sexta-feira, março 21, 2008

NOTHING CAME OUT

Então eu sou capaz de mudar em segundos. Em respirar a minha liberdade e dar tanto valor para ela sem esses problemas. Isso que sorri para minha gastrite muito pior e minha vida essa roseira sem fim. Não, eu não conheço os seus motivos. Assim como prometi jamais julgá-los. Porque eu sou altamente condenável para lidar com isso. Para lidar com qualquer coisa que possa acabar comigo no próximo round. Tinham as coisas que faziam sentido, tem todas as coisas que continuaram fazendo sentido, como o meu não ligar. O meu bendito tentar não ligar. Mesmo que conheça o fim do jogo e ele não seja bonito pra mim. Nada nunca é. Mas é a vida de coragem e certezas vazias que escolhi. É a minha vida. O meu jeito de viver. O único modo que eu sei fazer as coisas pesarem menos. Quanto menos pesar. Quanto menos doer. Quanto menos, é mais.

Hora de deixar a vida sentir menos e a razão falar alto. A mesma razão que a sis me contou dia desses e fez da vida dela esse marasmo. Essa coisa que vai e volta. Esse nunca terminar. Também não sei viver assim. Do meu jeito. Do jeito que eu enxergo claro nos erros. E as coisas vão acontecer.

Seja bem-vindo o novo, dessa vez eu não fujo, não saio falando alto. Dessa vez eu experimento a calma. Sim, como nos dias que eu experimentei a cegueira. Sem você notar, eu levanto e coloco os pés fora. Sim, eu vou pra fora. E você pode me pedir pra ficar, mas eu cansei de palavras, tantas e muitas, que já foram minhas e falaram demais.

É impossível pensar que tudo está assim, impossível e faz mal, tão mal quanto qualquer coisa que eu beba.

O incerto é tão natural, sem enxergar nada além do que posso ver. Deixo a vida seguir, sem duvidar do fim, sem me importar com erros e acertos. O tempo vai dizer, mostrar, escancarar e um dia lá na frente posso morar no arrependimento ou nas certezas duradouras.

Queria não trocar minha razão por nada. Vou ficar em paz, com meus filmes, músicas e filmes, ficar comigo até encontrar sossego lá fora. Onde nada me traga lembranças, esperar, até o tempo das coisas encaixarem. Por sorte, colocaram as cartas sobre a mesa, e eu acertei. Enquanto me perdia na ordem do valete, dama e rei. Perdida, leve e sorrindo, sentada com o meu livro e as músicas. Onde eu me escondo dos outros. E não acho ruim. Não, não acho, às vezes, é preciso saber ficar quieta para falar mais.

Com qualquer coisa grudada na caneta azul, nessa folha sulfite que era sua, apoiada na minha coxa enquanto me falam coisas e mais coisas. Enquanto eu não ouço nada e espero o meu celular tocar. Com as palavras desenhadas e a sis do outro lado. Sempre ela. Sempre.

Talvez seja melhor apagar o lugar onde você reinava. E torcer para que em outros abraços você encontre tudo. Boa sorte. E vai, vai sem olhar, sem se preocupar. Ou entende e me conta o que é isso. Como é isso pra você. Carrego a força de uma mulher na cabeça de uma criança. Poucos me conheceram como você. E você tenta devagar acabar com tudo, sem a minha responsabilidade, é a sua escolha e não sou eu.


para quem fingi não se importar deles.
o título é dessa música.

boa sexta, eu assisto tudo acontece em elizabethtown piaf , em homenagem a mãe da sis que achou o filme sensacional. =)