terça-feira, dezembro 30, 2008
Se eu pudesse definir esse ano em uma palavra, ela seria: intenso. As coisas aconteciam por vontade própria, meus sentimentos corriam de mim e eu deixava eles circularem, presenteava com carinho e não ligava para o pouco caso. Corria até perder o ar só para deitar na grama depois. Sorria até não sentir a bochecha. E chorava sem medo de molhar o rosto. Deixei tudo simplesmente fluir. Era o fim e o começo de uma nova era.
Talvez esse ano passe devagar, com a calma desse sentimento que me invadiu. Pra você, eu vou sempre ser a memória, talvez volte para onde terminamos e um dia nós cheguemos a conversar sobre isso. Não agora, nesse momento, que não é mais seu. Eu gostaria de te pedir desculpas. Mas, eu não serei jamais a sua inimiga.
É o fim de um ano complexo e doce. É o fim do ano em que eu me (re)encontrei.
Eu só queria agradecer cada abraço dos meus amigos. Cada palavra sincera. Com vocês, eu sinto que posso ser inteira, vocês são meus pedaços todos. Meus melhores pedaços.
Esse fim de ano anuncia um 2009 maravilhoso. Que ele seja doce, cheio de mudanças, em um caminho de certezas, com sorrisos iluminando cada um dos passos. Eu só espero que todos tenham a coragem de se enfrentar. Por mais um ano.
ps. Esse é o último post do ano, estou voltando para a viagem mais divertida dos últimos tempos da última semana. Feliz ano novo, meus especiais e (para os não especiais também). x)
quinta-feira, dezembro 25, 2008
No fim daquela semana que premeditaria o fim de mais um ano e esse foi tão diferente para nós. Um ano distante. Precisávamos nos reconhecer dentro de tanta história pela metade, um ano para escrever nossa própria história, queria ter te ligado tantas vezes, quando eu consegui de uma vez por todas te esquecer, queria ter contado que conheci alguém capaz de me mostrar que existia muita coisa além de tudo que você nunca soube fazer acontecer. Alguém que me deixava a vontade para voltar a ser eu. Teve também aqueles outros dias. Alguns lugares maravilhosos que a sua presença teria iluminado ainda mais. Noites no carro atravessando a cidade numa velocidade muito maior que a permitida e os pensamentos voando baixo. Faz um ano e, o nosso café de aniversário me fez voltar a viver cada dia do ano que acaba na semana que vem.
Nas nossas conversas o seu sorriso davam o tom das palavras. E os meus olhos, fugitivos e infantis, falavam em códigos. Mesmo que nunca tenhamos de fato conseguido entender muito bem o que tenha formado esses momentos. Você tem uma porção de coisas que eu considero insuportáveis. Talvez nunca tenha entendido a forma como me entrego a vida. Quando dizia que precisava estar apaixonada o tempo inteiro e como uma decepção acaba de vez com um sonho. Porque demora demais até confiar e um segundo para desconfiar.
Te contei dos meus dias. De como esse ano me aproximou mais dos meus amigos daqueles tempos de colégio. Porque a nossa vida caminhou em paralelo para o mesmo lugar. Eram meus amigos por não terem medo de viver, de ser feliz, de pular em um montinho, de conhecer a falta de limites quando buscávamos ser feliz. Queria te contar que agora, nesse momento, tenho medo da distância que se aproxima, porque eu não sei como vou lidar com a falta do meu porto seguro, todos poderiam sempre passar, me apaixonar e desapaixonar fervorosamente durante décadas, mas sabia que tinha alguém a distância do meu celular, são cinco anos da melhor amizade que eu tenho na vida, e ainda teremos muitos e muitos, só que esse um ano que se aproxima, me deixa aqui sem saber como lidar com a falta que eu já sinto. Talvez fugir e deixar passar seja um jeito de evitar a dor. Talvez esquecer das despedidas e viver esse último mês, outro. Depois mais doze meses e eu não sei como eu fico aqui. Porque com todo esse pensamento me sinto a mais egoísta, embora por outra lado morra de orgulho de tudo que ela conquista e saiba que conheço a melhor futura advogada desse país. Talvez sejamos isso com quem amamos, egoístas, queremos prender a presença e não lidamos bem com a falta. Queria te contar tudo isso durante o nosso café, mas tem coisas que ficam melhor no silêncio.
Lembra quando te falava do jornalismo? De como é importante estar apaixonada? Você recebeu a notícia da minha nova paixão com espanto. Até eu sorrir e falar que era pelo mesmo, pela profissão que escolhi para doar a minha vida. Finalmente comecei a trabalhar com música, entrei no caminho que quero trilhar, estou feliz e isso me faz acreditar que tudo vai ficar bem.
Esse nosso ano de distância acaba e eu já não sei se cabemos um na vida do outro. Mais um café, outro sorriso, a reconstrução da confiança... Não sei o que se perdeu.
Ouvi mais músicas, fiz outros cds, terminei de ler alguns livros, comecei outros e parei porque eles sufocavam ou não diziam nada. De verdade, não lembro de uma noite inteira e esqueci outras de propósito. Me certifiquei que meu sensor de caráter funciona e quando eu sinto desde o começo que não devo confiar, o mais certo é não confiar, e que tentar mesmo que todos os meus instintos digam não, tem sempre um fim ruim.
Conheci pessoas que escrevem maravilhosamente bem. Ouvi músicas que não imaginei jamais gostar. Fui em festas estranhas. Desconheci o meu passado e sorri com o presente. Mudei...
O mais importante é que 2009 chega e, com ele mais uma chance de fazer tudo diferente, agora.
ps. desenho do hermano, Bruno Lazzari.
domingo, dezembro 14, 2008
I've got the records
That we used to share
And they still sound the same
As when you were here
The only thing different
The only thing new
Cat Power
Ela cantando lindamente (outra música) perfeita pro meu sonho, haha.
Eu posso ser muito tolerante, muito bondosa, ter o coração puro e receptivo, mas eu não suporto o máximo da carência. Não sei como alguém pode gostar de alguém, sem gostar de si, sem se conhecer, sem saber onde moram os seus maiores prazeres. Não por necessidade de autosuficiência, porque é sempre bom ter alguém para dividir, só que antes de dividir é muito mais seguro ser um inteiro.
"E sou feliz assim. Mulherzinha. Mas com bolas."
Clarah e sua frase mais brilhante.
Rá x)
ps. a cariocash maish querida colocou esse post aqui. beijo, pequena.
quinta-feira, dezembro 11, 2008
O melhor de ficar feliz é notar que são as pequenas certezas que te deixam assim. São os pequenos gestos e os caminhos mais improváveis. Porque eu procuro na vida o mais incrível, o maior sonho, o melhor beijo, o abraço mais acolhedor, a melhor cabeça pensante. Tudo isso e a certeza de que jornalismo é a única coisa que não muda...
Certeza não muda, eu sei.
ps. parabéns para os caras do "Eu, cuidador", TCC fudido, orientado pela Heidy. Assistido com as melhores companhias. ;)
terça-feira, dezembro 09, 2008
Sempre escrevi os meus limites em linhas tortas, nunca fez sentido se me sentisse presa ou acomodada. Gosto de lugares que estou porque quero estar. Pessoas por quem reviro o mundo para ver. Sorrisos sinceros em noites iluminadas pela nossa vida.
Nunca soube o que era certo ou errado, criei meu próprio código, segui minhas vontades e fui sincera, comigo, acima de tudo. E por mais que minha cabeça não parasse de contestar meus passos eu caminhava mesmo assim. Deixei as pessoas entrarem e serem importantes na minha vida, me mudarem, pequenos gestos e um perfume me lembra alguém só de passar ao meu lado. Uma música distorcida que só eu e alguns poucos amigos gostam, o meu gosto duvidoso que lembra você.
Queria te ligar e falar que passo aí para falar sobre nada como era. Te mostrar a minha vida e como todos os finais de semana fazem sentindo estando com algumas pessoas por perto, mesmo que o sentido sempre falhe quando penso que poderia ter mais um para completar os sorrisos.
E amanhã, seguindo os dias de simplicidade, recomeça o meu paraíso particular. As dúvidas sorriem enquanto esqueço delas. E ele me empresta um abraço para deixar tudo mais calmo. Porque apesar de contestarem os meus passos, eu caminho mesmo assim...
ps. o título é dela, garota alemã.
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Não adianta. Não vou ficar por aqui recolhendo seus pedaços, tentando montar aquilo que conheci, não existe, se perdeu, acabou. Se nem nas coisas banais você consegue mais ser verdadeiro. Se me omite nomes de perguntas diretas. Se guarda de mim tudo que pode ajudar isso a se transformar em nada, é porque já se transformou. Não é fácil olhar o seu rosto se virar sem a cor que eu conheci. Não é bom, perder, se perder, te perder. Mas é de longe, necessário. Acabar com as frases truncadas, os sonhos inacabados. Existe um ponto final em algum lugar aqui, onde?
Não saberia dizer como tudo começou, porque se alongou, como acabou... Talvez tenha sido aquele dia com o karaokê e o jeito todo seu de gostar de Beatles, a coincidência de a primeira música que entendi sem notar que não era minha língua ter sido Help. Os dias se seguiram, as conversas se encontrarem, os segredos se trocarem. Uma ótima companhia para fazer nada. Um lugar para encontrar conforto em silêncio. Quando você não precisa falar nada, quando não precisa ouvir nada, e sabe que não precisa entender porque em algum momento aquilo tudo será ou não, compreendido. É como um estalo no meio da tarde quando procuro paz. Algumas palavras, outras letras, alguns sorrisos.
Talvez você note que eu ando meio perdida. Falando alguns "não sei", mais agitada do que todo o comum, talvez perceba que eu não queira nenhum deles porque não sei mais o que quero. Sair de mim. Me livrar de lembranças de fatos não consumados. De sonhos sonhados até o momento ideal, quando meu edredom amarelo me empurrava para realidade, mesmo que ali, parado. Não sei. Você já me ouviu falar alguns "sei lá". Não sei em que instante as coisas deixaram de ser comuns e se tornaram diferentes. Quando notei que você existia de uma forma diferente dos outros. Mesmo que odeie análises, te vejo de muitas formas, forte e decidido, simples e calmo, complexo e sonhador, uma intensidade omitida. Às vezes, tenho vontade de te pedir para sair na chuva e deixar a água molhar todos seus sonhos. E se com isso, você só ganhar um resfriado, existe aquele chá que minha mãe fazia quando eu era pequena, que seria bom para a sua voz voltar a ser ouvida.
Sabe, tem algumas coisas que eu nunca contei para ninguém, algum detalhe seu, que fez toda a diferença.
Cansei de todo mundo achando o que eu devo fazer. O que eu preciso fazer. Como eu preciso falar. O que eu devo guardar. Cansei de não poder ser feliz do meu jeito. E quem disse que viver ia ter que ser sempre igual?
