndo e ouvir o coração pulsando no pulso da minha vida. Foram três anos e quatro meses ao seu lado, muito da minha pouca idade e bastante de uma vida, foram várias das mais intensas sensações.
Foi você quem me mostrou a importância de preservar os amigos, os poucos e bons, aqueles que te entendem no silêncio e choram com as suas conquistas. Foi você que me mostrou a importância de ser e como o mundo entende quem é de verdade.
Três anos e quatro meses.
Sinto que continuamos unidos por algo muito vago. Sinto meus olhos encherem de mar na iminência da despedida. Preciso partir e crescer, te deixar e me reconhecer, encontrar as mudanças e tudo que você vai me deixar de bom. Só levo o bem. Só levo o bom. Serei companheira aflita de uma saudades que não sei se um dia irei matar. Mas, sei que quando as novidades me encontrarem, serei forte e combativa porque é esse o seu legado na minha vida. Não mais tão menina. Não tão mulher. Você me manteve ingênua e crédula, lá fora, muitos podem tentar se aproveitar... Mas, de tanta rudez, prefiro a calma. Serei forte, serei ingênua, serei sagaz e serei crédula... Graças aos nosso três anos e quatro meses. Longos e ternos.
Sua,
Sue.
segunda-feira, abril 02, 2012
Morada boa
A vida me pegou pelo pulso. Com força me tirou o autocontrole. Com intensidade me mostrou outras formas de sentir. Com paciência me mostrou que viver é muito mais agora do que projeção. O sentido da vida cabe no instante presente e se esvai no dia seguinte. É o sorriso de uma criança que fica na cabeça por dias. É jogar futebol com os meus primos no quintal da casa dos meus avós depois de seis anos sem reconhecer que o amor está na simplicidade de um ato como esse. É o doce quente que minha vó faz. É o carinho das minhas tias, as risadas com os meus primos, a falta de jeito do meu avô, o silêncio do amanhecer na Farol da Barra. É a farra de uma noite no Rio de Janeiro. É aventura na subida da trilha do horto, é o medo diluído no sentimento infantil de vitória quando chegamos na cachoeira.
A felicidade é pequena, são instantes, são abraços sinceros. São trinta dias com pessoas que fizeram sentir parte, da paz do interior da Bahia e da vida louca, vida breve carioca.
A felicidade é a primeira noite na própria cama, com as roupas no armário, é desfazer a mala e pisar no chão do lar... Sou cidadã do mundo... Mas, também cidadã do aconchego do colo da minha mãe e do carinho do meu pai.
Sou da vida, essa que me pegou pelo pulso e me mostrou que só preciso achar sentimentos e fica a cargo deles me fazeresbarrar no sentido de ser, de fazer, de querer, de viver.
A vida me pegou pelo pulso. Com força me tirou o autocontrole. Com intensidade me mostrou outras formas de sentir. Com paciência me mostrou que viver é muito mais agora do que projeção. O sentido da vida cabe no instante presente e se esvai no dia seguinte. É o sorriso de uma criança que fica na cabeça por dias. É jogar futebol com os meus primos no quintal da casa dos meus avós depois de seis anos sem reconhecer que o amor está na simplicidade de um ato como esse. É o doce quente que minha vó faz. É o carinho das minhas tias, as risadas com os meus primos, a falta de jeito do meu avô, o silêncio do amanhecer na Farol da Barra. É a farra de uma noite no Rio de Janeiro. É aventura na subida da trilha do horto, é o medo diluído no sentimento infantil de vitória quando chegamos na cachoeira.
A felicidade é pequena, são instantes, são abraços sinceros. São trinta dias com pessoas que fizeram sentir parte, da paz do interior da Bahia e da vida louca, vida breve carioca.
A felicidade é a primeira noite na própria cama, com as roupas no armário, é desfazer a mala e pisar no chão do lar... Sou cidadã do mundo... Mas, também cidadã do aconchego do colo da minha mãe e do carinho do meu pai.
