quinta-feira, junho 26, 2008

Roteiro de frases truncadas

Ele continuava ali, enquanto ela buscava fugir daquele sentimento estranho, até então tão estranho a quem se acostumou a viver, a deixar tudo ir, a caminhar sem esperar, a largar a mão da vida. Seu reflexo no espelho não dizia nada. Queria respostas, entender o que aquele menino despertará nela naquele momento. Das perguntas, outra conversa:

- se eu pudesse te ter tentaria te perder – disse num ímpeto
- você pode me ter e pra que perder?
- não, não posso.
- a quem você teme?
- aos seus olhos, ao convencionalismo barato...
- você vê o que nos meus olhos?
- tristeza, medo, confusão, doçura, malícia, um grito silencioso de socorro...
- parece que você enxerga bem. Agora, não conta pra ninguém?
- não conto, não conto. Mas te enxergar bem, significaria me perder e tava quase conseguindo me encontrar.
- foi você quem quis assim.
- eu?
- as suas atitudes, o jeito como encara tudo com uma naturalidade inexistente, atuar bem demais às vezes denúncia a ausência. havíamos nos encontrado.
- encontrado?
- encontrados por este destino mal acabado, presos por este olhar que é forte e desperta tanto medo aqui quanto aí.
- não, não é medo.
- foi o que você disse no começo.
- ta, é medo. É receio, é confusão em potencial.
- e você não gosta de confusão?
- você faz exatamente igual eu fazia com todos eles. Parece se divertir em me ter simples.
- não, não é diversão. Quando você sorri mesmo quando não é para mim, sorri da forma mais acolhedora possível.
- você rouba minha atenção e eu sorrio para você. Às vezes penso em te largar, como a tudo que não posso ganhar.
- eu já disse que você pode ganhar.
- não, não posso, e se te ganhar significar me perder. A discussão vai ser mais longa do que esperamos.

Pausa. Calor. O corpo treme, os olhos se encontram e eles chegam mais perto. Tentam falar mais alguma coisa, mas os olhos formam palavras maiores. Ele coloca o dedo em seus lábios e sussurra: “shiu, não tenta fugir do inevitável”. Ela chega ainda mais perto. A distância é tão pequena que os olhos ganham um tamanho maior. A respiração fica ritmada. Não há mais do que fugir. Lábios nos lábios. Mãos atônicas passeando por aqueles cabelos, as mãos conhecendo os mistérios do corpo um do outro. Foram dois, três quem sabe mais minutos de um prazer inexplicável.

O abraço mais acolhedor foi o que recebeu. O abraço mais acolhedor e a sensação de vazio que a perseguia a anos sumiu naquele instante. Era como se tivesse encontrado alguém para dividir.



ps: nha, tardes/noites frias.
ganhar do moriya no guitar hero, porque eu posso ser ruim no naruto, no guitar hero ele é pior, perder da mini me. hoje é dia de mulan, viagem de chihiro e sakura. =D