Ponto, achei.
domingo, novembro 30, 2008
Uma vez por mês eu entendo toda a humanidade, o jeito que todo mundo anda sem fé ou esperança no futuro, que banalizam o amor, que esquecem a simplicidade do sorriso de uma criança. Uma vez por mês eu entendo e sou como todos os outros. Me falta esperança, fé e vontade. Nesse mês, o meu dia de me sentir igual, veio depois de um em que me senti diferente. Esperança de que toda vida se encaixaria naquele melhor sorriso, que nada importaria tanto assim, que todo esse desencontro era armadilha da vida para armar algo maior e mais bonito. Um dia antes do meu dia de todos os outros, me senti feliz e acolhida por um lugar que já reconheci como parte da minha rotina, que fez de algum dos meus dias os melhores, perto de quem fez de toda diferença, equilíbrio. Um dia antes do meu dia de todo mundo, eu consegui dormir uma noite inteira calma, com sonhos doces dos quais não me lembro, mas eram doces, isso eu sei.
Depois do meu dia de todo mundo. Dormi poucas horas um sono agitado e cheio de pesadelos. Um maldito rato, que a maldita pessoa que estragou tudo apareceu para brincar, uma cobra e um leopardo em um restaurante moderno demais, todas essas coisas que sendo hippie o suficiente para pesquisar o significado dos sonhos, simboliza falsidade. Uma vez por mês, eu sinto medo, não só de mim, como é habitual, dos outros, sinto medo de todos que não entendem absolutamente nada das diferenças, dos que banalizam os sentimentos, da indiferença que você se veste. Uma vez por mês eu sinto algumas coisas, ruins.
Uma vez por mês, eu sinto uma vontade absurda de ouvir Cranberries até o mundo acabar. Sabe, o que é? Uma vez por mês eu quero que o mundo acabe. Meus sentimentos se explodão. A verdade caia como uma luva nas suas mãos. Os sonhos se desfaçam. E a esperança morra. Devia querer isso todos os dias, mas eu li Pollyanna demais, percebi cedo que só os riscos valem a pena na vida e viver sem eles, é a inércia que torna os dias previsíveis, demais, para mim, que não sei viver assim. Mas, uma vez por mês, eu sei.
Eu continuo, dia após dia, testando os limites das palavras. Confissão, impulso, uma falta completa de razão, uma vida inteira de emoção, uma das nossas eternas diferenças é que eu não sei esconder o coração, eu já te pedi para me ensinar, mas essa é uma das coisas que você me negou com um sorriso. Uma vez por mês, eu queria ser diferente, só para não ser assim todos os dias. Uma vez por mês, eu tenho tpm e canso da fé. Sempre, uma vez por mês.
ps. o turbilhão de pesadelos dessa noite foderam a vida. =\
ps2. primeira mixtape =)
terça-feira, novembro 25, 2008
after all this time i don´t know why*
Sinto falta de como você me equilibrou. De como todo meu impulso era controlado pela sua razão. E nossas mãos se perdiam em lutas sem ganhadores. O seu sorriso sempre disse mais do que as suas palavras. Era com ele que você se vestia sempre que não queria responder ou perguntar. Era assim que você se limitava a conhecer do mundo apenas o essencial. Talvez você nunca tenha saído muito da sua rota. Medo de olhar para dentro e notar que diferente de tudo isso, algo te move, como a lágrima da fênix que cura todo o mal, o fim dos seus medos te curariam. Seria um dia após o outro como aqueles que vivemos. Uma frase solta grudada na outra. Um sorriso guiado pelo outro. Sonhos coloridos e confessados baixinho. Sem o medo de não ser bom o suficiente, seriamos um, pelo tempo do eterno, mesmo que não seja para sempre.
Quando eu era muito mais garota do que hoje. Eu acreditava que encontraria alguém para me completar, alguém que formasse tudo que eu imaginei, mas o tempo passou e o mundo mostrou que eu encontraria alguém que me equilibrasse e eu seria o desequilíbrio da vida dele. Nossas visões de mundo seriam diferentes porque era necessário aprender também. Nossos sonhos seriam parecidos, nossas vontades seriam semelhantes, nossa capacidade de ouvir seria igual. Nesses pequenos detalhes encontrei você.
Faz dias que encontrei alguns sorrisos que me mostram um novo caminho ou iluminam o antigo. É como se caminhasse no meio de uma estrada e o destino estivesse ao lado, um dos dois lados, mas eu continuo no meio, seguindo sem notar que quanto mais caminho, mais a estrada se afunila e ali no fim dela, os dois virão um único. Como se fosse inevitável chegar a um lugar que se escreveu nas estrelas, no dia que você notar a existência delas e deixar que todo peso do que é obrigado, se vá. Não é preciso mudar, não era, mas você fez. Adequou-se e virou isso que eu não reconheço mais...
Até o fim da estrada, ainda não consigo enxergar os pontos, e me deparo com os dois lados. Escolhas?
-- * Girl - The Beatles
domingo, novembro 23, 2008
A diferença de se encontrar ou parar, é que ninguém se acha sem se perder, é preciso aquele período de experimentar a sensação de 'não saber', para que a arte do encontro seja real. Se não, é só a inércia nos levando até um ponto qualquer. "Ela sabe exatamente o que não quer". A partir daí se desenrolou uma infinidade de coincidências. É estranho como não encontro um porto, porque sigo com a premissa máxima de que só o 'não realizado pode ser romântico' e, eu nem sabia disso até uma conversa em um bar, porque algumas pessoas pensam coisas parecidas, algumas pessoas também são diferentes. Outras se encontram em um conto de fadas e buscam um 'para sempre'. Enquanto aprecio o caminho e o desenho de detalhes. Procuro sorrisos. E vivo em busca de pequenas doses de verdadeiro sentimento. Desprezo quem precisa estar com alguém. Esqueço quem se perde em uma vida vazia. Encontro quem sorri da sua própria loucura. Quem se aceita da cabeça aos pés e enxerga os próprios defeitos. Aqueles que me fazem sorrir e chorar de felicidade.
Quero cantar até perder a voz. Viver até não me sentir estrangeira de mim mesma. Não me prender jamais ao que esperam de mim. Quero uma vida plena. E assim, eu prefiro 'regretting instead of forgetting with somebody else', como canta a Nega.
E ainda existem pessoas que acham tanta contradição, charme. Apesar de acreditar no não realizado, o realizado é bem melhor e me carrega leve por dias sem notar...
-- Nina Simone
terça-feira, novembro 18, 2008
As coisas só começaram a fazer sentido quando eu aceitei que seria diferente. Meus sonhos não responderiam as expectativas dos outros. Minhas vontades seriam particulares. Meu gosto estaria extremamente ligado a liberdade. Quando aceitei que poderia sentir falta de quem quisesse no show de quem fosse. Quando as coisas finalmente fizeram sentido...
Com uma dose extra de sorte encontrei amigos maravilhosos e pessoas que vivo revendo pelo mundo. Fora os meus amigos, lembro com carinho de alguns outros, porque as pessoas deixam mais do que marcas no meu corpo. Escrevem a sua história em um, ou mais, capítulos da minha. E se hoje, tudo é assim tão impreciso, é porque resolvi que mais vale observar os passarinhos voarem livres....
Um beijo,
Carinho...
* título dessa música
Could we
Take a walk
Could we
Have us a talk alone
In the afternoon
(...)
-- da Cat Power
segunda-feira, novembro 17, 2008
Um monte de músicas, um monte de frases, um monte de coisas sem sentido concreto que fariam mais sentido com você, que nem sei quem é. Uma pessoa que eu espero para me deixar quieta quando eu teimar em falar. Para olhar nos meus olhos e descobrir que eles podem esconder tanta coisa, menos de você, que eu nem sei quem é. Alguém capaz de desmontar todas as minhas armadilhas sem cair em nenhuma. Que não se deixe ser boicotado pela minha mania de ficar sozinha. Que note a diferença entre necessidade de silêncio ou capricho.
Sabe, você, pra quem eu entregaria algumas coisas que nunca deixei ninguém tocar. Só você, que nem existe, porque não tem mais um alguém atrás do meu você. Não precisa mais tentar fazer eu te esquecer, porque eu já esqueci, você foi um produto maravilhoso da minha imaginação que não funcionou no jogo da vida real.
Sabe, eu continuo esperando você com meu guarda-chuva para te proteger da água e com um sorriso para te proteger do mundo. O resto a gente faz funcionar, dar certo, acabar. Com um toque de leveza nessa vida cinza, da chuva, do dia a dia...
domingo, novembro 16, 2008
Queria te pedir para não iluminar demais os meus dias. Não sorrir nos momentos certos e nem saber exatamente o que falar. Queria te pedir para não preencher espaços com a sua vida e nem deixar a minha mais leve. Queria te pedir para nunca, jamais, em hipótese alguma pensar em ser especial.
Reconheço que nesse momento me deixei ser vista, sorrio mais e falo do meu passado com doçura e certeza de que o melhor é andar para frente. Penso nas coisas que seriam dele, só dele, as minhas mãos cuidando do seu presente, meus dedos escrevendo broncas para ele notar que não pode andar sem guarda-chuva e depois a minha voz meio brava, meio compreensiva perguntando se não seria melhor eu ir socorre-lo com o meu guarda-chuva vermelho. Lembro de pequenas e bobas frases para o fazer sorrir. Das minhas canetas com ele, esperando uma nova história ser escrita.
Cansada do marasmo fui naquele lugar sentir saudades. Trocar passos com os sonhos marcados, os medos retidos, as palavras guardadas. Me vesti do silêncio e sorri para a compreensão. De repente existe identificação em algum lugar de um sorriso. Cantei de olhos fechados todas aquelas músicas com letra demais, vida demais, verdade demais e a melodia que movia cada um dos meus dias passados, demais. Esperava o tempo inteiro uma música que me denuncia da cabeça aos pés, que encaixa cada uma das frases na minha vida e me faz sorrir. No fim, encaixadas as diferenças, subia a Augusta outra vez, com um sorriso no rosto. As coincidências representam o acaso de uma das minhas frases que transformei em clichê na vida: "os melhores dias chamam acaso". E esse foi, por acaso... carinho.
quinta-feira, novembro 13, 2008
Se escrevo menos, talvez seja a necessidade de guardar, doar os meus pedaços apenas para quem escolho. Minhas palavras desenham um caminho. Minhas vontades sorriem dos meus medos. A sensação de dever cumprido apaga todo o meu cansaço. E felicidade pode ser um sorriso quando você precisa de um;
em alguém.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Achei o necessário. Hoje eu preferi demorar horas pra chegar em casa, porque eu tinha um livro e um cd no ipobre que chama 'cd mulherzinha', passei dois dias encaixando as músicas, escolhendo a ordem, pensando no ritmo que um cd gravado com esse nome teria e agora demoro um mês para gravar. Enquanto isso tenho um livro e ele no ipobre para me deliciar com minha própria companhia silenciosa. Olho para as pessoas no ônibus, arrisco um sorriso para senhora que me olhou sentada com o livro em um canto estratégico que não chegou a ser um banco. Não queria ouvir as pessoas e nem falar com elas. Preferi o silêncio e voltar para casa mais cedo do que a interação na faculdade. Ficar com meu pijama da hello kitty rosa que beira o rídiculo depois de passar pelo infantil e uma ou duas pessoas com as quais troco palavras nesse computador, o msn fechado e o gtalk escolhendo pequenas letras. Cansada.