Sou da vida, essa que me pegou pelo pulso e me mostrou que só preciso achar sentimentos e fica a cargo deles me fazeresbarrar no sentido de ser, de fazer, de querer, de viver.
domingo, janeiro 29, 2012
soon we'll be found
Já faz um tempo que ando cansada. Sedes afetivas insaciáveis, como diria Caio Fernando Abreu, buscas infinitas como diria eu mesma. Mas, por aceitar que existem coisas que não se saciam e me encantar a longa jornada da busca, tenho procurado conhecer dentro de mim. Sentir e criar a vida de dentro para fora. No caminho consegui fazer com o que é superficial quase não me atinja mais e assim liberei espaço para deixar importar as coisas que realmente importam. Quero mais sorrisos verdadeiros, quero os meus amigos sempre por perto, quero mais ideias e um punhado grande de ideais, quero abraços, quero encontros de um minuto que parecem valer a eternidade, quero intensidade e calma.
Quero uma ligação no fim do dia. Um convite para ver um filme bobo no sábado a tarde enquanto a vida corre lá fora, mesmo que seja sábado, mesmo que o sol esteja convidando para rua, só porque mais vale ficarmos quietinhos criando nossos segredos. Quero companhia para o domingo no parque mesmo que o dia esteja nublado. Quero inverter a ordem e ignorar as expectativas. Quero cumplicidade acima de tudo.
Da arte do encontro faz tanto tempo que só tenho esbarrado com desencontros. Cansada. Cansada de ver as coisas não acontecerem por uma série de questões que estão fincados em medos adquiridos. Quantos erros até encontrar quem te aconchega em paz? Alguém traído adquiri dificuldade de confiar. Alguém incompreendido desconfia se encontra compreensão. Alguém subjugado não entende quando começa a ser considerado. É como atuar, é como levar por alguns dias, talvez meses, os trejeitos pequenos do seu personagem, pequenas manias que se transmitem do irreal para o real. Vivemos como personagens e seguimos reféns deles. Parece sempre que todos estão machucados a procura de uma novidade para curar as dores e projetar os mesmos erros e acertos. Frustante...
Eu só quero alguém novo, pronto para viver, pronto para arriscar, pronto para ser o que for pelo espaço de tempo que existir e fim.
ps. o título é Sia, esse clipe e essa música são lindos, clicaqui.
Já faz um tempo que ando cansada. Sedes afetivas insaciáveis, como diria Caio Fernando Abreu, buscas infinitas como diria eu mesma. Mas, por aceitar que existem coisas que não se saciam e me encantar a longa jornada da busca, tenho procurado conhecer dentro de mim. Sentir e criar a vida de dentro para fora. No caminho consegui fazer com o que é superficial quase não me atinja mais e assim liberei espaço para deixar importar as coisas que realmente importam. Quero mais sorrisos verdadeiros, quero os meus amigos sempre por perto, quero mais ideias e um punhado grande de ideais, quero abraços, quero encontros de um minuto que parecem valer a eternidade, quero intensidade e calma.
Quero uma ligação no fim do dia. Um convite para ver um filme bobo no sábado a tarde enquanto a vida corre lá fora, mesmo que seja sábado, mesmo que o sol esteja convidando para rua, só porque mais vale ficarmos quietinhos criando nossos segredos. Quero companhia para o domingo no parque mesmo que o dia esteja nublado. Quero inverter a ordem e ignorar as expectativas. Quero cumplicidade acima de tudo.
Da arte do encontro faz tanto tempo que só tenho esbarrado com desencontros. Cansada. Cansada de ver as coisas não acontecerem por uma série de questões que estão fincados em medos adquiridos. Quantos erros até encontrar quem te aconchega em paz? Alguém traído adquiri dificuldade de confiar. Alguém incompreendido desconfia se encontra compreensão. Alguém subjugado não entende quando começa a ser considerado. É como atuar, é como levar por alguns dias, talvez meses, os trejeitos pequenos do seu personagem, pequenas manias que se transmitem do irreal para o real. Vivemos como personagens e seguimos reféns deles. Parece sempre que todos estão machucados a procura de uma novidade para curar as dores e projetar os mesmos erros e acertos. Frustante...
