terça-feira, abril 15, 2008

Everything

Como parar por medo do abandono. Como gritar até ficar sem voz e não falar nada. Como falar até cansar e ninguém te ouvir. Como fazer tudo dar certo e no fim ficar sem o sorriso de conquista.

Quando você me perguntou se tudo estava bem, eu sorri, e balancei a cabeça te dando as certezas que você precisava para continuar. E você continuou enquanto eu fiquei ali, tentando mudar a direção que mostrei pra você.

Algumas coisas para fazer e eu tenho calma. Me perdi nessas ruas e me encontrei em linhas retas escritas com alma demais por um velho qualquer. Fui até o bar da esquina encontrar algumas pessoas e dentre elas, ninguém era você. Andei na chuva com o meu guarda-chuva vermelho com a certeza de que tudo estava limpo. Eu estou cansada mas tenho esperança. Eu recomeço jogos intermináveis sabendo que largo o tabuleiro daqui a pouco. Quase nada me prende e igualdade me irrita.

Eu não fico mexida, não sinto raiva, assoprei sentimentos ruins e sorri. Eu não estou assustada, talvez seja só o começo de uma nova história, sem o final dessa. E a minha energia mostrou para você quem eu jamais poderia ser. Me fez menina diante dos seus olhos, enquanto eu deixava as palavras saírem e esquecia o mundo. Eu não fico tão para baixo assim. Nem me desanimo. Não quero ser pessimista. Manter o rosto seco faz parte também. Eu protesto demais?

Eu ainda gosto do jeito que você dança, e se solta, o jeito que o seu rosto se ilumina e você é verdade. Sinto falta de olhar seu rosto brilhante em sorrisos e do jeito que você me pedia para ficar quieta, estando em silêncio.

Cansada e continuo trabalhando. É óbvio que me importo, mas estou inquieta. Eu estive aí, mas na verdade não estou. Eu sempre estive errada e sinto muito, honey.

Tudo isso quer dizer que tudo vai ficar bem. Lembra, quando eu te garantia que tudo terminava bem, e se não estava é porque não tinha terminado. Quando eu falava que ia dar tempo mesmo quando nem eu tinha certeza disso. O jeito que eu te coloquei em um castelo de cartas que eu não sei construir. Tudo vai ficar bem, uma das minhas mãos está no bolso e a outra acende um cigarro. O que tudo isso se resume? Sou uma garota, tentando soltar a pretensão, também ainda não entendi tudo.

Eu sou livre, mas sou dedicada. Sou imatura, mas sou esperta. Choro com força de criança por tudo que quero demais. Faço dos meus livros companhia e da música força. Me esforço para ser apoio pro seu cansaço. E talvez renunciar não seja o mais difícil.


Tudo está bem e eu acredito naquela frase do Salinger.









a frase:
"Ah, meu Deus, se há algum termo clínico que me sirva, sou uma espécie de paranóico ao contrário. Suspeito que as pessoas estejam sempre conspirando para me fazer feliz."


J.D. Salinger
no blog dele.