O difícil é encontrar alguém que entenda as diferenças. Que não critique por eu gostar de Nina Simone e não esquentar por viciar em uma música daquele filme adolescente. A que pode amar um filme do Woody Allen, saber de cor todas as falas de Closer ou assistir mil vezes Brilho Eterno só para ver aquela cena onde ela diz ser uma garota ferrada procurando sua própria paz de espírito; a mesma que pode passar um fim-de-semana fazendo maratona High School Musical com a irmã de onze anos. Posso ficar semanas lendo a mesma coisa do Caio só porque ele me envolve demais e achar o livro novo do escritor russo do momento um porre, continuar a mesma ainda que tenha esperado pelo lançamento do último livro que fechou a minha infância junto com J. K Rowling. Sendo essa contradição inteira, sem deixar de ser eu. Posso me apaixonar perdidamente por um sorriso e desapaixonar pela forma que não olha nos olhos daquele garoto que te pede atenção.
O mais importante é saber que eu sou capaz de esquecer do mundo por um só. Mesmo que eu pareça a garota inquieta demais, inconstante demais, irritada demais. Demais, é o que os outros vêem. Todos eles.
Enfim...
L’essentiel est invisible pour les yeux.
domingo, novembro 09, 2008
Se eu fosse uma garota com um manual de instrução, ele seria cheio de letras minúsculas descrevendo as minhas pequenas particularidades. Eu não preciso ouvir coisas bonitas, porque elas me cansam com a mesma intensidade da ausência delas. Me assusta certas palavras e eu fujo só para não ter que enfrentar uma coisa andando mais rápido do que eu. Essa é a mesma garota que pode gostar e deixar de gostar com a mesma intensidade. No mesmo ritmo das atitudes infantis, porque o Caio disse uma vez algo como se "amar fosse conseguir enxergar, e não mais amar, deixar de". A essência era essa, mas a frase nem de longe parece com isso, porque ele sempre esteve muitos passos a frente.
Eu estou perto de coisas que são verdadeiras, intensas, diferentes. Deixo as coisas acontecerem e noto que eles não acertam os lugares que me deixam sem ar, sem chão, sem pensar em consequência.
Eu sinto por tudo que jamais chegou a ser. Pelos dias pela metade que vivemos. Pelos sonhos atravessados que sonhei. Pelos sorrisos cúmplices que se completavam e agora sorriem sem sentido. Pelo carinho que se trocou. Sinto que meus passos não poderiam esperar o diferente ser banal. Não gosto de esperar, a vida leva, me leva. E agora, eu tenho a opção de caminhar devagar, sorrindo com os cabelos soltos e o sol queimando meu nariz. Sorrindo dos meus dias passados e fazendo planos silenciosos enquanto procuro o sol em um outro olhar. Posso fazer tudo isso e me encontrar. Mas prefiro continuar sozinha com a intensidade certa de quem não precisa jogar a mão na vida de outro. Quem pode viver a sua própria vida. Quem suporta seus próprios problemas. Sustenta seu próprio castelo.
Naquele meu Manual de Instrução estaria escrito: "Cuidado frágil - capaz de mudar pela ausência da palavra certa ou pela insistência das erradas".
Opa, queb...
quinta-feira, novembro 06, 2008
Quando percebi que meu inglês finalmente era usual entendi Beatles e todas as palavras pareciam fazer parte do meu cotidiano. Não que eu as usasse sempre, mas os jovens garotos de Liverpool cantaram algumas das minhas histórias antes mesmo delas acontecerem. Esperei até o momento chegar e Help! deixar de fazer sentido, inverti a ordem das histórias e criei a minha própria. Meu maior presente foi hoje poder estar com alguém sem precisar. With a little help from my friends.
Penso em Eleanor Rigby e me pergunto se seria uma das pessoas solitárias que nunca se sabe de onde vem. Penso como contrario o I'll be back, te deixei com algo melhor para fazer e fui viver. Mesmo que odeie te deixar. Eu precisava voltar a sorrir e não posso ser uma peça do seu jogo. Minha prudência repentina me faz ir devagar, se apaixonar pelas idéias e não pelos ideais, pela essência e não pela força, pelo sorriso e não pela ausência.
Toda vez que ouvir 'and i love her', vou lembrar de você e de como um dia achei que bastaria 'bright are the stars that shine dark is the sky'.
Só sei que enquanto corro e faço tudo caber nos próximos, observo devagar os modos, as neuras, os medos e tudo que me apaixonaria por existir serem medidos dentro de todo esse valor que desconhecia existir. Sempre me senti sozinha entre muita gente; até então...
Compreensão.
E tudo isso é porque finalmente tenho a discografia dos garotos de Liverpool.
Obrigada pelo presente =)
terça-feira, novembro 04, 2008
Quando vejo a cena da garota com um livro naquele mesmo banco marrom, com as árvores de companhia, lembro de como eu gosto de me sentir daquele modo. Algumas letras e o banco esquecido no meio do nosso lugar de sempre. Deixei toda incerteza me levar a beira de um abismo. Até que alguém me agarrou pela blusa e mostrou que longe dali existia a minha vida inteira, a mesma esquecida durante todos aqueles sonhos.
Em um momento qualquer finjo que a vida não tem peso e consigo me sentir feliz. São os sorrisos e a verdade que não encontro nos olhos de quase ninguém. Tenho medo de me decepcionar e ao mesmo tempo não sei me entregar pela metade. Descobrimos o nosso ponto fraco. Sabemos onde tocar. Sentimos, enquanto respiramos devagar aquilo que nos convida a viver. Se eu me perder, procure dentro de uma palavra que escrevi para você, toda minha verdade existe em palavras.
Os jogos imaginários só tem graça quando os dois lados conhecem as regras sem que elas nem se quer existam. As brincadeiras só são grandes quando o sorriso é inexplicável. Os sonhos só são reais, quando é muito para ser verdade, vivemos sempre do que é muito para nós.
Eu só quero, não sentir medo nenhum. I'm beginning to find that when I drive myself my light is found.
drive - incubus*
sexta-feira, outubro 31, 2008
Hoje eu precisava daqueles minutos de paz. Enxergar coisas boas nos olhos de quem vive com direito de inventar as suas próprias regras e, se importa, quando todo mundo já desistiu de acreditar. Acho que a definição da Bruna Beber pro shuffle, "esse botão chamado destino", se aplica aqui também. Sem controle, eu só espero que a música não termine nunca.
ps: a frase da Bruna está no blog da Fernanda.
e tá feita a festa dos links
quinta-feira, outubro 30, 2008
Será que algum dia alguém vai ouvir as canções que escolhi para serem suas? Será que algum dia eu vou conseguir fazer algo parecido com o que fiz pra você? E esse outro alguém vai ter um sorriso ainda mais bonito e muito mais para me dar. Será que esse dia chega logo?
Ou esse, será só mais um dia, além...
segunda-feira, outubro 27, 2008
Hoje uma criança me entregou o mais sincero sorriso. Com um livro quase maior do que ela, me olhou e pediu "lê pra mim uma dessas histórias de fadas?". Apesar de atrasada, não me importaria de perder a sessão do cinema, por ficar naquela cena que me arrancou um sincero sorriso e me emprestou uma ouvinte atenta. Eu não sei o nome dela. Mas daquela pequena com vestido vermelho e malha, eu nunca esquecerei.
Eu sou a mais besta com criança. Eu sei.
sábado, outubro 25, 2008
Eu só quero que isso chegue logo ao fim. Não quero mais ouvir ou falar. Não quero mais saber. Me retirei, deixei tudo como estava porque não queria mais mexer, mas as situações tem vida própria. Me falaram que eu estou mais bonita, que meu olhar mudou, talvez seja a aceitação. O fim e o começo de uma nova era. Só que é preciso PAZ para viver. Difícil.
sexta-feira, outubro 24, 2008
Em todos os meus livros imaginários, os personagens não precisavam morrer para desaparecer, era uma frase errada e a vida dele estava pronta para sumir daquelas linhas. A menina que gosta de mim, não é uma forma inteligente de definir ninguém, pode ser pior se a menina for eu. Porque eu sou a garota que gosta tanto do que é, do que tem, dos amigos que escolheu; que virar a página pode não ser assim tão difícil. Só precisava ter lembrado antes que entrar nesses livros nunca foi tarefa simples, sempre escolhi a dedo os meus personagens, desenhei sua aparência e imaginei os pensamentos. Uma criteriosa seleção natural.
Os meus dias precisavam voltar a ser mais solitários para fazerem sentido. Viver comigo e com quem fala da vida sem medo de ser feliz. Os amigos que ganhei nos últimos meses. Os mesmos que acreditam que orientação de qualquer coisa não é um erro. A gente escolhe as nossas cartas e joga conforma nosso próprio baralho. Amizade no estado mais bruto que a frase pode apresentar. Daquelas que batem e com quem você já não tem medo de discordar. Cansei outra vez de colocar uma peça atrás da outra.
Não deixei de gostar daquele livro imaginário. Mas a última página dele se escreveu em uma frase infeliz. Só espero que meus personagens vivam a sua própria liberdade sem interferir na vida dos meus amigos. Idéia estúpida escrever uma história sem final.
Precisei perceber que um porre não acaba com meus problemas mas, ajuda a recomeçar. Mais centrada, sensata e certa de que não substituiria personagens em uma história escrota. Não lembrar absolutamente nada de uma noite não a tira de mim. Dão aos meus amigos um monte de piadas prontas e me entrega sorrisos, porque eu sou incapaz de acreditar neles.
O fim precisava chegar e se hoje pareço chateada, é porque para mim é difícil começar, e dessa vez decidida a ser: sozinha. Claro que com todo mundo do bem por perto. Meus eternos escolhidos.
Cansei.