Eu só quero alguém novo, pronto para viver, pronto para arriscar, pronto para ser o que for pelo espaço de tempo que existir e fim.
ps. o título é Sia, esse clipe e essa música são lindos, clicaqui.
domingo, janeiro 22, 2012
Edge of Desire
É como se você tivesse esbarrado na rua comigo uma vez e eu nunca mais tivesse te visto. Não soubesse seu nome, seus gostos, sua voz. Como se o mistério te fizesse ser maior do que todas as verdades que me contam. Apenas sonhar tem me levado para perto de você e eu queria sentir o toque dos corpos. Queria um café no fim da tarde. Companhia no fim de semana. Queria ter em você meu refúgio.
Sabe quando você sente que a vida te deu como presente um encontro de almas que se repelem no campo físico? Almas que se encaixariam com vidas que andam em paralelo e não se cruzam. Gostos, gestos, crenças, vontades, preguiças e sons parecidos. Mas, diferente dos sonhos, temos que conviver com a realidade de tantas marcas, de tanto passado, de tanta coisa em jogo. Um milhão de fatores que repelem o encontro. Um milhão de coisas que me fazem ter medo de descobrir que pode vir a ser você... você, a melhor companhia pros meus dias.
Vai, John Mayer!
É como se você tivesse esbarrado na rua comigo uma vez e eu nunca mais tivesse te visto. Não soubesse seu nome, seus gostos, sua voz. Como se o mistério te fizesse ser maior do que todas as verdades que me contam. Apenas sonhar tem me levado para perto de você e eu queria sentir o toque dos corpos. Queria um café no fim da tarde. Companhia no fim de semana. Queria ter em você meu refúgio.
Sabe quando você sente que a vida te deu como presente um encontro de almas que se repelem no campo físico? Almas que se encaixariam com vidas que andam em paralelo e não se cruzam. Gostos, gestos, crenças, vontades, preguiças e sons parecidos. Mas, diferente dos sonhos, temos que conviver com a realidade de tantas marcas, de tanto passado, de tanta coisa em jogo. Um milhão de fatores que repelem o encontro. Um milhão de coisas que me fazem ter medo de descobrir que pode vir a ser você... você, a melhor companhia pros meus dias.
Vai, John Mayer!
terça-feira, janeiro 17, 2012
Agonia e calma
O dia inteiro transitando entre um enorme universo de estados de espírito. A alegria de dividir minhas horas com amigos que o trabalho me deu. O tédio vindo do marasmo dos dias parecerem iguais. A falta que faz um lugar para voltar. Um sorriso para esperar. Um abraço para acordar. Um número para ligar mesmo que só para ouvir a respiração, mesmo que só para ouvir o silêncio vindo da falta do que dizer. A falta da vontade de voltar a ver depois de dois minutos desde a despedida. Agonia e calma. Calma de encontrar paz na alma de um outro com quem escolhemos ser luz. Agonia de saber que tudo é passageiro. No instante seguinte, no dia seguinte, no momento seguinte a vida pode simplesmente deixar de encaixar. O sorriso pode incomodar. O sono pode faltar. A madrugada pode me chamar em agonia, me fazendo perseguir letras, encontrar melodias. A falta me impulsiona a escrever. A falta me impulsiona a encontrar poesia no cotidiano. A falta me deixa aflita.
"Tudo é passageiro. Agonia e calma. O amor é o que transforma os dois extremos em viáveis". É isso, mais amor, por favor.
