Dear Prudence,
Sentei naquela mesa com os pensamentos saindo um de cada vez. Remodelando as frases que pensei em dizer e desfazendo as ditas, como se você pudesse ler meus pensamentos mesmo estando longe.
E naquele dia que você perguntou se podia ir. Eu e o meu desdém falamos que era hora de acabar com tudo. E que se você saísse por aquela porta fazia um favor para nós. Seria mais fácil lidar com a sua desistência a desistir.
Mentira. Quanta merda e fraqueza. Tem aquelas coisas que poderiam ter sido vividas. O céu que te mostrei aquele dia enquanto estávamos sentados na cama pensando em cosias diferentes. Você pensava na sua aventura e eu pensava em como queria que tudo estivesse certo.
Eu sempre achei que o céu fosse o único limite e era. Depois dali minhas mãos se perdiam em seu corpo e e refaziam o caminho do seu prazer. Entre sorrisos infantis e gemidos adolescentes. Nós nunca fomos adultos o suficiente para enfrentar a dificuldade que essa vida carrega. Sempre sorrimos e gostavamos de ser assim. Vivemos no nosso infinito particular
Talvez você esperasse um pedido de volta e eu só pude entregar a sua liberdade, a mesma que você não sabe viver sem, e que precisa o tempo todo ser lembrado de que é preciso rever o passado, sorrir com os amigos antigos e continuar com os novos. Sempre foi importante o bem estar.
Não pense que renunciei ao seu amor, ainda conheço o caminho do seu prazer, sem você notar. Não pense que desisti, entreguei o que era necessário para nossas certezas.
Voltei a escrever no meu bloquinho, e no fim tocava Dear Prudence e eu respirava fantasia.
Boa sorte nas aventuras, para nós.