UFA, ENFIM!
ps. o mesmo filme, de sempre, as lembranças apagadas e o Joel também diz: ok.
quinta-feira, outubro 23, 2008
Faz algum tempo que eu deixei de ser idealista com a profissão, sem perder o romantismo, ainda acho que podemos ajudar o mundo mas não salva-lo. As aulas de jornalismo comunitário sempre me fazem acreditar um pouco mais que podemos ajudar, uma parcela mínima que seja, ser profissionais além da forma que criaram para encaixar um jornalista. Desci da sala pensando em uma porção de coisas e no texto que me esperava com aquela entrevista pronta no pen. Questão de vinte minutos eu tinha tudo pronto na tela do meu computador, esperando alguns ajustes que ficaram melhores nas mãos do meu amigo, o mesmo que o fim do colégio me entregou para sempre. Ele nada tinha a ver com isso, um trabalho da faculdade que não é a dele, futuro jornalista também, um dos meus orgulhos, força e coragem. O que faz da profissão uma coisa maravilhosa é essa rede de amigos que se cria. São meus sorrisos, os e-mails que me socorrem. Alguns na mesma sala e outros longe. Algumas pessoas tem o dom de transformar nada em luz. Eu gosto daqueles que sabem sorrir e procuram saídas quando a estrada está fechada. Eu gosto daqueles que escolhi e dos que me escolhem para ser. São quase duas da manhã e eu sinto uma sensação deliciosa de dever cumprido. Um desafio maravilhoso de uma entrevista difícil, cheia de dedos para não ferir o que não conheço. Respeitar a diversidade é difícil quando é necessário explora-la. O que eu aprendi quando comecei a viver de verdade. Quando eu quis ter o Felipe sempre por perto. Um dos meus maiores amores. Obrigada, meu querido.
E para fechar com chave de ouro.
Thigo diz:
"vendo" vc fazer esses textos e tals me faz lembrar da Carrie....auhuauha
Ri alto e fui dormir.
Eu AMO a Carrie desde sempre e ele não sabia.
quarta-feira, outubro 22, 2008
Naquela fase de inocência complexa, onde não se é criança ou adulto, onde começa de fato a adolescência que arrastaremos por muitos anos, começa uma das nossas melhores etapas da vida. Quando tudo é novidade demais para ser verdade e verdade demais para ser uma mera novidade. Talvez a gente queime etapas a fim de descobrir mais rápido e, se negue (para sempre) a condição de aprendiz. A vida é quase como um grande filme adolescente. Todos são personagens atrás de se encontrar. Buscam a cada nova letra um lugar qualquer para chamar de seu. O nosso espaço particular nesse inteiro que chamamos de mundo. Não tinha percebido, mas conversando por esses dias, me falaram que quando se é criança quer logo ser adolescente e hoje, na nossa idade, com as nossas responsabilidades, gostamos de ser adolescentes e procuramos aquela fase complexa e doce da transição. Agora é um pouco mais difícil, é a transição para o real que já enfrentamos durante todo o nosso dia, trabalhar e estudar, viver e amar. Falta um pouco de magia em algumas vidas. Falta um monte de coragem, a mesma que perdemos na nossa sociedade do medo. Medo de ser feliz, de voar, de crescer, de experimentar, medo de ser diferente.
Vamos ser terrivelmente adolescentes e imensamente felizes. Por toda a adolescência que nos resta e, que ela não chegue ao fim, jamais.
(Até a fatura do cartão chegar, minha irmã me pedir alguma coisa, o celular me acordar... Mas, meus momentos de felicidade aparecem com alguns sorrisos, dos outros, também. Be happy my lovers)
Dica de blog:
Teen Rocks
Adolescência com um quê de nostalgia.
Ps: totalmente influenciada por ter assistido Camp Rock até agora com minha irmã/filha/criança/vida de onze anos, minha chatinha sagitariana.
sábado, outubro 18, 2008
- Vai lá com a paz.
- Não, eu prefiro a guerra, a bagunça, prefiro você.
E dessa forma eu volto a acreditar que a felicidade pode estar no fim da cautela. Que um dia especial podem se tornar milhares de outros. Um olhar de preocupação diz mais do que a cara de indiferença. Se enganar a vida inteira por medo de se entregar, não me deixaria ouvir essa frase, nem sentir de perto essa felicidade.
São nesses momentos que eu volto a acreditar, na vida.
quarta-feira, outubro 15, 2008
Se alguma coisa aprendi entre tantas letras. Misturada a essência de um livro sem final. Sentada, sozinha, parada, ouvindo o que me diz demais. Sendo o que sou de menos. A soulsister falou da nossa inabilidade de se enfrentar, falar em letras pretas com um fundo branco ou no eco de uma ligação é sempre muito mais simples do que enfrentar um olhar. Medo do quanto as mãos podem denunciar e um gesto em falso acabar com a muralha que criamos para se defender, de nós. Não nos importamos com a vida que não tivemos. Perdemos em algum ponto a melodia dessa história. Em alguma pausa de uma vírgula que não existe. Em tudo, pontos e vírgulas, que engoli por falar rápido demais. A sua paciência curta continua quando a minha acaba. Mas eu ainda falo rápido demais. Demais e mais.
Alguma coisa parecida com estar viva. Reli a história e me encontrei. Fiz tudo que precisava para acabar com os pensamentos. Desfiz pequenos hábitos. Refiz grandes momentos. Consertei a minha vida inteira para te ter ali. Quando tinha todas as respostas, quando achava que era o momento de caminhar para um lugar que nunca tinha estado, a vida mudou todas as perguntas. Precisei lidar com um ciúmes que nunca senti. Com sensações contraditórias o suficiente para achar que ficar parada era o mais fácil. Talvez fosse tudo mais simples se passasse a viver na teoria. Só que na prática, a ação gera uma reação e eu gosto dos riscos. Que o ódio nunca seja resposta, enfim.
domingo, outubro 12, 2008
Deixei de sentir o medo da incerteza. Mudei outra vez. Tenho um novo cabelo, corte e cor, e um novo sorriso. Tenho as mesmas vontades guardadas, só que fora do alcance dos meus olhos, seria seu o trabalho de tirar daquela caixa fechada os sentimentos que guardei. Ficarão ali pelo tempo indeterminado chamado: vida. A gente levantou antes do jogo terminar e alguém apareceu ao meu lado para guardar as peças soltas. Agora me faz feliz com a pureza de um sentimento simples.
*Incubus
quarta-feira, outubro 08, 2008
Eu só sabia que estava determinada a deixar minha vida outra vez livremente pronta para ser vivida. Os sonhos precisavam voltar a ocupar suas posições. A realidade necessária fazia a sua parte em silêncio e as respostas de tempos atrás eram ouvidas sem palavras. Medo, opção, vida, liberdade; não importa o rótulo, aquele conteúdo secreto ainda é combustível. Chegou o tempo de piadas complementares e a mesma verdade cheia de possibilidades. É bom estar, tão bom quanto ser, livre e nesse instante: feliz.
segunda-feira, outubro 06, 2008
Precisava me encontrar enquanto me perdia em silêncio. Ficar ali parada só porque eu queria ficar parada. Me encher daquele mousse de limão até azedar. Sorrir como se o mundo fosse acabar amanhã e esse fosse o último instante chamado felicidade. Viver como se fosse o meu último dia. Porque eu não podia voltar atrás naquilo que tinha visto, o Caio falou que depois de ver, não há mais volta. Depois de enxergar uma vez, a cegueira é preenchida por imaginação. Meus olhos fechados enxergavam com os sentimentos. Meus sentimentos fechados me faziam ser cega para tudo e, tudo é muito para deixar de ser. Foi quando me encontrei, sem notar, sem procurar lugar nenhum chamado compreensão. Da arte do encontro, eu só dei valor quando perdi, quando vi que de tudo que poderia perder, estava a um fio do mais insuportável. Me perderia e nessa estrada sem volta, só os tijolos coloridos fazem história. Cada um deles é a simples continuidade de uma noite de sonhos. Caminho para um lugar onde eu possa sentir...
paz.
Dia quatro de outubro é sempre um dia especial :)
domingo, outubro 05, 2008
Talvez eu fosse mesmo uma garota mimada e meus pensamentos fossem todos egoístas. Aprendi a sonhar enquanto fazia das minhas bonecas companhia. Criava durante tardes inteiras histórias e sorria sozinha. Até que eu percebi, o quanto egoísta era minha imaginação, intrometida, ficava formando espaços e criando laços que só a vida é capaz de melhorar. E a partir daí, fui ser garota... e só.
sexta-feira, outubro 03, 2008
Me irrita a falta de alegria nos olhos. O nunca estar bom. Me irrita o ar de superioridade forçado que me faz perguntar se existe algo mais a ser dito. Não tem, nunca tem, a não ser que vá fazer desmoronar uma construção inteira. Sustentávamos um alicerce, éramos quatro, até alguém quebrar um pedaço em um dos lados, ainda estamos equilibrados, esperando quem sabe um dia que alguém conserte algo.
Parei de tentar conviver, a convivência é forçada quando não há opção, com jornalismo existem momentos que é preciso ir além e, nesses momentos eu preciso de iguais a mim para segurar a onda e me ajudar a pensar. São os meus amigos com os quais adoro trabalhar junto. Tem os momentos que aquilo é trabalho e a amizade é conseqüência vinda com uma dose extra de sorte. Eu gosto das pessoas com quem trabalho, são pessoas que fazem da Virada Cultural um monte de história, são pessoas que terminam a noite em um bar da Augusta ouvindo música boa e entendendo tudo ao mesmo tempo. É a minha sorte e a outra parte dela se chama: sinceridade.
Eu sempre enfrentei os meus sentimentos. Errei e acertei com minhas próprias vontades. Enfrentei o convencional e já fiz tudo ao contrário porque quis. Já me deixei levar. E já resolvi parar de uma vez. Já acreditei no tempo e ridicularizei a substituição. Depois acreditei que a aparição de alguém novo na sua vida pode mudar seis meses dela, e não falo em futuro, tem que horas que a gente se apega tanto ao passado que fica vivendo nele, mesmo que continue existindo um dia após o outro. Sempre tive o maior orgulho de assumir escolhas mal feitas e tentar conserta-las. Já quis quem desprezei um dia. E tive, mesmo que com isso, tenha que ter engolido o meu orgulho. Já andei para frente em sorrisos sinceros. Já desisti de fingir que eu quero conviver com quem eu não quero. Quem tem o dom especial de acabar com a minha energia. Aquela pessoa hippie que acredita em vibrações e que quando as pessoas não andam sintonizadas, elas andam porque a fila empurra, eu deixo passar na minha frente e fico feliz no meu ritmo.
Ah, como é bom não fingir nada e ser só o que eu sou. Imperfeita, perfeccionista com tudo que acredito, e principalmente, amiga dos meus amigos. :)
quarta-feira, outubro 01, 2008
Poucas coisas me irritam mais do que discussões sem argumentos e aquelas pessoas que de tão submissas as compram sem fundamento. Eu detesto a coisa da falta de tempo, quando a vida te obriga a dormir quatro horas por noite durante um ano e meio, certas desculpas viram piada. Problema nosso. Não me interessa e não interessa pra quem te cobra. Algumas coisas precisam ser ditas, como a falta de referência em uma faculdade de jornalismo, para tantas outras o silêncio seria solução. Se virá, cada um com seus problemas, e eles não importam quando o assunto chama: obrigação. Outra vez repito que a faculdade são quatro anos de estágio (no caso, pagos) para uma vida.