O dia inteiro transitando entre um enorme universo de estados de espírito. A alegria de dividir minhas horas com amigos que o trabalho me deu. O tédio vindo do marasmo dos dias parecerem iguais. A falta que faz um lugar para voltar. Um sorriso para esperar. Um abraço para acordar. Um número para ligar mesmo que só para ouvir a respiração, mesmo que só para ouvir o silêncio vindo da falta do que dizer. A falta da vontade de voltar a ver depois de dois minutos desde a despedida. Agonia e calma. Calma de encontrar paz na alma de um outro com quem escolhemos ser luz. Agonia de saber que tudo é passageiro. No instante seguinte, no dia seguinte, no momento seguinte a vida pode simplesmente deixar de encaixar. O sorriso pode incomodar. O sono pode faltar. A madrugada pode me chamar em agonia, me fazendo perseguir letras, encontrar melodias. A falta me impulsiona a escrever. A falta me impulsiona a encontrar poesia no cotidiano. A falta me deixa aflita.
"Tudo é passageiro. Agonia e calma. O amor é o que transforma os dois extremos em viáveis". É isso, mais amor, por favor.
domingo, janeiro 15, 2012
às vezes quero o improvável
Essa sensação de conforto. Essa sensação de paz. Essa sensação de falta. Conforto por caber dentro de mim. Paz por não me incomodar. Falta de alguém que não sei se existe. Alguém que não conheço. Alguém novo. Finalmente consigo olhar para o passado e não me incomodar com cheiros e ausências. Ninguém mais para voltar. Ninguém mais, que um dia esteve, cabe hoje dentro dos meus sonhos.
Uma tarde de domingo passando em pura preguiça. Sono, paz, calma e um tanto de solidão. Sentimentos que parecem fazer falta, finalmente, serem divididos. Não que me falte alguém o tempo todo, não consigo conceber o viver de alguém para mim e o meu para alguém. Falta só a companhia para um filme bobo no fim da tarde. Falta alguém para acordar cedo e ir no parque, andar de bicicleta, talvez correr, talvez fazer nada e apenas discutir Caetano. Falta um abraço para me acompanhar no sono do domingo a tarde.
Me bate a carência e logo em seguida me acompanha a realidade: as pessoas fazem muito barulho. Me perguntam, me reviram, me querem de formas que não posso me dar. O silêncio não é objetivo de conquista e, para mim, dois corpos que se desejam selam o agora com o silêncio compartilhado. Aquele que não incomoda, aquele de cantarolar uma música na estrada sem precisar falar com o outro, aquele que se atrai sem palavras. Aquele particular de cada um, de cada dois, de cada história escrita em uma página em branco de vida. Talvez, felicidade, venha a ser apenas o pequeno silêncio no contratempo da voz que gostaria de ouvir para mim, em mim.
Lá se foi mais um domingo. Dia de regar as plantas da garagem. Dia de me regar de coragem para a deixar vida voltar a simplesmente... fluir.
ps. o título é Registro - Luiza Possi.
Essa sensação de conforto. Essa sensação de paz. Essa sensação de falta. Conforto por caber dentro de mim. Paz por não me incomodar. Falta de alguém que não sei se existe. Alguém que não conheço. Alguém novo. Finalmente consigo olhar para o passado e não me incomodar com cheiros e ausências. Ninguém mais para voltar. Ninguém mais, que um dia esteve, cabe hoje dentro dos meus sonhos.
Uma tarde de domingo passando em pura preguiça. Sono, paz, calma e um tanto de solidão. Sentimentos que parecem fazer falta, finalmente, serem divididos. Não que me falte alguém o tempo todo, não consigo conceber o viver de alguém para mim e o meu para alguém. Falta só a companhia para um filme bobo no fim da tarde. Falta alguém para acordar cedo e ir no parque, andar de bicicleta, talvez correr, talvez fazer nada e apenas discutir Caetano. Falta um abraço para me acompanhar no sono do domingo a tarde.
