terça-feira, abril 29, 2008

Pela cidade,

quanto mais voltas ela dava, mais tonta, mais estranha, mais confusa ficava. Saia todas as noites, procurava paz no caos, no barulho, na zona daquela cidade. Voltava dos erros carregada com pensamentos, não sabia usar as pessoas, não queria usar as pessoas, sabia que no fundo é inútil tentar fugir de si. Tudo que tinha que ser feito, seria, mais cedo ou mais tarde, erraria e acertaria, mas faria. Não tinha contas com o passado, tinha feito tudo, e se entediado, sorrido, chorado, tinha chorado por achar que empurrava sua vida pro abismo naquela vez. E depois sorria porque foi o erro mais maravilhoso de uma vida inteira. Abriu a janela das possibilidades e agora já precisava de mais para se contentar. Relações por comodismo a deprimiam durante a semana inteira. Odiava pensar que alguns eram capazes de amar, enquanto ela sentia só que era um lugar para onde voltar, era estranho pensar que amor não existia daquela forma para ela. Amor só vem com dificuldade, facilidade pode falar no próximo guichê a esquerda, a garota dali é legal, simples e descomplicada, a garota do guichê a esquerda não tem amor, só um dia após o outro e o dedo apertando o foda-se.

Na verdade, ela poderia ser muitas, só não conseguia deixar de ser ela.