O Quiroga diz:
Quando se aproximarem aquelas pessoas que só criticam o mundo e se queixam do drama em que estão envolvidas, diga-lhes que se elas vêem outro mundo melhor, então que façam o necessário para inventá-lo e pô-lo em prática.
terça-feira, setembro 30, 2008
Minhas definições mudam o tempo inteiro e a três semanas elas caminham em uma luta de sorrisos. Eu sei exatamente o que não quero pra mim. O corpo cansou e a cabeça se recusa a aceitar o mínimo de tudo. Não fico parada por mais tempo diante de nada. Encontrei e me perdi do que conseguiria me parar naquele momento. Encontrei outra vez e dessa vez, é melhor não errar de novo. Tudo sempre fica errado na minha vida quando eu paro e me conformo em só viver. Um dia começa a ser igual ao outro e todas aquelas manias simples de continuar, apagam pouco a pouco a vontade de mudar. Eu já não sei porque meu amigo disse aquilo e não sei mais em que acreditar. Tenho três estradas e só para uma delas não consigo olhar. Caminhos, escolhas, opções.
segunda-feira, setembro 29, 2008
Caio Fernando Abreu
Cedo ou tarde, um fim, enfim.
domingo, setembro 28, 2008
sexta-feira, setembro 26, 2008
As respostas que eu procurei estiveram o tempo inteiro ao alcance dos meus olhos, mas eu nunca consegui enxergar. Comecei a perceber que o máximo que compartilhamos com alguém é a nossa visão de mundo. É algo que vai além da compreensão e tudo fica melhor em um abraço. Porque eu vivo o tempo inteiro me encontrando em olhares diferentes. Em um clarão aparente de possibilidades. Eu realmente me encontro no improvável.
Queria contar ou explicar que deixar de ser não é o mesmo que deixar de sentir. Caminhei ao seu encontro até a estrada acabar em uma parede branca demais desenhado em um sorriso que me devolveu a percepção de que eu posso ser especial para alguém ao meu modo. Poderia ficar toda uma vida rondando seu ego. Minha amiga contou que só aceitou o inaceitável quando a falta dele falou alto demais, passou a viver no mundo que nunca imaginou e voltou a ser feliz. Apesar de gostar, já não sei se interessa para alguém viver ao redor. Vivo melhor perto da coragem de outro alguém, que me liberta devagar, de mim. Me tira da redoma de vidro embaçada que criei sem querer.
Respiro a confusão das atitudes estranhas e só consigo me encontrar em prazeres que havia esquecido. Sempre quis encontrar alguém capaz de dividir o silêncio, e ontem, enquanto andava na Augusta sozinha vi que minha companhia me faz bem. A mesma da qual me privei para não pensar.
Um filme que me fez chorar em alívio. Mesmo que pensasse como agiria se aquela fosse a minha situação e enxergasse as atitudes de alguns como sobrevivência. Aquela rua de histórias. O bar reformado. A livraria encantadora. É verdade que tentei te mostrar tudo isso. Alguém me falou que tanta coisa sem retorno, tende a virar algo ruim. Sorri porque com você as coisas não são bem assim.
Não sei mais me repetir em palavras. Não é para parecer que esqueci. Mas a substituição foi necessária, e a escolha foi sua. Desde sempre soube que era a sua escolha, só que demorou até respeitar a sua decisão, nunca quis te mudar, porque cada um muda conforme a sua própria vontade, todas as vezes que falei em liberdade era com a vontade de te entregar isso. Ainda acho que vá além do que um contato físico, o mesmo que qualquer balada resolve, ou um passante que escolhi para fazer parte disso. Só que isso faz falta também, e o destinatário do seu carinho nunca me agradou. Vê que não preciso gostar e nem vou me obrigar a mais nada. É um novo tempo e agora ele é todo seu. O meu é velado por sorrisos.
Era tudo isso. O que guardei de mim e só te entreguei em letras. Mais uma porção delas e dessa vez, uma resposta não é esperada. Lembra daquele post it amarelo onde escrevi "não há nada a ser esperado, nem desesperado", agora ele faz mais sentido.
ewige wiederkunft
ps: agora que ele passou por um lugar mais importante, veio parar aqui, afinal é o lugar onde ele fica mais confortavel, o texto de tudo depois de Ensaio sobre a cegueira que eu recomendo pra toda galére.
terça-feira, setembro 23, 2008
segunda-feira, setembro 22, 2008
Foi preciso ficar tudo fora do lugar para encontrar o valor das coisas que estavam ao alcance dos meus olhos e fora da minha compreensão. Só eu não queria ver milhares de coisas que você e todos tentavam me mostrar. Meu amigo diz que é um erro e eu discuti com ele quando as considerações foram longe e certeiras demais. É a vida mostrando que um caminho determinado não é um fim certo. E entre gostar e entender esconde-se a sorte de achar as coisas certas. Por fim, a sorte sorri com os olhos que dizem: "voe garota".
Ando meio com fome de tudo. Entre músicas, poesias, revistas e sonhos. Entre arte concreta e abstrata. Recortando do presente o tempo que falta. Revivendo do passado a leveza que ficou esquecida. Ando com fome. Irritada demais. Ando completamente diferente e confortável. Acho que o maior erro é trocar o passo por marasmo. Embora esteja parada, o movimento da calma e da compreensão me impulsionam. Tudo é mais simples e os programas tranquilos. É como se de repente estivesse dividindo tudo com quem enxerga o mundo com os mesmos olhos. Livres de preconceitos e cheios de possibilidades. Enfim...
sábado, setembro 20, 2008
Se eu pudesse pedir alguma coisa, seria algo muito parecido com "não deixe nunca que o sonho acabe". Não se iluda com a vida, nem deixe que tudo perca a leveza dos sonhos. Pense que basta acreditar para mudar toda uma história. Ser verdade para anular uma mentira. Fazer sorrir quando o dia inteiro tenta a todo custo acabar com você.
Acredite naquele filme de criança. Como eu acredito e, choro ao ver que por tantas vezes eu sou fraca diante da vida. Queria conseguir te fazer enxergar com os olhos da inocência que não existe mais. Reconheço a sinceridade nos sorrisos. Quero ter por perto todas as pessoas que conseguem sorrir em uma discussão. Falar sério com uma criança. Ser adulto diante das impossibilidades da vida. E ser criança perto da leveza dos sonhos.
Finding neverland.
ps: esse dvd foi uma das melhores aquisições dos últimos meses. esse filme, a história e a Kate não me cansam, nunca.
quarta-feira, setembro 17, 2008
Tenho observado mais a vida em silêncio. Notado como todos esperam de você uma coisa que talvez não esteja pronto para entregar. É mais do que o corpo, vai um pouco além dos sorrisos compartilhados, é onde você ficaria nu de todas as armadilhas que criou no seu labirinto da vida. Esperam de você, respostas, palavras, verdades. Fico em silêncio observando a sua fala sem palavras. O seu descaso tem um meio sorriso com a boca de lado. O nervosismo pernas inquietas. As dúvidas são olhos fugitivos.
Quantas foram as vezes que estivemos diante de palavras, aquelas que resolveriam de uma vez por todas as dúvidas, as mesmas que me levaram por um caminho cheio de descobertas. Me encontrei tantas vezes. Me perdi. Sorri e porque não, chorei.
Com quantos pedaços se faz um inteiro? Pensei naquela velha ladainha das metades. Das almas gêmeas. Até chegar em mim e ver que não sei me dividir. Sou a soma de um inteiro com alguém que seja isso também. Juntos formamos um par. Um mais um se forma um par. Não um. Não como metades que tiram o melhor ou pior de si para entregar ao outro. Não nos entregamos em silêncios duradouros, porque falamos muito mais sem as palavras, fazemos o jogo da vida sendo um par. Esquecemos todo o resto e nem se quer nos importamos em ouvir.
Tenho receio das cobranças que te fazem. Já te perdi para tanta coisa. Acho que te perderei ainda mais uma vez para o fim da inocência em palavras. Você pode atingir as mentiras daqueles que falam sem querer. Só para fazer alguma alma carente ouvir. Você quer arrancar sorrisos como todos os outros. Você quer ser especial. Não só mais uma metade, mas é o que você é, tem gente que não suporta um inteiro.
Siga, são suas as palavras nunca ditas, enfim.
ps: eu deveria realmente estar pronta para pegar carona com meu pai até o hospital mais próximo, tomar uma injeção e fazer uns exames, só assim pra essa maldita dor passar. é físico, parece caxumba, parece mil coisas e eu preciso saber logo o que é. mas, tem algumas linhas que não podem esperar. sabe?
segunda-feira, setembro 15, 2008
A gente?
Eu não aprendo.
"Eu sou assim"
domingo, setembro 14, 2008
O meu sorriso substitui o incômodo e ele quase já não existe. Como se eu tivesse, outra vez, sentindo tudo calmo. Meus sentimentos são serenos, a força de um vulcão no olhar de menina e os segredos mantidos em silêncio na bolsa de uma mulher. Quase uma esfinge com código simples. Qualquer pessoa que consiga se entregar a vida, seguir as próprias vontades, sorrir dos próprios defeitos, ver qualidades nas diferenças, qualquer pessoa que se comprometa em ser feliz consigo, qualquer um que não seja mais um. E assim, o meu código foi decifrado. Eu sempre vi tudo isso em você, mas se perdeu, me perdeu, perdeu, só naquele momento do dia te enxergo outra vez e sorrio, por fim.
Parece ser o fim. Enfim.
you want the car, i'm off
you've got it all, you heard the words
it's true we're choking, humming,
loading and taking three, three!
i called my friends out
to see if it was truth
they said i was blind
Just To See Your Blue Eyes See
Vanguart
Por mais que eu finja bem, a falta existe, viram sonhos.
sexta-feira, setembro 12, 2008
Talvez eu seja a garota mais cansada do condado. Os dias tem passado rápido demais. Muitas mudanças. Eu mudo. Você muda. Aquele ali sentado lendo um livro, também. O outro que escreve um livro e me convida para fazer o prefácio muda e me muda. Os projetos. As coisas. Vida, um monte de vida, e tudo respira em um compasso calmo.
Essa semana foi de mudanças. Calcular tudo no seu pequeno valor. Mudar os resultados e aceitar que sentir sempre será mais forte que a minha razão falha. Tenho andado diferente, com pessoas diferentes, conhecido pedaços meus que nunca imaginei existir. Me deixado levar pelas mãos e sorrido no fim. Acolhida em silêncio.
Mudei de trabalho. E senti meu valor em textos desafios. Tudo é novidade no mesmo lugar de antes. Cresci sem sair do lugar. Cresci sem deixar de ser eu, como na vida, como em todas as coisas. Me aceitei nas semelhanças e sorri de coincidências.
Tudo hoje é mais leve. Tudo. A leveza daqueles dias que você me tirou o ar e eu fiquei ali, tentando aprender a me virar com uma coisa que nunca conseguiria, aprendi por você. Desaprendi pra você. Estou cansada, porém feliz.
How many special people change?
How many lives are living strange?
