quinta-feira, março 27, 2008

SEM IGUAL

O pior, no fundo, deve ser saber que já não está onde você reinou.Trocado por garrafas vazias e cinzas de cigarro. A sua seriedade estragou tudo que jamais chegou a ser. Mesmo com tanto artifício é difícil. Por que é tão difícil? Vozes e corpos desconhecidos.

Diga a ele que estava no bar com alguns amigos, apesar de não conhecer todos que me rodeiam e com isso enxergar tanto espaço dentro de mim. E com isso enxergar vida no que nos restou. Isso é quando a multidão já não basta e as lembranças esquecidas ficam mais simples diluídas. Naquele momento que até as lembranças são vazias, esquecendo tudo com coisa nenhuma.

Já não fico sem coisa nenhuma, te dar o mundo e te entregar a paz. Quem sabe um novo amor me faria muito bem. Em cada frase para me encontrar eu acho você.

Estou com fome de novo, estou bêbada, pelas mesmas ruas sem as garrafas e a vida.

Cada trago cada vez mais fundo, com isso de brincar com vida e morte no mesmo lugar.

Dentro da memória vem aquilo que senti, o universo que desenhei para nós.

Por esses dias rasguei tudo que te escrevi, o que não consegui foi deixar de sentir.

Se alguns vêem vida na morte. Na minha vida a morte nunca sorri, já não acredito que é preciso morrer para viver outra vez. Troco o peso dos outros pela leveza dos meus dias, e aquela claustrofobia pela liberdade. Na minha prisão já não existe mais grades e tudo que te pedi naqueles dias, já consegui.

E no céu as estrelas que você jamais conseguiu apagar. As escolhas desse jogo sem fim sempre foram minhas e eu decidi não fugir.

ps: texto com a jack no bar de sempre, no bar que tem tirado tudo que talvez no fundo, eu devesse sentir para acabar de vez com isso. então, eu entorpeço todas as verdades e nada nunca muda. nunca.