THIS WINTER I RETIRE
Olho para mim e me pergunto setenta vezes porque alguns se aproximam e outros voltam. Porque nesse momento eu preciso decidir entre continuar ou ir para o caos, que você me ajudou a organizar, que ajuda me lembrando que é impossível resolver tudo de uma vez, daí eu penso no quebra-cabeça, naqueles que ainda monto com a mini me e quando em uma determinada hora eu queria que eles tivessem vida própria. Ela teria o desenho montado e eu gastaria minha paciência com outra coisa.
O quebra-cabeça não se resolve sozinho, então eu fico sentada no chão da sala, com ela achando que aquilo encaixa em qualquer lugar. Então peço para ela buscar água na cozinha, tiro as peças desencaixadas da mini me, ainda tão criança e já tão grande.
O meu paraíso particular cheio de confusão. De pequenas confusões que eu alimento, crio, desafio, e depois penso nelas com carinho. Penso nisso e tento desorganizar minhas certezas para encaixar verdade. A minha vontade de ficar é inversamente proporcional ao que me mostram longe daí. Possibilidades e a falta tremenda de cumplicidade. O silêncio incomodo como não é com você. Os problemas com a fumaça e a minha intolerância para questionamentos sobre o meu modo de viver. Eu perderia tanto e resolveria isso de uma vez por todas. Tiraria esse peso das ilusões e do futuro.
Mas, sabe, eu não tenho o direito de colocar mais gente nisso, não posso com os outros, não consigo comigo. Então, outra vez, desculpa, eu não posso ser, hoje, o que poderia ser. Não seguro a sua mão sem que seja a sua na minha cabeça, hoje, eu não seguro mão nenhuma. Algumas coisas são extremamente insubstituíveis.