*Oasis
quinta-feira, setembro 11, 2008
Eu tinha jogado fora todas as minhas respostas. Substituído a falta por presenças enormes. Guardado os planos para mais tarde. Remexido nos meus livros e encontrado frases inteiras que um dia pensei em falar pra você. Me perdia e encontrava no seu sorriso. E se hoje as palavras são poucas, é porque tudo é feito no silêncio.
.
.
.
Um beijo e respeito.
*Stereophonics
terça-feira, setembro 09, 2008
Sinto falta dos risos, dos dias de paz, dos prédios verdes e da grama daquele lugar, das manhãs sentada no mastro, amarrando cardaços um nos outros, rindo até a barriga doer, tomando todo chá gelado com limão do mundo. Sinto falta do simples e da minha complexa simplicidade na forma de garota.
Eu me cuido daqui. Você se cuida daí.
Um café com você, tempo, nos ajuda?
Você sabe que será madrinha, rá. hahahaha!
segunda-feira, setembro 08, 2008
Continuo impaciente e indecisa, só nunca deixei de preferir molho branco, nessas resoluções simples o meu gosto sempre é aguçado e a decisão é quase um riso. Ainda ando confusa, só que agora tranquila e contente.
Notei quanto tempo desperdicei tentando provar que nunca precisei provar nada. Abria o tabuleiro da vida e deixava qualquer um transitar, falava e ouvia, sorria e deixava uma ou outra lágrima molhar meus olhos, era a troca real de uma vida ilusória. Me pego controlando a intransigência, aceitando cada vez mais as diferenças, ouvindo e aprendendo que cada um é único, de um jeito particular duas rosas jamais serão idênticas. Me policio quando vejo que todos se viraram contra um, acredito que toda unanimidade é burra, alguém pensou bonito e todos continuam concordando sem se darem ao trabalho de pensar. Cansa essa mania do idealismo regado de utopia, porque no primeiro obstáculo é hora de recolher as armas, mantenho minha idéia fixa e minha promessa de pé, aquela que a terceira pessoa descobriu hoje em um e-mail ignorado.
Das vezes que me quebro em mil pedaços, o mais difícil sempre foi não ter você para contar dos meus planos, nem ouvir os seus, como eu sempre gostei do modo que seus olhos sorriem quando sonha e como se mexe quando realiza algo sensacional. Sempre procurei explicar o que eu sentia, fiz questão de esquecer, só que mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.
As palavras se repetem linha a linha, mas qual é aquela palavra nunca dita? Quando notava as coisas que te incomodavam, percebia o quanto te queria, era uma forma de proteção ao contrário, preferia te ver batendo a cabeça na parede porque era isso que você queria, era assim que pensava; a ver você desistindo da sua verdade ou escondendo ela em qualquer lugar onde ninguém possa ver, só porque é mais fácil conviver com o cômodo. Talvez seja um tanto idealista pensar que as pessoas vão seguir a sua própria verdade, me irrita ver alguém se perder em um mar de marasmo.
Por fim: eu sei que você sabe, quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você, que eu quero o mesmo...
ps: O texto é baseado na música do título que começou a tocar no rádio quando voltava da faculdade, foi um jeito de me fazer sossegar a indecisão, e um texto pronto, porque o Renato sempre falou demais, ainda que, eu já não seja mais tão teenager e tudo faça menos sentido do que fazia quando tinha quinze anos e sonhos irredutíveis. Agora, uma música dele é real e isso muda tudo. ;)
Os itálicos são trechos quase nada ou não modificados.
domingo, setembro 07, 2008
Sempre procurei a montanha mais alta, o sorriso mais belo, o olhar mais profundo; apreciava na beira de um abismo, desses abismos, a queda livre. Voar sempre foi possível diante da minha história. Escrevi uma narrativa em pequenos detalhes. Percorri distâncias inimagináveis em segundos. Demorei dias para dar poucos passos. Vivi em lados opostos e refiz, a cada momento de compreensão, uma vida inteira. Tudo é só uma questão de respeito, falar aquelas coisas que de tão difíceis permanecem caladas. Manter o passo firme mesmo quando o chão se mover. Remexer o acaso com a vida que escolhi me escolheu para ela.
Bastava só me concentrar para transformar tudo que havia em volta. Como a um pássaro voar sempre significou liberdade. Não era, genuinamente feliz presa, mas podia cantar ainda assim. Me adaptava por dias a condições ridículas e bastava um sopro de vida ou a porta aberta para levantar vôo. Olhar tudo do alto. Crescer e renascer das cinzas como uma fênix. Tentei curar pessoas com lágrimas, mas não tinha todos os poderes desse pássaro de fogo, meu poder era inverso, eu só curava com o riso. Era a maior força que poderia emprestar alguém e era desse alguém que vinha a minha. O meu riso sempre foi provocado por coisas que não sei nomear de tão pequenas.
Por fim, sempre soube: "eu quero um punhado de estrelas maduras, quero a doçura do verbo viver".
sábado, setembro 06, 2008
Eu já falo para não ser ouvida, porque eu aprendi uma porção de coisas com você e a mais importante delas é que as pessoas só entendem quando estão a fim de, não adianta falar para uma criança comer um prato de cenoura se ela odiar cenoura, imposições não funcionam com a inocência de uma criança e nem com a certeza de um adulto. O máximo que eu faço nas duas oportunidades é abrir a dúvida, para uma criança explico os benefícios daquela coisa que pode até parecer bonita se ela usar a pequena imaginação para tornar tudo melhor e, para você mostro o mundo que eu vivo de uma forma tão diferente e minha.
Sabe, eu senti que vivi tanto tempo em um quarto fechado de dúvidas, já não me mexia com a leveza que preciso para sorrir do mundo. Estava sem forças, sem ar, sem verdade, insistindo em ficar ali, gritando para os meus amigos me deixarem com as minhas incertezas. Foi quando alguém simplesmente apareceu com tanta coisa igual, me mostrando que isso era tão pouco perto do quanto a vida vai me provar, colocando as minhas diferenças tão próximas de uma vida real, como se outra vez eu estivesse na roda, naquela que me retirei, na mesma que me mantive fora e longe, por prazer, por vontade. Abriu as portas e janelas, sorriu e falou "respira, garota".
Cacilda Becker diz:
- Eu sou assim.
o título é do Pela Passagem De Uma Grande Dor dos Morango Mofados, do Caio F.
ouçam eles - Speechwriters LLC
domingo, agosto 31, 2008
Estamos preenchidos de sonhos quebrados. Dentro dos seus olhos e na sua expressão um incomodo que não sei classificar. Já não posso fingir e nem negar que gostei muito de tudo, só que não dá mais, não é uma questão de escolha, não minha, você fez e agora eu aprendi a aceitar e sorrir. Sorrio da leveza e do vento frio no rosto. Sorrio do passado e de como a minha urgência passou.
É como se algo que nunca teve a coragem de ser, tenha chegado ao fim. Como desistir da peça no meio, perder uma caneta que gostava muito ou o guarda-chuva vermelho, qualquer coisa banal que aprenderei a viver sem, mas sentirei falta quando precisar de uma caneta ou quando a chuva me pegar de surpresa.
Quer saber toda verdade? Sentirei falta do seu sorriso. Dos seus olhos fugindo, das suas mãos frias, das suas pernas inquietas, do acaso que regia uma história.
Tanta coisa que falei em silêncio, mas já era tarde demais, embora nunca...
ps: o título é the operation da Charlotte Gainsbourg.
ps²: dias bons...
sexta-feira, agosto 29, 2008
Não faz mal, te conhecer, não é real o seu medo. Uma frase solta no meio de uma música que ouvi porque falei "tá, vou ouvir sua música, qual é a melhor?". Sempre te procurei para fugir. Mas fugi para longe de você. Sinto uma saudades e uma vontade de louca de ver outra pessoa, não você, não mais. Cansei sabe? Como escrevi tantas vezes e o meu medo é dessa vez ser verdade. "Faça o que lhe convém", mais uma frase solta, te mostrei porque era preciso se conhecer, ele também fala isso e eu só quero sobreviver.
Tudo isso foi o mais complicado e o mais simples pra mim. Tudo era estranho ao ponto de trocar pensamentos por sorrisos e assim não me preocupar. Andamos juntos por tantos lugares e continuamos em círculos, chegávamos sempre a um lugar incomum. Algo me fez ver além desse lugar que você usa para viver. Me lembrou da minha liberdade, dos meus dias de pouca preocupação, de como certas coisas me irritam profundamente e como você as suporta. Lembrei dos meus amigos e de como eles vivem. Lembrei dos meus começos e de que é preciso um fim. Um até breve ao seu silêncio, na sua indefinição, nas oportunidades que te dei para falar, na liberdade que te entreguei para se arrepender, nas possibilidades que te deixei para escolher.
Até um dia ou nunca mais.
OU
Palavras, sorrisos, olhares, definição, enfim...
segunda-feira, agosto 25, 2008
Você me deu bom dia com um sorriso e eu podia sentir leveza no seu olhar. Brilhavam seus olhos mesmo que não conseguisse vê-los. Os meus dias tem sido feito de escolhas. Ir ou ficar, andar ou parar, mudar ou não de emprego, dinheiro ou satisfação, seria insatisfação continuar? Ou é só prazer causados pelas mudanças? Me identifico com outras palavras, outros sorrisos, outros carinhos. Mas em nenhum corpo encontro o seu. É como se em cada novo perfume faltasse um cheiro especial. Em cada abraço faltassem dedos. E os sorrisos fossem dentes e só. Hoje não pensei nada disso, estava enfeitiçada com minha nova descoberta em letras, basta uma coisa qualquer que só você entenderia para lembrar como os outros são os outros. Sabe, tem uma pureza que vive se pondo, como o Cazuza cantou. Uma coisa que as pessoas perdem, se perdem, esquecem as confidências de tão pequenas, não acham que suas particularidades são todas necessárias. Falta respeito e eu vejo ele em você. Manias infantis e bonitas, metáforas acontecendo no mundo real, contei do meu travesseiro, lembra? O meu travesseiro desde cinco anos que minha mãe escondeu de tão velho. Sinto falta dele, mas eu sei onde ele está e de verdade é das coisas que mais me importam na minha casa. O meu velho travesseiro. A minha velha história pra qual eu volto até sentir que chega. Poderíamos transformar ação em palavras finais.
Queria te falar do seu sorriso. Te lembrar do café. Pedir para ficar em silêncio ao meu lado enquanto tento decidir qualquer coisa. Confia em mim. Não são só palavras, mas elas se e fazem só.
domingo, agosto 24, 2008
Uma frase definiria toda essa história: "somos pássaro novo, longe do ninho" e ela estava perdida no meio da música que um cara lembra de mim.
Vivo perdida em meio a músicas, esquecida em lembranças, guardada na sua cabeça em um lugar que você não faz questão de olhar. "Palavras são erro", falo mais quando te olho em silêncio, nossa comunicação é falha e se explica com cuidado. Mas não dá para achar que viveria sempre assim. "Que seja doce".
Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone
Pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas...
A noite acabou
Talvez tenhamos
Que fugir sem você
Mas não, não vá agora
Quero honras e promessas
Lembranças e histórias...
Somos pássaro novo
Longe do ninho
Eu sei! Eu sei!...
sexta-feira, agosto 22, 2008
Clarice é como uma comida boa que você alonga as garfadas. Uma discussão com argumentos que você tenta não terminar. Montes de letras diferentes daquelas que me anseia a um final nauseante em incompreensão, ela fala da vida, acredita na coragem. Se expôs ao fogo e aprendeu a viver com as cicatrizes. Me sinto assim diante do desconhecido, ando em possibilidades enquanto aprendo a viver com os hematomas espalhados pelo caos.
Como se cada novo dia me reservasse um almoço com pouco tempo. Um jantar a luz de velas na minha própria companhia. Meus sonhos iluminados enquanto espero o macarrão esfriar. Me entrego a vida até que esteja pronta para dividir. Não procuro perfeição, talvez prefira o imperfeito que me impulsiona e faz sorrir do bom ou mau humor matinal.
Fecho os olhos para realizar meus sonhos, faço das minhas mãos protagonistas e reduzo as palavras. Coragem deve ser aquilo que ela diz: viver "apesar de".
quarta-feira, agosto 20, 2008
Uns entram, outros saem. Um ciclo de vida que eu aprendi a jogar no tabuleiro das perdas. Ninguém sabe meus reais motivos e eu não conto para ninguém. Reinvento um personagem, quase não falo de dor, enxugo lágrimas de finais de filme e sorrio porque saio daquelas salas, cheia de poesia. Vejo os carros muito maiores e coloridos, assisto a vida nas calçadas daquela rua com tanta história minha, nossa, deles que andaram por lá antes. Tudo misturado diante do baixo meretriz. Reencontro minha vida nas páginas de uma reportagem bem escrita. Tenho vontade de reescrever essa história inteira. Choro, sorrindo, enquanto procuro uma foto em especial que lembra ela. No meio de tanta coisa velha, tanta lembrança registrada, lembrei de uma carta que só lembro a existência, li uma vez, mas não prestei atenção, porque não queria saber mais dessa história que fui obrigada a registrar no meu cartório da vida ainda tão nova.
Eu só tinha quinze anos e tudo que fazia era me revoltar contra Deus, com minha família, com tudo que não explicava jamais porque ela e porque naquele momento. Tínhamos finalmente tudo pelo qual lutamos, duas casas próprias, dois lares. Mas veio a doença e eu lembro de me perguntar diante do espelho, no alto dos meus quinze anos, no fim da minha infância, "por que?". As respostas são inaudíveis e podem chegar quase quatro anos depois. Enquanto eu despertava para vida e dava meu primeiro beijo, ela dormia e segurava a minha mão com força. Ela que comprava revistas de colorir e me levava na padaria para comer tudo que minha mãe não deixava. Ela que saía atrás de um carneiro vermelho e amarelo porque eu cismei que queria tirar uma foto com ele, cismo desde pequena com as coisas, com a diferença de que agora não vou mais atrás dos carneiros.
Aquela vidente com fama de manicure falou que nunca mais fui a mesma desde que conheci o fim. Comecei a ser mais passional, procurar o meu certo e errado, escrever a minha própria narrativa enquanto me guio como a personagem principal. Hoje, falei com a minha amiga que não sabia como as pessoas simplesmente jogam sua vida nos braços dos outros, e apesar de não arriscar um "nunca farei", nisso sabia que jamais chegaria. Eu gosto da sua alma e me sinto protegida, mesmo que tudo seja tão ilusório e eu nunca saiba mesmo o que há, mas sua essência é feita de liberdade. A mesma que ela nunca soube viver, até morrer. A mesma na qual me largo.
Faço tudo caber nos meus próximos dias, para não achar que o infinito acaba, refaço a cada passo essa história. A mesma que a prometi contar em palavras, ajudando os outros, sendo jornalista. Eu prometi ao lado dela ali pálida e imóvel: "eu vou ser jornalista, eu vou ajudar as pessoas, eu vou", perdida em lágrimas esperava ela abrir os olhos. Acabou e ela não abriu. A fecharam e nunca mais.
A cada nova linha daquela reportagem, ou quando parava para recuperar o fôlego, notei que as lágrimas eram alivio e encontro. Aquela matéria traduz o que significa a profissão para mim: ajudar, mostrar, dar voz a quem - vida ou morte - trata de tirar. Não importa nada dessa luta enorme de egos desses escritores, eu não quero um copo mais cheio ou vazio diante dessas mesas, não importa se vou escrever sobre buracos de rua de uma cidade no fim do mundo, eu só sei que vou escrever enquanto houverem palavras. Até eu ter orgulho de mim e ela também.
A lembrança mais nítida que tenho dela, é um olhar de dor com um pedido de ajuda. Não podia fazer parar de doer, nem deveria ter saído correndo sem saber para onde, na tentativa de encontrar abrigo. Porque tudo que eu podia dar, eu dei: amor. Tia, eu vou te amar para sempre, descanse em paz, fim.
Hoje, comecei um novo capítulo nessa história sem fim. O tempo não apaga a falta, mas conforta com o acaso.
terça-feira, agosto 19, 2008
Tenho desperdiçado tanto tempo de vida, só vivendo, levando as coisas, empurrando cada um dos obstáculos, feito mais degraus ao invés de subir um após o outro. Parece que parei lá embaixo enquanto todos passam ao meu lado correndo. Tenho sonhado muito mais, como se cada sonho suprisse a minha falta de atitude diante dos fatos, cada sonho real me faz pensar que a realidade podia ser mais doce, ainda que complexa.
Cansei, é hora de mudar, alguma coisa qualquer.
Eu.
ps: o título é dessa música do Rock Kills Kid.
segunda-feira, agosto 18, 2008
Tudo estava perdido, pequenos planos virando sonhos esquecidos. Esperando só a hora certa de uma noite com uma lua linda falar que era hora de dormir e se deixar levar. Queria mais da paz. Sorrisos da calma. Liberdade, queria que você entendesse que enquanto estivesse por perto, ela falaria alto. Porque eu aprendi a conviver com o que imaginei impossível de fazer piada. Aprendi a lidar com o que não queria. Troquei a minha vontade maior por uma coisa que deixou todos os dias com gosto de espera. Deixei tudo. Agora, a espera tem o cenário de um lugar qualquer que devolva o sol pros seus olhos.
Será que eu já não me importo?
ps: o título é and i love her dos bitôus.
domingo, agosto 17, 2008
É um outro dia e o meu sorriso parece aparecer com uma força sobrenatural nos finais de semana. Quando me sinto acolhida pelos braços certos. Eles perguntam de você, porque não te convidei, porque você não está aqui. Escrevo do computador deles, onde encontro pedaços de mim, beatles e as músicas que ouço para não cansar de sonhar. Escolho justo as letras que me lembram coisas, na minha frente um saco daquela bala de leite japonesa que eu aprendi com você a gostar. E na minha bolsa...
sábado, agosto 16, 2008
Faz tempo que não sento na areia com as pernas cruzadas, os braços soltos sobre elas, como se dali a segundos fosse levantar em um salto e correr por toda praia. Faz tempo que não sinto a paz das ondas. Os dedos enterrados na areia, o oceano como diamantes espalhados em uma colcha da cor do céu, do jeito que o seu olhar me lembra a calma que essa cor transmite, mesmo quando existe conflito neles. Me seguro na ponta do cais, enquanto sorrio, esqueço o peso do meu corpo e me sinto feliz. Se construísse essa cena e nela não existisse você, me seguraria e te lembraria em sorrisos longínquos "falta você".
É assim minha surpresa com um beijo quase roubado de boa noite. Não é o seu e desses beijos, eu não experimento quaisquer, eu já te contei que nesse quesito tenho ressalvas...
The world's a rollercoaster
And I am not strapped in
Maybe I should hold with care
But my hands are busy in the air saying:
I wish you were here
Incubus
sexta-feira, agosto 15, 2008
I am aware now
Não havia escolha. Todas elas já tinham sido feitas pelo acaso e eu ainda gostava de ouvir você. Calava o ciúmes pensando que aquela era a melhor forma e você teria alguém que pudesse te ensinar a ser melhor. Eu sabia que não me enganava com as pessoas, mas acreditava que elas poderiam mudar, pensei ou me enganei que tinha acontecido isso. Só sabia que não costumava me enganar e...
E então você me tratava como uma princesa e eu nunca estive acostumada com isso. Falávamos coisas simples sobre os nossos dias. Omiti alguns encontros e contei de outros, deixei tudo que não tinha menor importância diante dos seus olhos, porque queria sentir a sinceridade rondando nossas mesas. Brincando com as nossas discussões e xícaras de café.
Talvez isso tenha sido engolido inteiro. E eu vá notar que não era da boca para fora. Que suas palavras eram verdadeiras ainda que se traíssem na essência. Quem sabe um dia, a vida mostre que a sua implicância era fundamentada naquilo que a vidente te falou, o seu anjo da guarda te afasta de todas as pessoas que te fariam mal. Meu anjo da guarda deve estar ao meu lado surrando coisas inaudíveis, enquanto me mantenho no caos. Você é mais corajoso do que imaginei e mais criança do que as risadas nas animações. Você segurou a respiração e a porta, o silêncio e a paciência, guardou a voz e sorriu.
Eu nunca quis algo racional e disso sei agora.
ps: deixando CLARO que o texto é inspirado e livremente adaptado de Head over Feet da Alanis Morissette
ps²: estranhissimo o clipe de Underneath...
quarta-feira, agosto 13, 2008
Eu tenho andado longe de tudo. Caminho no meio fio, equilibrada entre o pintado de branco e o naturalmente cinza dessas calçadas, tenho sorrido para chuva, andado pelo centro, esquecido os problemas, adiado escolhas, seguido meus impulsos. Tenho sido garota e mulher. Tenho sido a metade do inteiro. E o meu inteiro é sempre metade. Sinto então a saudades chegar e sorrio porque os dias passam rápido, até que a falta volte a aparecer. É só uma questão de tempo. E depois? Não importa.
terça-feira, agosto 12, 2008
Mais do que os segundos que os corpos já quase consumidos atingem de êxtase. O seu corpo seria a minha arma contra o marasmo. Faríamos dos segundos novidades, entre brincadeiras, continuidade de uma história sem fim. Porque os ponteiros do relógio ou os dias de um calendário, marcam só o que os outros são capazes de ver, dentro de nós, o tempo passaria seguindo nossa própria lógica.
Sem formula ou qualquer coisa, o seu sorriso faz do meu dia mais leve, e sua alma leve me faz feliz.
