domingo, março 30, 2008

CAROLINA, CAROL BELA

Chegar em casa, vamos pra Augusta? Agora? Vamos. Um banho, passa aqui, e fui. Conversas sobre bandas, músicas, futuro, coisas e mais coisas. Los Hermanos no carro e de repente a Paulista ficou perto demais. De onde você menos imagina tudo que poderia ser.

Mais conversas, bar da loca, despedida na Frei Caneca. Subir pra Funhouse, e o impossível de não conseguir entrar. Vamos pra Vila Madalena, nada na Vila, vamos pra Love Story. Estacionamento caro e tarde demais. Voltas e mais voltas com o som do carro transbordando leveza. E o carro andando sempre rápido demais, nunca devagar, pneus cantando e a cidade ficando cada vez menor. O menor que mostra os meus amigos por perto. Cada vez mais perto. Os amigos que perguntam das minhas unhas vermelhas, que falam da marca do meu blazer, por quem eu passo frio e empresto a blusa. Porque eles me emprestam e me colocam dentro de uma vida plenamente possível.

Enquanto as luzes passavam. E o caminho era o mesmo daquele cheio de lembranças, do meu rosto coberto pelas minhas mãos, e dos olhares fugitivos cheio de verdade. O nosso caminho de ida, que foi manchado por mensagens e um boletim dispensável. Só o caminho era o mesmo, no rádio jorge ben canta: "foi numa tarde de domingo que alguém perguntando por ela chegou, deixou meu coração tristonho, enciumado, morrendo, eu falei, eu menti, eu chorei, eu sorri dizendo 'que ela mora no meu peito e eu moro vizinho a ela, que fico desse jeito pensando nos beijos, nos carinhos dela', Carolina, Carol, Carolina Bela". E eu pensava na minha amiga no banco da frente com uma felicidade que em cinco anos eu nunca tinha visto. Lembrei de quando pedi para ela não levar a vida pro lugar que eu levava a minha. Porque eu queria defender ela, guardar ela, deixar ela longe da confusão que eu sabia ser possível pra mim aguentar. Eu subestimei a força da garota. E hoje mostra que é mais forte do que eu. E as certezas dela, é carinho no banco da frente.

Ela pulou, aguentou conseqüências enormes, e hoje dos meus amigos é a mais feliz. A cidade continua grande, as luzes passam rápido, pneus continuam cantando em túneis enormes. E as conversas são sinceras, o olhar é sincero, a amizade e a nossa mania de não julgar nada é a certeza dos nossos segundos de felicidade. A minha amiga falou e eu acredito, a única obrigação nessa vida é ser feliz. Pura e simplesmente feliz. Vou continuar pulando em mares que desconheço o fundo. Pode ter pedras ou só um mar calmo. Só a vida calma demais para deixar os outros longe do que eu quero. Insensatez é desejar o que nossos olhos mentem, e deixar o medo prevalecer e as almas nunca mais se encantarem. Insensatez é não viver.

Sensatamente, eu estou com a perna tremendo de cansaço, os olhos fechando, e as palavras não sossegariam se não fossem escritas. Agora eu digo: eu amo os meus amigos. E em cinco anos eu nunca vi aquela garota tão feliz, com alguém que dá o melhor dela, de quem ela tem o melhor. A troca é feita e a preocupação é boa de enxergar. As histórias são mais interessantes e eu contei pela milésima vez a coisa das calcinhas na piscina do hotel.

Sem uma gota de álcool na Augusta, como jamais aconteceu, eu tive uma das noites mais felizes. Independente de todas as possíveis baladas terem furado. Andar naquele carro, com aquelas músicas, fez de tudo simplesmente melhor.

Hoje, eu posso olhar pro mundo e falar: eu vivi. Algumas mudanças não foram pro bem, mas o bem que elas me fizeram é maior do que qualquer mal que elas possam causar.



É, não dá pra fingir, e nem guardar certas coisas. Mata sabe? Mata leveza e isso eu não permito.


Agora, que já são cinco horas da manhã, eu posso dormir até acordar e sempre carregar as lembranças dessa madrugada.

"Eu não quero um outro alguém
muito menos se for
para esconder o bem
em um falso sorriso
pense muito bem
nesse abrigo indeciso
outra foto no mural
e eu fui cuidar de mim

Vou procurar ajuda
para um coração
trincado pela culpa
vazando sem perdão

Eu errei fazendo a coisa certa
Perdendo toda essência
Acho até que não preciso de você
Quando preciso de você"


Poléxia

o mais perto que eu chego em gostar de música eletrônica, drum'n'bass, Carolina, carol bela. :)

outra música.