Me bate a carência e logo em seguida me acompanha a realidade: as pessoas fazem muito barulho. Me perguntam, me reviram, me querem de formas que não posso me dar. O silêncio não é objetivo de conquista e, para mim, dois corpos que se desejam selam o agora com o silêncio compartilhado. Aquele que não incomoda, aquele de cantarolar uma música na estrada sem precisar falar com o outro, aquele que se atrai sem palavras. Aquele particular de cada um, de cada dois, de cada história escrita em uma página em branco de vida. Talvez, felicidade, venha a ser apenas o pequeno silêncio no contratempo da voz que gostaria de ouvir para mim, em mim.
Lá se foi mais um domingo. Dia de regar as plantas da garagem. Dia de me regar de coragem para a deixar vida voltar a simplesmente... fluir.
ps. o título é Registro - Luiza Possi.
quarta-feira, janeiro 04, 2012
my tried and true way to deal was to vanish
Parece que me perdi. Não consigo mais me reconhecer de tantas formas como me via antes. Tem horas que falta ar e o corpo estremesse. Tem horas que a vida chega ao limite e eu preciso tirar as últimas gotas para não transbordar. Me pego pensando em milhares de possibilidades e nenhuma delas parece ser verdadeira. Não dá para escolher um caminho sem saber onde quer chegar. A rotina parece andar círculos dentro da inércia em que tudo se transformou.
Tem dias que sinto a sua falta. Que leio os meus textos antigos cheios de você. Pego os CDs que gravei e nunca te entreguei. Os bilhetes que se acumularam. Os sonhos que se contaram. Os segredos divididos. Revisito o lugar que você habitou e só encontro o vazio. Na verdade, depois de tanto tempo, consigo ver que você era realmente só a projeção do que eu queria pra mim. Aprendi que não devemos projetar, esperar ou entregar a ninguém a dura tarefa de termos momentos de felicidade.
Foi um ano conturbado. Ganhei, perdi, gostei, fui gostada, construí coisas novas, assisti shows especiais. Foi um ano cheio de vida. Foi mais um ano sem você ou da projeção de nós. Foi um ano que me afastou ainda mais do que passou. Me afastou mais da porção menina, me tirou um pouco da ingenuidade, me fez querer viver mais e sentir as coisas como elas são. Me fez aceitar diferenças que não se negociam. Me fez ser... e ser, nem sempre, é doce.
ps. o título é that particular time da Alanis Morissette. clicaqui.
Parece que me perdi. Não consigo mais me reconhecer de tantas formas como me via antes. Tem horas que falta ar e o corpo estremesse. Tem horas que a vida chega ao limite e eu preciso tirar as últimas gotas para não transbordar. Me pego pensando em milhares de possibilidades e nenhuma delas parece ser verdadeira. Não dá para escolher um caminho sem saber onde quer chegar. A rotina parece andar círculos dentro da inércia em que tudo se transformou.
Tem dias que sinto a sua falta. Que leio os meus textos antigos cheios de você. Pego os CDs que gravei e nunca te entreguei. Os bilhetes que se acumularam. Os sonhos que se contaram. Os segredos divididos. Revisito o lugar que você habitou e só encontro o vazio. Na verdade, depois de tanto tempo, consigo ver que você era realmente só a projeção do que eu queria pra mim. Aprendi que não devemos projetar, esperar ou entregar a ninguém a dura tarefa de termos momentos de felicidade.
Foi um ano conturbado. Ganhei, perdi, gostei, fui gostada, construí coisas novas, assisti shows especiais. Foi um ano cheio de vida. Foi mais um ano sem você ou da projeção de nós. Foi um ano que me afastou ainda mais do que passou. Me afastou mais da porção menina, me tirou um pouco da ingenuidade, me fez querer viver mais e sentir as coisas como elas são. Me fez aceitar diferenças que não se negociam. Me fez ser... e ser, nem sempre, é doce.
ps. o título é that particular time da Alanis Morissette. clicaqui.
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