Cansada de fugir de mim, me encontro em você e penso: fim.
domingo, agosto 10, 2008
Sigo para matar o tempo
Encontro paz em noites frias
Lembro das suas mãos
E procuro um número
As bebidas chegam
Eles sorriem, bebem, cantam
Tocam a minha música favorita
As conversas perdem a graça
Parei de falar como uma matraca
Cansei
Voltarei e me concentrarei
Buscarei
Encontrarei o seu olhar
As paredes sorriem
O gato da Alice diz que o caminho
depende
De onde você quer chegar
Com o riso dele
Com o seu riso
O meu riso
A gente descobre uma missão
A minha raiva não compra sua paz
Antes de eu fugir
Me perder no barulho
Não conseguir
Fingir
Te fazer acreditar
No mar e na sua cor...
Antes
Os quebra-cabeças se encaixam
Não há nada para explicar
Eu não compro sua paz
Nos olhamos
Fazemos o pesadelo sumir
Encontramos a luz escondida em você
E os quebra-cabeças se encaixam
10/08/2008 - 3:30 am
sexta-feira, agosto 08, 2008
Os fatos são maquiados com imaginação. Então vivo os dias pensando em como a ironia faz festa na minha vida. Encontro minha amiga e lembro de quando falava "má, fala super kaaaaaawaiiiii", contei pro meu amigo e ele não entendeu, falou de animes e não entendeu, porque as pessoas não entendem ou entendem tudo errado. Deve ser essa busca por compreensão. Por mais que minha cabeça se iluda com a razão, eu só sei viver enquanto sinto, por isso percorro caminhos sem explicação. Olho no relógio e penso que as horas deveriam ter congelado meses atrás, naquele dia no carro apertado, mas o tempo passou e agora tudo é diferente (ou não).
Ao invés de tentar te ter por perto, tentei te desamarrar, te fazer perceber tudo que era possível ter fora do castelo que você vivia, representando para si os sorrisos que esperavam ver o seu. Quando tentei te falar o fiz em silêncio. Quando fui doce, entreguei confusão. Eu não sei ser doce, não sei ser tudo que esperam de mim, posso sumir e voltar com as mãos cheias de presentes, posso aparecer com a cara amarrada e não querer falar, posso mudar e isso você também sabe. É responsável por tudo que cativa. E como disse a majestade pro Coelho, vá até o fim, então pare. Ando como o coelho, o relógio sempre me acusa, mas o que importa é a ordem da vida, essa eu ouço e ela é muda.
;)
ps: enquanto ficava ali, sentada, ouvindo aquele cara falar tudo que eu ouvi milhares de vezes. Sorria e pensava em quando fiquei e como a falta brincava com meus dedos, até a volta, o encontro, os meses seguintes. Só me arrependo de não ter sido antes e a falta ter tido um gosto mais amargo que seria mais doce com o retorno. Pensei no eterno retorno e em como a serpente procura sempre o próprio rabo, a história de novo, só não é dele que sentiria falta, as coisas são as mesmas, mudam os personagens, enfim...
quinta-feira, agosto 07, 2008
quarta-feira, agosto 06, 2008
Um ou outro email perguntando o que houve, uma mensagem falando que passou o dia tentando falar comigo e de antemão respondo: "não houve nada". Os meus poucos motivos passarão pelos olhos dos outros, embora eu ache que você conhece ou não, e pouco importa o esforço que isso faz para existir. "Cansei", já falei isso quando me perguntaram sobre coisas óbvias, enquanto andava apressada para buscar um pedaço da minha vida que não existe. Cansei de me esconder atrás de palavras, quando as metáforas se esconderam da verdade e tudo começou a parecer bonito e só. Sabe, isso é daquelas coisas que alegram e entristecem, é cheio de altos e baixos, de caminhos tortos e retas, de conhecer e desconhecer, reparar nos tiques e fingir que não notei.
Te conto, me conto, conto a quem quiser ler. As coisas não mudariam assim. Fechei isso pensando em sentir falta, em ficar longe para notar o quanto era só cômodo manter, o que me irritava e fazia bem, só irritava, ou só fazia bem, me peguei perdida em um rio de palavras com sentido (só) para mim. Senti falta daqui como sinto falta de um monte de coisas que existe com uma simplicidade absurda como um endereço na barra do explorer.
Tudo foi real demais para ser mentira. Ilusão demais para ser verdade. Precisava apagar aquela maldita mensagem, como queria apagar o passado, mas eu só controlo o meu celular. Saio correndo atrás do que controlo, mas me sinto segura no abraço do descontrole.
Porque o Caio me confessou ontem em palavras "algo sempre fará falta". Acreditei e sorri.
título: the moon and monday
segunda-feira, agosto 04, 2008
Então eu continuo falando enquanto você sorri. Te contando histórias que você nem sempre entende. Aprendendo várias línguas só para continuar sem falar nada. Porque não falamos nada disso, mantemos a vida com os passos dela, caminhamos com nossa liberdade e a possibilidade de voltar atrás, de procurar um lugar para começar, com a solidão acompanhada me fazendo companhia. Te conto todas as vezes sem querer, que se nenhum deles foi importante o suficiente é porque eu não estou pronta para largar os detalhes. Não consigo desmembrar meu corpo e minha cabeça. São os dois uma coisa só. E quem conquista isso, leva de brinde um coração, cheio de marcas, um tanto inconstante, que andará de mãos dadas as aventuras mais absurdas e que será dele enquanto o para sempre durar.
Não sei se sou dama ou peão, nesse jogo, só sei que as peças estão no fim. Posso ser a última peça que guarda o Rei do xeque no xadrez. Ou a dama que falta para acabar com o outro lado. Ou se isso parecer ainda mais com a vida, posso ser aquela que lê as cartas, enquanto você movimenta o nosso pino, por fim sorrimos por não obedecer nenhuma dessas regras.
E deve ser por isso que pequenos detalhes continuam a fazer bem. Se ao invés de reclamar dos seus defeitos sorrio deles enquanto os misturo com qualidades, é porque aprendi com você que não é preciso pensar tanto assim.
Um dia ela escreveu sobre o final do conto de fada alemão e eu percebi que, o que importa, é a fantasia das crianças alemãs sempre acreditando: “und wenn sie nicht gestorben sind, dann leben sie noch heute”*.
Basta.
Sem o "viveram felizes para sempre".
* se virá nego
brinks
“e se eles não morreram, vivem até hoje”
domingo, agosto 03, 2008
Sempre escrevi os meus limites em linhas tortas, nunca fez sentido se me sentisse presa ou acomodada. Gosto de lugares que estou porque quero estar. Pessoas por quem reviro o mundo para ver. Sorrisos sinceros em noites iluminadas pela nossa vida.
Nunca soube o que era certo ou errado, criei meu próprio código, segui minhas vontades e fui sincera, comigo, acima de tudo. E por mais que minha cabeça não parasse de contestar meus passos eu caminhava mesmo assim. Deixei as pessoas entrarem e serem importantes na minha vida, me mudarem e as mudei também, pequenos gestos e um perfume me lembra alguém só de passar ao meu lado. Uma música distorcida que só eu e alguns poucos amigos gostam, um gosto duvidoso que lembra você.
Queria te ligar e falar que passo aí para falar sobre nada como era. Te mostrar a minha vida e como todos os finais de semana fazem sentindo estando com algumas pessoas por perto, mesmo que o sentido sempre falhe quando penso que poderia ter mais um para completar os sorrisos.
E amanhã, depois desses dias de simplicidade, recomeça o meu caos particular. As dúvidas sorriem enquanto esqueço delas. E ele me empresta um abraço para deixar tudo mais simples. Porque mesmo que contestem meus passos, eu caminho mesmo assim.
o título é Open Book - Cake
quinta-feira, julho 31, 2008
Queria te contar quem por ironia do destino encontrei. Não que vá se importar por eu ter encontrado, a segura insegurança, deve ser inabalável diante das certezas que te entrego enquanto me perco, mesmo que não seja sempre assim e não seja eu. Queria te contar e sorrir, te garantir pelos outros que tudo ficará sempre bem. O engraçado de ser irônico é que não possui limites. Nos meus ouvidos no instante seguinte tocou "oh, darling" e o resto você saberia.
Precisava de um movimento único, exato e libertador. E então conseguiria se desvencilhar daqueles sentimentos conturbados para atingir a paz. Se debatia em medo, se contorcia confortavelmente, esquecia do mundo e dos outros em troca de uma coisa que não sabia enumerar. Vez ou outra, aparecia um pouco de coerência diante do seu riso e eram desses momentos que sorria.
"Mas Ulisses, entrando cada vez mais plenamente em sua vida, ela, ao se sentir protegida por ele, passara a ter receio de perder a proteção. Embora ela mesma não soubesse ao certo que idéia fazia de "ser protegida": teria por acaso, o desejo infantil de ter tudo mas sem a ansiedade de dever dar algo em troca? proteção seria presença? se fosse protegida por Ulisses ainda mais do que era, ambicionaria logo o máximo: ser protegida a ponto de não recear ser livre: pois de suas fugas de liberdade teria sempre para onde voltar."
Sabia de certo o que queria quando fugia. Embora continuasse a fuga.
" - não poderei ir, Ulisses, não estou bem.
Houve uma pausa. Ele finalmente perguntou:
- é fisicamente que você não está bem?
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri - e de repente pareceu grave embora falasse tranquilo - Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurrra para frente. Foi o apesar de que me de uma angúistia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso não faz mal que não venha, esperarei pelo tempo que for preciso".
Trechos de Clarice, o meu presente depois da briga com o médico. Porque eu vou jogar uma bomba em todos os hospitais do planeta. Muito bom, agora eu sou uma peneira e ninguém fala nada. Injeção na mão deve ser tipo injeção na testa, ridículo.
quarta-feira, julho 30, 2008
Se eu fui feliz com tão pouco de você, era porque não precisava de nada, te ter naquela noite fria rodeada por pessoas queridas. A ausência sempre fala alto com as coincidências rindo. Mas você tirou tudo dali para colocar o seu abraço. O suficiente pra me trazer de volta. Mesmo que veja as suas costas longe e nos vejamos daqui a dois ou mais anos tudo foi tão inesperado como nossos encontros.
Certa de que várias coisas voltaram a brilhar, as minhas certezas foram revigoradas diante daquele garoto que de tão diferente é mais um amigo.
Então, passei o começo da semana diferente. Os meus maus hábitos esquecidos. Meus sorrisos trocados. Cansaço acumulado para fazer tudo caber nos próximos dias. As conversas com as meninas e todas elas me falando do meu tempo gasto nisso. Eu ali acreditando que perdia, sem lembrar daquele livro que hoje me fez chorar sozinha entendendo as estrelas, mas antes disso a sábia Raposa falou:
- ... cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
É por isso que a cada vez que fecho a porta, abrem-se janelas. É preciso respirar e ter paciência. Até quando? Eu falei que ia ser sincera, te prometi em silêncios tudo que só seria capaz de cumprir para você, toda minha verdade é descartada nas suas mãos. O seu jogo. Nossas cartas. O prêmio, surpresas.
cansada, é verdade.