segunda-feira, abril 14, 2008

HEAD OVER FEET

Sem fazer da dor o meu lugar, sem aceitar as coisas como elas são só pela simples imcapacidade de olhar o mundo de outro jeito. As pedras sempre fizeram escadas, foi assim com minha mãe, e graças a minha aparente coragem de mulher eu faço jornalismo, a única coisa que não sai do lugar quando o vento leva tudo para longe.

Então eu tomei a maior chuva do universo na manhã de hoje, minha jaqueta, minha blusinha, a camisa e a calça estão molhados. E enquanto eu sorria desacreditada, percebi que meu sorriso nervoso me salva do inferno. Porque eu sempre escolho dentre os males aqueles que me tiram risadas. Ou são eles que me escolhem, nessa vida, eu só entendi que toda desgraça tem piada.

E os pássaros podem voar direto no meu rosto, me deixar assustada, podem correr pela minha casa e derrubar tudo,e eles vão fazer. E é só olhar para eles e ver o quanto são bonitos para que nada disso importe. A minha liberdade voa nas asas de um passarinho.

Como se eu estivesse assustada, aterrorizada com tudo que o mundo me tira e devolve em piadas enlatadas e a água para ajudar na tosse de ontem, como se eu estivesse brincando com fogo, e como meu amigo tentou me convencer daquela vez, não é a minha vez de controlar a chama, tudo isso tem vida própria. Tudo isso anda como quer e eu sou só uma coadjuvante dessa história que se escreve sozinha. Relax, take it easy, girl.

E quando o medo da incerteza chega a me incomodar não há nada a fazer, a não ser perguntar por quanto tempo eu vou deixar isso me guiar, já guiou antes e eu lembro quanto errei e dos arrependimentos que eu falo aos quatro ventos não existir nenhum, esse é um deles. Deixar o medo e a incerteza me guiarem, enquanto eu sempre fui sem cordinha, deixei uma vez e é essa vez que carrego até hoje, pensando o que teria sido melhor para mim, de tudo que eu não deixei ser. E depois, depois disso, tudo foi tão melhor. Tão melhor quando eu tirei a minha vida das mãos da incerteza. Mas certezas não são assim irredutíveis e eu me pego sentada no ônibus vendo um livro infantil fazer sentido na minha vida. Os elefantes são amáveis por sempre grandes e fortes, os tigres são perigosos por atacarem com o medo que sentem, e eu vivo como os dois. Grande e certa, pequena e arisca. Foi quando eu renunciei a minha chance de ser mais uma e fui ser o que podia para mim e para os outros. Eu vou com um caminhão de defeitos e fico com as piadas sem graça.

No fundo, eu só queria terminar essa página, mas só encontro ponto e vírgula e tudo vira versículo de uma história sem fim.





claro, que depois da chuva a febre já apareceu e eu vou com a nati procurar um lugar pra comprar meia na augusta às 9h da manhã. genia, pode hablar, haha.

ps: claro que desgraça pouca é bobagem, sem internet no trabalho, trabalhar da lanhouse, aquela minha lanhouse porque a de sempre do trabalho fechou, "- hey, ibotirama".
ps²: tanta Alanis é saudades da sis, e é graças a ela falar que sempre existe uma música dela para tudo, e existe. minha garota gênia, amor.


i care but i'm restless