quinta-feira, abril 10, 2008

DOCE VONTADE

Depois de tudo, a gente se esbarra por essa cidade, como se ela fosse minúscula. E no entanto, é só o destino fazendo as coisas ficarem mais perto. A minha necessidade de descer a augusta, no mínimo uma vez por semana, o máximo que eu fico longe dela. E agora, os planos e conversas são outras, alguma nostalgia e a compreensão dos outros que a gente foi incapaz de ter. A leveza, mesmo que as preocupações existam e no fundo, o conhecimento dos erros aparecem sempre, lado a lado, perto um do outro, juntando os cacos, remoendo o passado, relembrando tardes intermináveis.

A hora passa rápido e as piadas persistem, a nossa amizade é selada pela capacidade de rir de si, da mania de continuar que eu não consigo soltar. Nas minhas certezas fortes no tempo que elas tiverem, tem coisas que duram uma semana e outras me perseguem pela minha eternidade, o tempo das coisas não correspondem ao ponteiro dos relógio.

Atrás das nuvens o sol, a lua, colorindo o céu as estrelas e o quanto elas significam ao meu dia seguinte. Sem saber de quem gostar, incontrolável sentir, e na pureza das palavras eu me entrego. Você, ele, talvez, quem sabe, eu acho que é preciso ficar com alguém. Comigo por um tempo. Me apaixonar outra vez pelos meus defeitos e tirar de mim os cacos do passado remoto, o passado no qual continuo escrevendo. Pulo linhas ao invés de começar outro capítulo.

Os dias me cansam mais do que o comum, o tempo, a cidade, o calor, a água no fim da noite, a preguiça de me virar para suas certezas.

E de tudo isso, do mundo, eu tenho os encontros marcados com a necessidade de fechar os ciclos, sem infantilidade, sem movimentos involuntários, é preciso pensar, medir e arrumar as coisas. Até que eu possa andar pelas ruas do centro e esboçar um sorriso, ao invés de procurar qualquer coisa para filtrar nervosismo.


, sotaque.


ps: hermanito, ótemo presente, leminski, rá, eu queria (muito) esse livro, quase comprei cinquenta vezes. mas, com dedicatória eles ficam muito mais especiais.
amor,

-- que tudo se foda,
disse ela,
e se fodeu toda
Leminski